Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Liderança em tempo de reformas



LIÇÃO 5 – 03 de Fevereiro de 2013

Liderança em tempo de reformas

TEXTO AUREO

“Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ne 2.20

VERDADE APLICADA

A obra de Deus precisa de líderes capazes, que tenham coragem e que não se acomodem ao caos, mas empreendam reformas para um novo recomeço.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Refletir sobre a importância de se fazer reformas sempre que necessário;
 Entender que num ambiente de reformas sempre haverá idéias contrárias e/ou antagônicas;
 Mostrar que Deus sempre precisa de líderes que possam efetuar reformas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ne 2.16 - E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma. Ne 2.17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio.
Ne 6.3 - E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

Introdução
A situação social e religiosa, que precedeu à reconstrução de Jerusalém, sob a liderança de Esdras, Zorobabel e Neemias, foi a de completo abandono. Com a expatriação das classes sociais mais influentes para a Babilônia em três etapas, a condição das terras de Judá e principalmente de Jerusalém foi à de desamparo e de extrema pobreza. Os que retornaram agora juntos com os nativos precisavam de uma liderança reformadora, o que coube a Zorobabel, Esdras e Neemias

1. A reconstrução do templo
Com tantos inimigos que habitavam na terra de Judá e especificamente em Jerusalém, a primeira vista parece estranho que a prioridade dos judeus fosse à reconstrução do templo e não o sistema de defesa. Porém, para que um povo seja forte, precisa, sobretudo ser unido, e um dos elementos mais agregadores de indivíduos é a religião. Por isso a primeira coisa que fizeram sob a liderança de Zorobabel e demais levitas foi à restauração do culto a Jeová. Não há dúvida que foram muito sábios, agora vejamos como procederam:

1.1. A construção de um altar (Ed 3.1-3)
A pressão dos inimigos era muito grande, pois não queriam que os judeus fossem restaurados como nação, visto que, dessa forma, eles assumiriam a influência e o controle sobre a região, que por herança pertencia a eles. Para reunir o povo e consolidá-los futuramente como nação, Zorobabel e demais levitas trataram de construir um altar. O altar é o centro do culto judaico, o canal de adoração e comunhão, um ponto indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus. Devemos aprender quão poderosa é a adoração! A comunhão com Deus nos propicia, em seu exercício diário, vitória sobre os nossos inimigos residentes em nós mesmos e externos: a carne, o mundo que nos assedia e o maligno que o controla. Nossa vitória consiste em ter um altar de pé.
A edificação do altar (3:1-3). O sétimo mês era tisri, equivalente a setembro-outu-bro, um mês bastante sagrado para o povo (Lv 23:33-44). Começava com a festa das trombetas; o dia da expiação era comemo­rado no décimo dia e, do décimo quinto ao vigésimo primeiro dia, comemorava-se a festa dos tabernáculos. Porém, a primeira coisa que o sumo sacerdote Josué fez foi restau­rar o altar, para que pudesse oferecer os sa­crifícios para o povo. Os judeus estavam com medo das nações poderosas a seu redor que não se mostraram satisfeitas com a volta dos judeus. Assim, o povo desejava ter certeza de que estava agradando ao Senhor. Mais uma vez, vemos um paralelo com Abraão, que edificou um altar assim que chegou à terra de Canaã (Gn 12:7). Esse é o retrato que o Antigo Testamento apresenta para aquilo que encontramos em Mateus 6:33. Josué também restabeleceu os diversos sacrifícios prescritos pela lei, que incluíam um holocausto a cada manhã e no final da tarde bem como ofertas adicionais para dias especiais. Não era necessário esperar que o templo estivesse pronto para oferecer sacrifícios a Deus. Desde que houvesse um altar santificado, era possível realizar os sacrifícios. Afinal, o maior interesse de Deus não é nos aparatos externos, mas sim no coração (1 Sm 15:22; SI 51:16, 17; Os 6:6; Mc 12:28-34).


1.2. Os alicerces do templo e a oposição
No ano seguinte após erigir o altar, Zorobabel, outros sacerdotes e os levitas lançaram os alicerces do novo templo, no mesmo lugar em que Salomão construíra o primeiro. Essa foi uma ocasião festiva, com danças e com os sacerdotes paramentados com instrumentos musicais, eles tornaram aquele momento inesquecível. Os mais velhos, que chegaram a ver a primeira casa choraram de emoção e os mais jovens gritaram de alegria de maneira que se confundiam os júbilos com os choros. Mas, quando os inimigos souberam do que aconteceu, falsamente se ofereceram para ajudar a construir o templo, mas Zorobabel e demais líderes rejeitaram a ajuda. Em seguida, escreveram uma maldosa carta ao rei Artaxerxes, acusando-os falsamente de insubordinação e má intenção na construção. O soberano ordenou a força que se parasse a obra e ela ficou parada durante 16 anos, até a sua retomada A oposição satânica ao verdadeiro culto acontecerá sempre, a fim de impedi-lo ou pelo menos atrapalhá-lo, mas o segredo da vitória está em resisti-lo firme e constantemente.




1.3. A conclusão do templo
Todos nós gostaríamos de que a obra de Deus se efetuasse sem oposições, mas aprendemos que devemos ser firmes, pacientes e constantes enquanto aqui estivermos. Com a oposição samaritana, passou-se o entusiasmo pueril dos judeus na construção do templo. As pessoas se voltaram para edificação de suas confortáveis casas, deixando o templo do Senhor para depois (Ag 1.2-6 Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado.). Se bem que inicialmente, não havia muito o que fazer. Depois de algum tempo levantou-se um movimento profético de reencorajamento à construção do novo templo, encabeçado por Ageu e Zacarias (Ed 5.1); e também dos anciãos do povo (Ed 5.5-8 Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta sobre isso. Cópia da carta que Tatenai, o governador daquém do rio, com Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estavam daquém do rio, enviaram ao rei Dario. Enviaram-lhe uma relação; e assim estava escrito nela: Toda a paz ao rei Dario. Seja notório ao rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, que se edifica com grandes pedras, e já a madeira se está pondo sobre as paredes; e essa obra apressuradamente se faz e se adianta em suas mãos.). E assim, reiniciaram a obra e conseguiram autorização oficial para sua conclusão, em que Tatenai, um governador dalém do rio, foi proibido de continuar a fazer qualquer tipo de oposição. Dessa forma a construção foi concluída em 516 a.C., ou seja, 21 anos depois do lançamento de seus alicerces (Ed 6.15 E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario.).
A apostasia dos judeus foi punida severamente até que eles entendessem quão amargo é afastar-se do Deus vivo. Num retorno a terra natal, quantas dificuldades para retornarem a uma adoração dinâmica e firmarem-se como nação. A oposição pode arrefecer o entusiasmo, fazer com que nos voltemos para nós mesmos e para nossas construções seculares que não são capazes de nos dar plena satisfação. Portanto, muito cuidado, Satanás é o deus desse século e cuida dos pensamentos que são meramente dos homens e não dos de Deus (Mt 16.23)

2. A reconstrução dos muros
Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando recebeu o relatório da situação de Jerusalém, interiormente se sentiu em pedaços, movendo-se de íntima compaixão pelos judeus que estavam na terra de Judá e por Jerusalém. Neemias intercede pelo povo, consegue autorização e dirige-se para Jerusalém, a fim de iniciar o seu trabalho de reformas. Ao chegar lá, prudentemente faz um levantamento pessoal da situação para poder dar início. O interesse e a generosidade de Neemias mostra que não devemos ser apáticos a obra de Deus e ao sofrimento alheio, precisamos nos arriscar, envolver-nos e assemelharmo-nos com o Filho Deus.

2.1. Neemias motiva (2.11-20)
Quando Neemias lá chegou, Esdras já estava. Sendo que Esdras se preocupa mais com a construção do templo e na organização de todos os registros sagrados. A Esdras se atribui a organização do Canon do Antigo Testamento. Já Neemias se preocupa inicialmente com a i reconstrução do muro, que era a ativação do sistema de defesa da cidade. Para isso, como excelente líder, reúne as autoridades de Jerusalém e traz uma palavra persuasiva de motivação a fim de que reconstruíssem os muros. Os magistrados aceitam prontamente o desafio e iniciam a obra. Agora cabe observarmos quão importante é uma palavra motivadora na obra de Deus, não basta ter planos é necessário encorajamento para reformar.
Quando Neemias houve considerado o assunto, disse aos judeus que Deus tinha colocado em seu coração edificar as muralhas de Jerusalém. Não começa a fazê-los sem eles. Estimulemo-nos a nós mesmos e os uns aos outros no que é bom, para fortalecer-nos mutuamente. Somos fracos em nosso dever quando somos frios e indiferentes.
A inimizade da semente da serpente contra a causa de Cristo não está limitada a uma época ou nação. A aplicação para nós é clara. A igreja de Deus pede nossa ajuda. Não está desolada e exposta a ataques? Causa-lhe tristeza considerar seu baixo estado? Que nenhum negócio, prazer ou apoio de um partido capture tanto sua atenção como para que Sião e seu bem-estar não lhe interessem.

2.2. Neemias zela pela consecução (Ne 4)
Quantas vezes o trabalho do Senhor é negligenciado por falta de iniciativa ou de zelo pela sua consecução. A oposição é natural que aconteça, mas é necessário suportar as contradições. A falta de reformas em Judá havia-se tornado um caso inescrupuloso de falta de iniciativa. Mas quando os magistrados são exortados a reconhecerem a miséria em que estavam eles foram humildes em reconhecer isso (Ne 2.17). Logo, prontamente se puseram a trabalhar com entusiasmo, porém os samaritanos que habitavam a terra começaram o seu antagonismo com deboches e ameaças (Ne 2.19; 4.1-2). Os trabalhadores, porém, armaram-se para continuar a obra, providenciaram trombetas para o toque de alerta caso a situação necessitasse, e, com esses cuidados, permaneceram até a conclusão do muro.
Mais de uma boa obra tem sido olhada com desdém por escarnecedores orgulhosos e altaneiros. Pessoas que discrepam entre si quase em tudo, se unem para a perseguição. Neemias não contestou aos néscios conforme a sua estultícia; antes recorrei a Deus em oração. Freqüentemente o povo de Deus tem sido desprezado, mas Ele ouve todos os dardos que lhe são lançados e é para consolo deles que assim o faça. Neemias tinha razão para pensar que os corações desses pecadores estavam completamente endurecidos, caso contrário não teria orado que seus pecados nunca fossem apagados. A boa obra continua avançando quando a gente se preocupa por ela. As repreensões dos inimigos deveriam alentar-nos em nosso dever, em lugar de afastar-nos dele.
Os homens malvados procuram obstruir a boa obra, e se prometem alcançar o êxito nisso, mas a boa obra é obra de Deus e prosperará. Deus tem muitas formas de levar a luz, e assim, reduzir à nada as estratagemas e desígnios dos inimigos de Sua igreja. Se nossos inimigos não podem assustar-nos para afastar-nos de nosso dever, nem enganar-nos para que pequemos, não podem prejudicar-nos. Neemias se colocou sob a proteção divina, ele mesmo e sua causa. Foi o método deste bom homem e deveria ser o nosso. Todas suas preocupações, todas suas penas, todos seus temores, os depositou diante de Deus. Antes de usar um meio, ele o apresentava em oração a Deus.
Tendo orado, pôs uma guarda contra o inimigo. Se pensarmos nos assegurar por meio da oração, sem vigiar e estarmos alertas, somos preguiçosos e tentamos a Deus; porém, vigiar alertas, sem orar, é sermos orgulhosos e insolentes com Deus: Deus qualquer forma, abandonamos Sua proteção. O cuidado que Deus tem de nossa seguridade deveria comprometer-nos e estimular-nos a continuar avançando com vigor cumprindo nosso dever. Tão logo como termine um perigo, regressemos à nossa obra e confiemos em Deus novamente.
Sempre devemos estar em guarda contra os inimigos espirituais, sem esperar que nossa guerra termine quando acabe nossa obra. A palavra de Deus é a espada do Espírito, a qual sempre devemos ter na mão, e nunca teremos que buscá-la em nossas tarefas e em nossos conflitos como cristãos. Todo cristão verdadeiro é trabalhador e soldado que opera com uma mão e luta com a outra. Provavelmente a boa obra siga adiante com êxito quando os que trabalham nela o façam com diligência. Satanás teme atacar o cristão alerta, porque, se for tentado, o Senhor peleja por ele. Assim, temos de esperar o fim da vida, sem tirar-nos a armadura até que terminem nossa obra e nossa guerra; então seremos recebidos no repouso e no gozo de nosso Senhor.

2.3. Celebrando a reconstrução (Ne 12.27-43)
A conclusão do muro com seus respectivos umbrais levaram 52 dias, assim estava acabada aquela obra que impôs respeito aos vizinhos antagônicos, pois reconheceram que Deus os ajudara naquela realização. A dedicação dos muros foi feita em celebração, todos os músicos levitas foram convocados especialmente e o evento foi de alegria geral. Apenas quando não nos acomodamos ao caos é que podemos transformar uma situação, depois da situação transformada a vergonha desaparece, o inimigo nos respeita e podemos celebrar definitivamente em Deus a nossa vitória.
Todas nossas cidades, todas nossas casas, devem ter escritas sobre elas: Santidade a Jeová. O crente nada deve empreender que não seja dedicado ao Senhor. Devemos preocupar-nos de lavar nossas mãos e de purificar-nos o coração, quando qualquer obra para Deus tiver de passar por eles. Os que sejam empregados para santificar os outros, devem santificar-se a si mesmos e separar-se para Deus. Para os santificados, todas as consolações como criaturas e os gozos são santos.
O povo se regozijou grandemente. Todos os que participam nas misericórdias públicas devem unir-se à ação de graças em público.

3. As reformas ético morais
Embora as reformas de natureza religiosa e de estruturação da defesa tivessem sido levadas a efeito, ainda precisavam continuar na sua diversificação para o bem estar daquela sociedade. Isto é, eles precisavam vivenciar o conjunto de regras e deveres para com o seus semelhantes que já estavam prescritas na Lei de Moisés. Logo os reformadores perceberam que precisavam combater duas frentes destrutivas, os inimigos externos que eram os samaritanos com os demais povos misturados, e os internos, que eram os próprios judeus que começaram a explorar a seus irmãos.

3.1 O bom exemplo de Neemias (Ne 5.13-21)
Neemias procurou mostrar o seu temor a Deus e respeito para com o próximo, em que jamais buscou tirar proveito para si, mesmo de suas funções. Ainda que outros tirassem pão, vinho e prata para si aproveitando da própria função, jamais Neemias e nem os que com ele estavam na administração se aproveitaram nos doze anos em que ali permaneceram. O temor de Deus impede o crente de utilizar-se de embustes que venham defraudar o semelhante, mesmo que sejam legais, mas perante a própria consciência e diante de Deus são reprováveis, imorais e antiéticos.
Os que verdadeiramente temem a Deus não se atrevem a fazer nada cruel ou injusto. Que os que estejam em cargos públicos se lembrem que estão ali para fazer o bem, não para enriquecer-se. Neemias faz menção disto a Deus, orando não como se ele tivesse merecido algum favor de parte de Deus, senão para mostrar que ele dependia somente de Deus para que compensasse o que tinha perdido e deixado por sua honra. Neemias falou e agiu evidentemente como quem se sabia pecador. Não pretendia reclamar um prêmio como se lhe for devido, senão da forma em que o Senhor recompensa um copo de água dado a um discípulo por amor a Ele. O temor e o amor de Deus no coração e o verdadeiro amor aos irmãos levarão a toda boa obra. Estas são evidências próprias da fé que justifica e nosso Deus reconciliado favorecerá as pessoas deste caráter, conforme a todo o que tenham feito por seu povo.

3.2. Medidas contra a exploração do próximo (Ne 5.1-12)
Os judeus estavam lutando para reestruturar-se como nação, mas, em época de carestia, logo começaram a oprimir os próprios compatriotas, obrigando-os a penhorar os seus bens em troca de dinheiro para a alimentação, inclusive os tributos. Houve absurdos até do ponto de vista deles mesmos, em que os filhos foram entregues como servos para que eles não morressem de fome. O povo, não tendo mais o que fazer, foi clamar a Neemias, que reuniu a todos e exigiu o perdão das dívidas e a restituição das terras, vinhas, olivais, os dízimos (ágio), trigo, etc. Neemias nem o que havia emprestado quis de volta, como medida exemplar. Que isso nos sirva de lição, pois há sempre quem procure tirar proveito das calamidades e tragédias alheias dando vazão a sua própria cobiça, esquecendo-se de que Deus julgará tais injustiças.

Os homens depredam seus congêneres: desprezando o pobre reprovam seu Criador. Tal conduta é uma desgraça para qualquer, mas quem pode aborrecê-la o suficiente quando a adotam os cristãos professantes? Com compaixão pelos oprimidos, devemos lamentar as penúrias sob as quais gemem muitos no mundo, pondo nossas almas no lugar das deles e lembrando em nossas orações e com nosso socorro aos que estão carregados. Mas deixemos que os que não demonstram misericórdia esperem juízo sem misericórdia.
Neemias sabia que ainda que edificasse as muralhas de Jerusalém muito altas, muito grossas ou muito fortes, a cidade não poderia estar a salvo enquanto houver abusos nela. A forma correta de reformar a vida dos homens é convencer de pecado suas consciências. Se você andar em temor de Deus não será cobiçoso de ganho mundano, nem será cruel com seus irmãos. Nada expõe a religião à repreensão mais que a mundanalidade e dureza de coração dos que a professam. Os que insistem rigorosamente em seus direitos tratam, com muita pouca graça, de convencer os outros de que cedam nos seus.
Quando se arrazoa com gente egoísta é bom comparar sua conduta com a dos que são generosos, mas é ainda melhor apontar o exemplo dAquele que se fez pobre por nós sendo rico, para que nós, por sua pobreza, fossemos enriquecidos (2 Co 8.9). Eles fizeram conforme com a promessa. As boas promessas são coisas boas, mas são melhores as boas obras.

3.3. Medidas contra o casamento misto (Ne 13.23-29)
O casamento misto não era uma situação isolada, mas tomou-se um grande mal, pois tal prática estava generalizada. É muito provável que as mulheres judias estivessem sendo negligenciadas pela escolha das mulheres estrangeiras, o perigo disso era que, em médio prazo, perderiam a identidade judaica e se enfraqueceriam como os das tribos do norte que, agora eram os samaritanos. Ali estava um remanescente que deveria se preparar para vinda do Messias, não se tratava de etnocentrismo, mas da promessa que fora direcionada a Judá e implicava que eles zelassem por isso também. Os maridos judeus, na ocasião, tiveram com lágrimas de dispensar suas esposas e filhos, foi algo bem doloroso. Hoje um crente não dispensa o seu cônjuge descrente, pois o crente santifica o outro (ICo 7.14; lFe3.1).
Se cada pai for ímpio e de natureza corrupta, inclinará os filhos a seguir seu mau exemplo; isto é uma forte razão pela qual os cristãos não devem unir-se em jugo desigual. Deve prestar-se sumo cuidado à educação dos filhos em quanto ao cuidado da língua para que não aprendam a linguagem de Asdode, nem a conversação impura ou ímpia, nem a comunicação corrompida.
Neemias mostrou o errado destes matrimônios. Alguns, mais obstinados que o resto foram açoitados, isto é, mandou que fossem açoitados pelos oficiais conforme com a lei (Dt 25.2-3).
Aqui estão as orações de Neemias nesta ocasião. Ele suplica: "Lembra-te deles, Deus meu". Senhor convence-os de pecado e converte-os; coloca em suas mentes o que devem ser e fazer. Os melhores serviços para o público têm sido esquecidos por aqueles para os que foram feitos e, portanto, Neemias se encomenda a Deus para que o recompense. Isto bem pode ser o resumo de nossas petições; não necessitamos mais que isto para fazer-nos felizes: "Lembra-te de mim, meu Deus, para bem". Podemos esperar humildemente, que o Senhor se lembre de nós e de nossos serviços, ainda que, depois de vidas de inesgotável atividade e utilidade, ainda veremos causa para aborrecer-nos e arrepender-nos com pó e cinzas, e clamar com Neemias: "Salva-me, Deus meu, conforme com a grandeza de Tua misericórdia!".
O cristão solteiro tem como padrão bíblico se comprometer com alguém que se compatibilize com a sua fé, para que vindo a se casar com as diferenças não venham fragilizar de tal modo que comprometa o próprio casamento e ou a criação dos filhos, gerando assim um lar dividido. Mas alguém que se converte nessa situação não deve dispensar o cônjuge por motivos religiosos, se ele consente em viver maritalmente. Repetimos, o crente santifica o cônjuge descrente.

Conclusão
Apesar dos grandes desafios, esse foi um tempo de prosperidade e de alegria para os judeus. Retornaram para as suas terras, reconstruíram o templo, os muros, a cidade, retomaram o comércio, etc. Todavia, não teriam conseguido sem líderes capazes como Esdras, Zorobabel, Neemias e vários outros reformadores. Realizar a obra de Deus é se mover, empreender reformas, é ter coragem para um recomeço na vontade d’Ele. Se assim é, mexa-se e faça a sua parte!

QUESTIONÁRIO

1. Qual a importância da construção do altar? Dê o motivo sócio-religioso:
R: O altar é um ponto indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus.
2. Que finalidade tem a oposição satânica contra o verdadeiro culto?
R: Ocorrerá sempre com a finalidade de impedi-lo ou atrapalhá-lo.
3. O que fizeram os judeus depois que a construção do templo foi embargada?
R: Voltaram-se para a edificação de suas confortáveis casas.
4. Que tipo de palavra Neemias dirigiu aos magistrados para que iniciassem o trabalho?
R: Trouxe uma palavra persuasiva de motivação.
5. Aponte uma reforma no campo ético-moral:
R: Medidas contra a exploração do próximo; e contra o casamento misto.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2013, ano 23 nº 86 – Jovens e Adultos – Vida Cristã Vitoriosa.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento 
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

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