Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quando Deus diz não

LIÇÃO 12 – 22 de dezembro de 2013
Quando Deus diz não
TEXTO AUREO

“Vai, e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ás tu uma casa para minha habitação?” 2 Sm 7.5

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

VERDADE APLICADA

Os planos e propósitos divinos estão sempre acima dos nossos, um “não” de Deus pode representar o melhor para nós.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Ensinar que, mesmo tendo boas intenções, a vontade de Deus sempre será melhor para nós;
 Mostrar que o “não” de Deus sempre vem acompanhado de bênçãos futuras para nossas vidas;
 Explicar que Davi não pode construir o templo, mas ajudou seu filho na realização.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

lCr 28.2 - E pôs-se o rei Davi em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos meus, e povo meu; em meu coração propus eu edificar uma casa de repouso para a arca da aliança do Senhor e para o estrado dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar.
lCr 28.3 - Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste muito sangue.
lCr 28.4 - E o Senhor Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por soberano, e a casa de meu pai na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer reinar sobre todo o Israel.


Introdução
Davi está velho, cansado, e ainda com sonhos. São os momentos finais de sua vida antes de passar a seu filho Salomão o trono de Israel, o qual governou segundo o intento do Senhor como a nenhum outro depois dele. Então, Davi congrega o povo e faz um importante anúncio: de que apesar de querer construir o Templo, Deus não permite. Mas caberá a seu filho Salomão a responsabilidade da construção. Vejamos como aconteceu:

OBJETIVO
 Ensinar que, mesmo tendo boas intenções, a vontade de Deus sempre será melhor para nós;

1. Desejos e frustrações
Davi reuniu seus principais guerreiros, seus soldados valentes, governadores de todas as províncias, e relatou publicamente o propósito que havia em seu coração. Mas Deus negou seu pedido. Nesta lição, vamos observar como Davi conviveu com um pedido negado, e qual atitude tomou após ouvir um “não” da parte de Deus.

1.1. Os planos de Davi
O que fazer quando temos uma boa intenção, temos como realizar, temos maturidade, tempo para fazer, mas Deus simplesmente acende um farol vermelho e nos diz: “Você não, não chamei você para isso”. Esse era um tempo em que Deus havia dado descanso a Davi de todos os seus inimigos. Ele estava em paz na sua casa, e a nação prosperava. Não havia guerras nem gigantes por perto (2Sm 7.1). Foi nesse período, que Davi refletiu, propôs em seu coração, fez planos para Deus, mas o Senhor lhe respondeu com um simples “não”. Davi não tinha uma ambição egoísta, não queria engrandecer seu nome, queria apenas edificar um templo ao Senhor. Era um sonho nobre, mas não era o desejo de Deus, e ele teve que se contentar em apenas ter desejado e nada mais.
O que aconteceu a Davi acontece com muitos servos de Deus. Muitas vezes no silêncio de nosso quarto, ou na hora da meditação, um objetivo novo surge, e acreditamos que essa é a direção que devemos tomar. Mas precisamos compreender que algumas vezes essa vontade vem da parte de Deus; outras vezes não. Quando elas procedem de Deus, irão, com certeza, realizar-se em nossas vidas. Mas, quando não, ficarão apenas em nossas lembranças. Amigos podem até surgir, como Natã, e nos incentivar, mas, de certo, irá prevalecer a vontade de Deus (2Sm 7.3-5).

1.2. Esclarecendo os limites
A princípio, Natã havia dado incentivo a Davi em seu intento de coração, mas naquela mesma noite veio a Palavra do Senhor a Natã para que interviesse na situação de Davi (2Sm 7.3-5). Davi recebe de Deus uma resposta. O Senhor o havia chamado para ser rei e não construtor. “Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel... E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a teus inimigos diante de ti; e fiz grande o teu nome, como o nome dos grandes que há na terra.” (2Sm 7.8.9). O que estava dizendo: “Embora sua ideia seja boa, não chamei você para isso”. Como tudo o que Deus criou tem limites, Davi também o tinha. O poder ou a posição não nos dá o direito de realizar tudo o que nosso coração deseja, mesmo que seja de boa intenção, e até em nome do Senhor. Não era vontade de Deus, e Davi não se frustrou, soube compreender muito bem (Rm 12.2).

1.3. Deus tem a última palavra
Quantas pessoas acreditam que são Aladim e que Deus é o gênio da lâmpada? Elas acham que tudo o que projetam e colocam diante de Deus, Ele deve realizar porque agora são seus filhos, são filhos do rei. Algumas pessoas disseram as mesmas palavras de Davi, mas Deus tinha planos diferentes para elas. Ele é soberano! Será que já pensamos no que sentiu Maria, a mãe de Jesus, quando teve seus projetos frustrados, porque os planos de Deus eram outros? E quantos de nós vimos os projetos sucumbirem, porque Deus tinha planos diferentes dos nossos? (Jo 42.2). Deus, então, animou Davi dizendo: “Você não fará, mas conhecerá o prazer de ter um filho que construirá esse templo - por intermédio de seu filho o sonho será cumprido” (2Sm 7.12,13). Precisamos estar sempre atentos e saber que o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem de Deus (Pv 16.1,2).
Davi foi impedido de realizar a construção, porque havia derramado muito sangue inocente. Às vezes, nossos temperamentos, precipitações e anseios nos têm levado também a sermos impedidos de fazer várias coisas. Todavia, de sua própria casa, o Senhor ergueu seu filho, o qual dana seguimento ao desejo que estava em seu coração.

OBJETIVO
 Mostrar que o “não” de Deus sempre vem acompanhado de bênçãos futuras para nossas vidas;

2. Atitudes de um coração segundo Deus
É muito ruim ser contrariado quando nosso coração deseja tão ardentemente alguma coisa. Mas Davi soube reconhecer e compreender muito bem suas limitações em Deus. Embora não fosse ele aquele que cumpriria, era o idealizador, e estava disposto a apoiar seu filho Salomão, uma vez que já compreendia a vontade direta de Deus.

2.1. Aprendendo a conviver com um “não”
Quando ouvimos um “não” da parte de Deus pensamos logo em disciplina ou rejeição, mas Ele pode estar redirecionando nossas vidas (Jr 29.11). Muitas vezes queremos ver Deus a partir de nossa lógica humana, e, assim, frustramo-nos, porque Ele não realizou o intento de nosso coração. Entenda! Deus não lançou em rosto o pecado de Davi, aqui não se trata de pecado ou não. Mas ao contrário, Deus louva sua atitude dizendo: “Já que desejaste edificar uma casa ao meu nome, bem fizeste em o resolver em teu coração” (2Cr 6.8). Quantas vezes buscamos o que pensávamos ser a vontade de Deus e, como quem joga um pedaço de madeira ao fogo, vimos nossos desejos egoístas subirem em forma de fumaça? Às vezes, traçamos um plano para a vida inteira, mas, infelizmente, não funciona. Todavia, não é por esse motivo que devemos terminar a vida com sentimentos de culpa. Deus sabe muito bem redirecionar nossas vidas, e dar a elas um novo sentido. Basta apenas que examinemos o plano e sejamos sensíveis para sentir se é dEle ou não.
Os planos e propósitos divinos estão sempre acima dos pensamentos racionais (Jr 29.11). Deus não deu um sim para Davi, mas lhe deu outras coisas. Deu-lhe um reino, deu-lhe um nome, fê-lo importante, deu-lhe riquezas, deu-lhe longevidade. Por mais que aquele desejo não fosse satisfeito, ele jamais teria motivos para frustrar-se, além de tudo isso, Deus ainda escolheu um de seus filhos para realizar o que havia em seu coração. Ele compreendeu muito bem e fez o melhor que pode para ajudar seu filho.

2.2. Olhando na perspectiva divina
E muito fácil para cada um de nós sentir frustração e angústia por causa de algo que Deus não quis realizar em nossas vidas. Tais decepções, muitas vezes, fazem-nos esquecer o que Deus já fez por nós, e o que nos deu. Nos últimos anos de sua vida, Davi não ficou se lamentando pelo que não pode ter, mas se concentrou nas boas coisas que Deus lhe dera. Ele passou a olhar sob uma perspectiva divina, não sob um olhar egoísta de aquisições não realizadas. A maturidade trouxe a Davi uma verdade: “existem coisas que Deus jamais realizará”. E, como dizem os sábios: “Essa é a pílula difícil de engolir”. Isso não se aprende na juventude, porque ela está repleta de sonhos e desejos efêmeros. Esse é nosso grande desafio. Fazer o que podemos com aquilo que Deus nos deu, ou ter um viver frustrado por aquilo que desejamos e não tivemos. Davi lembrou quem era e de onde havia saído, isso foi o suficiente para viver feliz e em paz com Deus após receber o “não” (lCr 28.4).

2.3. Um vislumbre de graça
“E me disse: Teu filho Salomão, ele edificará a minha casa e os meus átrios; porque o escolhi para filho, e eu lhe serei por pai” (lCr 28.6). Não precisamos defender Davi. Ele foi sanguinário, bandido, mulherengo, e assassino. Se fosse membro de uma de nossas igrejas jamais seria o que foi para Deus. Mas os critérios e julgamentos divinos são bem mais graciosos que os nossos. Quem diria, que, do relacionamento entre Davi e Bate-Seba, nasceria um filho a quem o Senhor amaria, seria o sucessor de Davi, e o Senhor lhe seria por pai? Davi pode, então, visualizar duas coisas maravilhosas que o “não” havia lhe produzido. Primeiro: Deus havia escolhido um filho seu para dar continuidade à obra que havia começado; segundo: das sombras de sua desgraça, Deus erguia a Salomão como se dissesse a Davi: “eu transformo maldição em bênção, por isso, te disse não”.
Embora soubesse que não era a vontade de Deus que edificasse uma casa ao Senhor, Davi pode sorrir, pois viu a graça de Deus operando através de seus filhos. Deus não lhe permite, mas não recrimina seu desejo, e permite que Salomão, seu filho, possa realizar o sonho tão esperado de Davi, Na verdade, Deus lhe disse “não”, mas lhe deu um presente inesquecível, que alegrou para sempre seu coração. Que alegria é para um pai, saber que seu filho dará continuidade aos seus sonhos.

OBJETIVO
 Explicar que Davi não pode construir o templo, mas ajudou seu filho na realização.

3. Instruções ao novo monarca
Com muita maturidade para entender os desígnios de Deus, Davi se alegra por saber que Salomão edificará um templo ao Senhor, em seguida, transmite alguns conselhos, selecionando com cuidado as palavras, que, baseadas em sua experiência de vida, são ricas em conteúdo, e cheias de emoção. Destacaremos três coisas que Davi deixou para seu filho antes da partida.

3.1. Um grande conselho
“E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai.” (lCr 28.9a). As experiências vividas remetiam a Davi o temor de que Salomão repetisse padrões similares ao seu, ele sabia que haveria problemas no trono de Israel, sabia que as ocupações poderiam levar seu filho a não reservar tempo para conhecer Deus. Então, ele olha para seu filho e diz: “conheçe o Deus de teu pai” - conheça na intimidade (Os 4.6; 6.1,3). Logo em seguida ele diz: “serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária” (lCr 28.9b). Ou seja, de boa vontade. Não faça Deus obrigá-lo a render-lhe adoração. Faça isso sinceramente. Voluntariamente. Salomão conhecia as composições de seu pai, sabia qual era seu legado. E Davi o orientou, porque sabia como havia vacilado, e como Deus estava levantando seu filho como sucessor, ele não desejava ver em seu filho os erros que cometera. Será que estamos passando isso para nossos filhos?
Qual será o legado espiritual que estamos deixando para nossas gerações? Será que nossos filhos irão crescer sabendo que servimos a Deus de todo o coração? Será que nossos exemplos são alicerces para nossos filhos não tropeçarem? Davi podia, com certeza, advertir seu filho, pois havia vivido o que estava aconselhando afazer. Pode ser que se lembrasse dos momentos obscuros de quando pecou e, preocupado com o futuro de seu filho, aconselhou-o a buscar Deus, e servi-lO com um coração voluntário.

3.2. Uma grande provisão
“E deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do alpendre... E também a planta de tudo quanto tinha em mente... E deu ouro, segundo o peso do ouro, para todos os utensílios de cada ministério... E ainda, porque tenho afeto à casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário” (lCr 28.11,12,14; 29.3). Davi não construiu o tempo, mas como um bom rei e um excelente pai, ele deixou tudo pronto, nos mínimos detalhes, com planta de tudo, com provisões para tudo, e Salomão deveria apenas seguir o que estava escrito. Salomão era menino e inexperiente, mas seu pai estava feliz, porque lhe entregava o cetro de Israel e os planos para o templo de Deus. É lamentável que os grandes líderes além de não gerarem outros, morrem sem deixar legado algum.

3.3. Um tesouro espiritual
Observamos que Davi foi magistral em seus últimos momentos. Ele não somente deixou tudo organizado política e financeiramente para seu filho, mas espiritualmente. Ao contarmos a soma de ouro e de tesouros que Davi deixou, podemos pensar que isso foi tudo, mas não. A maior riqueza deixada por Davi para Salomão foram 35 mil homens sábios e todos adoradores, para o auxiliarem e o aconselharem em tudo o que fazia, porque ainda era inexperiente e jovem (lCr 28.20.21). O reino de Salomão foi um reino de paz, porque era assessorado por pessoas espirituais, e todos adoradores formados por seu pai. Um legado sem igual, uma riqueza incomparável. Salomão viveu tranquilo, porque Davi deixou um grande número de pessoas de confiança, integridade, e temor a Deus para ajudá-lo.

Conclusão
Davi cumpriu sua missão e deixou um legado espetacular para sua posteridade. Ele, antes de morrer, foi sábio e não somente preparou um sucessor, mas lhe deu todas as condições e aparatos para alcançar sucesso. Aprendemos com Davi que um líder bem sucedido é aquele que visa o reino e não a si mesmo. Será que estamos enquadrados nesse perfil? O que deixaremos para nossos filhos?

QUESTIONÁRIO

1. Qual desejo teve Davi em seu coração?
R. Construir o templo do Senhor.
2. Quem lhe trouxe resposta negativa da parte de Deus?
R. O profeta Natã.
3. O que fez Davi ao saber que Salomão edificaria casa ao Senhor e não ele?
R. Alegrou-se e o ajudou.
4. Qual foi o conselho dado por Davi a Salomão?
R. Conhece o Deus de teu pai.
5. Qual foi a maior riqueza deixada por Davi a seu filho?
R. A riqueza espiritual.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Davi, a lâmpada de Israel

LIÇÃO 11 – 15 de dezembro de 2013 – Editora BETEL
Davi, a lâmpada de Israel
TEXTO AUREO

“Porém, Abisai, filho de Zeruia, o socorreu, e feriu o filisteu, e o matou. Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel”. 2Sm 21.17

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

VERDADE APLICADA

Os grandes amigos sabem reconhecer a nossa importância, respeitar o que existe de Deus em cada um de nós, e são capazes de se arriscar para conservar acesa a chama que arde em nós.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Explicar que gigantes sempre aparecerão para guerrear conosco, e que se aperfeiçoam com o passar dos tempos;
 Mostrar a necessidade de ter verdadeiros amigos, como Abisai, ao nosso lado, na hora em que nos cansamos;
 Ensinar que Davi era o símbolo de uma luz que iluminava não somente seus amigos, mas toda sua nação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2Sm 21.15 - Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejaram contra os filisteus que Davi se cansou.
2Sm 21.16 - E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante, cuja lança pesava trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, intentou ferir a Davi.
2Sm 21.20 - Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos, e em cada pé outros seis, vinte e quatro ao todo, e também este nascera do gigante.
2Sm 21,21 - E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Simei, irmão de Davi, o feriu.


Introdução
Nessa altura da vida, Davi já está em idade avançada, não é mais um garoto, e agora, está enfrentando os filhos do gigante de Gate (2Sm 21.22). Durante a peleja, Davi sente o peso da idade e a força do gigante, é socorrido milagrosamente por Abisai que, junto aos outros guerreiros seus, impedem-no de lutar para que não arrisque mais sua vida.

OBJETIVO
 Explicar que gigantes sempre aparecerão para guerrear conosco, e que se aperfeiçoam com o passar dos tempos;

1. Verdades espirituais
Embora de idade avançada, Davi ainda conservava forças para a batalha. Estes são os últimos momentos de sua vida, mas o encontramos pelejando, destemido, e liderando. Três coisas nos chamam atenção nesta batalha: 1) Os gigantes geraram filhos, e um deles porta uma espada nova; 2) Davi se cansou; 3) Ele está terminando sua vida do jeito que começou, lutando contra gigantes.

1.1. Gigantes se aperfeiçoam
“E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante... E que cingia uma espada nova, este intentou ferir Davi” (2Sm 21.16). Uma espada nova fala de novos ataques, novas estratégias, novas armas. Davi está no fim de sua vida, mas os gigantes não cessam e, pelo contrário, eles vêm aperfeiçoados. Se os gigantes se renovam, por que os guerreiros não fazem o mesmo? Muitas vezes queremos enfrentar o inimigo com estratégias antigas, metodologias passadas e, assim, sem sucesso. Enquanto o inimigo vem de espada nova, nós vamos contra ele apenas com o nosso cansaço. Precisamos nos renovar, precisamos de novas armas, pois os gigantes não cessarão, por isso, precisamos buscar óleo fresco para a nossa lamparina, para que a lâmpada de Israel não se apague (2Sm 21.17).

1.2. Guerreiros também se cansam
Davi não era mais o mesmo, já tinha limitações. Estava enfrentando um filho de gigante, com vigor, destreza, habilidade, e uma “espada nova”. Davi estava frágil, enfrentando um inimigo muito mais forte que ele, e precisava de ajuda para não morrer em campo de batalha. Quantos de nós, hoje, não estamos como Davi? Pastores, missionários, obreiros, teólogos, irmãos de oração, etc. Enfrentando um gigante mais viril e precisando da ajuda de amigos salvadores como Abisai. Para Davi o resultado foi satisfatório, porque tinha amigos compromissados com ele e com a batalha que enfrentava (Pv 17.17; 22.11; 27.17). E nós? Será que, quando surgir gigantes mais fortes que nós, seremos abatidos? Será que nossos amigos reconhecem que nossa vida é importante, e nossa chama não deve ser extinta? Davi teve amigos para socorrê-lo na hora do cansaço.

1.3. Abisai, o socorro presente na hora da angústia
O gigante Isbi-Benobe estava prestes a conseguir a tão sonhada vingança contra aquele que um dia venceu o grande guerreiro de sua nação e, quando preparou o golpe final contra Davi, uma espada surgiu entre eles, era Abisai, o sobrinho de Davi, filho de sua irmã Zeruia (2Sm 21.17). Este era precipitado e valente, nunca se desviou de sua fidelidade ao seu parente, o rei Davi. Abisai é aquela ajuda inesperada, aquele socorro anônimo. Se Gate gerou filhos gigantes, Davi também gerou guerreiros à sua semelhança, matadores de gigantes. Abisai foi um escudo, um ombro amigo, um cobertor em tempo de frio, que arriscou sua própria vida, não fugiu da batalha, e socorreu seu rei em dia de cansaço. O desejo dos Isbi-Benobes que surgem, no dia a dia, é sempre apagar a luz dos grandes guerreiros. Mas Deus ainda tem os anônimos, os Abisais da vida, que, mesmo sem títulos, são o socorro daqueles que ainda estão de pé.
Isbi-Benobe está desfilando por aí com sua espada nova tentando apagar a luz dos grandes guerreiros e líderes de nossa nação. Seu desejo era ceifar a vida de Davi, apagar seu brilho, ofuscar sua honra, tirar seu posto, arrancar sua coroa. Ele sabe que, quando a luz se apaga só restam trevasdesordem, prejuízoinatividade, e derrota. Mas ainda bem que Deus envia Abisai para guerrear ao nosso lado e nos ajudar a manter acesa a lâmpada.

OBJETIVO
 Mostrar a necessidade de ter verdadeiros amigos, como Abisai, ao nosso lado, na hora em que nos cansamos;

2. Lutando pela permanência do rei
O que vemos nas atitudes dos soldados de Davi é uma grande preocupação com sua pessoa. Para eles, Davi não deveria mais lutar, estava cansado, e eles deveriam lutar por ele. Eles compreendiam muito bem a importância da existência do rei, o que ele simbolizava para eles, e para a nação. Sabiam que lutar sem ele não teria sentido, ele era para eles um espelho que jamais deveria se desintegrar.

2.1. Companheiros de Caverna
Davi e seus homens se conheceram em situações bem semelhantes. Estes são aqueles que se achavam em aperto, endividados, e de espírito desgostoso, que estavam na caverna de Adulão (ISm 22.2). Eles se tornaram não somente sua guarda de honra, seus valentes; mas sim, amigos fiéis que compartilharam juntos momentos alternados de lutas e glórias. Davi não possuía amigos interesseiros ou que compartilhavam de sua presença por ser o rei, eles eram uma parte de si mesmo. Se um guerreava todos guerreavam, eles estavam juntos, tinham tudo em comum. O mais interessante nesses homens, é que sabiam que Deus estava com Davi, sabiam que Deus o havia escolhido, respeitavam seu chamado, e trabalhavam para que nada lhe atrapalhasse. Com Davi, reconheceram que se tornaram importantes, que estar ao seu lado era mais importante que tudo, e dispostos estavam a dar a própria vida para não o ver derrotado. Será que nossas cavernas geraram amigos assim? Que bela amizade!
A grande preocupação dos guerreiros era não deixar que alguém ferisse ou matasse o rei. Eles sabiam muito bem qual a importância e valor que ele tinha para eles e para toda a nação. Eles disseram que ele era a lâmpada de Israel, o que dava luz à nação, e, sem ele. Israel estaria em trevas perante outros reinos. E triste ver que, em nossos dias, muitas pessoas não se importam mais com o rei com a nação, mas consigo. O rei precisa de amigos,não somente de guerreiros, mas de pessoas que reconheçam quem Ele é, e lutem para que sempre esteja vivo.

2.2. Não deixe o rei morrer
“Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel”. (2Sm 21.17). Acerca da luz, a Torá diz o seguinte: “Assim como a luz não diminui quando uma chama é acesa a partir dela, aquele que pratica o amor não é diminuído nas suas posses, nem nossas luzes são enfraquecidas, não importa quantas chamas sejam acesas a partir dela”. O que os amigos de Davi queriam dizer era: “Você acendeu nossa chama com o seu exemplo, você é a lâmpada, e não vamos deixar que se apague”. É nosso dever não deixar que o rei morra. Que exemplo! Em um tempo em que as pessoas pensam apenas em seus grandes nomes, grandes ministérios, e grandes posições. Poucos pensam em quem lhes deu a luz que os faz brilhar. Muitos estão deixando o rei morrer para defender seus próprios interesses. Mas, e se ele morrer? Que alegria haverá na batalha? Só entende isso quem é verdadeiramente seu amigo e caminha ao seu lado.

2.3. Quatro tipos de gigantes
O primeiro nome citado é Isbi-Benobe que significa: “habitante das alturas - Nobe”. Que fala de altivez; O segundo é Safe que significa “limiar” - necessário para provocar uma reação; o terceiro é Golias: “Exílio - solidão”; e o quarto não tem nome, mas apresenta uma característica: “a deformidade nas mãos e nos pés” (2 Sm 21.20). Davi principiou lutando contra gigantes e termina a vida lutando contra gigante. Isso significa que eles sempre existirão e, até, nos últimos momentos, virão até nós para tentar nos eliminar. Davi, em sua vida, lutou contra gigantes externos e internos. Os externos ele venceu, mas os internos sempre lhe trouxeram dores e angústias. Cuidemos para que os gigantes da altivez não nos destruam; gigantes como Safe não nos provoquem para perder o que Deus nos dá; que a solidão não nos vença; e que a deformidade de caráter nunca se aposse de nós.
Jesus Cristo disse que nós somos a “luz do mundo” e o Apóstolo Paulo disse que nós somos como “luzeiros para essa geração” corrompida, fracassada e sínica (Fp 2.15). Essa geração engolida pelo sistema amoral, sanguinário, consumista, materialista, precisa ouvir o Evangelho de Cristo na sua pureza doutrinária e consequentemente desbaratar os gigantes que afrontam sem piedade e trégua essa geração confusa e vazia que precisa de Jesus Cristo como salvador e senhor.

OBJETIVO
 Ensinar que Davi era o símbolo de uma luz que iluminava não somente seus amigos, mas toda sua nação.

3. A Lâmpada de Israel
A “espada nova” do inimigo está sempre nos rodeando para golpear, cercando, aguardando nosso momento de fragilidade, aquele momento em que nada podemos fazer, “o perigo mora ao lado”. Isbi-Benobe procura com insistência “apagar a lâmpada de Israel”. E impressionante como, em nosso cansaço, os Isbi-Benobes aparecem. Eles se proliferam em velocidade assustadora, querem se aproveitar da nossa fragilidade para apagar nossa luz. Hoje é muito mais fácil encontrar um Isbi-Benobe que um Abisai.

3.1. Por que Davi era a lâmpada?
Nessa batalha, Davi não precisava provar nada para ninguém, sua trajetória heróica, sua vida, e seu coração demonstravam a qualidade de homem que era. Ele nunca mais foi o mesmo desde aquele dia na casa de seu pai. A unção o levou a viver fases que jamais imaginou. O azeite na cabeça era o poderio divino, e como um frasco aberto sendo cheio, Davi se tornou uma lâmpada cujo combustível vindo direto do céu, se apossou de todo seu interior. Seus soldados o chamaram de “a lâmpada de Israel” (2Sm 21.17). Eles compreenderam que Davi era muito mais que uma pessoa, era um presente dado por Deus à nação, a luz que iluminava o povo. Se ele morresse, a glória de Israel pereceria junto. Ele era um espelho, quem lhes trazia esperança, a presença dele era contagiante. E, como óleo que não se mistura com água, Davi era o exemplo de alguém que jamais tirou de Deus a adoração.
O azeite da lâmpada era o próprio Deus na vida de Davi. A Torá diz que a lâmpada acesa que deve queimar continuamente desde a tarde até a manhã é um simbolismo para que a vida não perca a santidade. Nesta atitude, vemos como é importante conservar a chama da presença de Deus em nossas vidas, pois, apagando-se ela, o que mais terá valor para nós?

3.2. Um a lâmpada não brilha sozinha
Davi não vivia cercado por um grupo de bajuladores, ele tinha amigos leais e verdadeiros, que juntamente com ele, formavam uma equipe. A lâmpada do tabernáculo deveria ser abastecida todos os dias, e o azeite renovado para que a chama se conservasse sempre forte. A lâmpada brilhava, mas alguém fazia com que ela brilhasse. Assim é uma equipe. Quando Pelé se tornou o maior artilheiro de todos os tempos, não fez as jogadas sozinho. Havia um grupo que trabalhava para que a bola chegasse até ele, o que tinha méritos nos gols, mas precisava da ajuda dos companheiros, e sem eles não seria o Pelé que o mundo conheceu. Davi tinha amigos. Você os tem? O sucesso de uma equipe é sempre o trabalho conjunto, o que Jesus chamou de unidade (Jo 17.21).

3.3. Todo Davi precisa de um Abisai
. A batalha nos mostra o quanto precisamos de amigos verdadeiros Não podemos nos fechar em nosso “mundo santo” e viver esta individualidade bruta que caracteriza nossa geração. Se muitos tivessem um Abisai ao lado, certamente não teriam sido surpreendidos pelo inimigo, não teriam fracassado. Às vezes, a nossa vaidade é que nos afasta dos sinceros Abisais. Precisamos cultivar, em nossos relacionamentos, amizades que nos ajudem a atravessar os momentos críticos. Amigos de caverna. Amigos que nos transmitam segurança, que não estão interessados nos favores que poderão usufruir desta amizade, amigos que estejam aptos a nos socorrer em qualquer instância. E, com certeza, ainda existem “Abisais” em nossos dias.
Precisamos cultivar, em nossas vidas, boas amizades, existem amigos que são mais chegados que irmãos. Sabemos que isso leva vencia. Afinal, Davi já caminhava há muitos anos com aqueles homens. Mas precisamos correr orisco. Ainda existem “Abisais", e eles podem estar tão perto quanto longe. Cabe-nos convocá-los para estar conosco na peleja.

Conclusão
Realmente Davi era uma lâmpada que iluminava a quem com ele estivesse. Tb-dos os seus guerreiros foram impactados por sua luz, tornando-se matadores de gigantes como ele o era Eles resolveram lutar em seu lugar para que ele não sofresse danos. O nosso rei já nos mostrou quem é, pelejemos agora a sua batalha, e deixemos que sua luz ilumine nossa nação.

QUESTIONÁRIO

1. Como se chamava o gigante que tentou matar Davi?
R. Isbi-Benobe
2. O que aconteceu com Davi durante a batalha?
R. Davi se cansou.
3. Que tipo de arma Isbi-Benobe portava consigo?
R. Uma espada nova.
4. Qual título foi dado a Davi por essa batalha?
R. Lâmpada de Israel.
5. Quem salvou Davi das mãos de Isbi-Benobe?
R. Seu sobrinho Abisai.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sucessos no trabalho fracassos na família

LIÇÃO 10 – 08 de dezembro de 2013

Sucessos no trabalho fracassos na família

TEXTO AUREO

“Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia”. 1 Tm 3.4

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

VERDADE APLICADA

Não existe vida plena, se apenas houver sucesso no trabalho e fracasso na família.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Explicar que Davi foi um grande homem, um grande herói, mas um péssimo administrador de sua casa;
Mostrar o alto preço pago por Davi por negligenciar seus filhos e sua casa;
Ensinar que nós podemos nos tornar pessoas de sucesso e, ao mesmo tempo, péssimos administradores de nossos lares.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

lCr 3.1 - E estes foram os filhos de Davi, que lhe nasceram em Hebrom: o primogênito, Amnom, de Ainoã, a jizreelita; o segundo Daniel, de Abigail, a carmelita;
lCr 3.2 - O terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto, Adonias, filho de Hagite;
lCr 3.3 - O quinto, Sefatias, de Abital; o sexto, Itreão, de Eglá, sua mulher.
lCr 3.4 - Seis filhos lhe nasceram em Hebrom, porque ali reinou sete anos e seis meses; e trinta e três anos reinou em Jerusalém.
lCr 3.5 - E estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, e So-babe, e Natã, e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Seba, filha de Amiel.

Introdução
Como rei, Davi organizou exércitos, alargou os termos de Israel, fez a nação prosperar. Mas como administrador da sua casa, foi um completo fracasso. Seu maior Golias nunca esteve no campo de batalha, habitou dentro de sua casa, em meio a sua família, durante todo o tempo em que viveu. Sua família sempre foi seu maior insucesso.

OBJETIVO
Explicar que Davi foi um grande homem, um grande herói, mas um péssimo administrador de sua casa;

1. Uma vida inconseqüente
“E tomou Davi mais concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas” (2Sm 5.13). Davi gerou outros filhos por meio de outras mães, que a Bíblia sequer lista quantos foram. O que o fez viver em contradição direta com os mandamentos estabelecidos pelo Senhor na vida de um rei, ou qualquer pessoa que reconheça o que está escrito em Gênesis 2.24.

1.1. As três proibições de um rei
Segundo o legado de um rei estabelecido em Deuteronômio 17.14-17, o rei não deveria multiplicar para si cavalos, mulheres, nem deveria aumentar muito seu tesouro de prata e ouro. Quanto a cavalos e tesouro, Davi pôde ser fiel, mas, no que dizia respeito a mulheres, esse ele não resistiu. Sua paixão sexual não se satisfez com um harém cheio de mulheres, e mesmo tendo muitas concubinas, seu desejo cresceu ainda mais. A advertência era clara: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie” (Dt 14.17). Davi sempre semeou na carne, mas parece que nunca teve a consciência de que um dia suas sementes iriam brotai-. Ele não sabia que o sofrimento da colheita anularia o prazer do plantio. Não contava que ervas daninhas consumiriam sua alma (Gl 6.8).
Quando um chefe de família age voluntariamente e irresponsavelmente contra a Palavra de Deus, ele não sofre somente, leva consigo toda sua, casa. Cultivar a lascívia transmite prazer, seriamos tolos em não crer nessa verdade, todavia os frutos irão surgir com o tempo, e, assim, teremos que nos encontrar com os resultados provocados pela colheita dessas sementes de pecado, as quais sempre superam o prazer que foi de pouca duração. Os pecados de Davi, o levaram a experiências tão terríveis e tristes que poucos pais na terra irão experimentar.

1.2. Sucesso no palácio e fracasso no lar
Davi teve êxito em todos os lugares, menos em sua própria casa. Se não estivermos bem em casa, estaremos realmente bem na vida cotidiana? Na verdade, como explicar tamanho desastre no lar de um homem como Davi? Enquanto ele se ocupava em governar, fundar cidades, e edificar o reino, não tinha tempo para família e filhos. Isso não aconteceu somente com Davi, acontece com muitos homens de Deus, que, ao extremo, pensam que a vida se define apenas por seu ministério, e quando dão por si, o lar já sucumbiu, o casamento já foi para o ralo, e o ministério que era tão cuidado afunda junto com o alicerce familiar. Existem muitos Naamãs em nossos dias, que, ao tirar a roupa de soldado em suas casas, a única coisa que se vê é uma lepra incurável. Que adianta ser sucesso no púlpito se, no lar, é-se uma farsa? Não sejamos como Davi, ainda há tempo para mudanças!

1.3. Harém repleto e o coração vazio
“Todos esses foram filhos de Davi, além dos que teve com suas concubinas” (lCr 3.9). Se contarmos a lista de esposas que Davi teve e acrescentarmos Mical e Bate-Seba, Davi teve oito esposas (lCr 3.1-8). Mas, quando observamos bem o versículo nove, vemos que Davi não somente gerou muitos filhos, como também “colecionou” muitas mulheres. Mas, embora vivesse flertando, e envolvendo-se de relacionamento a relacionamento, Davi era vazio, nunca teve o que se pode chamar de “amor”. Existe uma lacuna não preenchida quanto a sua família, não existe um Salmo sequer acerca de seus filhos, e, com tantas esposas, ele nunca fez um soneto ou cântico para qualquer delas. No que diz respeito à sua família, é como se membros dela nunca tivessem existido. Davi era ocupado demais, importante demais, e, por isso, algumas coisas para ele se tomaram tardias demais (Ec 3.1).
Mesmo tendo muitas mulheres, sua voluptuosidade não diminuiu, ela continuou desenfreada. Ter várias mulheres não reduz, mas excita e estimula a libido masculina. Quando se tornou rei, ele acrescentou mais mulheres ao seu harém, mas isso nunca resolveu se problema. Nossa sociedade mente ao dizer que, satisfazendo os impulsos dos prazeres. ele diminuirá. O tempo passou, a idade chegou, mas Davi jamais cuidou de seu coração. Davi é um exemplo familiar de líder que nenhum servo de Deus gostaria de ter. Todo herói é incompletoe Davi prova para cada um de nós que o perfeito exemplo é Cristo, e sempre será.

OBJETIVO
Mostrar o alto preço pago por Davi por negligenciar seus filhos e sua casa;

2. Exemplo refletido nos filhos
O Livro de Provérbios adverte assim aos pais: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6). O que a Bíblia está dizendo? Que instruir os filhos é dever dos pais; que, se logo cedo seus pais traçarem uma disciplina sólida para sua vida, eles estarão alicerçados até na velhice; ou que se não houver cuidados quanto a isso na velhice eles estarão perdidos. Davi foi um grande guerreiro, mas vacilou demais na atenção e disciplina de seus filhos, e viu a si mesmo em cada um deles (Ef 6.4; Cl 3.21).

2.1. O lamentável silêncio do rei
Davi se misturou com mulheres de vários tipos, ele teve mulheres diversas, filhos diversos, e problemas diversos. Enquanto estava ocupado em cuidar da nação, bem debaixo de seu nariz ele não observou o olhar estranho de seu filho Amnon por sua filha Tamar, que forjando estar doente, atraiu Tamar, a qual de boa vontade, vindo socorrê-lo, foi forçada a deitar-se com ele, e, ao fim do ato, mandou-a embora com sua vergonha e a desprezou (2Sm 13.1-21). Tamar foi vítima de uma paixão infame, e seu irmão Absalão, sabendo dessas coisas guardou consigo um ódio mortal de seu irmão Amnon. Quando Davi soube do acontecido, irou-se, mas, infelizmente, não tomou atitude alguma a respeito. Ele não confrontou, não castigou, nem se moveu contra Amnom. Nenhum sermão. Nenhum castigo. Nenhuma repreensão. Nenhuma censura (Pv 3.12). E agiu pior ainda com Tamar. Ele não fez nada por Tamar. Ela precisava de sua proteção, sua afirmação, sua aprovação. Ela precisava de um pai. E tudo o que recebeu de Davi foi seu silêncio. Ele via as esposas como troféus e os filhos como qualquer coisa.
Em dever de Davi, como pai, punir o malfeitor. A lei impunha a pena de morte para tal delito (Lv 18. 9,29). Mas as mãos de Davi não estavam limpas. Ele tinha incorrido pessoalmente na mesma pena. e não podia condenar em outro o que tinha tolerado em si mesmo. Além disso, a passividade de Davi e sua incrível despreocupação paternal nos fazem pensar que ele sempre esteve com os pensamentos voltados para outra parte. Seus filhos cresceram sozinhos, sem a autoridade e disciplina paterna apropriadas. Seus filhos gozavam de privilégio de perecerem a um palácio, mas sem a presença de um pai que os amasse e lhes desse o mínimo de atenção.

2.2. O julgamento realizado por Absalão
Davi era tão desatento quanto aos filhos que também não observou que Absalão e Amnon não se falavam havia dois anos, que Absalão odiava Amnon, e que mais cedo ou mais tarde ele iria se vingar (2Sm 13. 22.23). “Absalão era irmão germano de Tamar e, como o pai não a ajudara, era ele seu protetor natural Recomendando-lhe que se conservasse calada, Absalão esperou tranquilamente uma oportunidade conveniente para se vingar” mas ela, pobre moça, tinha de enfrentar uma vida arruinada O crime da sedução pairaria sobre ela como uma nuvem negra que nem mesmo a vingança que Absalão estava prestes a tomar poderia remover. Existem coisas que o dinheiro e a estabilidade jamais poderão comprai'. O palácio onde Davi morava era um lugar de ódio, invejas, traições e assassinatos (Pv 15.30; 22.1). Davi era bem sucedido e certamente seus filhos possuíam do bom e do melhor, todavia sua maior carência residia no fato de serem ignorados de todas as formas por seu pai.

2.3. Uma confissão tardia
Davi não tomou atitude quando Amnon humilhou Tamar, nem quando Absalão assassinou premeditadamente Amnon. Absalão fugiu após a morte de Amnon, e Joabe intercedeu por sua volta, Davi permitiu, mas não o foi ver. “Assim ficou Absalão dois anos inteiros em Jerusalém e não viu a face do rei (2Sm 14.28). Absalão preparou um Golpe de Estado e, pouco a pouco, adquiriu prestígio, até expulsar seu pai do trono. Davi chorou ao deixar Jerusalém, e choraria outra vez pela perda de outro filho. Na perseguição, Joabe desferiu três ílechas certeiras contra Absalão, e todas três são cravadas em seu coração enquanto estava entre o céu e a terra (2Sm 18.9). Pessoas que ficam entre o céu e a terra sempre são “alvejadas no coração”. Ao ver seu filho morto, Davi caiu em prantos dizendo que o amava, mas era tarde demais. Davi demorou muito tempo para chegar até um filho e dizer que o amava. Não sejamos como ele!

OBJETIVO
Ensinar que nós podemos nos tornar pessoas de sucesso e, ao mesmo tempo, péssimos administradores de nossos lares.

3. Uma história marcada pela solidão
Davi tinha esposas como quem coleciona troféus. Ele via as esposas como meios de obter prazer, não como parte do plano de Deus. O resultado foi um lar catastrófico e um coração destruído pelas muitas amarguras e perdas. Seu pranto por Absalão revela sua intensa dor. “Ah, meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera ter morrido em seu lugar! Ah, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Sm 18.33).

3.1. Troque presentes por sua presença
Seria ledo engano acreditar que Davi gerou filhos para que se perdessem. Ele não era tão insensível assim. Absalão ou Abshalom significa: “pai da paz”. Ele não lhe deu esse nome por acaso. Nem jamais pensou que seu próprio filho lhe traria tão grandes dores. A triste realidade, é que, mesmo sendo Davi um pai que sonhasse com o bem dos filhos, ele jamais foi capaz de transformar suas boas intenções em investimento de vida na existência deles. Nunca desmarcou reuniões ou batalhas para arrumar sua casa que se deteriorava. Absalão tinha tudo: dinheiro, castelo, casas, prestígio, posição social, “status”, era bonito (a Bíblia diz que ele era o homem mais bonito daquela geração (2Sm 14.25), mas não tinha a presença do pai.

3.2. Nos braços de uma estranha
Uma coisa é certa, nem sempre sabemos o tempo da colheita, mas iremos colher aquilo que plantarmos. Este é um último alerta para que também não venhamos pagar o preço que Davi pagou. O primeiro livro dos Reis de Israel nos apresenta como foram às últimas horas de Davi, e o terrível preço de uma família negligenciada. Davi está prestes a encontrar-se com a morte, e sente um frio que os cobertores não podem tirar. O rei precisa de uma virgem para aquecê-lo, alguém para abraçá-lo firmemente enquanto ele dá seus últimos suspiros (lRs 1.3,4). Não chamaram nenhuma de suas esposas, nenhum filho está próximo a ele. Que triste verdade: “Davi morreu aos cuidados de uma estranha, porque fez de sua família pessoas estranhas”. Ainda existe tempo para nós. Não sejamos como Davi (SI 68.6; 107.41).

3.3. Doze mandamentos que tornam o filho um marginal
1 - Desde cedo, dê a criança tudo o que deseja. Ela crescerá com a convicção de que o mundo todo lhe pertence; 2- Se a criança utilizar expressões impróprias, dê risadas. Ela vai então se considerar especialmente espirituosa; 3 - Não lhe dê nenhuma educação espiritual; quando ela crescer escolherá o caminho que melhor lhe convém; 4 - Nunca lhe diga: “Isso está errado!”. Ele poderá ficar com complexo de culpa!; 5 - Sempre arrume toda a sua desordem. Assim, a criança ficará convicta de que a responsabilidade é sempre dos outros; 6 - Permita que ela leia o que quiser! Preocupe-se em esterilizar as louças da sua casa, mas deixe que a mente de seu filho fique com bactérias 7 - Desenvolva toda desavença conjugal diante da criança. Se mais tarde houver o divórcio, pelo menos ela não ficará surpresa; 8 - Dê-lhe todo o dinheiro que pedir; nunca lhe ensine a produzir; 9 - Cuide para que a criança receba todo o imaginário em comida, bebida e conforto. Do contrário, poderá ficar facilmente deprimida; 10 - Sempre lhe dê razão: Os vizinhos, os professores e a polícia apenas visam o mal da pobre criança; 11 - Se finalmente se tornar um marginal, simplesmente explique que você não pode fazer nada! 12 - Prepare-se a tempo para uma vida espinhosa. Com toda a certeza, você a terá!

Conclusão
Observamos que podemos nos tornar pessoas de sucesso e, ao mesmo tempo, péssimos administradores de nossos lares. O que vimos em Davi está refletido em nossa sociedade, e, infelizmente, é realidade em muitos lares cristãos. Não precisamos pagar o preço pago por Davi, ainda podemos resgatar nossos familiares. Deus, com certeza, está falando ao nosso coração.

QUESTIONÁRIO

1. Qual das três proibições de um rei que Davi não respeitou?
R. A de ter muitas mulheres.
2. Como explicar tamanho desastre no lar de um homem como Davi?
R. Enquanto se ocupava com o reino, não sobrava tempo para a família.
3. Por que Absalão matou Amnon?
R. Por haver deflorado e desrespeitado sua irmã.
4. Quem tentou usurpar o trono de Davi?
R. Seu filho Absalão.
5. Como morreu Davi?
R. Nos braços de uma estranha.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus