Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Complexo de culpa, o tormento da alma humana



LIÇÃO 8 – 25 de maio de 2014 
Complexo de culpa, o tormento da alma humana

TEXTO AUREO

“E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar.” 2 Co 12.7

VERDADE APLICADA

Não se pode permitir que acontecimentos anteriores à conversão continuem punindo o Homem, uma vez que já somos purificados pelo sangue de Jesus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Definir o que é complexo de culpa;
 Explicar como este complexo atua no indivíduo;
 Mostrar como Deus age na vida de quem sofre com o complexo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2Co 12.6 - Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isso, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve.
2Co 12.7 - E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
2Co 12.8 - Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim.
2Co 12.9 - E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Introdução
Esta lição irá abordar um tema recorrente no meio da Igreja: complexo de culpa. Esta é uma das enfermidades da alma que mais atinge o povo de Deus. Muitos de nós, devido a uma vida pregressa mergulhada no pecado, têm dentro de si motivos para achar-se responsável por algo ocorrido no passado. O que resulta numa constante cobrança interna, prejudicando o desenvolvimento e o bem estar da vida cristã. No entanto, à luz da Palavra de Deus, o homem encontra refrigério quando, através do arrependimento, supera o sentimento de culpa que o atormentava.

OBJETIVO
 Definir o que é complexo de culpa;

1. Arrependimento, uma decisão necessária.
ARREPENDIMENTO
Decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa.
Em muitos casos, é possível observar que nem todos os indivíduos conseguem passar pelo processo de arrependimento. Há casos em que, mesmo identificando o mal cometido, o sujeito não chega ao arrependimento, agindo como se nada houvesse acontecido. Tornam-se situações preocupantes quando a pessoa passa a nutrir contra si mesma sentimentos negativos relacionados com o complexo, resultando em uma mágoa tão profunda contra si que produzirá um sintoma semelhante ao de depressão, gerando a sensação de vazio ou, muitas vezes, de perda por não ter tomado a atitude no momento oportuno. O primeiro passo para superar o sentimento de cupa é reconhecer o erro (Pv 28.13 Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.).

1.1. Como age a culpa?
CULPA
Estado daquele que é culpado. Responsabilidade de um ato ou uma omissão de um crime.
O sentimento de culpa atinge drasticamente as emoções do homem (SI 38.18Confesso a minha culpa; em angústia estou por causa do meu pecado.). O indivíduo sofre com uma dor extrema que acomete diretamente a alma. Por isso relacionamos esse tipo de complexo à enfermidade da alma. Tal sentimento leva, muitas vezes, a incapacidade do indivíduo de sentir-se completamente feliz, fazendo-o crer que jamais se livrará deste sentimento (ISm 1.15a Ana respondeu: Não se trata disso, meu senhor. Sou uma mulher muito angustiada.) e, consequentemente, estará fadado a viver uma vida miserável, já que a culpa não o permite se esquecer do seu pecado (Is 59.12 Sim, pois são muitas as nossas transgressões diante de ti, e os nossos pecados testemunham contra nós. As nossas transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniquidades:).
O pecado zomba e se multiplica (12). “Os loucos zombam do pecado” (Pv 14.9), mas, no fim das contas, o pecado zomba do louco, porque os nossos pecados testificam contra nós (12). O pecado na sua segunda edição é sempre mais grave do que na primeira. Tanto Daniel como Esdras citam essa passagem de Isaías (cf. Dn 9.5-15 e Ed 9.6-15). “Nossa culpa se avoluma diante de nós, nossos pecados nos acusam; a vergonha nos assola; confessamos nossa iniquidade”.
O sentimento que a culpa provoca afasta cada vez mais o homem da presença de Deus. Por isso é necessário que haja um novo encontro com o Senhor, afim de que se possa desenvolver uma nova vida sem culpa e totalmente restaurada (Mt 11.28). No caso de Adão, Deus impôs um novo começo para que, em nova condição, pudesse se livrar da culpa e restituir a sua comunhão com Ele (1 Co 5.17).

1.2. Inerte ao arrependimento
INERTE
Não tem atividade; parado.
Em casos de inércia ao arrependimento, o indivíduo não demonstra que se arrependeu pelo que fez ou deixou de fazer. No entanto carrega em si uma dor extrema que faz com que ele não se esqueça da atitude tomada. Embora não tenha arrependido, a culpa produz uma série de sentimentos desagradáveis, o que acaba caracterizando o complexo de culpa (lRs 21.27 Quando Acabe ouviu essas palavras, rasgou as suas vestes, vestiu-se de pano de saco e jejuou. Passou a dormir sobre panos de saco e agia com mansidão.).
A princípio, Acabe não demonstrou culpa, pois sua ganância era tamanha que não percebeu o mal que havia cometido, talvez possa ter pensado que a culpa pela morte de Nabote era de Jezabel. No entanto, ao perceber seu erro através das palavras do profeta Elias, foi tomado de intensa dor e sofrimento causados pelo complexo de culpa.

1.3. Peculiaridades importantes do complexo de culpa
COMPLEXO DE CULPA
O complexo de culpa mais comum e que preocupa mais é aquele que a pessoa nutre em relação a si. Traduz-se numa mágoa profunda, depressão e sentido de vazio.
Biblicamente podemos destacar dois tipos de reações que o ser humano apresenta em relação ao complexo de culpa: a primeira reação é aquela que produz arrependimento, diz respeito à culpa Teológica. Trata-se da convicção de ter cometido pecado contra Deus, se seguida de confissão, produz alívio e conduz à vida e à salvação (Mt 11.28-29 “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.). A segunda reação é aquela que produz remorso (Mt 27.3 Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata.), diz respeito à culpa antropológica (humana). Trata-se de uma decepção profunda em que o ser humano nutre um medo incontrolável de não conseguir mudar a realidade resultante de seus atos e atitudes (Mt 27.4 E disse: “Pequei, pois traí sangue inocente”. E eles retrucaram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.). Levando-o a enfrentar sentimentos desagradáveis de pesar, vergonha, tristeza e autocondenação.
Exemplifique para os alunos destacando a diferença entre a atitude de Pedro, que se arrependeu de ter negado Cristo, e a atitude de Judas que sentiu remorso por ter traído Cristo. Destaque que o arrependimento produz alívio e salvação com pleno perdão (Rm 8.1) enquanto o remorso provoca desarranjo mental, resultando no suicídio ou na morte (Mt 27.5).

OBJETIVO
 Explicar como este complexo atua no indivíduo;

2. Detectando o complexo de culpa
Em muitos casos, pode não parecer que um sentimento ou uma tristeza caracterize algo grave, contudo, qualquer tipo de interferência em nosso comportamento natural deve ser levado em conta. Ao sentir-se frustrado por um motivo aparentemente fútil, o indivíduo pode ser acometido de graves consequências.
Quando há o conhecimento que um ser está sendo atingido psicologicamente, deve-se investigar as possíveis causas, afim de buscar o tratamento adequado. Dando-lhe a oportunidade de um novo direcionamento. Nesses casos, a busca pela mudança é imprescindível, pois é encarando a verdade que o indivíduo encontrará libertação do complexo de culpa.

2.1. O complexo em Paulo
No caso do Apóstolo Paulo, ele buscou, em Deus, o perdão pelos seus atos anteriores. A sua conversão ficou como um exemplo claro de que, se nos voltarmos ao Senhor para fazer a sua vontade, teremos os nossos pecados completamente esquecidos por Ele (Hb 8.12 Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados”). Para tanto, é fundamental que saiamos da nossa idiossincrasia e caminhemos em direção à verdade para que a Palavra se cumpra em nós (lJo 1.7) “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”

2.2. O relato de Paulo
Ao nos mostrar a sua angústia (2Co 12.7 Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.) o Apóstolo demonstra que se encontrava, como podemos dizer, em um “beco sem saída”. Ao ser confrontado por aqueles a quem chamava de emissário de Satanás, Paulo não esconde o seu sentimento de culpa ao reconhecê-la como um espinho na carne em relação ao que cometeu no seu passado tenebroso (At 8.1 e 3 1 Naquela ocasião desencadeou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria. 3 Saulo, por sua vez, devastava a igreja. Indo de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão.). A personalidade forte do, então, líder dos perseguidores dos cristãos fazia dele um homem cruel capaz de realizar as piores de todas perversidades com aqueles que mais tarde se tomariam seus irmãos. Um fato importante e que deve ser observado é que Paulo teve o seu chamado direcionado aos gentios (Rm 11.13-14 Estou falando a vocês, gentios. Visto que sou apóstolo para os gentios, exalto o meu ministério, na esperança de que de alguma forma possa provocar ciúme em meu próprio povo e salvar alguns deles.), no entanto sabemos que isso não tirou dele o desejo de alcançar os seus irmãos judeus, os quais com maior intensidade perseguia quando alguns deles se convertiam ao cristianismo (At 7.58 arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.).

2.3. O espinho na carne
As lembranças das maldades cometidas feriam intensamente Paulo, causando nele uma dor intensa e profunda como que se um espinho o estivesse ferindo, podemos aqui exemplificar as palavras do emissário de Satanás em seu ataque ao Apóstolo. “Veja só, agora fica aí dando uma de bom moço, pregando a esse Jesus, andando lado a lado desse povo que se diz povo escolhido. Já se esqueceu de que fostes um dos maiores algozes deles?” Estas palavras certamente causavam-lhe uma tremenda dor, pois lhe traziam a lembrança dos seus atos cometidos no passado, reforçando, assim, o seu complexo de culpa. Paulo tinha certeza de que o Senhor lhe havia perdoado todo pecado, todavia sua alma continuava sofrendo sempre que lhe era lançado em rosto os seus feitos. A atitude de Paulo foi, após orar, contar a todos o que acontecia em seu interior e, assim, expulsar os maus sentimentos de sua vida (Tg 5.16a Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.).
“Mas de mim mesmo não me gloriarei, senão das minhas fraquezas.” 2Co 12.5b; em suas palavras Paulo demonstra ter conhecimento de que o fato de ter tido um passado vergonhoso, fazia dele um alvo ideal para os ataques do inimigo, entretanto, ao reconhecer a sua fraqueza, o Espírito o fortalecia para resistir aos ataques do maligno.

OBJETIVO
 Mostrar como Deus age na vida de quem sofre com o complexo.

3. Ação de Cristo Jesus
A história de Paulo nos mostra como Jesus age na vida de quem Ele tem um propósito. Às vezes, podemos pensar que o Senhor não está respondendo às nossas orações, no entanto vemos Paulo nos contando que já havia orado algumas vezes sobre esse problema e a resposta foi “a minha Graça te basta” (2Co 12.9). Não sabemos se essa era a resposta por que ele esperava, contudo o que sabemos é que no momento levou-o a uma importante conclusão e reflexão: a Graça é suficiente para nos curar de todos os males, porque é superior a qualquer culpa (Rm 5.20 A Lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça,).

3.1. A ação do Espírito Santo
A resposta vinda do Senhor levou o apóstolo a entender que o fato de sentir culpa pelos atos do passado não o deveria afastar do convívio com os seus irmãos e muito menos o tirar do centro da vontade de Deus (2Co 12.12 As marcas de um apóstolo sinais, maravilhas e milagres foram demonstradas entre vocês, com grande perseverança.). Deus queria que ele fizesse a obra a ele destinada. O reconhecimento, por sua parte, de que, na sua fraqueza, era fortalecido pelo Espírito fez com que sentisse força para lutar contra o seu complexo de culpa. A vitória de Paulo fica clara quando declara que o seu viver é Cristo e que não temia a morte, pois a sua morte era vitória para vida eterna (Fp 1.21 porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.) a certeza do Apóstolo dava-lhe a plena convicção que o seu ministério haveria de ser aprovado pelo Mestre. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Podemos concluir que a libertação do complexo se deu pelo fato de Paulo ter permanecido em comunhão com os irmãos; não dando ouvidos ao emissário de Satanás. A comunhão é também um eficaz remédio para cura das doenças apresentadas com enfermidades da alma.

3.2. O poder aperfeiçoado
Agora de posse do poder de Cristo, Paulo segue adiante com o propósito de Deus traçado para sua vida, o resgate de muitos para o Reino dos Céus (2Co l2.15 Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. Visto que os amo tanto, devo ser menos amado?). Ironicamente a culpa que lhe era imposta pelas lembranças trazidas a sua mente pelo emissário de Satanás agora funcionava como combustível para realização de seu trabalho em prol do Reino de Deus.

3.3. Como o Espírito Santo nos capacita
Paulo continua nos mostrando que tinha consciência de que suas obras eram importantes para o crescimento da igreja (2Co 12.11b Eu devia ser recomendado por vocês, pois em nada sou inferior aos “superapóstolos”, embora eu nada seja.), no entanto reconhece também que essas obras eram de inteira responsabilidade do Espírito Santo que agia em sua vida. Paulo, ainda, esclarece que o fato de permitir que o Espírito o usasse, tornava-o, em muitas situações, mais eficiente na realização daquilo que se havia proposto a fazer. A comunhão restabelecida entre o, agora, Ministro de Deus e o Criador foi determinante na aquisição da cura do complexo que ele carregava, permitindo-lhe total libertação de suas lembranças indesejadas para uma maior eficácia do seu ministério.
Podemos usar, nesse caso de Paulo, o termo resiliência, este é aplicado na ciência dos materiais que significa a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação. Atualmente as ciências humanas têm feito uso desse termo para explicar a capacidade que o indivíduo desenvolve para se recuperar das adversidades, transformando o mal sofrido ou praticado em força contrária em busca de uma nova realidade.

Conclusão
Ao orar por três vezes ao Senhor, Paulo estava tentando obter uma resposta do Criador por que não conseguia se livrar das lembranças que o atormentavam, ao receber a resposta “minha Graça te basta”, percebeu que já tinha tudo que precisava para realização da obra de Deus. Isso nos mostra que a Graça é suficiente para nos livrar de todo e qualquer mal que possa afligir a alma.

QUESTIONÁRIO

1. O que pensa o indivíduo que não consegue se livrar da culpa?
R. Que está condenado a uma vida miserável de pecado, Rm 8.24.
2. Como Deus se posiciona em relação aos nossos pecados quando nos convertemos?
R. Ele os esquece completamente, Hb 8.12.
3. O que acontecia com Paulo quando se lembrava de suas maldades?
R. Sentia uma dor profunda, como se um, espinho o estivesse ferindo.
4. Qual foi a resposta de Deus a oração de Paulo?
R. A minha Graça te basta, 2Co 12.9.
5. O que fazia de Paulo eficiente na realização da obra do Senhor?
R. O fato de permitir que o Espírito o usasse.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções divinas e bíblicas.


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