Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Saul e Davi, dois reis e dois caminhos diferentes


LIÇÃO 5 – 03 de novembro de 2013 

Saul e Davi, dois reis e dois caminhos diferentes
Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira


TEXTO AUREO

“E temia Saul a Davi, porque o Senhor era com ele e se tinha retirado de Saul”. ISm 18.12

VERDADE APLICADA

Os maiores gigantes, que enfrentamos na caminhada cristã, não estão à nossa frente nos desafiando. Eles estão nos recantos mais escuros da alma humana.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Ensinar que nossas atitudes e concessões são responsáveis por nosso fracasso ou sucesso;
 Tornar compreensível que Deus tem um tempo para executar sua obra em nossas vidas;
 Mostrar que perdoar o inimigo, em vez de vingar-se, revela o quanto nossa mente está governada por Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 18.7 - E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares.
ISm 18.8 - Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino?
ISm 18.10 - E aconteceu no outro dia, que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tocava a harpa com a sua mão, como nos outros dias; Saul, porém, tinha na mão uma lança.
ISm 18.11 - E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes.


Introdução
A vida está repleta de degraus. Alguns precisamos subir, outros somos obrigados a descer, não porque desejamos, mas porque somos impulsionados pelas circunstâncias. Em cada um deles, aprendemos lições com as quais a vida se torna mais clara, mais preciosa, e com mais sentido. Por que Davi não foi governar se já era o rei de Israel? Por que teve de submeter-se a Saul, um homem sanguinário, que, em vez de ser seu modelo e mentor, quase põe fim a sua vida? Talvez o maior gigante que Davi devesse enfrentar não fosse Golias ou Saul, talvez fosse ele mesmo.

OBJETIVO
 Ensinar que nossas atitudes e concessões são responsáveis por nosso fracasso ou sucesso;

1. Saul, um rei segundo seu próprio coração
As flechas atiradas por Saul indicavam que a convivência no palácio não era mais possível. Deus usou um momento para fazer de Davi um herói nacional, e os lábios do povo para torná-lo em vilão. Em pouco tempo, Davi viu todos os alicerces de sua vida sucumbirem. A inveja de Saul se agravou, e sua vida corria perigo. Davi enfrentou uma família incompreensiva, um leão, um urso, um gigante, e agora, Deus o prepara para viver o pior momento de sua vida, a injustiça de alguém a quem era leal.

1.1. Saul, reprovado pela impaciência
Deve ter sido muito triste para Saul ouvir a reprovação de seu reinado por parte do próprio profeta que o ungiu em nome do Senhor. Saul não esperou, agiu prematuramente quando ofereceu holocausto em lugar de Samuel. Samuel o chamou de tolo e disse que seu reino seria confirmado naquele dia. Por questões de segundos, Saul perdeu para sempre seu reinado. O profeta lhe diz que o Senhor já havia encontrado um substituto para o reino por causa de sua inconstância (SI 89.20: At 13.22; Tg 1.5-8). Enquanto Davi sabia viver com a unção como se nada tivesse, Saul sempre queria o prestígio do povo. Ele aprendeu a dura lição de que agir por vontade própria frustra o propósito de Deus, e põe em movimento pedras que jamais poderão ser retiradas de nossos caminhos. Muitas vezes, pensamos que Deus é vagaroso, esquecido, ou que está atrasado em relação ao tempo marcado. Não sejamos como Saul, Deus sabe o momento certo para agir (ISm 13.8-14).
Havia uma diferença grandiosa entre Saul e Davi. No momento em que se viu acossado pela crise, Saul passou a agir como se nunca tivesse conhecido a Deus. Já Davi, ao ser perseguido, em vez de se queixar contra Deus, dizia: “Deus sabe que eu mereço isso”, e, quando teve que se esconder numa caverna, também dizia: “Ficarei aqui até saber o que Deus há de fazer de mim". Davi associava todos os eventos de sua vida a uma atuação divina. A vida de Saul foi marcada por uma série de coisas erradas, que. por fim, levaram-no à morte. Saul chutou a graça, abandonou uma carreira preciosa, simplesmente porque tomava decisões erradas, uma atrás da outra.

1.2. Saul, reprovado pela obediência parcial.
Quando Deus manda que nos livremos de alguma coisa, é porque conhece muito bem os males que pode nos causar futuramente. Com Saul não foi diferente. Muitos anos haviam-se passado entre a reprovação de Saul e este episódio. O reino havia-se fortalecido e prosperado, e parecia que a sentença proferida por Samuel havia sido esquecida. Amaleque foi mais um ponto negativo na vida Saul. Suas ordens eram simples. “Exterminar todos os amalequitas, inclusive os animais” (ISm 15.1-3). Mas Saul cumpriu apenas meia ordem e, por vontade própria, perdoou ao rei Agague e ao melhor do seu gado (At 5.29; Hb 11.8). Depois, tentou maquiar a situação, simulando que as ovelhas eram para sacrificar ao Senhor, o que trouxe tristeza ao coração de Deus por tê-lo ungido rei em Israel (ISm 15.9-15). No primeiro deslize, Saul ouviu que fora reprovado, agora ouve que foi rejeitado, e que seu reino foi rasgado, e dado a alguém melhor que ele (ISm 15.26-28). A triste ironia é que foi justamente um amalequita que afirmou tê-lo matado no campo de Gilboa (2Sm 1.10). Se pouparmos o que Deus nos mandou destruir, isso pode, depois, destruir-nos.

1.3. Saul, reprovado por erguer um monumento a si mesmo (ISm 15.12)
Enquanto Davi objetivou construir um monumento ao Deus Altíssimo, e esse monumento era o templo, Saul levantou para si um monumento. Essa ação retrata perfeitamente quem era Saul. Uma pessoa que pensava apenas em seu prestígio diante das pessoas e nação. Ele não sabia que líderes são substituíveis, que líderes passam, mas a visão segue avante. O maior erro de um líder é se achar dono de um povo e de uma posição, é não compreender que unção recebida para ser líder não é para benefício próprio, para enriquecer ou tornar-se dono da casa de Deus (Jo 10.11; 1 Pe 5.2-4).
O pecado da obediência parcial nos revela alguns pontos importantes. Saul foi à guerra, matou todos os amalequitas e incendiou a cidade deles, faltou apenas um detalhe, arrasar tudo. Não cabia a Saul decidir o que iria e o que não iria fazer. Deus não lhe pedira que fizesse uma avaliação pessoal do serviço, nem uma reinterpretação própria das ordens dEle. Pedira que obedecesse. Deus chamou essa obediência parcial de “rebelião”. Sul havia distorcido a Palavra de Deus, para benefício próprio, encaixando-a em suas ideias.

OBJETIVO
 Tornar compreensível que Deus tem um tempo para executar sua obra em nossas vidas;

2. Davi e as lições do palácio
Conduzir Davi para o palácio e fazê-lo servo de Saul era um propósito divino para temperar o caráter do futuro rei de Israel. Davi começou como pastor; tornou-se um herói matador de gigantes; foi transformado em músico; foi nomeado comandante dos exércitos, e depois fugitivo, mentiroso, maluco e foragido. Ele, por muitas vezes, teve Saul em suas mãos, mas jamais interpretou Saul como uma desgraça, e sim, como um ungido do Senhor. Em todos esses pontos Deus lhe ensinava como agir e tornar-se sensível. Que seminário notável Deus utilizou na vida do seu ungido.

2.1. Servir e reinar
O que mais nos intriga em Deus também nos maravilha. Ele sempre sabe o que faz, e, por mais absurdo que pareça, suas lições são sempre inspiradoras. Davi é rei, mas não reina, não senta no trono, não governa. Todavia, é levado ao palácio para tocar e para acalmar Saul das investidas do espírito maligno que o próprio Senhor enviou. Ou seja, Deus levou Davi ao palácio para ser provado (Tg 1.12) e não há outra maneira de se explicar esse momento da vida de Davi (ISm 16.15). Do mesmo modo que Deus colocou Samuel para crescer ao lado do reprovado sacerdote Eli para substituí-lo quando crescesse, o fez com Saul. Nesse período Davi aprendeu que a unção é para reinar, mas o princípio é servir.

2.2. Ser como se não fosse
A vontade de Deus era que Davi reinasse e não Saul. Mas Davi é ungido e volta para as ovelhas como se nada tivesse acontecido. Então, através do problema espiritual da vida de Saul, Deus criou um meio para que Davi se familiarizasse com o palácio, convivesse ao lado de um rei, aprendesse passo a passo os caminhos reais, para que, depois, viesse a ser coroado. Davi correspondeu bem e viveu em simplicidade em cada fase de sua vida. Ele foi capaz de submeter-se a Saul e ver o trono sem cobiçá-lo mesmo sabendo que já era seu por eleição. Nesse período, Davi aprendeu que Deus tem um tempo para executar todo seu intento em nossas vidas.

2.3. Reinando sem título
Muitas vezes nos perguntamos: por que Deus nos prova tanto? Será que tentamos imaginar como eram os pensamentos de Davi? Ele talvez se perguntasse por que havia recebido aquela unção. Será que já tentamos imaginar o que era para Davi estar diante de Saul calado, sem poder jamais dizer que era o sucessor de seu trono? Se Saul queria o matar, porque era bem sucedido nas batalhas, e porque conquistava a nação com seus sucessos; como seria se soubesse que Deus o reprovara para dar seu trono ao menino que tocava para acalmá-lo? Saul era invejoso, covarde, inescrupuloso e falso. Davi era gentil, dócil e capaz de grandes proezas, seu segredo estava na raiz do coração. O que Davi aprendeu nesse outro estágio? Que o título não faz o rei, mas o rei faz o título. Não era preciso ser nomeado a nada para ser o que era. Que lição! Hoje os títulos valem mais que o caráter - não ter títulos é não ser ninguém - que falta faz a unção (SI 24.3,4). Saul era o rei, mas Davi governava claramente, porque Deus era com ele.
Davi soube administrar, sem cobiça, cada momento de sua vida. Observando Saul, ele aprendeu como um rei deve ou não proceder. Sua vida sofreu muitas escalas até que estivesse pronto para assumir a coroa. Ele soube ser pastor, soube conviver com a fama de herói de forma natural, e quando foi levado ao palácio soube esperar o tempo de Deus, sabia que estaria ali para apenas tocar e não para reinar. Soube viver em comunhão com Saul, soube abandonar a harpa e guerrear com exércitos, e soube ser fiel a Saul mesmo sendo injustiçado. A cada dia. Deus acrescentava a Davi as qualidades do rei que o povo necessitava. Seus salmos apresentam as inúmeras tristezas que viveu, no entanto não são queixas, mas orações sempre dirigidas Deus. Deus era seu refúgio, seu escudo, e sua fortaleza, seu socorro na hora da angústia.

OBJETIVO
 Mostrar que perdoar o inimigo, em vez de vingar-se, revela o quanto nossa mente está governada por Deus.

3. A maneira correta de enfrentar crises e perseguições
Se existir um Davi, deverá surgir um Saul. Este será a ferramenta que Deus usará para polir, dar qualidade, e aperfeiçoar o ungido para que utilize bem a unção. Os perseguidores trazem consigo uma revelação da parte de Deus para nós. Saul tinha um espírito maligno que o inspirava a destruir o futuro rei, Davi tinha Jonatas que lhe dava as coordenadas dos ataques de Saul e intercedia por ele quando necessário. Nós também temos quem intercede por nós e nos avisa, instrui-nos, e nos repassa suas armas.

3.1.  Davi não enfrentou Saul, recorreu a Deus
O ciúme, o ódio, e o desenfreado desejo de Saul em exterminar Davi, trouxeram ao jovem pastor muitos momentos de tristeza e melancolia, mas jamais uma revanche. Quando Saul estava na caverna, Davi poderia resolver a questão, mas não o fez. Ele enfrentou Saul como enfrentou Golias, colocando-se diante de Deus. Quando os soldados o instigaram a matar Saul, veja o que disse Davi: “Que o Senhor me livre de fazer tal coisa a meu senhor, de erguer a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” (ISm 24.6).    Depois reiterou sua convicção (ISm 24.10). Embora Saul fosse um crápula, em sua mente, Davi não via Saul como inimigo, mas como o ungido. Enquanto Saul o queria matar, Davi poupava sua vida. Davi, assim, revelou o que é uma mente cheia de Deus.
No fundo da caverna, os homens de Davi não podiam acreditar no que seu líder fez. Contudo, seus sentimentos não refletiam os de seus homens. Davi sentiu bater-lhe o coração de remorso par ter cortado uma ponta do manto de Saul (ISm 24.5.6).    Perdão não é loucura. Perdão é, em sua essência, optar por ver o ofensor com olhos diferentes. Perdoar é seguir em frente, não pensar mais na ofensa, é ver nossos inimigos como filhos de Deus e a vingança como algo que cabe somente a Ele e não a nós.

3.2. A atitude de Davi faz Saul reconhecer sua insanidade
Um simples golpe da espada acabaria com o sofrimento de Davi e colocaria um fim em toda tirania de Saul. Davi não teria mais de viver como fugitivo, finalmente reinaria. Mas Davi faz sinal para que seus homens se contivessem; Saul reconhece que Davi o poupou e confessa: “eis que procedi loucamente, e errei grandissimamente” (ISm 26.21b). Louco: essa palavra descreve muito bem quem foi Saul; um homem que foi ungido, teve o favor do Senhor a seu lado, mas viveu como se Deus nunca existisse. Saul ignorou Samuel, perseguiu Davi, maltratou Jônatas, prejudicou a nação e a si próprio. Seu final poderia ter sido muito diferente (SI 107.17). Descrevendo a loucura de Saul, John Sidlow Baxter faz a seguinte afirmação: “o homem procede como louco quando tenta persuadir a si mesmo de que está fazendo a vontade de Deus... Quando tenta esconder a sua desobediência diante de Deus com desculpas religiosas... Quando conscientemente luta contra Deus para salvar as aparências”.

3.3. Dois reis, dois caminhos diferentes
Saul e Davi receberam privilégios iguais, as mesmas oportunidades; ambos receberam as bênçãos grandiosas da parte do Senhor. Porém, tiveram destinos diferentes (Js 1.7). Um deles alcançou as alturas, recebeu honras jamais igualadas, enquanto o outro agiu insensatamente e caiu nos abismos do esquecimento. O que determinou a diferença no destino final desses dois homens foram suas decisões (SI 25.12; 119.30). Não foi o ambiente em que viveram. Não foram seus pais, nem a criação que tiveram. Foram as decisões que fizeram em momentos críticos. Cuidemos para que as nossas decisões não abortem a carreira que Deus nos proporcionou.

Conclusão
Existe um estudo de contrastes muito interessante entre a morte de Saul e a elevação de Davi ao trono de Israel. A morte de Saul trouxe uma impressão de triunfo para os inimigos, que desfilaram com sua cabeça como se fora um troféu. Quando tudo parecia terminado, surge Davi, o rei escolhido de Deus. Esse fato contrasta com Jesus, que, na cruz, parecia derrotado, mas a morte revelou o messias, a esperança da humanidade. O que era humano cedeu lugar ao que era divino. Assim, também, Saul representa o que é humano, carnal e falho. Como a velha aliança.

QUESTIONÁRIO

1. Quais os três pontos principais da reprovação de Saul?
R. A impaciência, a obediência parcial, e um monumento a si próprio.
2. Por que Saul foi rejeitado por Deus?
R. Porque agiu por vontade própria, cumprindo apenas meia ordem (ISm 15. 1-28).
3. Por que Davi foi levado ao palácio?
R. Para aprender e ter seu caráter temperado por Deus.
4. De que maneira Davi interpretava Saul em sua mente?
R. Como um ungido do Senhor.
5. Em que se contrastam a morte de Saul e a ascensão de Davi?
R. A morte e ressurreição de Cristo.


REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Inauguração de nosso Templo foi benção pura!






















Lição 4 - Davi e Jônatas, amigos para sempre

LIÇÃO 4 – 27 de outubro de 2013 

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

Davi e Jônatas, amigos para sempre

TEXTO AUREO

“Em todo o tempo ama o amigo; e na hora da angústia nasce o irmão”.  Pv 17.17

VERDADE APLICADA

Confiança e transparência são o material com o qual as verdadeiras amizades são construídas.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que a amizade de Davi e Jônatas é uma grande lição de amor para nossos dias;
 Ensinar que Jônatas era um grande amigo e encorajador para Davi;
 Apresentar Jônatas como uma figura tipológica do próprio Jesus Cristo por suas ações.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 18.1 - E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.
ISm 18.2 - E Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai.
ISm 18.3 - E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.
ISm 18.4 - E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.

Introdução
A amizade entre Davi e Jônatas nos apresenta pelo menos três grandes coisas: uma grande lição de amor para os nossos dias; que amigos da extirpe de Jônatas são encorajadores; e no sentido espiritual, Jônatas aparece como uma figura tipológica do próprio Jesus Cristo (Amigo) por suas ações, cuidados e renúncias.

OBJETIVO
 Mostrar que a amizade de Davi e Jônatas é uma grande lição de amor para nossos dias;

1. A amizade de Davi e Jônatas
Analisando o contexto social da época em que Davi e Jônatas se conheceram vemos que a atitude de Jônatas para com Davi foi algo admirável (1 Sm 18.1,3,4).

1.1. Uma amizade surpreendente
Jônatas selou o compromisso de amizade com um ato de gentileza que, em algumas partes do mundo, ainda é considerado como a maior honra que um ser humano pode conceder a outro. Pois, sendo ele um príncipe, vestiu Davi com suas próprias vestes (1 Sm 18.4). À luz do contexto histórico, a troca da armadura e das vestes foi uma maneira de consagrar uma nova relação. Tendo em consideração o que significava a diferença de classes sociais nesse tempo, quando o filho de um rei dava presentes a um jovem campesino, isto além de ser pouco usual, era raro naqueles dias.

1.2. Jônatas sempre foi capaz de renunciar a si mesmo
Dizem que alguns amigos são como a nossa sombra, eles somente aparecem quando o sol está brilhando em nossas vidas. Jônatas era diferente. Não era um amigo de tempos festivos, mas tornou-se um defensor leal de Davi perante os outros. Se alguém falasse mal de Davi perante Jônatas, saberia o que é um amigo fiel. Até mesmo diante de Saul, Jônatas falou bem de Davi. Saul resolveu ser inimigo de Davi, mas ele não, só defendeu o amigo, como também censurou o próprio pai (ISm 19.4,5 Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: “Que o rei não faça mal a seu servo Davi; ele não lhe fez mal nenhum. Ao contrário, o que ele fez trouxe grandes benefícios ao rei. Ele arriscou a vida quando matou o filisteu. O SENHOR trouxe grande vitória para todo o Israel; tu mesmo viste tudo e ficaste contente. Por que, então, farias mal a um inocente como Davi, matando-o sem motivo?”). Em Jônatas, não havia espaço para invejas ou ciúmes. Ele era o filho do rei, poderia ter desejado o prestígio que o povo dava a Davi. Mas não. Ele foi capaz de renunciar ao trono de Israel e aceitar ser o vice de Davi, Jônatas sabia que seu amigo seria o futuro daquela nação (ISm 23.17 “Não tenha medo”, disse ele, “meu pai não porá as mãos em você. Você será rei de Israel, e eu lhe serei o segundo em comando. Até meu pai sabe disso.”). Será que encontraríamos um amigo assim, que nos dá o primeiro lugar que é dele, e ainda aceita ficar como o segundo?

1.3. Jônatas era uma fonte de encorajamento
Enquanto Saul procurava Davi para tirar-lhe a vida, Davi buscou esconder-se no deserto de Zife (1 Sm 23.15). O separado por Deus estava naquele momento no ponto mais baixo de sua vida, ele estava vulnerável, solitário, e sem qualquer perspectiva de vida. Foi nessa hora que Jônatas, seu grande amigo, apareceu para fortalecer-lhe no Senhor (ISm 23.16 E Jônatas, filho de Saul, foi falar com ele, em Horesa, e o ajudou a encontrar forças em Deus.). Jônatas é aquela pessoa que aparece quando tudo está péssimo e fora de controle. Ele deixou o palácio e foi para o deserto confortar o amigo que estava com problemas. Não são poucas as vezes que nossas ocupações e afazeres nos impedem de levar uma palavra de vida a um amigo, que necessita apenas de uma palavra de ânimo como: “isso vai passar, Deus vai honrar sua fidelidade, vamos conversar, abra seu coração, eu estou aqui, conte comigo, meu amigo.” Amigos, quem é que não precisa deles? Até Jesus passou por momentos de solidão e desespero. Os grandes amigos agem como Jônatas, eles fortalecem nossa confiança em Deus.
Com certeza, jamais agradaremos a todas as pessoas. Iremos conviver com aqueles que nos amam e com aqueles que nos odeiam. Em nada, somos diferentes de Jesus. Mas uma coisa precisamos compreender. Deus sempre colocará, ao nosso lado, pessoas que realmente nos amam, e precisamos ter a sensibilidade de corresponder-lhes, de sermos leais a elas, de ajudá-las, e de jamais esquecer-lhes.

OBJETIVO
 Ensinar que Jônatas era um grande amigo e encorajador para Davi;

2. O que Davi encontrou em Jônatas
Quando se trata do assunto família na vida de Davi, as coisas se tomam muito complicadas. Nós só ouvimos falai’ de sua família quando ele é ungido, quando é ignorado por Eliabe antes de enfrentar Golias, e quando está na caverna de Adulão. Parece que Davi só tinha mesmo Deus e Jônatas para conversai'. Davi foi excelente, mas foi homem de poucos amigos. Todavia, em Jônatas, ele encontrou alguém capaz de dividir um ombro e amparar suas lágrimas.

2.1. Davi encontrou em Jônatas a liberdade de ser ele mesmo
Observe esse momento relatado na Bíblia: “Então, Jônatas deu as suas armas ao moço que trazia e disse-lhe: Anda e leva-as à cidade. E, indo-se o moço, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro e choraram juntos, até que Davi chorou muito mais.” (ISm 20.40-41). Davi é uma figura tipológica de Cristo (Rei), e Jônatas aparece como aquele anjo que veio para confortá-lo quando estava no Getsêmani (Lc 22.41-44). Jesus tinha doze discípulos, tinha Lázaro e suas irmãs como amigos, e tinha família. Mas teve que enfrentar a solidão de não haver ninguém para confortá-lo nos momentos de grandes provações. Jesus teve um anjo para confortá-lo, Davi também. É muito confortante saber que temos alguém com quem podemo-nos abrir, chorai’ e dividir nossas dores. Em um mundo de tantas desconfianças e de tanto desamor, quem tem amigos tem muito mais do que conforto, tem um tesouro.
Quando foi a última vez que você encontrou um amigo capaz de chorar com você? Alguém que não fosse como os amigos de Jó, que, vendo seu sofrimento, não dissessem que você está em pecado. Alguém que realmente lhe veja apenas como amigo, que esteja disposto a não lhe confrontar na hora da miséria, que lhe fortaleça com palavras dóceis, que seja capaz de ouvir-lhe e não ficar tentando descobrir por que seu coração está sangrando. Quem tem amigos como Jônatas pode até chorar, mas não chora sozinho. Amigos verdadeiros não dividem apenas sorrisos e momentos bons. Choram juntos.

2.2. Davi encontrou em Jônatas o que nunca encontrara em casa
Se fizermos uma análise real da vida de Davi, veremos que sua maior alegria era ficar com as ovelhas, pois ali era alguém, sentia-se importante e tinha companhia. Já observamos que, logo após ser ungido rei de Israel, ele voltou para seus amigos (suas ovelhas), ele não comemorou com seus irmãos nem com seu pai. Davi sempre serviu e sempre foi importante para as pessoas pelo que fazia e não pela pessoa que era. Todavia, em Jônatas, ele encontrou alguém que realmente se importava com sua pessoa, com seu bem estar, com seu futuro. Para Jônatas, Davi era o complemento da alma (Sm 18.1). E Jônatas, por outro lado, também não era uma pessoa completa, tanto é que jamais desejou ser rei, pois não via, em seu pai, nada que lhe causasse admiração, ou motivação. Os dois não somente eram amigos porque se amavam, mas, porque também tinham tudo em comum: suas famílias.
E muito triste quando os de fora desempenham um papel melhor que nossos familiares, quando nos sentimos melhor fora de casa do que dentro dela. Davi nunca sentiu saudade de casa, mesmo sofrendo o que sofreu. Nosso lar nos chama para responsabilidades. É tempo de mudanças.

2.3. Davi encontrou em Jônatas mais que o amor das mulheres
Vejamos essa declaração feita por Davi, ao ver que Jônatas, seu fiel amigo, estava morto. “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres” (2Sm 1.26). Nesse cântico, Davi esquece tudo o que sofreu; seu amor se recusa a levar em conta tudo que era agradável e belo em seu rei. E, para Jônatas, há um verso especial (2Sm 1. 17-27). Para os hereges, que deturpam tal amizade, insinuando que havia um caso de amor entre Davi e Jônatas, vale a pena recordai’ essa primeira frase: “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras!”. Esses infelizes jamais souberam o que significa uma amizade verdadeira. Jônatas era especial. Mical, esposa de Davi não lhe compreendia, parece que o único diálogo que houve entre eles aconteceu no dia da despedida, e, quando Davi se vai, ela se casa com outro (ISm 19.10-13; 25.44). Mical teve a madre cerrada, porque criticou a adoração de Davi e o desprezou em seu coração (2Sm 6.16,20-23). Davi encontrou em Jônatas o que sua mulher jamais soube lhe dar. “Amizade, companheirismo, liberdade de expressão, e proteção”. Que Deus repreenda o espírito de Mical!

OBJETIVO
 Apresentar Jônatas como uma figura tipológica do próprio Jesus Cristo por suas ações.

3. Amizade, um presente dado por Deus
Davi não ficou somente na amizade de Jônatas, ele era de gentil presença, e conquistava as pessoas (ISm 16.18b). Quando fugia de Saul, fez amigos em uma caverna, que, mais tarde, se tornaram seus homens de confiança. Fugindo de Absalão, andou errante pela terra dos filisteus, e seus novos amigos o seguiram. Davi teve muitos amigos, mas nenhum deles foi semelhante a Jônatas. Teremos amigos em várias escalas, mas poucos serão os que marcarão nossas vidas como Jônatas marcou a de Davi. Vejamos o que é ser amigo.

3.1. Os verdadeiros amigos nascem nos momentos de angústia
Por que será que, nas horas em que mais precisamos dos amigos, não podemos com eles contar? Essa é uma pergunta milenar. Mas que não se aplica a Davi e Jônatas. Provérbio 17.17 nos diz que esse “amigo irmão” nasce na hora da angústia, e foi nos piores momentos da vida de Davi que Jônatas sempre esteve presente. Quando Davi pranteia sua morte não chama de amigo, mas de irmão, o que significa que aquela amizade havia crescido e se enraizado em ambos os corações (2Sm 1.26). Em seu livro, Max Lucado descreve assim essa amizade: “A mão do Tecelão Mestre tomou seu coração e o de Davi e fez uma emenda entre eles”. Como se dois corações fossem dois tecidos, Deus os “costura e junta com um fio”. De tão entrelaçados que estão, quando um é deslocado, o outro percebe. Amigos sentem quando não estamos bem, vêm ao nosso encontro e sempre estão prontos a gastar horas com nossos problemas. A propósito: Você tem amigos? Você é amigo?

3.2. Os amigos são como luzeiros para nossa escuridão
O escritor F. B. Meyer faz a seguinte afirmação quanto a Jônatas. “Jônatas é um dos mais nobres tipos humanos apresentados nas biografias da Escritura. Tanto na sua vida particular quanto na pública, ele brilhou como uma estrela num céu escuro. Davi disse que ele era “querido e amável”. Jônatas tinha uma clara previsão da futura grandeza de Davi, mas nunca deixou entrever qualquer sentimento de rivalidade. Ele amava seu amigo mais do que a si próprio, tanto que, na verdade, para Jônatas, era melhor ver Davi coroado e exaltado do que ele próprio ascender ao trono. O amor expulsa o ciúme. Essa amizade era ideal; e só nos cabe pedir que possamos perceber alguma coisa da sua beleza e conhecer o amor de Cristo assim dessa maneira (ISm 20.1-16).

3.3. O amor de Jônatas por Davi é comparado ao amor de Deus por nós
Jônatas troca as vestes de pastor, de Davi por seu próprio manto de púrpura: o manto de um príncipe. Ele dá sua espada de presente para Davi. Ele, efetivamente, coroa o jovem Davi. O herdeiro do trono entrega seu trono. E, depois, ele protege Davi. Quando fica sabendo dos planos de Saul, Jônatas avisa seu novo amigo. Quando Saul vem em busca de Davi, Jônatas o esconde. Ele normalmente lhe dá avisos como este: “Meu pai está procurando uma oportunidade para matá-lo. Tenha cuidado amanhã cedo. Vá para um esconderijo e fique por lá” (lSm l9.2). Jônatas faz uma promessa a Davi e dá-lhe roupas e proteção. Davi encontrou um amigo no filho daquele a quem era seu inimigo. Essa é a nossa história, e Jônatas é um belo tipo de nosso Salvador.

Conclusão
Como é bom ter um amigo como Jônatas. Um amigo e confidente que o protege, que não procura nada senão o seu bem, que não quer nada senão a sua felicidade. Um aliado que o permite ser quem você é. Deus deu a Davi esse amigo. Ele deu um pra nós também. Davi encontrou um companheiro em um príncipe de Israel; nós podemos encontrar um amigo no Rei de Israel, Jesus Cristo. “Ele sempre estará ao nosso lado” (Mt 28.20).

QUESTIONÁRIO

1. O que aconteceu quando Davi e Jônatas se avistaram pela primeira vez?
R. “A alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi”
2. Que atitude teve Jônatas com Davi que nos recorda a Cristo? R. Se despiu de suas vestes reais.
3. Por que motivo Jônatas aparece na vida de Davi?
R. Para fortalecê-lo nos momentos de angústia e solidão.
4. Foi Deus quem uniu Davi e Jônatas, mas o que possuíam em comum para se apegarem tanto?
R. Suas famílias.
5. Segundo a Bíblia, quando nascem os verdadeiros amigos?
R. Nos momentos de angústia.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus