Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor.

LIÇÃO 05 – 04 de Novembro de 2012

Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor.

TEXTO AUREO
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. ICo 15.58


VERDADE APLICADA:
O grande segredo para o crescimento espiritual e ministerial na obra do Senhor reside na perseverança e aprendizado constante.


OBJETIVOS DA LIÇÃO:
·         Familiarizar os alunos com a personalidade generosa de Barnabé;
·        Revelar o lado social da igreja de Antioquia em tomar a iniciativa de ajudar os necessitados;
·         Mostrar as constantes transições positivas alcançadas na igreja pela administração de Barnabé.


GLOSSÁRIO:
·           Mitigar: aliviar, suavizar;
·          Legitimar: reconhecer ou ser reconhecido como legítimo;
·          Vigoroso: energia, vitalidade; forte.

HINOS SUGERIDOS:
·         5; 503; 93
 
TEXTOS DE REFERÊNCIA:
At 11.25 - E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
At 11.26 - E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
At 11.27 - E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
At 11.28 - E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
At 11.29 - E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At 11.30 - O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.
 
HINOS SUGERIDOS:
Segunda: Jó 26.2
Terça: Pv 17.17
Quarta: Pv 18.19
Quinta: Pv 18.24
Sexta: Pv 27.10
Sabado: Pv 14.10

ESBOÇO DA LIÇÃO:
Introdução
1.Paulo, um companheiro em potencial
2.O trabalho de 8arnabé e Paulo
3.O retorno da missão representativa Conclusão

Introdução
Quando Paulo retornou à sua cidade natal (Tarso) pareceu um desfecho um tanto melancólico dado por Lucas. Mas ai ele passa a narrar vividamente os atos de Pedro, para depois retornar a trajetória de Paulo como um assistente de talento. Aqui estudaremos um pouco do perfil de Paulo que atendendo um convite para auxiliar Barnabé, teve um contínuo progresso espiritual e ministerial em Antioquia.

1. Paulo, um companheiro em potencial
Aquele era um momento surpreendente de crescimento e multiplicação de conversões nas regiões da Judéia, Galileia e Samaria, e os irmãos que saíram dispersos por causa da perseguição iam anunciando a Palavra por onde passavam, de maneira que muitos judeus se convertiam cada vez mais ao Senhor.

1.1. Antioquia, uma igreja crescente (At 11.20,21)
Grande número de pessoas se converteu ao Senhor em Antioquia, mas o fato de ser uma igreja fora dos termos de Israel e mista, ainda era algo complicado para os apóstolos em Jerusalém. O motivo era preconceito. Por esse motivo, Pedro, o primeiro a entrar na casa de um centurião romano e pregar a salvação em Cristo teve que se explicar por entrar na residência de um pagão incircunciso, ainda que piedoso e dirigido por revelação divina (At 11.4-18). É claro que essa notícia se espalhou na comunidade dos fiéis a Cristo, estimulando muitos a falarem de Jesus aos não judeus também. A igreja de Antioquia cresceu de tal maneira que alcançou mais expressão do que Jerusalém com o passar do tempo.
Quando os cristãos foram dispersos durante a perseguição de Paulo contra a Igreja (At 8:11), alguns chegaram até Antioquia, a capital da Síria, a quase 500 quilômetros ao norte de Jerusalém (é importante não confundir essa cidade com Antioquia da Pisídia; ver At 13:14). Havia pelo menos dezesseis cidades chamadas Antioquia no mundo antigo, mas esta era uma das maiores.
Com cerca de meio milhão de habitantes, Antioquia era a terceira maior cidade do império romano, depois de Roma e Alexandria. Suas construções grandiosas contribuíram para que fosse chamada de "Antioquia, a Cidade Dourada, Rainha do Oriente". Sua rua principal tinha mais de 7 quilômetros de extensão; era calçada de mármore e ladeada de colunas desse mesmo material. Naquela época, era a única cidade do mundo antigo com iluminação noturna.
Porto movimentado e centro de luxo e de cultura, Antioquia atraía pessoas de todo tipo, inclusive oficiais romanos aposentados e abastados que passavam os dias conversando nas casas de banho ou apostando nas corridas. Com sua enorme população cosmopolita e seu grande poder político e comercial, a cidade oferecia à igreja oportunidades extraordinárias de evangelismo.
Antioquia era uma cidade perversa, superada apenas, talvez, pela cidade de Corinto. Apesar de todas as divindades sírias, gregas e romanas que os cidadãos de Antioquia adoravam, os santuários locais eram consagrados a Dafne, cuja veneração incluía práticas imorais. Nas palavras de lames A. Kelso "Antioquia era a Nova York do mundo antigo. Lá, onde todos os deuses da Antiguidade eram adorados, era preciso que Cristo fosse exaltado".
Quando os cristãos perseguidos chegaram a Antioquia, não se sentiram nem um pouco intimidados pela grandiosidade das construções ou pelo orgulho dos cidadãos. Tinham a Palavra de Deus em seus lábios e a mão de Deus sobre seu testemunho, e muitos pecadores arrependeram-se e creram. Foi uma obra espetacular da graça maravilhosa de Deus.

1.2. Barnabé o enviado (At 11.22-24)
Quando aquele fenômeno de crescimento da igreja em Antioquia chegou ao conhecimento da liderança de Jerusalém, a igreja enviou Barnabé com a finalidade de legitimar Antioquia. Barnabé era homem generoso, benquisto entre os apóstolos, e de grande reputação na igreja. A pessoa perfeita para aquele momento. Eusébio de Cesaréia afirma que Barnabé foi um dos setenta discípulos do Senhor Jesus (H. Eclesiástica, L.l Cap.12,1). Em virtude do seu perfil tolerante e empreendedor, Barnabé trabalhou de modo tão excelente que a comunidade dos crentes cresceu com muita qualidade (At 11.24). Porém ele observou que Paulo era um companheiro perfeito para aquele trabalho.
Os líderes da igreja em Jerusalém tinham a responsabilidade de "pastorear" o rebanho disperso, que passou a incluir congregações gentias de lugares distantes como a Síria. Ao que parece, os apóstolos ministravam fora de Jerusalém naquela ocasião, de modo que os presbíteros enviaram Barnabé a Antioquia, a fim de descobrir o que se passava entre os gentios. Foi uma escolha sábia, pois Barnabé fez jus ao seu nome, "filho de exortação" (At 4:36).
Atos 11:24 apresenta um "perfil espiritual" de Barnabé que nos parece ser um exemplo de vida cristã a ser imitado. Era um homem justo, que obedecia à Palavra em sua vida diária e, portanto, de caráter irrepreensível. Era cheio do Espírito, o que explica a eficácia de seu ministério. O fato de ser um homem de fé fica evidente na maneira de exortar a igreja e, mais tarde, também de exortar Saulo. Os novos cristãos e as novas igrejas precisam de pessoas como Barnabé para encorajá-los em seu crescimento e ministério.
De que maneira Barnabé foi um estímulo a esses cristãos gentios? Em primeiro lugar, se regozijou com o que viu. Adorar a Deus com gentios foi uma experiência nova para ele, mas abordou essa situação com uma atitude positiva, sem procurar Coisas para criticar. Aquele ministério era obra de Deus, e Barnabé agradeceu pela graça divina.
Ao ensinar a Palavra de Deus ao povo, enfatizou a devoção do coração. A expressão "permanecer no Senhor" não significa que deviam "manter-se salvos". A mesma graça que nos salvou também nos guarda (1 Co 15:10; Hb 13:9). Essa expressão traz à memória a admoestação de Josué a Israel em Josué 22:5. Permanecer no Senhor é amar ao Senhor, andar em seus caminhos, obedecer à sua Palavra e servi-lo de todo o coração. Significa que pertencemos somente a ele e que cultivamos nossa devoção a ele. "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6:24).
O trabalho de Barnabé em Antioquia teve dois resultados maravilhosos. Em primeiro lugar, o testemunho da igreja causou grande impacto na cidade, de modo que "muita gente se uniu ao Senhor" (At 11:24). Quando os cristãos estão fundamentados na Palavra, seu testemunho aos perdidos é vivo e eficaz e há um equilíbrio dentro da igreja entre a edificação e o evangelismo, entre o ensinamento e o testemunho.

1.3. Paulo é convidado para trabalhar (At 11.25)
Barnabé tinha uma convicção de que Paulo, ao ouvir o relato das grandezas de Deus em Antioquia, e a sua responsabilidade pastoral ali naquela cidade, interessar-se-ia em acompanhá-lo. Barnabé partiu em busca de Paulo, até que, finalmente, o achou. Diante do relato de Barnabé, Paulo aceitou prontamente ir com ele para Antioquia a fim de auxiliá-lo. Aí vemos o verdadeiro coração de um servo de Deus. Paulo aceitou ficar em Tarso da Cilicia trabalhando com tendas, ofício que aprendera quando mais novo, mas diante da necessidade, dispôs-se a trabalhar em Antioquia. Parece incrível, mas todas as grandes personalidades de destaque nas páginas sagradas estavam ocupadas quando foram chamadas. Um chamado divino deve sempre ter prioridade na vida de quem serve a Deus.
O crescimento da igreja criou a necessidade de mais pessoas para ajudar, de modo que Barnabé foi até Tarso e chamou Saulo. Mas por que ir a um lugar tão distante só para encontrar um assistente? Por que não pedir que a igreja de Jerusalém enviasse Nicolau, um diácono nascido em Antioquia? (At 6:5). Porque Barnabé sabia que Deus havia incumbido Saulo de ministrar aos gentios (At 9:15; 22:21; 26:27). Convém lembrar que Barnabé fez amizade com Saulo em Jerusalém (At 9:26, 27) e, sem dúvida, os dois conversavam sobre o chamado especial que Saulo havia recebido de Deus.
O fato de Barnabé se unir a Paulo nos revela algumas preciosas Lições. Primeira, Deus apenas usam eficientemente aquele que estiver disponível e amadurecido para um trabalho de grande envergadura, nesse aspecto, isso leva tempo. Outro detalhe é que a ansiedade para trabalhar não cooperará em nada, poderá sim, até atrapalhar. Se Paulo insistisse em Damasco ou Jerusalém, perderia a chance de ser o vaso útil que foi em tantos outros lugares. O fato de Barnabé buscar a Paulo demonstra a sua capacidade de crer em outros e dar chance para demonstrarem o seu exercício e potencial Barnabé jamais será esquecido por causa da sua elevada estatura espiritual e largueza de espirito.

2. O trabalho de Barnabé e Paulo

A igreja em Antioquia principiou com elementos judeus, depois helénicos, e por fim gentios. Essa massa de pessoas vindas de diferentes lugares com culturas diferentes, no entanto, tinham uma coisa em comum, o fato de crerem em Jesus Cristo. A fé em Jesus foi o agente agregador que os reuniu eliminando vantajosamente todas as diferenças e possibilitando a realização posterior da obra missionária no Império Romano.

2.1. A prioridade no ensino (At 11.26)
Quando pensamos na integração de Paulo junto aos irmãos de Antioquia, lembra que tudo foi diferente de Damasco e Jerusalém por causa da aceitação de seu trabalho junto a Barnabé. A princípio, ambos laboraram firmemente no ensino durante um ano inteiro; eles foram sábios o suficiente para realizarem um trabalho pastoral e missionário sem negligenciar a instrução. Esse cuidado foi tão decisivo e salutar para aquela igreja que os fiéis se esforçaram para se parecer cada vez mais com Jesus, o Cristo. Note que por causa do ensino acompanhado de bom testemunho, pela primeira vez, os crentes em Jesus foram chamados cristãos (At 11.26; Mt 22.29; Pv 18.15).
O que Barnabé fez por Saulo precisa ser colocado em prática nas igrejas de hoje. Os cristãos maduros precisam chamar outros membros do corpo e encorajá-los em seu serviço ao Senhor. Uma das políticas de D L. Moody era dar alguma incumbência a todos os recém-convertidos. A princípio, poderia ser alguma tarefa simples, como distribuir hinários ou receber as pessoas na entrada da igreja, mas cada convertido deveria ter uma ocupação. Como mencionamos anteriormente, Moody costumava dizer: "É melhor colocar dez homens para trabalhar do que fazer o serviço de dez homens”. Muitos dos "assistentes" de Moody tornaram-se excelentes obreiros cristãos trabalhando de modo independente e multiplicando o testemunho da Palavra.
Em Antioquia, os discípulos de Jesus Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos. O sufixo em latim correspondente ao nosso “ão” significa "pertencente ao partido de". Como forma de zombaria, os cidadãos de Antioquia juntaram o sufixo em latim ao nome grego "Cristo" (N. do T.: do grego Christós - o que foi ungido), resultando na designação cristão. O termo aparece apenas três vezes no Novo Testamento: em Atos 11:26; 26:28 e 1 Pedro 4:16.
Infelizmente, a palavra cristão perdeu muito de seu significado ao longo dos séculos e não quer dizer mais "aquele que deixou o pecado, creu em Jesus Cristo e recebeu a salvação pela graça" (At 11:21-23). Muita gente que não nasceu de novo se considera "cristão" simplesmente porque afirma não ser "pagão". Afinal, participa de uma igreja, frequenta os cultos com certa regularidade e, de vez em quando, até contribui para o trabalho da igreja! Mas é preciso mais do que isso para o pecador tornar-se filho de Deus. É preciso arrependimento do pecado e fé em Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados na cruz e ressuscitou para nos dar vida eterna.
Os seguidores de Cristo na Igreja primitiva sofreram por serem cristãos (1 Pe 4:16). David Otis Fuller certa vez perguntou: "Se você fosse preso sob a acusação de ser cristão, haveria provas suficientes para condená-lo?" Ótima pergunta! E a resposta é uma questão de vida ou morte.

2.2. Proveram socorro aos necessitados (At 11.28-29)
Como o cenário político era muito inconstante, as crises assolavam facilmente, somado às catástrofes naturais como em nossos dias, isso por si só gerava muitos necessitados de pão no mundo afora. Todavia, nesses dias, em que Barnabé e Paulo estavam em Antioquia, desceu de Jerusalém uma comitiva de profetas, não se sabe o propósito exato deles nessa visita, mas a fama do crescimento da igreja em Antioquia contribuiu decisivamente para isso (At 11.26). O exercício ministerial de profeta era um ofício comum naqueles dias que contribuía uniformemente para o crescimento da igreja, junto com os apóstolos. E um daqueles profetas vindo com a comitiva de Jerusalém, por nome Ágabo, anunciou uma fome que se abateria por sobre todo o mundo (At 11.27), “e isso aconteceu no tempo de Cláudio César”.
O Espírito disse a Ágabo (ver At 21:10, 11) que logo haveria uma grande fome, o que de fato ocorreu no reinado de Cláudio César (41 - 54 d.C.), quando as colheitas foram escassas durante vários anos. Os escritores da Antiguidade citam pelo menos quatro grandes fomes: duas em Roma, uma na Grécia e outra na Judéia. A escassez de alimentos na Judéia foi especialmente grave e, de acordo com o historiador judeu Josefo, muitas pessoas morreram por falta de recursos para comprar a pouca comida que havia disponível.
Ágabo entregou sua mensagem aos cristãos de Antioquia, e eles resolveram ajudar seus irmãos cristãos da Judéia. A finalidade de uma profecia genuína não é de satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro, mas sim de encorajar nosso coração a fazer a vontade de Deus. Os cristãos não podiam impedir a vinda da fome, mas podiam mandar ajuda aos necessitados.
Esta passagem ilustra um princípio espiritual importante: se as pessoas foram uma bênção espiritual para nós, devemos ministrar-lhes por meio de nossos recursos materiais. "Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui" (Cl 6:6). Os cristãos de Jerusalém haviam levado o evangelho a Antioquia. Enviaram Barnabé para exortar os recém-convertidos. Nada mais certo do que os gentios de Antioquia retribuírem e enviarem a ajuda material de que seus irmãos e irmãs na Judéia precisavam. Alguns anos depois, Saulo recolheria uma oferta parecida das igrejas gentias e a levaria aos cristãos de Jerusalém (At 24:17); ver também Rm 15:23-28).
É importante observar que havia ocorrido uma mudança na igreja de Jerusalém. Antes, ninguém da igreja precisava de coisa alguma (At 4:34), nem era necessário pedir a ajuda de outros. Aqueles primeiros anos foram como "o Paraíso na terra", enquanto Deus abençoava seu povo ricamente e os usava para testemunhar à nação incrédula. Foram "tempos de refrigério" do Senhor (At 3:20). À medida que a mensagem passou dos judeus para os samaritanos e gentios, o "programa de partilha" de Jerusalém foi desaparecendo, e as coisas voltaram ao normal.
O parâmetro bíblico para a oferta nos dias de hoje não é Atos 2:44, 45 e 4:31-35, mas sim Atos 11:29: "cada um conforme as suas posses". Os ensinamentos de Paulo em 2 Coríntios 8 e 9 seguem esse parâmetro. A prática do "comunismo cristão" só se deu em Jerusalém como medida temporária, enquanto o evangelho era pregado "primeiro aos judeus". Como o cuidado de Deus pelo povo de Israel no deserto, foi uma demonstração prática das bênçãos que Deus concederia, caso a nação se arrependesse e cresse.

2.3. Representantes de Antioquia (At 11.30)
É muito interessante que os discípulos resolveram enviar suprimentos aos irmãos que habitavam na Judéia através de seus representantes legítimos, a saber, Barnabé e Paulo. Eles receberam a palavra profética, mas deliberaram entre si cooperar, a fim de mitigar a fome dos irmãos na Judéia. Para ambos os líderes restou a alternativa feliz de representá-los conduzindo o donativo que demonstrava carinho e gratidão aos irmãos de lá. Através desse fato, aprende-se que nem toda a iniciativa deve começar exclusivamente com a liderança, mas esta pode ser conduzida a organizar, enviar ou mesmo representar a assembleia local dos crentes numa obra social.
O fato de a igreja escolher Barnabé e Saulo para levar a oferta a Jerusalém mostra sua confiança neles. Esses dois homens trabalhavam juntos no ensino da Palavra e uniram esforços no ministério prático de assistência aos cristãos necessitados de Jerusalém. Por certo, também ministraram a Palavra pelo caminho, ao percorrerem a longa jornada de Antioquia a Jerusalém. Em pouco tempo, o Espírito levaria esses dois amigos a se unirem para levar o evangelho aos gentios de outras terras (At 13:1 ss); ainda percorreriam muitos quilômetros juntos.
Essa experiência dos cristãos judeus de receber a ajuda dos gentios contribuiu para que desenvolvessem uma atitude de humildade? Talvez. Mas também foi uma demonstração belíssima de amor e um testemunho maravilhoso da união da Igreja. Como disse Sir Winston Churchill “Sobrevivemos com o que recebemos por nosso trabalho, mas verdadeiramente vivemos de acordo com o que contribuímos”.
O labor ministerial, em Antioquia, de Barnabé e Paulo consistiu até esse momento em: ensinar, levantar donativos para os irmãos necessitados da Judéia juntos com os anciãos locais, e por fim, representar a igreja de Antioquia na condução dos respectivos donativos. Foi trabalho duro, mas altamente compensador. Devemos, sobretudo, entender que a comunidade cristã dali foi liderada sob a indicação de Jerusalém, que recaiu sobre Barnabé. Repetimos isso intencionalmente lembrando a necessidade que há em. se conduzir a igreja sob a orientação do Espírito Santo, dentro de uma política séria de bom senso que. vise com fim último, o desenvolvimento da igreja local num bairro ou cidade.

3. O retorno da missão representativa

Barnabé e Paulo provaram mutuamente ser bons parceiros na seara do Senhor. Barnabé estava satisfeito por ter buscado Paulo como companheiro na missão pastoral em Antioquia. E Paulo, por sua vez, estava demonstrando ser um assistente de talento ao lado de Barnabé, sempre dentro de suas expectativas.

3.1. A Palavra crescia e multiplicava-se (At 12.24)
O escritor de Atos nos dá uma nota do grande crescimento da obra do Senhor não apenas em Antioquia da Síria, mas também nas regiões da Judéia. Antioquia alcançou um momento de crescimento e de multiplicação por todo seu termo. Na verdade, a perseguição contra os cristãos os forçou a se espalharem, aumentou o seu fervor e a disposição em anunciar as boas novas, o que, finalmente, contribuiu para aumentá-la. Embora pareça um assunto solto do autor, Lucas, ao dar uma visão rápida do que estava acontecendo, estava preparando o leitor para saber do movimento missionário que já estava por florescer envolvendo os dois campeões, Barnabé e Paulo. Parece que, às vezes, toma-se necessário um pouco de perseguição para que se chegue ao ponto certo em que Deus possa usar o homem. José entendeu isso perfeitamente depois de trabalhado por Deus (Gn 45.7,8).
A Igreja primitiva não tinha qualquer influência política nem amigos em altos escalões para "mexer os pauzinhos" por eles. Em vez disso, se dirigiam ao trono mais elevado de todos, o trono da graça. Os primeiros cristãos eram um povo de oração, pois sabiam que Deus poderia resolver seus problemas. O trono glorioso de Deus era muito maior do que o trono de Herodes, o exército celestial de Deus poderia derrotar os frágeis soldados de Herodes a qualquer momento! Não precisavam pagar subornos para conseguir que se fizesse justiça. Simplesmente levavam seu pleito à Suprema Corte e o entregavam ao Senhor! Qual foi o resultado de tudo isso? “A palavra do Senhor crescia e se multiplicava” (At 12:24). Trata-se de mais um dos resumos ou "relatórios de progresso" de Lucas, dos quais o primeiro se encontra em Atos 6:7 (ver 9:31; 16:5; 19:20; 28:31). Lucas esta cumprindo o propósito de seu livro ao mostrar como, a partir de suas origens modestas em Jerusalém, a Igreja espalhou-se por todo o mundo romano. Que grande estímulo para nós hoje! No início de Atos 12, Herodes parecia no controle, e tudo indicava que a Igreja perdia a batalha. Mas, no final do capítulo Herodes está morto, enquanto a Igreja está bem viva e crescendo rapidamente! Era uma Igreja que orava, por isso foi bem-sucedida.
Quando estava em dificuldades, a missionária Isobel Kuhn orava: "Se este obstáculo vem de ti, Senhor, eu o aceito; mas, se vem de Satanás, eu o rejeito e também a todas as suas obras em nome do Calvário!" E Alan Redpath costuma dizer: "Vamos manter a cabeça erguida e os joelhos dobrados - a vitória está do nosso lado!"

3.2. Retornaram acompanhados (At 12.25)
Mesmo com o enorme crescimento e multiplicação da Igreja, a situação não era tranquila em Jerusalém e nos arredores para os fiéis, pois Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, reinava e procurava agradar aos judeus observando os seus costumes e perseguindo os cristãos. Tiago, filho de Zebedeu, foi executado sob suas ordens e Pedro escapou da prisão sobrenaturalmente por intercessão da Igreja. Na fuga, Pedro se dirigiu à casa de Maria, mãe de João Marcos, onde muitos irmãos estavam orando. Ao que tudo indica, ao levar os donativos Paulo e Barnabé aproveitaram para agregar João Marcos entre eles (At 12.25; 13.5). João Marcos trouxe uma vitalidade a mais e pôde estar entre os notáveis pioneiros do Evangelho, tais como Pedro, Barnabé e Paulo.

3.3.  Retorno com um devocional intensificado
Quando Barnabé e Paulo chegaram de viagem, evidentemente eles apresentaram o novo companheiro à Igreja de Antioquia, João Marcos (At 13.5). Após o retomo de Barnabé e Paulo, verifica-se uma intensificação na busca a Deus com orações e jejuns da liderança da Igreja. O Espírito Santo é o principal responsável por essa fome de Deus e pela sede do estabelecimento de sua vontade na terra gerado nos crentes. É claro que a viagem cooperou para isso, mas Deus sempre esteve por trás de tudo o que acontecia naquele momento. Devemos entender que, quando o próprio Deus quer estabelecer mudanças, elevar a Igreja local a patamares espirituais mais profundos, ele vai usar aqueles que estão disponíveis, mais acessíveis ao seu agir (Jr 1.5-9).
Quando Barnabé trouxe João Marcos consigo na viagem, será que alguém perguntou: Será que não há gente competente aqui em Antioquia que posso auxilia?' nossos líderes? Por que trazer mais um obreiro de Jerusalém? João Marcos tinha certos predicados que o tomava uma pessoa desejável de se ter por perto. Reflitamos um pouco que Barnabé era muito benquisto entre os apóstolos, Eusébio de Cesareia, afirma que ele foi um dos setenta discípulos, como já dissemos anteriormente, além do mais, o cenáculo de oração onde se reuniam muitos crentes em Jerusalém, ficava na casa de sua irmã, para onde Pedro fugiu da prisão. Pedro demonstrou grande carinho por João Marcos que já deveria possuir muito antes de escrever a sua carta (IPe 5.13). Acreditamos que a pureza cristã daqueles irmãos e as qualidades de Marcos não davam margem para isso, como acontece em muitas das nossas igrejas quando chega alguém novo.

Conclusão
Percebe-se, ao longo desta lição, que a figura de Paulo, quando veio de Tarso para Antioquia, não apareceu muito. Senão ensinando a Igreja junto com Barnabé e, evidentemente, com outros mestres locais. Paulo era um assistente de valor, mas que reconhecia a sua posição na Igreja e honrava seu colega que lhe dera tamanho privilégio ao convidá-lo como assistente direto. Paulo soube aproveitar as oportunidades que lhe davam.

QUESTIONÁRIO

1. Que fato estimulou os crentes dispersos falarem de Jesus aos não judeus?
R. O fato de Pedro entrar na casa de um centurião romano e pregar a salvação.
2. Um dos setenta discípulos de Jesus indicados pelos apóstolos para Antioquia foi?
R. Barnabé.
3. Onde Barnabé buscou Paulo?
R. Em Tarso, sua terra natal.
4. No primeiro ano em Antioquia, de que maneira Paulo ajudou Barnabé?
R. Através do ensino à igreja junto com Barnabé.
5. Quem voltou na companhia de Barnabé e Paulo?
R. João Marcos.
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,
Revista: APÓSTOLO PAULO – Editora Betel - 4º Trimestre 2012 – Lição 05

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