Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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terça-feira, 30 de setembro de 2014

O agir de um Deus sobrenatural

Lição 1 - O agir de um Deus sobrenatural

escola dominical

LIÇÃO 1 – 05 de outubro de 2014 – Editora BETEL

O agir de um Deus sobrenatural

TEXTO AUREO

“Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”. 2Co 4.18

VERDADE APLICADA

Um milagre é uma ação que acontece dentro da experiência humana onde as operações da natureza se tornam inertes por ocasião de uma intervenção Divina.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Ensinar o que significa um milagre juntamente com seus termos etimológicos;
 Mostrar a diferença entre curas, sinais e maravilhas;
 Fazer com que se compreenda o poder de Deus e sua finalidade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Sl 77.11 - Eu me lembrarei das obras do SENHOR; certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade.
Sl 77.12 - Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos.
Sl 77.13 - O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Quem é Deus tão grande como o nosso Deus?
Sl 77.14 - Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu fizeste notória a tua força entre os povos.
Sl 77.15 - Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José. (Selá.)
Sl 77.16 - As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram.

Introdução
A crença nos milagres Bíblicos sempre foi uma característica central da fé cristã (Jo 4.48), sabemos que milagres não são acontecimentos do passado, pois estão presentes no dia a dia da igreja cristã. Neste trimestre estudaremos apenas alguns milagres registrados no Antigo Testamento a fim de extrair deles grandes revelações para edificação da nossa fé.

1. Milagres, sua origem e seu significado
Por que Deus se apresenta com sinais tão maravilhosos? O que Ele deseja que venhamos compreender quando os realiza? (Rm 1.19-20). Segundo Tomás de Aquino “quando Deus faz qualquer coisa contrária à ordem da natureza que nós conhecemos e estamos acostumados a observar, nós chamamos de milagre”. Poderíamos definir milagres como: “intervenção sobrenatural no curso usual da natureza; uma suspensão temporária da ordem natural, mediante o agir de Deus”.

1.1. O milagre em sua etimologia
A palavra milagre encontra sua raiz no latim “miraculum” que significa “ver, olhar”. Para os latinos “miraculum” representava as coisas prodigiosas que escapavam a seu entendimento como: os eclipses, as estações do ano, e as tempestades (At 2.20). “Miraculum” provém de “mirari”, que em latim significa: “contemplar com admiração, com espanto, ou com surpresa”. Assim, do ponto de vista etimológico, a palavra milagre não tem necessariamente relação com alguma intervenção divina, ela está ligada ao assombro diante do inefável. Segundo o cristianismo, um milagre é uma intervenção Divina, onde de forma sobrenatural e extraordinária, Deus manifesta sua soberania e amor para com os seres humanos, um ato sem explicação científica razoável.
Cada um dos dons do Espírito é milagroso. São todos sobrenaturais. No sentido geral da palavra “milagres”, todos os dons do Espírito são milagres, mas no sentido etimológico o dom de operação de milagres é um ato específico. Por exemplo, quando Eliseu dividiu as águas do rio Jordão com um golpe do seu manto, ocorreu uma operação de milagre! Houve uma intervenção no decurso usual da natureza. Não conheço mais
ninguém que com um golpe de uma capa abrisse um caminho pelo meio de um rio. (2Rs. 2.14).

1.2. A definição do termo milagre no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, o milagre é definido pelo menos por três termos: “teraton”, indicando prodígio como uma intervenção que reconhece a ação do Senhor; “thaumasion”, que expressa melhor à provocação do assombro; e “paradoxon”, que acentua a dimensão da surpresa inesperada. Em qualquer caso, o milagre é um ato pelo qual Deus se dá a conhecer ao homem (Êx 6.6-8), que se encontra maravilhado e espantado diante destes sinais de grandeza. Teologicamente, os milagres têm uma finalidade: eles acontecem para que o crente reconheça a atuação miraculosa como manifestação da Soberania Divina. O objetivo do milagre é antes de tudo, revelar a Soberania Divina, seu amor e misericórdia; ele revela a ação ininterrupta do Pai pela qualidade de vida dos seus filhos (Jo 20.30-31).

1.3. A escatologia do milagre
O milagre antecipa a situação de um futuro escatológico: então não haverá enfermidade, nem sofrimento, nem morte, senão a vida (Ap 21.4).Os milagres são sinais visíveis da antecipação do Reino entre nós (Lc 10.19; 11.20). Eles possuem, portanto, um valor de revelação, na medida em que expressam o poder e a glória de Deus sobre a criação. Assim, pois, o milagre segue sendo um sinal que provoca a reflexão e o discernimento; ele não é realizado somente na ordem da natureza ou na parte física da pessoa, também se manifesta sobre tudo, no silêncio da transformação do coração humano.
O milagre é a intervenção livre de Deus dentro da criação, e no homem para expressar a vitória sobre o mal e a chamada a participação em seu Reino. O milagre se distingue do prodígio: na verdade, ele tende a enfatizar o caráter extraordinário e portentoso de um evento, enquanto que o prodígio é um chamado para que à fé se torne mais genuína e se reconheça a presença de Deus.

2. Curas, sinais, e maravilhas
É imprescindível conhecermos as definições de alguns termos para entendermos de forma mais ampla tanto a profundidade do evento quanto a diferença que existe quando nos referimos aos milagres operados pelo Criador. Vejamos:

2.1. A cura
O grego do Novo Testamento apresenta muitas palavras que descrevem os processos de cura. Vamos nos deter apenas em três principais. São elas: “iasis” - que descreve o ato de curar (Lc 13.32); “therapeúo” - que significa curar, honrar. É dessa palavra que se deriva a palavra terapia (Lc 9.11); “iáomai”- que é um termo muito mais completo, pois não engloba somente a cura física, mas inclui ser livre de pecados, ou ser salvo (At 10.38). Neste sentido, a cura se manifesta tanto como um dom na vida dos cristãos, quanto como um direito legal outorgado pelo sacrifício vicário de Jesus Cristo.
Um milagre jamais nasce de cálculos racionais, ele sempre está ligado a uma atitude de fé (Hb 11.1-3). O Sino Naamã, não mergulhou sete vezes no Jordão porque foi convencido pela medicina; Paulo teve que ver algo extraordinário diante de si para abandonar todo o curso de sua vida e seguir aqueles a quem tinha por hereges.

2.2. O significado de um sinal Divino
A palavra sinal vem do grego “simeion” que indica a marca do poder sobrenatural de Deus, é o selo pelo qual uma pessoa é conhecida, ou se distingue das demais (Mt 12.38; 16.1,4). Esse termo “simeion” é usado para exemplificar um prodígio de maneira incomum e que transcende o natural (At 6.8). Deus realiza sinais para autenticar a missão daquele a quem enviou. Quando Moisés foi comissionado por Deus para livrar Israel do Egito, ele apresentou para Deus sua dificuldade: “mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz” (Êx 4.1). Os milagres credenciavam tanto Moisés quanto sua mensagem (Êx 3.20; 4.11-21).

2.3. Maravilhas
“E disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão” (Êx 4.21a). Em grego se utiliza o vocábulo “terás” para maravilhas, esse é um adjetivo que sempre é usado no plural. “Terás” descreve algo estranho, que deslumbra ou assombra ao espectador, e cuja procedência se atribui a um ato Divino. É conhecido de todos os estudiosos que a operação de maravilhas está alicerçada somente na fé de quem tem sobre si esse dom ou qualificação Divina, o qual dispensa a fé do beneficiado. Quem será que não se assombrou ao ver um caminho no meio do mar e dois muros feitos de água, como se houvesse uma mão a segurá-lo até que todos estivessem a salvo?
Existem expositores que afirmam que os milagres já se encerraram, e que duraram até a era apostólica. Eles afirmam que hoje não é mais preciso
milagres, porque o povo já tem toda a revelação que precisa para crer no Senhor. As Escrituras não ensinam que os milagres cessariam com os apóstolos, Jesus disse que faríamos obras maiores (Jo 14.12). Tanto os sinais quanto a salvação pertecem a promessa de Jesus no texto de Marcos 16.16-17.

3. Compreendendo o poder sobrenatural de Deus
Jesus nos deixou como herança uma igreja que evangelizava e que estabelecia seu reino usando um poder sobrenatural como ferramenta principal e inseparável. Mas infelizmente, com o passar do tempo, algumas ideias humanas foram sendo introduzidas na igreja, e esse poder sobrenatural foi posto de lado (Lc 10.9,19). Vejamos:

3.1. O que significa o poder de Deus (At 1.8)
No grego a palavra poder é “dunamis”, que também significa: força poderosa, potência ou habilidade inerente ao poder. “Dunamis” é a capacidade de realizar milagres. É o poder de Deus, a Sua habilidade sobrenatural, Seu poder explosivo, Seu poder milagroso. Atualmente, muitas igrejas se mostram negativas a esse poder, porque uma grande soma de cristãos do nosso século jamais presenciou um milagre físico ou uma obra sobrenatural. As metodologias humanas estão substituindo o “dunamis” de Deus, e o resultado é: estamos gerando cristãos sem uma experiência sobrenatural, pessoas enfermas, fracas, e oprimidas em nosso meio. O que nos difere das demais religiões é a mensagem de poder e impacto (Mt 12.24; Mc 6.7; Rm 1.16; 2Col0.4).
Todos os movimentos cristãos, sem importar sua denominação, começaram com uma visitação sobrenatural de Deus, se isso não ocorresse jamais teriam impactado o mundo. Mas onde se encontra esse poder hoje? Quantos ainda desfrutam dele? O que aconteceu? Parece que com o passar do tempo o carnalsubstituiu o espiritual (Gl 3.3).

3.2. Deus se revela no espírito
Quando falamos do sobrenatural devemos ter em mente o nível em que Deus habita. Milagres para Deus são coisas comuns, nós os denominamos como milagres porque nosso nível está totalmente abaixo daquele em que o Criador está. Só existe uma maneira de viver de forma diferenciada, é se ajustando ao nível em que Ele está. Quando o Senhor conduziu Ezequiel ao vale de ossos secos, Ezequiel foi levado em espírito (Ez 37.1). Deus o colocou num nível elevado para que visse aquilo que aos olhos carnais jamais entenderia. Ezequiel viu o império da morte, mas no nível em que estava proferiu a palavra de vida (Ez 37.2-11). Não podemos discernir Deus com cálculos humanos. Deus é espírito, e é no espírito que Ele se revela (Jo 4.24).

3.3. 0 propósito do poder sobrenatural de Deus.
O poder de Deus foi repartido a Sua Igreja para propósitos sérios e específicos que estão diretamente relacionados à propagação de seu Reino na terra (lJo 2.20,27). Devemos lembrar que a “unção” representa para todos nós uma grande responsabilidade. Quando uma pessoa é investida de autoridade, deixa de ser uma pessoa comum e passa a ser vista de forma diferente pelos demais. Essa “unção” lhe dará uma autoridade que antes não possuía, e caso venha usá-la de forma indevida, tanto poderá trazer sérios danos para si quanto para os demais. Noé foi chamado por Deus para salvar o mundo e sua missão foi construir uma arca. Mais tarde plantou uma vinha, com o vinho produzido se embebedou e amaldiçoou seu filho. Quando foi responsável salvou o mundo, quando foi irresponsável amaldiçoou sua família (Gn 6.17-18; 9.21-25). Lembre-se: Unção não é autopromoção é responsabilidade!

Conclusão
O poder de Deus está à disposição de todos nós (Jo 14.12). Milagres não são coisas do passado, eles sempre serão uma realidade na vida de todo aquele que crê (Mc 16.17). Um dos propósitos mais importantes pelo qual Deus nos ungiu foi para nos tornar testemunhas de Seu poder. Que os sinais nos sigam por onde passarmos (At 1.8).

QUESTIONÁRIO

1. Como poderíamos definir milagres?
R. Como intervenção sobrenatural no curso usual da natureza.
2. Qual o objetivo principal de um milagre?
R. Revelar a soberania, o amor e a misericórdia de Deus (Lc 17.13-14).
3. Acerca de que os milagres testificam?
R. Do Reino de Deus e de seus frutos (Lc 10.49).
4. O que difere o cristianismo das demais religiões?
R. Sua mensagem de poder e impacto (Rm 1.16).
5. Deus é Espírito, e como podemos entendê-lo?
R. Estando no mesmo nível que Ele está (Ez 37.1).

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre de 2014, ano 24 nº 93 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – MILAGRES DO ANTIGO TESTAMENTO: COMPREENDENDO O CUIDADO DIVINO ATRAVÉS DAS INTERVENÇÕES MILAGROSAS NA HISTÓRIA DO SEU POVO.

Pastor Dr. Samuel Cássio Ferreira

Lição 13 - Jesus, o modelo inigualável de liderança

escola dominical

LIÇÃO 13 – 28 de setembro de 2014 – Editora Betel

Jesus, o modelo inigualável de liderança

TEXTO AUREO

“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios”. Mt 12.18

VERDADE APLICADA

Jesus Cristo é o modelo mais perfeito para aqueles que desejam sucesso na vida e em sua liderança.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Definir o que significa uma liderança delegada;
Demonstrar o que é uma liderança servidora;
Apontar o trabalho de um líder cristão como privilégio e responsabilidade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Is 42.1 - Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
Is 42.2 - Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
Is 42.3 - Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.
Is 42.4 - Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.
Is 42.5 - Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. 
Is 42.6 - Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
Is 42.7 - para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.

Introdução
O maior modelo de liderança será sempre Jesus Cristo. Desde sua anunciação já se previa um Messias com qualidades jamais vistas pelos seres humanos. Jesus Cristo é o homem perfeito, o modelo para uma vida saudável, feliz e vitoriosa. Não existe líder que não deseje ser como Jesus. Nesta lição, veremos três pilares principais sobre os quais a liderança messiânica repousou, os quais nos servem de base para o desempenho do papel de liderança.

1. Liderança delegada
Em várias ocasiões, Jesus demonstrou que sua missão e liderança haviam sido delegadas pelo Pai. Era imprescindível, portanto, que as pessoas cressem nele como alguém vindo de Deus. Séculos antes Ele havia sido apresentado de algumas maneiras que cabia àqueles cidadãos judeus observarem e conferir.


1.1. Ele foi apresentado como servo
Isaías profeticamente apresenta o Messias como “ebed Javé” servo do Senhor. Na verdade a expressão servo nos remete para o caráter da missão resgatadora de Jesus (Mc 10.45). Embora, nos dias atuais, na visão do mundo a ideia de um líder servo não seja agradável, não temos o direito de omitir aos leitores o que a própria Bíblia quer dizer. Por isso, na igreja, se usa muito a expressão “liderança servidora” que comunica uma ideia diferente da proposta mundana. Visto que é a que mais se aproxima daquela determinada por Deus a Jesus, o Messias. Como Ele próprio chegou a dizer: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).
Jesus sempre amou ser o que era. Talvez o que mais nos frustre seja não saber quem somos ou o que fomos destinados a fazer. Ele era acima de tudo um servo feliz, gostava de ser humano, não vivia a reclamar da vida. e, mesmo sendo Deus, não usou de forma alguma a autoridade que possuía para livrar-se dos momentos difíceis e da missão que portava consigo. Ele foi até o fim, como um filho obediente e como um servo fiel.


1.2. Escolhido para o prazer de Deus
O Messias profeticamente foi enviado para o deleite de Deus. Ele é simplesmente um servo obediente que se agrada em cumprir o seu propósito. Esse Servo-Líder foi escolhido e sustentado na sua missão até que todo o seu propósito se cumprisse. Os evangelistas fizeram questão de apontai' esse aspecto messiânico em Jesus, ao registrarem a voz de Deus, demonstrando o seu agrado com relação à pessoa de Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17) Devemos lembrar que, em termos de submissão, não havia diferença entre servo e filho. E Jesus nos ensina tanto a ser filhos quanto servos. Um servo-líder de Cristo deve entender que sua vida existe para o deleite de seu Senhor e não para deleite próprio. Na verdade, grande prazer têm aqueles que obedecem a Deus seja em que aspecto for, principalmente, liderando.


1.3. Ele foi habilitado para servir
“Pus sobre ele o meu Espírito” (Is 42.1). O Espírito de Deus foi posto sobre o Messias para o serviço. É maravilhosa essa ideia de que um servo-líder de Cristo recebe uma graça adicional, o próprio Espírito de Deus vem habitá-lo, para capacitar-lhe a fazer a sua obra, e liderar na autoridade, e sob a ótica divina. O mais intrigante nisso tudo é que até mesmo Jesus atuou movido pelo Espírito Santo. Observemos agora o que diz Isaías quanto à qualidade do serviço executado por esse servo: “ele promulgará o direito para os gentios” (Is 42.1b). O modelo de serviço cristocêntrico contrasta em muito com o modelo de muitas lideranças, que em vez de servir desejam ser servidos.
Destaque para seus alunos que existem dois tipos de pessoas no que diz respeito a doar: algumas doam para viver, outras vivem para doar. Esses dois tipos de indivíduos não só têm diferentes hábitos de doação, mas também filosofias de vida diferentes. Quem vive para doar sempre está preocupado com a causa e a necessidade, quem doa para viver sempre oferece o suficiente. Jesus era um especialista em viver para doar.

2. Liderança servidora
Toda liderança tem um objetivo e uma maneira de alcançá-lo. Deus se preocupou em revelar riquíssimos detalhes acerca da tarefa messiânica. Todavia, o espaço não permite uma exposição maior, sendo assim, ateremo-nos ao texto profético de Isaías.


2.1. Ele promulgará o direito
O profeta anuncia que o servo recebe uma investidura régia, pois é o eleito do próprio Deus. Dos versículos 5 ao 7, fala sobre o próprio Javé como criador. Este se dirige ao servo confirmando sua vocação que é orientada para uma libertação. No corpo da mensagem, vemos que o servo traria justiça às nações, teria um alcance mundial, e seria feita, no entanto, sem barulho e sem violência. Ele procederia de maneira calma e mansa para o estabelecimento da justiça no mundo. Nos dias atuais muitos companheiros de caminhada precisam de compaixão e encorajamento para suportar a carga que é parte de suas vidas e não resistindo desanimam. Algumas pessoas que estão em nosso convívio se parecem com esses pavios fumegantes. Por isso, somos todos convocados para animar e fortalecer mutuamente as canas quebradas e os pavios que se apagam. Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão de cada líder e cristão.
A lâmpada era um pequeno vaso de barro com óleo, com uma alça para carregá-la e uma mecha de linho mergulhada no óleo de oliva. O texto fala em mecha fumegante se referindo a uma que se estava se apagando. A mensagem se dirigia aos enfraquecidos, a muitos dos que figurativamente eram como a cana. Essas pessoas se pareciam como um pavio fumegante, porque seu último sinal de vida quase já se apagava. Estavam realmente oprimidos e precisando de alguém que os curasse e guiasse suas vidas.


2.2. Servirá com suavidade
A comunicação messiânica seria sem estardalhaço, porém, cumpriria a sua missão de: “em verdade promulgar o direito”. Não haveria clamor, gritos, voz pública, mas haveria direito outorgado às pessoas. Um líder numa organização eclesiástica se defrontará com o momento em que seu papel não será pregar, gritar e clamar, apenas anunciar o direito em Cristo Jesus das pessoas. São verdades que numa conversa em tom suave aumentam a compreensão e trazem um poderoso efeito nas vidas. Embora a gentileza seja suave, será firme o suficiente para acabar com a desumanidade. Interessante é a expressão “pavio que fumega”. As lamparinas tinham pavios de linho cru, que, com o passar do tempo, passavam a produzir menos chama e mais fumaça. Tornavam-se sem utilidade e incômodo, devendo ser descartados. Precisamos de ferramentas que amolem outras ferramentas que já estão desgastadas com o tempo e sendo postas de lado (Is 42.2).


2.3. Servirá sem agressões
O servir do Messias foi sem agressões, humilhações, e repleto de compaixão. Quem estava quebrado seria restaurado, aquele que estava triste seria consolado, quem estava preso seria livre (Is 61.1). O ministério messiânico foi socorrista para os quebrados, e de cuidado para com os que estavam se apagando, com base na verdade e direito divino. Todos estavam condenados, mas Jesus Cristo trouxe em si mesmo o direito ao perdão e a reconciliação plena com Deus (Ef 2.11-13). Não dá para entender um líder que se apresenta como embaixador de Cristo na terra e vive a pisar, usurpar, humilhar os outros. O líder genuíno traz consigo as características daquele que é seu modelo. Se o modelo for Jesus, veremos o fruto do Espírito. Todavia, se vemos outro comportamento, a fonte da paternidade pode ser outra.
O jeito cristocêntrico de liderar é se considerar servo. É demonstrar compaixão e levar o direito dado por Deus pela fé às pessoas carentes de reconciliação. É importante demais ter uma missão, mais ainda é que juntamente com ela se tenha a ética em conduzi-la.

3. Liderança recompensada
A recompensa do trabalho messiânico está na realização do próprio trabalho e não fora dele. Como um administrador que tem prazer em ver dar certo o seu empreendimento, sendo-lhe isso uma folga e um prazer. Assim Cristo se realiza e se recompensa com a sua organização.


3.1. Mediador da aliança
O propósito de uma aliança é firmar laços de fidelidade e confiança. O pacto firmado entre Cristo e a igreja envolve salvação e nova vida. E Cristo nomeou ministros para juntamente com Ele anunciarem essas boas novas (2Co 3.6). O que cabe a cada um de nós? Anunciar quem é Cristo, o que fez, e o que pode fazer. Todos nós fomos chamados para esse fim, e ninguém está isento dessa missão (1 Pe 2.9). Pedro em sua primeira epístola nos alertas para algo interessante. Ele diz que somos “pedras vivas” (1 Pe 2.1). Não existe uma pedra igual à outra, todas elas se parecem, mas possuem pequenos detalhes que as tomam diferenciadas. Nós não somos azulejos. Os azulejos são postos em uma matriz e são todos iguais. Nós somos pedras. Somos parecidos por fora, mas distintos por dentro. Isso implica dizer que não precisamos imitar nada de ninguém, e que todos nós somos úteis em alguma coisa. Uns foram chamados para apontar o alvo, outros para realizar a tarefa.
O homem precisa de um advogado junto a Deus, alguém que seja capaz de intermediar em seus assuntos particulares. Todavia não há outro além de Jesus Cristo que seja capaz de cumprir essa mediação (lJo 2.1). Porém é necessário que os embaixadores de Cristo Jesus anunciem quem de fato ele é. Na verdade, todos foram chamados para tomarem-se anunciadores dessa nova aliança, ninguém está isento dessa missão.


3.2. Luz para os que jazem em trevas
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.1-3). Era assim que Deus nos via, e a missão de Jesus foi nos tirar desse ambiente perdido e de trevas, não somente para vivermos estagnados, mas para dizer aos outros que ainda há esperança. Quando olhamos para trás, para tudo o que realizamos na vida, encontraremos mais satisfação nas alegrias que trouxemos a vida de outras pessoas do que nas ocasiões em que as superamos. As pessoas sempre irão apreciar e admirar alguém que é capaz de ajudá-las a alcançar outro nível, alguém que lhes faça sentir importantes e lhes capacite para alcançar êxito. Líderes existem para apontar o caminho.


3.3. A glória exclusiva
A recompensa do servo é a glória exclusiva do seu Senhor. Qualquer glória terrena é efêmera, e de certo haverá grande honra para aqueles que plantaram para colher na eternidade. A glória de uma vida não está baseada nas realizações, mas sim na certeza de que se viveu para fazer a coisa certa. Jesus disse: “eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” (Jo l8.37). Será que estamos conscientes da razão pela qual estamos no mundo? Todos nós deixaremos impressões nos outros que serão lembradas mesmo depois da nossa morte. A pergunta é? Como queremos ser lembrados? Que impressão nós deixaremos em nossos filhos, amigos, parentes e irmãos em Cristo? Ou será que estamos mergulhados num egoísmo tão profundo que nos impede de enxergar tanto a nós mesmos quanto os outros?
Talvez seja difícil entendermos que a recompensa do trabalho seja o privilégio de exercê-lo. O labor é um meio de se trazei' o sustento, de pagar dívidas, etc. Mas o trabalho também é um meio de satisfação, tanto é que muitos se deprimem e adoecem quando não conseguem emprego. A obra de um líder com certeza o ferirá inúmeras vezes, mas é dela que vem o seu consolo e recompensa. Por isso, não devemos desanimar. Ao contrário, devemos ser firmes e constantes.

Conclusão
Jesus é até hoje um enigma para muitas pessoas. Seguir a Jesus não é somente um desafio, mas uma contracultura que nos conduz a viver de um modo diferente e regrado. O que sobressai em Jesus é sua qualidade de vida, sua maneira de agir, sua justiça, verdade, integridade e santidade. E como seguidores, basta-nos apenas seguir seu exemplo de vida: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15).

QUESTIONÁRIO

1. Qual será sempre o nosso maior modelo de liderança?
R. Jesus Cristo.
2. De que forma Isaías apresenta o Messias?
R. Servo do Senhor.
3. Para quê o messias foi profeticamente enviado?
R. Para o deleite de Deus.
4. Indique uma maneira em que a liderança servidora se manifestou em Jesus:
R. Promulgando o direito.
5. Qual a grande recompensa de um servo?
R. A glória exclusiva de seu Senhor.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2014, ano 24 nº 92 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – LIDERANÇA CRISTÃ Conhecendo os segredos da liderança eficaz

Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

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