LIÇÃO 05 – 04 de Novembro de 2012
Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor.
TEXTO AUREO
“Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso
trabalho não é vão no Senhor”. ICo 15.58
VERDADE APLICADA :
O grande segredo para o crescimento
espiritual e ministerial na obra do Senhor reside na perseverança e aprendizado
constante.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
·
Familiarizar os alunos com a personalidade generosa de Barnabé;
· Revelar o lado social da igreja de Antioquia em tomar a
iniciativa de ajudar os necessitados;
·
Mostrar as constantes transições positivas alcançadas na igreja
pela administração de Barnabé.
GLOSSÁRIO:
·
Mitigar: aliviar, suavizar;
· Legitimar: reconhecer ou ser reconhecido como legítimo;
· Vigoroso: energia, vitalidade; forte.
HINOS SUGERIDOS:
·
5;
503; 93
TEXTOS DE REFERÊNCIA :
At
11.25 - E partiu Barnabé para Tarso, a buscar
Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
At
11.26 - E sucedeu que todo um ano se reuniram
naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos,
pela primeira vez, chamados cristãos.
At
11.27 - E naqueles dias desceram profetas de
Jerusalém para Antioquia.
At
11.28 - E, levantando-se um deles, por nome
Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o
mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
At
11.29 - E os discípulos determinaram mandar,
cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At
11.30 - O que eles com efeito fizeram,
enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.
HINOS SUGERIDOS:
Segunda: Jó 26.2
Terça: Pv 17.17
Quarta: Pv
18.19
Quinta: Pv
18.24
Sexta: Pv 27.10
Sabado: Pv
14.10
ESBOÇO DA LIÇÃO:
Introdução
1.Paulo, um companheiro em potencial
2.O trabalho de 8arnabé e Paulo
3.O retorno da missão representativa Conclusão
Introdução
Quando Paulo retornou à sua cidade
natal (Tarso) pareceu um desfecho um tanto melancólico dado por Lucas. Mas ai
ele passa a narrar vividamente os atos de Pedro, para depois retornar a
trajetória de Paulo como um assistente de talento. Aqui estudaremos um pouco do
perfil de Paulo que atendendo um convite para auxiliar Barnabé, teve um
contínuo progresso espiritual e ministerial em Antioquia.
1. Paulo, um companheiro em potencial
Aquele era um momento surpreendente de
crescimento e multiplicação de conversões nas regiões da Judéia, Galileia e
Samaria, e os irmãos que saíram dispersos por causa da perseguição iam
anunciando a Palavra por onde passavam, de maneira que muitos judeus se
convertiam cada vez mais ao Senhor.
1.1. Antioquia, uma igreja crescente
(At 11.20,21)
Grande número de pessoas se converteu
ao Senhor em Antioquia, mas o fato de ser uma igreja fora dos termos de Israel
e mista, ainda era algo complicado para os apóstolos em Jerusalém. O motivo era
preconceito. Por esse motivo, Pedro, o primeiro a entrar na casa de um
centurião romano e pregar a salvação em Cristo teve que se explicar por entrar
na residência de um pagão incircunciso, ainda que piedoso e dirigido por
revelação divina (At 11.4-18). É claro que essa notícia se espalhou na
comunidade dos fiéis a Cristo, estimulando muitos a falarem de Jesus aos não
judeus também. A igreja de Antioquia cresceu de tal maneira que alcançou mais
expressão do que Jerusalém com o passar do tempo.
Quando os cristãos foram dispersos
durante a perseguição de Paulo contra a Igreja (At 8:11), alguns chegaram até
Antioquia, a capital da Síria, a quase 500 quilômetros ao norte de Jerusalém (é
importante não confundir essa cidade com Antioquia da Pisídia; ver At 13:14).
Havia pelo menos dezesseis cidades chamadas Antioquia no mundo antigo, mas esta
era uma das maiores.
Com cerca de meio milhão de
habitantes, Antioquia era a terceira maior cidade do império romano, depois de
Roma e Alexandria. Suas construções grandiosas contribuíram para que fosse
chamada de "Antioquia, a Cidade Dourada, Rainha do Oriente". Sua rua
principal tinha mais de 7 quilômetros de extensão; era calçada de mármore e
ladeada de colunas desse mesmo material. Naquela época, era a única cidade do
mundo antigo com iluminação noturna.
Porto movimentado e centro de luxo e
de cultura, Antioquia atraía pessoas de todo tipo, inclusive oficiais romanos
aposentados e abastados que passavam os dias conversando nas casas de banho ou
apostando nas corridas. Com sua enorme população cosmopolita e seu grande poder
político e comercial, a cidade oferecia à igreja oportunidades extraordinárias
de evangelismo.
Antioquia era
uma cidade perversa, superada apenas, talvez, pela cidade de Corinto. Apesar de
todas as divindades sírias, gregas e romanas que os cidadãos de Antioquia
adoravam, os santuários locais eram consagrados a Dafne, cuja veneração incluía
práticas imorais. Nas palavras de lames A. Kelso "Antioquia era a Nova
York do mundo antigo. Lá, onde todos os deuses da Antiguidade eram adorados,
era preciso que Cristo fosse exaltado".
Quando os cristãos perseguidos
chegaram a Antioquia, não se sentiram nem um pouco intimidados pela
grandiosidade das construções ou pelo orgulho dos cidadãos. Tinham a Palavra de
Deus em seus lábios e a mão de Deus sobre seu testemunho, e muitos pecadores
arrependeram-se e creram. Foi uma obra espetacular da graça maravilhosa de Deus.
1.2. Barnabé o enviado (At 11.22-24)
Quando aquele fenômeno de crescimento
da igreja em Antioquia chegou ao conhecimento da liderança de Jerusalém, a
igreja enviou Barnabé com a finalidade de legitimar Antioquia. Barnabé era
homem generoso, benquisto entre os apóstolos, e de grande reputação na igreja.
A pessoa perfeita para aquele momento. Eusébio de Cesaréia afirma que Barnabé
foi um dos setenta discípulos do Senhor Jesus (H. Eclesiástica, L.l Cap.12,1).
Em virtude do seu perfil tolerante e empreendedor, Barnabé trabalhou de modo
tão excelente que a comunidade dos crentes cresceu com muita qualidade (At
11.24). Porém ele observou que Paulo era um companheiro perfeito para aquele
trabalho.
Os líderes da igreja em Jerusalém
tinham a responsabilidade de "pastorear" o rebanho disperso, que
passou a incluir congregações gentias de lugares distantes como a Síria. Ao que
parece, os apóstolos ministravam fora de Jerusalém naquela ocasião, de modo que
os presbíteros enviaram Barnabé a Antioquia, a fim de descobrir o que se
passava entre os gentios. Foi uma escolha sábia, pois Barnabé fez jus ao seu nome,
"filho de exortação" (At 4:36).
Atos 11:24 apresenta um "perfil
espiritual" de Barnabé que nos parece ser um exemplo de vida cristã a ser
imitado. Era um homem justo, que obedecia à Palavra em sua vida diária e,
portanto, de caráter irrepreensível. Era cheio do Espírito, o que explica a
eficácia de seu ministério. O fato de ser um homem de fé fica evidente na
maneira de exortar a igreja e, mais tarde, também de exortar Saulo. Os novos
cristãos e as novas igrejas precisam de pessoas como Barnabé para encorajá-los
em seu crescimento e ministério.
De que maneira Barnabé foi um
estímulo a esses cristãos gentios? Em primeiro lugar, se regozijou com o que
viu. Adorar a Deus com gentios foi uma experiência nova para ele, mas abordou
essa situação com uma atitude positiva, sem procurar Coisas para criticar.
Aquele ministério era obra de Deus, e Barnabé agradeceu pela graça divina.
Ao ensinar a Palavra de Deus ao povo,
enfatizou a devoção do coração. A expressão "permanecer no Senhor"
não significa que deviam "manter-se salvos". A mesma graça que nos
salvou também nos guarda (1 Co 15:10; Hb 13:9). Essa expressão traz à memória a
admoestação de Josué a Israel em Josué 22:5. Permanecer no Senhor é amar ao
Senhor, andar em seus caminhos, obedecer à sua Palavra e servi-lo de todo o
coração. Significa que pertencemos somente a ele e que cultivamos nossa devoção
a ele. "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6:24).
O trabalho de Barnabé em Antioquia
teve dois resultados maravilhosos. Em primeiro lugar, o testemunho da igreja
causou grande impacto na cidade, de modo que "muita gente se uniu ao
Senhor" (At 11:24). Quando os cristãos estão fundamentados na Palavra, seu
testemunho aos perdidos é vivo e eficaz e há um equilíbrio dentro da igreja
entre a edificação e o evangelismo, entre o ensinamento e o testemunho.
1.3. Paulo é convidado para trabalhar
(At 11.25)
Barnabé tinha uma convicção de que
Paulo, ao ouvir o relato das grandezas de Deus em Antioquia, e a sua
responsabilidade pastoral ali naquela cidade, interessar-se-ia em acompanhá-lo.
Barnabé partiu em busca de Paulo, até que, finalmente, o achou. Diante do
relato de Barnabé, Paulo aceitou prontamente ir com ele para Antioquia a fim de
auxiliá-lo. Aí vemos o verdadeiro coração de um servo de Deus. Paulo aceitou
ficar em Tarso da Cilicia trabalhando com tendas, ofício que aprendera quando
mais novo, mas diante da necessidade, dispôs-se a trabalhar em Antioquia.
Parece incrível, mas todas as grandes personalidades de destaque nas páginas
sagradas estavam ocupadas quando foram chamadas. Um chamado divino deve sempre
ter prioridade na vida de quem serve a Deus.
O crescimento da igreja criou a
necessidade de mais pessoas para ajudar, de modo que Barnabé foi até Tarso e
chamou Saulo. Mas por que ir a um lugar tão distante só para encontrar um
assistente? Por que não pedir que a igreja de Jerusalém enviasse Nicolau, um
diácono nascido em Antioquia? (At 6:5). Porque Barnabé sabia que Deus havia
incumbido Saulo de ministrar aos gentios (At 9:15; 22:21; 26:27). Convém lembrar que Barnabé fez amizade
com Saulo em Jerusalém (At 9:26, 27) e, sem dúvida, os dois conversavam sobre o
chamado especial que Saulo havia recebido de Deus.
O
fato de Barnabé se unir a Paulo nos revela algumas preciosas Lições. Primeira, Deus
apenas usam eficientemente aquele que estiver disponível e amadurecido para um
trabalho de grande envergadura, nesse aspecto, isso leva tempo. Outro
detalhe é que a ansiedade para trabalhar não cooperará em nada, poderá sim,
até atrapalhar. Se Paulo insistisse em Damasco ou Jerusalém, perderia a chance
de ser o vaso útil que foi em tantos outros lugares. O fato de Barnabé buscar a
Paulo demonstra a sua capacidade de crer em outros e dar chance para
demonstrarem o seu exercício e potencial Barnabé jamais será esquecido por
causa da sua elevada estatura espiritual e largueza de espirito.
2. O trabalho de Barnabé e Paulo
A igreja em Antioquia principiou com
elementos judeus, depois helénicos, e por fim gentios. Essa massa de pessoas
vindas de diferentes lugares com culturas diferentes, no entanto, tinham uma
coisa em comum, o fato de crerem em Jesus Cristo. A fé em Jesus foi o agente
agregador que os reuniu eliminando vantajosamente todas as diferenças e
possibilitando a realização posterior da obra missionária no Império Romano.
2.1. A prioridade no ensino (At 11.26)
Quando pensamos na integração de Paulo
junto aos irmãos de Antioquia, lembra que tudo foi diferente de Damasco e
Jerusalém por causa da aceitação de seu trabalho junto a Barnabé. A princípio,
ambos laboraram firmemente no ensino durante um ano inteiro; eles foram sábios
o suficiente para realizarem um trabalho pastoral e missionário sem
negligenciar a instrução. Esse cuidado foi tão decisivo e salutar para aquela
igreja que os fiéis se esforçaram para se parecer cada vez mais com Jesus, o
Cristo. Note que por causa do ensino acompanhado de bom testemunho, pela
primeira vez, os crentes em Jesus foram chamados cristãos (At 11.26; Mt 22.29;
Pv 18.15).
O que Barnabé fez por Saulo precisa
ser colocado em prática nas igrejas de hoje. Os cristãos maduros precisam
chamar outros membros do corpo e encorajá-los em seu serviço ao Senhor. Uma das
políticas de D L. Moody era dar alguma incumbência a todos os recém-convertidos.
A princípio, poderia ser alguma tarefa simples, como distribuir hinários ou
receber as pessoas na entrada da igreja, mas cada convertido deveria ter uma
ocupação. Como mencionamos anteriormente, Moody costumava dizer: "É melhor
colocar dez homens para trabalhar do que fazer o serviço de dez homens”. Muitos
dos "assistentes" de Moody tornaram-se excelentes obreiros cristãos
trabalhando de modo independente e multiplicando o testemunho da Palavra.
Em Antioquia,
os discípulos de Jesus Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos. O
sufixo em latim correspondente ao nosso “ão” significa "pertencente ao
partido de". Como forma de zombaria, os cidadãos de Antioquia juntaram o
sufixo em latim ao nome grego "Cristo" (N. do T.: do grego Christós - o
que foi ungido), resultando na designação cristão.
O termo aparece apenas três vezes no
Novo Testamento: em Atos 11:26; 26:28 e 1 Pedro 4:16.
Infelizmente,
a palavra cristão perdeu muito
de seu significado ao longo dos séculos e não quer dizer mais "aquele que
deixou o pecado, creu em Jesus Cristo e recebeu a salvação pela graça" (At
11:21-23). Muita gente que não nasceu de novo se considera "cristão"
simplesmente porque afirma não ser "pagão". Afinal, participa de uma
igreja, frequenta os cultos com certa regularidade e, de vez em quando, até
contribui para o trabalho da igreja! Mas é preciso mais do que isso para o
pecador tornar-se filho de Deus. É preciso arrependimento do pecado e fé em
Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados na cruz e ressuscitou para nos dar
vida eterna.
Os seguidores
de Cristo na Igreja primitiva sofreram por serem
cristãos (1 Pe 4:16). David Otis Fuller certa vez perguntou: "Se você
fosse preso sob a acusação de ser cristão, haveria provas suficientes para
condená-lo?" Ótima pergunta! E a resposta é uma questão de vida ou morte.
2.2. Proveram socorro aos necessitados
(At 11.28-29)
Como o cenário político era muito
inconstante, as crises assolavam facilmente, somado às catástrofes naturais
como em nossos dias, isso por si só gerava muitos necessitados de pão no mundo
afora. Todavia, nesses dias, em que Barnabé e Paulo estavam em Antioquia,
desceu de Jerusalém uma comitiva de profetas, não se sabe o propósito exato
deles nessa visita, mas a fama do crescimento da igreja em Antioquia contribuiu
decisivamente para isso (At 11.26). O exercício ministerial de profeta era um
ofício comum naqueles dias que contribuía uniformemente para o crescimento da
igreja, junto com os apóstolos. E um daqueles profetas vindo com a comitiva de
Jerusalém, por nome Ágabo, anunciou uma fome que se abateria por sobre todo o
mundo (At 11.27), “e isso aconteceu no tempo de Cláudio César”.
O Espírito
disse a Ágabo (ver At 21:10, 11) que logo haveria uma grande fome, o que de
fato ocorreu no reinado de Cláudio César (41 - 54 d.C.), quando as colheitas
foram escassas durante vários anos. Os escritores da Antiguidade citam pelo
menos quatro grandes fomes: duas em Roma, uma na Grécia e outra na Judéia. A
escassez de alimentos na Judéia foi especialmente grave e, de acordo com o
historiador judeu Josefo, muitas pessoas morreram por falta de recursos para
comprar a pouca comida que havia disponível.
Ágabo entregou
sua mensagem aos cristãos de Antioquia, e eles resolveram ajudar seus irmãos
cristãos da Judéia. A finalidade de uma profecia genuína não é de satisfazer
nossa curiosidade sobre o futuro, mas sim de encorajar nosso coração a fazer a
vontade de Deus. Os cristãos não podiam impedir a vinda da fome, mas podiam
mandar ajuda aos necessitados.
Esta passagem ilustra um princípio
espiritual importante: se as pessoas foram uma bênção espiritual para nós,
devemos ministrar-lhes por meio de nossos recursos materiais. "Mas aquele
que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas
aquele que o instrui" (Cl 6:6). Os cristãos de Jerusalém haviam levado o
evangelho a Antioquia. Enviaram Barnabé para exortar os recém-convertidos. Nada
mais certo do que os gentios de Antioquia retribuírem e enviarem a ajuda
material de que seus irmãos e irmãs na Judéia precisavam. Alguns anos depois,
Saulo recolheria uma oferta parecida das igrejas gentias e a levaria aos
cristãos de Jerusalém (At 24:17); ver também Rm 15:23-28).
É importante
observar que havia ocorrido uma mudança na igreja de Jerusalém. Antes, ninguém
da igreja precisava de coisa alguma (At 4:34), nem era necessário pedir a ajuda
de outros. Aqueles primeiros anos foram como "o Paraíso na terra",
enquanto Deus abençoava seu povo ricamente e os usava para testemunhar à nação
incrédula. Foram "tempos de refrigério" do Senhor (At 3:20). À medida
que a mensagem passou dos judeus para os samaritanos e gentios, o
"programa de partilha" de Jerusalém foi desaparecendo, e as coisas
voltaram ao normal.
O parâmetro
bíblico para a oferta nos dias de hoje não é Atos 2:44, 45 e 4:31-35, mas sim
Atos 11:29: "cada um conforme as suas posses". Os ensinamentos de
Paulo em 2 Coríntios 8 e 9 seguem esse parâmetro. A prática do "comunismo
cristão" só se deu em Jerusalém como medida temporária, enquanto o
evangelho era pregado "primeiro aos judeus". Como o cuidado de Deus
pelo povo de Israel no deserto, foi uma demonstração prática das bênçãos que
Deus concederia, caso a nação se arrependesse e cresse.
2.3. Representantes de Antioquia (At
11.30)
É
muito interessante que os discípulos resolveram enviar suprimentos aos irmãos
que habitavam na Judéia através de seus representantes legítimos, a saber,
Barnabé e Paulo. Eles receberam a palavra profética, mas deliberaram entre si
cooperar, a fim de mitigar a fome dos irmãos na Judéia. Para ambos os líderes
restou a alternativa feliz de representá-los conduzindo o donativo que
demonstrava carinho e gratidão aos irmãos de lá. Através desse fato, aprende-se
que nem toda a iniciativa deve começar exclusivamente com a liderança, mas esta
pode ser conduzida a organizar, enviar ou mesmo representar a assembleia local
dos crentes
numa obra social.
O fato de a igreja escolher Barnabé e
Saulo para levar a oferta a Jerusalém mostra sua confiança neles. Esses dois
homens trabalhavam juntos no ensino da Palavra e uniram esforços no ministério
prático de assistência aos cristãos necessitados de Jerusalém. Por certo,
também ministraram a Palavra pelo caminho, ao percorrerem a longa jornada de
Antioquia a Jerusalém. Em pouco tempo, o Espírito levaria esses dois amigos a
se unirem para levar o evangelho aos gentios de outras terras (At 13:1 ss);
ainda percorreriam muitos quilômetros juntos.
Essa experiência dos cristãos judeus
de receber a ajuda dos gentios contribuiu para que desenvolvessem uma atitude
de humildade? Talvez. Mas também foi uma demonstração belíssima de amor e um
testemunho maravilhoso da união da Igreja. Como disse Sir Winston Churchill
“Sobrevivemos com o que recebemos por nosso trabalho, mas verdadeiramente
vivemos de acordo com o que contribuímos”.
O
labor ministerial, em Antioquia, de Barnabé e Paulo consistiu até esse momento
em: ensinar, levantar donativos para os irmãos necessitados da Judéia juntos
com os anciãos locais, e
por fim, representar a igreja de Antioquia na condução dos respectivos
donativos. Foi trabalho duro, mas altamente compensador. Devemos, sobretudo,
entender que a comunidade cristã dali foi liderada sob a indicação de
Jerusalém, que recaiu sobre Barnabé. Repetimos isso intencionalmente lembrando
a necessidade que há em. se conduzir a igreja sob a orientação do Espírito
Santo, dentro de uma política séria de bom senso que. vise com fim último, o
desenvolvimento da igreja local num bairro ou cidade.
3. O retorno da missão representativa
Barnabé e Paulo provaram mutuamente ser
bons parceiros na seara do Senhor. Barnabé estava satisfeito por ter buscado
Paulo como companheiro na missão pastoral em Antioquia. E Paulo, por sua vez,
estava demonstrando ser um assistente de talento ao lado de Barnabé, sempre
dentro de suas expectativas.
3.1. A Palavra crescia e
multiplicava-se (At 12.24)
O escritor de Atos nos dá uma nota do
grande crescimento da obra do Senhor não apenas em Antioquia da Síria, mas
também nas regiões da Judéia. Antioquia alcançou um momento de crescimento e de
multiplicação por todo seu termo. Na verdade, a perseguição contra os cristãos
os forçou a se espalharem, aumentou o seu fervor e a disposição em anunciar as
boas novas, o que, finalmente, contribuiu para aumentá-la. Embora pareça um
assunto solto do autor, Lucas, ao dar uma visão rápida do que estava
acontecendo, estava preparando o leitor para saber do movimento missionário que
já estava por florescer envolvendo os dois campeões, Barnabé e Paulo. Parece
que, às vezes, toma-se necessário um pouco de perseguição para que se chegue ao
ponto certo em que Deus possa usar o homem. José entendeu isso perfeitamente
depois de trabalhado por Deus (Gn 45.7,8).
A Igreja
primitiva não tinha qualquer influência política nem amigos em altos escalões
para "mexer os pauzinhos" por eles. Em vez disso, se
dirigiam ao trono mais elevado de todos, o trono da graça. Os primeiros
cristãos eram um povo de oração, pois sabiam que Deus poderia resolver seus
problemas. O trono glorioso de Deus era muito maior do que o trono de Herodes,
o exército celestial de Deus poderia derrotar os frágeis soldados de Herodes a
qualquer momento! Não precisavam pagar subornos para conseguir que se fizesse
justiça. Simplesmente levavam seu pleito à Suprema Corte e o entregavam ao
Senhor! Qual foi o resultado de tudo isso? “A palavra do
Senhor crescia e se multiplicava” (At 12:24). Trata-se de mais um dos resumos
ou "relatórios de progresso" de Lucas, dos quais o
primeiro se encontra em Atos 6:7 (ver 9:31; 16:5; 19:20; 28:31). Lucas esta
cumprindo o propósito de seu livro ao mostrar como, a partir de suas origens modestas
em Jerusalém, a Igreja espalhou-se por todo o mundo
romano. Que grande estímulo para nós hoje! No início de Atos 12, Herodes
parecia no controle, e tudo indicava que a Igreja perdia a batalha. Mas, no
final do capítulo Herodes está morto, enquanto a Igreja está bem viva e
crescendo rapidamente! Era uma Igreja que orava, por isso foi bem-sucedida.
Quando estava
em dificuldades, a missionária Isobel Kuhn orava: "Se este obstáculo vem
de ti, Senhor, eu o aceito; mas, se vem de Satanás, eu o rejeito e também a
todas as suas obras em nome do Calvário!" E Alan Redpath costuma dizer:
"Vamos manter a cabeça erguida e os joelhos dobrados - a vitória está do
nosso lado!"
3.2. Retornaram acompanhados (At 12.25)
Mesmo
com o enorme crescimento e multiplicação da Igreja, a situação não era
tranquila em Jerusalém e nos arredores para os fiéis, pois Herodes Agripa I,
neto de Herodes, o Grande, reinava e procurava agradar aos judeus observando os
seus costumes e perseguindo os cristãos. Tiago, filho de Zebedeu, foi executado
sob suas ordens e Pedro escapou da prisão sobrenaturalmente por intercessão da
Igreja. Na fuga, Pedro se dirigiu à casa de Maria, mãe de João Marcos, onde
muitos irmãos estavam orando. Ao que tudo indica, ao levar os donativos Paulo e
Barnabé aproveitaram para agregar João Marcos entre eles (At 12.25; 13.5). João
Marcos trouxe uma vitalidade a mais e pôde estar entre os notáveis pioneiros do
Evangelho, tais como Pedro, Barnabé e Paulo.
3.3. Retorno com um devocional
intensificado
Quando Barnabé e Paulo chegaram de
viagem, evidentemente eles apresentaram o novo companheiro à Igreja de
Antioquia, João Marcos (At 13.5). Após o retomo de Barnabé e Paulo, verifica-se
uma intensificação na busca a Deus com orações e jejuns da liderança da Igreja.
O Espírito Santo é o principal responsável por essa fome de Deus e pela sede do
estabelecimento de sua vontade na terra gerado nos crentes. É claro que a
viagem cooperou para isso, mas Deus sempre esteve por trás de tudo o que
acontecia naquele momento. Devemos entender que, quando o próprio Deus quer
estabelecer mudanças, elevar a Igreja local a patamares espirituais mais
profundos, ele vai usar aqueles que estão disponíveis, mais acessíveis ao seu
agir (Jr 1.5-9).
Quando
Barnabé trouxe João Marcos consigo na viagem, será que alguém perguntou: Será
que não há gente competente aqui em Antioquia
que posso auxilia?' nossos líderes? Por que trazer mais um obreiro de
Jerusalém? João Marcos tinha certos predicados que o tomava uma pessoa
desejável de se ter por perto. Reflitamos
um pouco que Barnabé era muito benquisto entre os apóstolos, Eusébio
de Cesareia, afirma
que ele foi um dos setenta discípulos, como
já dissemos anteriormente, além do mais, o cenáculo de oração onde se reuniam
muitos crentes em Jerusalém, ficava na casa de sua irmã, para
onde Pedro fugiu da prisão. Pedro demonstrou grande carinho por João Marcos que
já deveria possuir muito antes de
escrever a sua carta (IPe 5.13). Acreditamos que a pureza cristã daqueles
irmãos e as qualidades de Marcos não davam margem para isso, como
acontece em muitas das nossas igrejas quando chega alguém novo.
Conclusão
Percebe-se, ao longo desta lição, que a
figura de Paulo, quando veio de Tarso para Antioquia, não apareceu muito. Senão
ensinando a Igreja junto com Barnabé e, evidentemente, com outros mestres
locais. Paulo era um assistente de valor, mas que reconhecia a sua posição na
Igreja e honrava seu colega que lhe dera tamanho privilégio ao convidá-lo como
assistente direto. Paulo soube aproveitar as oportunidades que lhe davam.
QUESTIONÁRIO
1.
Que fato estimulou os crentes dispersos falarem de Jesus aos não judeus?
R.
O fato de Pedro entrar na casa de um centurião romano e pregar a salvação.
2. Um
dos setenta discípulos de Jesus indicados pelos apóstolos para Antioquia foi?
R.
Barnabé.
3. Onde
Barnabé buscou Paulo?
R.
Em Tarso, sua terra natal.
4.
No primeiro ano em Antioquia, de que maneira Paulo ajudou Barnabé?
R. Através do
ensino à igreja junto com Barnabé.
5.
Quem voltou na companhia de Barnabé e Paulo?
R.
João Marcos.
Fontes:
Bíblia
Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,
Revista: APÓSTOLO
PAULO – Editora Betel - 4º Trimestre 2012 – Lição 05
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