Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

terça-feira, 29 de julho de 2014

O cuidado com a família de um líder

escola dominical

LIÇÃO 5 – 03 de agosto de 2014
O cuidado com a família de um líder

TEXTO AUREO

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. lTm 5.8

VERDADE APLICADA

Cuidar da família é dever de todos. Sucesso algum será bem vindo se não existe uma família para compartilhar.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apontar os principais cuidados de um líder com sua família;
Descrever o perfil que a esposa do líder deve ter;
Descrever como deve ser o cuidado dispensado aos filhos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

lTm 3.2 - Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
lTm 3.3 - Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
lTm 3.4 - E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
lTm 3.5 - (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
Tt 1.6 - Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.

Introdução
Governar bem a própria casa é uma ordenança para qualquer pessoa que almeja o ministério, sem isso, não haverá enquadramento nem chances para liderar. É evidente que não existem famílias perfeitas, mas disciplina e educação fazem da vida exemplos a serem copiados. Observe o perfil de um líder descrito por Tito: “Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam insubordinados”. Analisemos alguns cuidados que um líder deve ter em relação a sua família:

OBJETIVO
Apontar os principais cuidados de um líder com sua família;

1. Cuidados a serem demonstrados
A casa de Deus deve ser uma extensão da casa de um líder cristão. A sua vida doméstica deve ser tão inspiradora que o motivo dele estar exercendo sua liderança na igreja seja o exemplo de seu cuidado dispensado a sua própria família (lTm 3.12 O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa.). Não é difícil se esquecer de casa por estar comprometido com o ministério. Muitos líderes são reprovados nesse quesito, e, por esse motivo, muitos casamentos também se dissolvem. A ordem de propriedades é esta: Deus, família, trabalho e igreja. Observe que Deus começa e termina essa ordem, por isso não há o que temer. Quando saímos dessa sequência, os problemas certamente irão nos encontrar.

1.1. Cuidado espiritual no lar
O primeiro lugar onde se deve liderar é em casa. O marido deve exercer a prerrogativa de ser o pastor e sacerdote do seu lar (Ef 5.23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.). É importante que cultivem o culto doméstico com afinco, desenvolvendo um clima agradável e sem cobranças domésticas nesse momento. Dependendo da idade dos filhos, é bom providenciar livros e Bíblia ilustrados para o momento devocional em família. As histórias devem ser contadas com criatividade dando, porém, sempre a entender a realidade delas, e não como contos. Os pais não devem apenas mandar seus filhos para escola dominical, e sim ir com eles (Pv 22.6 Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos a não se desviará deles.). Às vezes, não caímos na real para ver que somos líderes de todos da igreja, menos de nossa família. Temos tempo para gabinete e aconselhamento, mas nos falta tempo para observar o que está rondando nossa casa ou se infiltrando em nossos lares. O culto doméstico é uma prática esquecida por muitos, todavia, sendo posto em uso, muitos problemas, e até mesmo, a visão dos filhos em relação aos pais mudaria.

1.2. Cuidado afetivo com a esposa e os filhos
O primeiro e maior presente que o líder cristão deve doar para os seus é ele mesmo. Foi isso que Deus nos fez, doou a si mesmo, Ele é “Deus conosco” (Mt 1.23; Jo 1.14). O vocacionado ao ministério cristão deve ir além do superficial, deve desenvolver um relacionamento de alma profundo. Sua melhor maneira de dar carinho é dando atenção à esposa, passando tempo com ela. Quanto ao diálogo, deve o líder conversar mais que as coisas cotidianas e notícias; devem abrir seus corações, seus sentimentos, falar de suas ansiedades e sonhos. Declarar seu amor (Ct 2.10 O meu amado falou e me disse: Levante-se, minha querida, minha bela, e venha comigo.). Quanto aos filhos, deve ouvir-lhes as histórias mesmo que isso lhe pareça penoso, mostrar real interesse com a forma de olhar e no tom de voz quando fala.

1.3. Cuidado com a disciplina
O amor paterno deve ser demonstrado sempre pela disposição em corrigir os filhos, sem, contudo, irritá-los e desanimá-los (Cl 3.21 Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem.). Na atualidade, muitos educadores escolares estão sofrendo com a falta de limites demonstrada pelas crianças nas escolas, isso porque os pais estão deixando seus filhos para que as escolas eduquem. A correção deve ser aplicada com amor desde cedo, enquanto a criança está em formação, nessa fase é comum que façam tolices. Mas é nessa época que ainda há esperança. Por isso, o ensino, admoestação, exortação, a presença e o amor se fazem necessários (Pv 19.18 Discipline seu filho, pois nisso há esperança; não queira a morte dele.; 22.15).
O vocacionado em particular deve ter: “os filhos em sujeição, com toda modéstia” (lTm 3.4). Corrigir os filhos é tão importante quanto alimentá-los, a correção traz recompensa no futuro: “Corrige o teu filho, e te dam descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29.17). Essa recompensa também inclui livrar a alma do filho do inferno (Pv 23.13-14).

OBJETIVO
Descrever o perfil que a esposa do líder deve ter;

2. Recomendações à esposa do líder
Nos passos de um homem bom sempre estará uma boa mulher, e, é claro, em todo tempo ao seu lado (Sl 128a). A mulher é peça fundamental no ministério do marido, por isso, ela é uma dádiva de Deus para ajudá-lo. Ela deve, de igual modo, estar consciente de sua responsabilidade nessa missão, pois, como esposa, é parte vital para o sucesso ministerial de seu marido. Na primeira carta a Timóteo 3.11, existem três recomendações que comentaremos a seguir:

2.1. Mulheres respeitáveis em tudo
É preciso compreender que a esposa de um líder nem sempre será líder como ele numa organização (lTm 2.13-15 Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a mulher  será salva dando à luz filhos se elas permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso.). Há casos de mulheres que trabalham em igrejas e são notoriamente mais influentes que seus maridos. Primeiro, porque a elas foi concedido o ministério; segundo, porque alguns maridos não possuem vocação ministerial ou ainda não se converteram. Mas há também líderes que têm esposas que somente os acompanha, porém, por se tratar de ser a esposa de um líder cristão, ela deve ser uma mulher respeitável, digna de consideração, venerável como a Bíblia diz: “a esposa respeite o marido” (Ef 5.33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.), é dessa forma que ela alcançará respeitabilidade em seu lar e igreja. Respeitável significa: “que se dá ao respeito - não dada a falatórios”. Enfim, uma mulher deve ser respeitável em todas as suas relações, e principalmente, em relação ao seu marido.

2.2. Mulheres não maldizentes
Maldizente é aquela que fala mal dos outros, dada a fazer fofocas (lTm 3.13 Os que servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus.). A expressão grega usada por Paulo nesse texto é uma advertência para que as esposas não tenham esse adjetivo “me diabolous”, que pode ser traduzida por: “não caluniadoras”. Isto é, que não atribuam falsamente a alguém determinada coisa. Nesse caso, a vítima passa a ter sua imagem desfigurada e sua reputação comprometida até que se descubra a verdade, que mesmo após ser dita, não será suficiente para reparar os danos causados por uma semente tão maligna. E preciso muito cuidado, pois quando essa “fofoca” parte dos lábios da esposa de um líder, a liderança fica minada e prestes a desmoronar-se.

2.3. Mulheres temperantes e fiéis
Quando se fala de liderança, fala-se de um conjunto. Embora uma mulher não governe completamente com seu esposo, sua harmonia e compreensão para com o ministério de seu marido são imprescindíveis (Ef 5.22 Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor,). Uma pessoa pode amar a outra, mas isso não significa que irá acompanhar na mesma visão. Hoje muitos lares estão sofrendo por causa dessa indiferença, pessoas que se casaram com diferentes visões. Os membros de uma igreja não abraçam um líder solitário e mal resolvido sentimentalmente, afinal que espelho seria ele para as famílias? Mesmo tendo um chamado visível, esse será incompleto pela ausência de um cônjuge. Família é a credencial de um líder.
Uma esposa egoísta ou imatura não terá muita paciência em esperar seu marido atender as pessoas depois do culto ou das sessões de aconselhamento. Uma mulher egoísta desejará o marido só para ela e não terá prazer de compartilhar as visitas, orações e responsabilidades dele. Uma mulher que não entende uma vocação ministerial não deve servir para futura esposa, pois ela será um estorvo no ministério do marido. A esposa de um líder deve estar disposta a suportar aquilo que chamamos de: “as dores do ministério”. Bom seria ver isso antes do casamento.

OBJETIVO
Descrever como deve ser o cuidado dispensado aos filhos.

3. Cuidados com os filhos
Os pais devem ter o objetivo de reproduzir seu próprio comportamento em seus filhos (Gn 5.3). Quando Deus criou a humanidade, criou a sua imagem e semelhança (Gn 1.27), de modo a parecer e pensar como Ele, como também carregar suas características e suas qualidades, agindo como Ele. Do mesmo modo, os pais precisam seguir esses mesmos objetivos, semelhantemente, os filhos devem sentir Deus em seus corações. E, em seu cotidiano, responder ao chamado divino da mesma forma que seus pais.

3.1. Filhos bem disciplinados (lTm 3.4)
Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
Criar filhos sem disciplinas, além de ser uma atitude insana, acarretará em problemas para o futuro. Governar a própria casa não é tarefa fácil. Se de fato desejamos um mundo melhor, devemos criar filhos melhores. Não é comum em nossos dias vermos famílias reunidas à mesa (Sl 128.3 Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa.). Os tempos são outros, os pais trabalham demais para o sustento da família, as mães auxiliam com seus ganhos, e, por isso, quem educa os filhos são as creches e as babás eletrônicas. O resultado é claro, filhos de personalidades mescladas e de difícil comportamento perante os pais. A Bíblia nos ordena ensinar os filhos “no” caminho, isso é tarefa dos pais, não das escolas ou creches. Ela nos diz que se não ensinarmos “no” caminho, eles se desviarão (Pv 22.6). Deus não nos deu filhos para que outros desempenhem nosso papel de pais.
Um líder que enxerga a si mesmo como um pai, deve se sentir no dever de entesourar uma boa herança para seus filhos e netos (2Co 12.14). A satisfação de todo o bom pai é ver seus filhos crescerem e prosperarem em tudo o que fazem. Esse pai se empenha e se esforça para que o filho seja desprendido, e, sem o uso da força, alcance sucesso no futuro, isso porque recebeu de seu pai o alicerce necessário para ir adiante.

3.2. Filhos respeitosos
Seguido da disciplina, deve vir o respeito, que deve ser manifesto mutuamente pelos membros da família, revelando ordem e as coisas peculiares à fé. Ora, temos nas Escrituras dois exemplos muito bons: positivo, os descendentes dos recabitas, filhos de Jonadabe que honravam a palavra do pai (Jr 35.1-10); o exemplo negativo vem de Hofni e Finéias, filhos de Eli que não honravam a palavra do pai, e nem tampouco as coisas sagradas, por isso, eles sofreram severo juízo (ISm 2.12-16; 2.22-25). Temos dois assuntos muito importantes aqui: honra e desonra. Um traz bênçãos e vida fértil, o outro traz punição e morte. Observemos nossa geração! Muitos filhos hoje não completam maior idade morrendo antes do tempo. E por quê? Desobediência ao pai e à mãe. O mandamento diz que respeito é vida, e desonra é morte antecipada (Ef 6.1-3).

3.3. Filhos fiéis (Tt 1.6)
É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes que não sejam acusados de
libertinagem ou de insubmissão.
A versão da Bíblia ARC traduz melhor esse texto, e o faz da seguinte maneira: “que tenha filhos fiéis”. Paulo era homem de visão extraordinária, de ideias amplas, mas sem meios termos. Os filhos deveriam ser fiéis à fé dos pais. Naqueles tempos, quando um chefe de família aceitava uma nova religião, todos da sua casa deveriam acompanhá-lo (At 16.31 Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”.). Todavia, Paulo está impondo uma condição severa, que não era apenas aceitar a religiosidade do chefe da casa, mas que os outros pudessem ser testemunhas de que ali (no caso de Creta) eram filhos verdadeiros e fiéis nos negócios, nas obrigações sociais e na fé cristã.
Tem sido uma tragédia a realidade dos filhos de muitos obreiros em todos os níveis, e principalmente, líderes do círculo de oração. De um lado, tem faltado disciplina aplicada aos filhos, de outro, há extremos exigidos aos filhos como uma postura adulta e impecável, por serem filhos do pastor. Por causa disso, muitos têm deixado a igreja no decorrer dos anos.

Conclusão
Sendo a casa de Deus uma extensão da casa de um líder cristão, sua vida doméstica deve ser inspiradora. Todavia, os pais devem evitar pôr um fardo pesado demais sobre os filhos. Assim eles devem também lutar com muita sabedoria por seus filhos evitando um legalismo intransigente e a possibilidade de afastamento da fé deles. As cobranças que pesam sobre a família e principalmente sobre os filhos do pastor é muito grande e até injusta muitas vezes. Por isso o líder junto com a sua esposa deverão ter um sério equilíbrio nessa questão.

QUESTIONÁRIO

1. Qual a grande ordenança para quem almeja o ministério?
R. Que governe bem a sua própria casa.
2. Quais são principais cuidados a serem demonstrados por um líder em relação ao seu lar?
R. Cuidado espiritual, afetivo e com a disciplina.
3. De que forma a esposa alcançará respeitabilidade na família e igreja?
R. Respeitando o marido.
4. Por que os filhos de nossa geração morrem antes do tempo?
R. Por desonrarem seus pais.
5. Como deve ser aplicada a correção nos filhos?
R. Deve ser aplicada com amor desde cedo.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2014, ano 24 nº 92 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – LIDERANÇA CRISTÃ Conhecendo os segredos da liderança eficaz
Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Maturidade, exigência para líderes cristãos


LIÇÃO 2 – 13 de julho de 2014

Maturidade, exigência para líderes cristãos
escola dominical


TEXTO AUREO

“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja”.lTm 3.1

VERDADE APLICADA

A maturidade e a experiência com Deus são imprescindíveis no ato de liderar.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Deixar claro que tipo de líderes a igreja precisa;
 Demonstrar o perfil essencial dos líderes;
 Apontar três principais aptidões de um líder na igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1Tm 3.2 - Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
1Tm 3.3 - não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
1Tm 3.4 - que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
1Tm 3.5 - (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);
lTm 3.6 - não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
lTm 3.7 - Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta

Introdução
Liderança é uma necessidade para a vida de qualquer grupo ou organização. Tanto as organizações eclesiásticas quanto as seculares clamam por líderes devotos. Não há nenhuma instituição mais poderosa que a Igreja de Cristo na terra (Mt 16.18b ...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.). Ela conta com os maiores recursos existentes, sejam eles materiais ou espirituais. Mesmo assim, carece de liderança espiritual autêntica que faça a diferença no mundo. Vejamos que tipos de líderes ela precisa.

OBJETIVO
 Deixar claro que tipo de líderes a igreja precisa;

1. Pessoas que tenham aspiração
Aspiração é o desejo profundo de atingir uma meta, um sonho, um desígnio. Nenhum sonho de se alcançar uma liderança no campo espiritual e eclesiástico deve ser desestimulado (lTm 3.1 Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.), ao contrário, deve ser visto com cuidado e apontada as duas vertentes: das carências e das exigências, como fez Paulo. Vejamos então algumas:

1.1. Aspiração priorizada
O aspirante a liderança religiosa como qualquer outra, pode ter boas ou más motivações. Há aqueles que desejam liderança por vaidade pessoal, como mero desejo de sucesso e reconhecimento (Fp 1.15 Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente;). Outros gostariam de ostentar um título com suas credenciais, salário, etc. Esse desejo é impuro e como tal precisa ser purificado pelo sangue de Jesus, e pelo fogo da Palavra de Deus. Jesus ensinou o que deve motivar a liderança no Reino de Deus: O desejo sincero de ser servo, e de compartilhar a própria vida (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.). Quando alguém se destaca com tais qualidades podemos deduzir que tal pessoa possui uma autêntica chamada ministerial, para a liderança.
A Igreja precisa de edificadores de almas. Liderar é mentorear; edificar pessoas, e não prédios. O próprio Jesus não deixou nenhuma edificação, como herança, mas discípulos para darem continuidade à Sua missão. Então, o mais importante é encontrar a pessoa que vai substituí-lo e treiná-la. Se tudo o que o líder fez desaparecer quando ele morrer, então a liderança dele foi um fracasso.

1.2. Aspiração resignada
Se alguém deseja servir a Deus como bispo ou pastor, excelente obra almeja (lTm 3.1 Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.). Vemos que o desejo de servir como líder é historicamente incentivado na igreja local. E claro o apreço no N.T. por parte daqueles que têm tal aspiração, todavia, devemos lembrar que, na época em que Paulo escreveu a primeira carta a Timóteo, já havia indícios de uma perseguição generalizada à igreja. Candidatar-se à liderança ministerial era um sério risco pessoal e para a própria família (ICo 7.26-27 Tenho, pois, por bom, por causa da instante necessidade, que é bom para o homem o estar assim. Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher.,32 E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor;). Isso nos deixa claro que, diferente de hoje, na época, desejar ser líder não traria recompensas materiais, nem tampouco projeção, visto que a igreja cristã no mundo pagão era hostilizada e perseguida (At 8.1 E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos.).

1.3. Aspiração inquebrantável
Esse tipo de aspiração traz consigo um desejo ministerial capaz de suportar todo tipo de provação possível. Quem almeja se tornar ministro de Cristo e liderar na obra de Deus, deve suportar os desapontamentos, as frustrações, e os desencantos da chamada (2Tm 3.12 E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.). “Não entre no ministério se puder passar sem ele” foi uma citação de Spurgeon, para depois dizer: “Se alguém neste recinto puder ficar satisfeito sendo redator de jornal, fazendeiro, médico, advogado, senador ou rei, em nome do céu e da terra, siga o seu caminho”. Por outro lado, servir como líder no Reino de Deus, implica em sofrer tribulações (2 Tm 3.11perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.).
Todo aquele que se candidata a líder será observado e provado até finalmente ser aprovado. O preço, na verdade, é bastante elevado para o encargo na liderança eclesiástica. Liderança espiritual tem o preço de resignação em muitos sentidos. O salário não é o que se imagina. Lidar com o ser humano exige paciência, sensibilidade e fé no chamado que se recebe. Assim, somente alguém bem consciente de seu chamado suportará as provações peculiares ao encargo.

OBJETIVO
 Demonstrar o perfil essencial dos líderes;

2. Líderes que tenham caráter
Falaremos agora do significado da liderança espiritual. Uma liderança espiritual é servidora tanto ao Reino de Deus como aos homens, segundo os dons concedidos por Ele (Rm 12.6-8 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.). Todavia essa liderança com esses dons são governados pelo Espírito Santo, visando glorificar a Cristo. Aquele que se submeter ao Espírito será impregnado pelo caráter de Jesus Cristo, chamado de fruto do Espírito, o que veremos a seguir.

2.1. O caráter exigido
Se os homens na terra procuram para serem seus diretores, funcionários com caráter digno de confiança, o que se dirá de Cristo para sua igreja na terra? Com certeza, ele procura homens de caráter sublime, íntegros e que possam inspirar a outros o seguir (2 Tm 2.2 E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.). Os encargos de liderança estão aí à disposição daqueles que provarem que são dignos dele. Se alguém analisar as exigências paulinas (lTm 3.1-14) e, ainda assim, continuar desejando engajar-se no ministério cristão, deverá enquadrar-se nelas. Liderança cristã vai além de estar bem informado, ter formação superior, ser bem relacionado na igreja onde serve, etc. Líder cristão além de possuir essas qualidades deve ser alguém de caráter ilibado e dirigido pelo Espírito, como a Bíblia recomenda (At 6.3Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.).

2.2. Caráter amadurecido
Um neófito não deve servir como líder. Neófito quer dizer recentemente plantado. Logo, está implícito que um novo convertido ainda não teve tempo suficiente para provar o seu caráter e exercitar os seus dons devidamente. Ainda que um novo cristão pareça ter tais qualificações, é precoce e precipitado chegar a essa conclusão. Facilmente um neófito se envaidecerá e, diante de seu narcisismo, sucumbirá e, ainda, no seu orgulho, tornar-se-á estúpido e confuso. A isso Paulo chama de incorrer na condenação do diabo, (lTm 3.6 não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.). Quem pensar que o diabo não passa de doutrina, logo perceberá, na prática, o seu engano ante a realidade das provações e tentações.

2.3. Caráter atestado
Toda liderança cristã deve trabalhar com cuidado e não impor as mãos precipitadamente sobre ninguém (lTm 5.22 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.). Não obstante, alguns líderes no afã de crescimento e sob a pressão de alcançar sucesso imediato, impõem as mãos para sua própria decepção e dão legalidade no mundo espiritual para que os tais perturbem a paz do Reino. É comum esses tais novatos se envolverem em escândalos, abandonando seus precursores, vindo a desejar formar um ministério próprio. Tudo isso sem possuir qualquer experiência. Leva tempo para um caráter assertivo ser reconhecido (Gl 1.18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.;2.1 Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito.). Nesse aspecto da chamada ministerial os candidatos deverão ser pacientes, e até o momento do reconhecimento público, permanecer na vocação que foram chamados.
É triste, mas, em nossos dias, estamos vendo um número incontável de pessoas despreparadas e de dúbio caráter. É muito sério eleger alguém como um líder; está comprovado que o candidato ao ministério ainda precisa passar pelo fogo depurador da experiência com Deus. Um chamado não acontece da noite para o dia. Moisés passou longos anos, e, mesmo sabendo que era o escolhido para a função, quase se perde por sair antes do tempo. Quando Deus o chamou ele já tinha oitenta anos, todavia, tudo foi mais fácil, porque Deus estava com ele, e era chegado seu tempo de agir.

OBJETIVO
 Apontar três principais aptidões de um líder na igreja.

3. Líderes que tenham aptidões
Algumas aptidões são fundamentais para o exercício da liderança cristã (At 6.3Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.). Embora elas sejam também exigidas no campo secular para determinados tipos de liderança, são de igual forma exigidas na igreja. Tais aptidões poderão ser desenvolvidas, exercitadas e amadurecidas ao longo de toda uma vida. Vejamos as principais:

3.1. Aptidão para liderar
Parece imprópria e repetitiva esta exigência, mas a verdade é que nem todos desejam e talvez possuam aptidão para algum tipo de liderança. Por exemplo: algumas pessoas foram chamadas para servir apenas como diáconos (ITm 3.13Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.). Elevar sua função poderá influir tanto em sua vocação, que em vez de destacar-se, irá se anular completamente. Será que alguém sabe que destino tomou Matias, o que havia sido escolhido para ocupar o lugar Judas? (At 1.26 E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos.). Devemos ter cuidado, porque nem sempre a vontade dos homens é a escolha de Deus. Até apóstolos erram! Isso é um sinal para que pensemos melhor antes de impor as mãos sobre alguém.
Aqueles que têm o dom de liderar devem fazê-lo com diligência (Rm 12.8). O contrário de diligência é desleixo e quanto a isso Jeremias escreveu: “maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jr 48.10). Liderar com diligência é o empenho dedicado em atingir metas, é a dedicação solícita em relação aos liderados, própria de um pastor em relação ás suas ovelhas.

3.2. Capacidade para ensinar e doutrinar
Junto à aptidão de liderar é importante que um líder seja apto a ensinar (ITm 3.2capto para ensinar;). Como tal, dependendo do tipo de liderança que exerce e as necessidades apresentadas, deverá ensinar em muitas áreas diferentes da igreja. Por exemplo, ao abrir uma nova frente de trabalho, esse líder precisará ensinar a novos convertidos e a crianças acerca da fé. Numa igreja já estabelecida também, desempenhará muitos papéis no ensino, como também num culto doutrinário, escola dominical, curso para obreiros, seminário, etc. Não existe evangelho genuíno sem ensino bíblico (Mt 28.20a ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;), e quanto a este se deve convergir todas as energias por causa dos falsos ensinos e ensinadores que a Bíblia nos adverte (ITm 4.1-2 Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,).

3.3. Habilidade para disciplinar
Intimamente ligado ao ensino, está o ato de disciplinar. Na verdade, disciplinar é uma forma de ensinar, mas também de colocar ordem (Tt 1.5 Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:) Contudo, o ato de disciplinar quando se faz necessário é uma forma de amar, ainda que quem esteja sob a vara da disciplina não goste (Hb l2.10-11 Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.). Em toda e qualquer organização a disciplina é imprescindível (lTs 5.14 Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes para com todos.). Mas disciplina deve ser sempre motivada pela verdade, misericórdia e autovigilância (Gl 6.1 Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.). Observe que Paulo escreve a Timóteo no tocante ao assunto nos seguintes termos: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (ITm 5.1-2).
A verdadeira disciplina não é nem desagradável nem cruel. É uma questão de amor - amor a Deus, amor à santidade, amor à verdade, amor ao testemunho de Cristo na igreja, amor aos irmãos, e amor aos não salvos que estão observando o testemunho da Igreja e que podem tropeçar e serem ofendidos e, portanto, não serem salvos se o pecado não for disciplinado. “Enquanto as igrejas falharem em preservar uma membresia pura, e se recusarem a purificar os pequenos pedaços de fermentos óbvios, haverá pouca esperança para qualquer melhoria na condição das igrejas, e boas razões para esperar que as igrejas se movam no sentido oposto”.

Conclusão
A autêntica liderança espiritual é a que fará diferença onde for desenvolvida. Para que isso aconteça, é necessário respeitar o desejo daqueles que aspiram ao ministério, orientando e encaminhando-lhes ao treinamento. A preparação, nesse sentido, deve acontecer, até que, finalmente, cheguem ao pleno exercício da função. Na verdade, muitos são ocultamente por Deus.

QUESTIONÁRIO

1. De acordo com Fp 1.15 qual é a forma incorreta de se desejar a liderança?
R. Por vaidade pessoal, como mero desejo de sucesso e reconhecimento.
2. Como se define a Aspiração inabalável?
R. Um desejo ministerial capaz de suportar todo tipo de provação.
3. Que tipo de risco corre quem ousa a candidatar-se a liderança?
R. Um sério risco pessoal e para a própria família, (ICo7.26-27,32).
4. De acordo com 2Tm 2.2qual é o perfil do homem confiável para liderança?
R. Homens de caráter sublime, íntegro e que possa inspirar a outros o seguir.
5. O quê está Intimamente ligado ao ensino?
R. O ato de disciplinar.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2014, ano 24 nº 92 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor –LIDERANÇA CRISTÃ Conhecendo os segredos da liderança eficaz.
Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira