LIÇÃO 6 – 10 de
novembro de 2013
Cavernas:
campo de treinamento de Deus para forjar campeões
Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira
TEXTO AUREO
“Quem há
entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas,
e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu
Deus”. Is 50.10
VERDADE APLICADA
A escola do aperfeiçoamento divino pode nos
conduzir a cavernas escuras, mas elas não são o fim da nossa história, são o
redirecionamento de nossas vidas.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Mostrar que a remoção das muletas que nos sustentam
é para que possamos aprender a confiar plenamente em Deus;
► Ensinar que Deus usa nossos momentos de sofrimentos
para ajudar a outros que passam pelo mesmo problema;
► Explicar que Deus usa determinados momentos para
que possamos saber de quão grandes coisas somos capazes de realizar.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ISm 22.1 - Então Davi se retirou dali, e escapou para a
caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai, e
desceram ali para ter com ele.
ISm 22.2 - E ajuntou-se a ele todo o homem que se achava
em aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espírito desgostoso, e
ele se fez capitão deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
ISm 22.3 - E foi Davi dali a Mizpá dos moabitas, e disse
ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o
que Deus há de fazer de mim.
OBJETIVO
► Mostrar que a remoção das muletas que nos sustentam
é para que possamos aprender a confiar plenamente em Deus;
► Ensinar que Deus usa nossos momentos de sofrimentos
para ajudar a outros que passam pelo mesmo problema;
► Explicar que Deus usa determinados momentos para
que possamos saber de quão grandes coisas somos capazes de realizar.
Introdução
Após várias tentativas frustradas, Saul resolve
declarar-se inimigo mortal de Davi, que fugindo para escapar ileso, finge-se de
louco diante de Aquis, rei de Gate, e encontra abrigo na caverna de Adulão, um
lugar escuro e solitário, onde outros quatrocentos homens, em situação igual ou
pior que a sua, encontram-lhe.
1. Removendo os alicerces
Adulão significa: “Lugar da antiguidade”. É
exatamente nesse lugar que Deus vai trabalhar um pouco mais em Davi, usando seu
sofrimento para polir a vida de outros quatrocentos, torná-los amigos e irmãos,
e fazer daquele bando de gente sofrida, um exército leal ao futuro rei. Vejamos
como Davi chegou a Adulão, e como reagiu a mais uma etapa de provações em sua
vida.
1.1. Removendo as muletas
“E temia Saul a Davi” (1 Sm 18.12). Ao ver que Davi
lograva sucesso em tudo o que fazia, e que o Senhor era com ele, Saul tentou
matá-lo duas vezes com uma lança, e não conseguindo, decretou a sua morte (1 Sm
18.11; 19. 8-12). Davi fora para Saul um modelo de humildade e integridade,
nada havia feito de errado para merecer tal injustiça. Porém os caminhos de
Deus outra vez o impulsionaram para uma direção que jamais pensou. Em um só
momento, ele perdeu sequencialmente o cargo de oficial do exército, perdeu a
esposa e perdeu o amigo Jônatas, para o qual fez juramento e não mais o viu;
também perdeu o profeta, e tudo que lhe restou foi a escuridão de uma caverna solitária:
Adulão. Agora Davi não tem nada, apenas a unção de rei. Mas na caverna faz a
seguinte afirmação: “até que saiba o que Deus há de fazer de mim” (ISm 22.3b).
Ele perdeu tudo, menos a confiança em Deus.
A
partir desse momento, a palavra “fugir” se toma constante nessa nova etapa da
vida de Davi. Todas as coisas que havia conquistado com trabalho, honestidade,
e heroísmo sucumbiram ao sibilar de uma lança. Imagine o que significa perder
em um só tempo o emprego, a família, os amigos, e o principal conselheiro de
sua vida, que era Samuel. Mas são, nas cavernas escuras, que Deus realiza as
maiores obras de nossa v ida. Os alicerces
humanos de Davi fora m retirados para que adquirisse mais confiança no Senhor.
1.2. A um passo da morte
“Há apenas um passo entre mim e a morte” (ISm
20.3). A escola do aperfeiçoamento divino pode alternar grandes momentos em
nossas vidas. Em certa altura, Davi pôde ver seu nome aclamado por toda a nação
e viveu dias de herói nacional, depois experimentava exatamente o oposto, era
um fugitivo, e quem lhe desse guarida podia pagar com a própria vida. Naquela
circunstância, Davi estava numa encruzilhada, cercado por todos os lados e
desesperado. Após o juramento e a proteção de Jônatas, Davi fugindo da morte,
parte em direção à terra dos seus inimigos. Por incrível que pareça, Davi
encontrou mais abrigo na terra dos inimigos do que no lugar onde foi fiel e
honesto.
1.3. A ironia de uma caverna
Em nossos momentos de grande desespero, vemos Deus
realizar coisas interessantes e hilárias em nossas vidas (Sl 90.1-2). Davi está
só, perdeu tudo, está com medo. Esse foi o pior momento de sua vida (compare
com Salmos 142). Ele não tinha segurança, alimento, amigos para conversar,
promessa a qual se apegar e esperança de mudança naquele momento. Você já
esteve assim? Tudo o que faz é não perder Deus de vista e clamar por seu
auxílio, em resposta, Deus envia quatrocentas pessoas piores do que ele. Deus
faz assim. Em momentos de grandes provações, Ele envia pessoas para que
possamos ajudá-las quando somos nós quem precisamos de ajuda. E que irônico!
Davi se fez chefe daquele bando.
2. Antes
do trono, uma caverna
Todos nós sofreremos perdas. Até Jesus teve de
perder (Fp 2.5-9). Todavia, o mais importante é compreender o motivo pelo qual
devemos sofrer determinadas derrotas, e o envolvimento de Deus nesses motivos.
Quando Deus faz conosco o que fez com Davi, reduzindo-nos a cinzas, não faz
para nos destruir, mas sim para redirecionar a nossa vida.
2.1. Davi e as cinzas
Embora Davi estivesse se sentindo um nada e aquela
caverna fosse o seu lugar de refúgio, Deus resolveu enviar para lá as pessoas
que Davi jamais pensou encontrar. Primeiro, sua família. Será que já observamos
que em momentos de grande provação a família pode ser nossa única fonte de
ajuda? Depois, os quatrocentos mais indesejados e sofridos da nação. Aquela
era, sem dúvida, a caverna dos injustiçados. Davi chegou a Adulão reduzido a
cinzas. A perspectiva humana neste ponto é capaz de mostrar: “acabe com sua
vida, você não tem mais nada”. Mas Deus diz: “estar em uma caverna é motivo
para não mais viver, para não ver o final que projetei para sua vida?" Não.
A caverna não significa o fim das coisas, mas um tempo em que Deus começa a
redirecionar a vida de quem nela está (SI 91.1-2). Deus fez isso com Davi, faz
com cada um de nós. Deus sempre sopra as cinzas para que o fogo do Espírito
possa renascer outra vez.
2.2. Davi e os que estavam em aperto
“E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em
aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso” (ISm
22.2). Três grupos de pessoas se destacam aqui: 1) Os que se achavam em aperto.
O termo hebreu aqui não significa apenas “em aperto (dificuldade)”, mas “sob
pressão, debaixo de estresse”. Centenas de pessoas estavam assim ao lado de
Davi; 2) “todo homem endividado” foi para lá. O termo hebraico usado aqui é
“nashah”, que significa: “tomar dinheiro emprestado a juros, ter vários
credores”. Eram pessoas que não tinham condições de quitar suas dívidas; 3)
“todos os amargurados de espírito”. O termo usado aqui é “maar nephesh”, que
significa: “estar com a alma atormentada, receber maus-tratos”. Os sentimentos
dessas pessoas ilustram perfeitamente como o povo sofria com o governo de Saul
e sua administração. Esse grupo de derrotados se tornou mais tarde um grupo de
heróis valentes. Deus os uniu num tempo escuro da vida não para reclamar, mas
para um ajudar o outro.
2.3. Deus prepara reis e exércitos na caverna
Davi se sente injustiçado, não sabe por que, de
repente, tudo ruiu, essa é a razão de estar na caverna (SI 82.2). Mas Deus está
trabalhando e vai soprando para lá seu projeto de reinado sem que Davi possa
ainda compreender. A notícia correu e quatrocentos homens chegam até lá. A
caverna que antes era um refúgio, agora se transforma em um campo de
treinamento, para aqueles que, mais tarde, seriam reconhecidos como “os
valentes de Davi”. Isso mesmo, aquele bando de gente renegada se transformaria
em seus poderosos homens de guerra e, mais tarde, ao assumir o trono, eles se
tomariam seus ministros de gabinete. íbi exatamente no momento da desgraça que
Deus abriu os olhos de Davi para que visse algo além das lentes oculares. Numa
caverna escura e sem esperança, Deus preparava um rei e um exército poderoso
(J13.10).
Onde ninguém pode imaginar, nas
piores decepções. Deus tem sempre um “trunfo na manga", uma saída para
nós. Esse foi o ponto crucial da vida de Davi, em que ele tomou a decisão de
não voltar atrás, onde aceitou sua condição presente e fez o melhor naquele
momento de angústia. As crises virão, o dia mim é uma realidade, mais cedo ou
mais tarde ela virá e nada poderá impedir que venha (Ef 6.13). O mais importante nisso tudo
é como vamos reagir diante das tragédias. Se vamos baixar a cabeça e parar, ou
levantar, sacudir a poeira, e seguir adiante. Pense nisto!
3. As lições da caverna
Sempre quando passamos por momentos de grandes
dificuldades, damos mais atenção à dor e ao sofrimento do que ao potencial que
existe dentro de cada um de nós. Davi se superou naquela caverna, lá ele
conquistou um grupo de pessoas que se tornaram os amigos mais fiéis que já
teve, após ter conhecido Jônatas.
3.1. Davi soube aceitar a caverna
Todo sofrimento, ao princípio, não permite
visualizar a finalidade divina. Faz tempo que nosso cristianismo está sem cruz,
sem renúncia, sem angústias. Parece que os dias atuais estão marcados por
mensagens como modelos, receitas e passos para sermos felizes, onde a cruz foi
trocada por bens conquistados na terra. Precisamos realmente de uma caverna. Ao
chegar à caverna, Davi está arrasado, mas não desistiu da vida, fez o que era
correto, clamou ao Senhor (SI 34, 57, 142). Como resposta, Deus não lhe envia
socorro, mas pessoas iguais a ele, em tristezas. Pessoas que não precisavam de
críticos, de culpa ou aflição, pessoas que precisavam de encorajamento. O que
fez Davi? Aceitou a caverna, usou suas habilidades e os treinou. Davi
transformou aqueles homens, acrescentando às suas vidas ordem, disciplina,
caráter e direção.
3.2. A vida cristã inclui uma caverna escura
Caverna nunca foi novidade na vida de quem Deus tem
grandes projetos a realizar. Davi, Gideão, Elias, Jesus, e muitos outros
tiveram que experimentá-la. A questão crucial de nossas vidas não é estar em
uma caverna, mas o que faremos quando nela entrarmos. Davi era um grande
general e não usou sua língua para murmurar, usou suas habilidades para treinar
aqueles homens (Pv 24.10). Ficamos sabendo mais tarde que os homens de Davi se
tomaram exímios no uso da espada e do arco e flecha, aprenderam a se comportar
na batalha e a manter a disciplina nas fileiras. Davi os transformou de
derrotados em heróis. Onde eles praticaram? Gideão usou uma caverna para malhar
trigo e de lá saiu herói, Elias fugindo para a caverna encontrou-se com Deus,
comeu pão, e depois caminhou quarenta dias. Jesus ficou três dias numa caverna
(Mt 28.59-60), mas ressuscitou de lá para reinar. E você o que fará?
3.3. Da caverna para o trono
Os grandes homens de Deus tiveram de aprender a
dura e sublime lição de confiar apenas no Senhor, e para isso, o Senhor
utilizou o método da caverna, das perdas e da solidão. Com Davi, Deus retirou
todas as muletas que o poderiam amparar, conduzindo-o ao fundo do poço, onde
somente havia duas opções, voltar, ou aceitar e seguir adiante. O que Davi
perdeu? Tudo. Mas o que conquistou naquela caverna? Uma nova fase de vida. Ele
jamais poderia imaginar que Deus o colocou no ponto mais baixo de sua vida para
que de lá emergisse com um grupo de heróis, tomando-se deles seu líder e rei.
Foi nesse ponto escuro da vida, que Deus redirecionou a vida de Davi. Não nos
lamentemos por estar em uma caverna, quem sabe, Deus não está nos preparando
para reinar?
É
trágico vivermos de caverna em caverna e nunca aprendermos as lições que Deus
está nos ensinando. Não importa que seja uma caverna, o que importa é que
possamos transformá-la. Davi viu aquela caverna como um campo de treinamento, e
o que vemos em nossas cavernas? Deus sempre vai nos colocar em situações
adversas para que possamos expor o potencial que existe em nós e que ainda, nos
é desconhecido. Ele usou a tempestade para que Pedro pudesse caminhar sobre as
águas, levou João a Patmos para lhe revelar o futuro, descortinar-lhe o mundo
espiritual, e nos leva onde for preciso para que vejamos de e eterno poder.
Conclusão
Se até mesmo
Jesus teve de passar pela solidão, obscuridade, anonimato, espera, e caverna, quem
somos nós para murmurar diante daquilo que ainda nos é obscuro? Deus tem seus
momentos e seus lugares específicos para depurar nossas almas e nos colocar na
posição que Ele deseja. Deixemos que trabalhe e estejamos atentos aos
acontecimentos.
QUESTIONÁRIO
1. O que
significa o nome Adulão?
R.
“Lugar da antiguidade"
2. Davi
perdeu tudo antes de chegar a Adulão, o que lhe restou?
R.
A confiança em Deus.
3.
Por que Deus levou Davi para uma caverna?
R.
Para redirecionar sua vida.
4.
Em que se transformaram aqueles quatrocentos que viviam em
aperto?
R.
Em seu exército pessoal, sua guarda de honra.
5.
O que Deus preparava naquela caverna?
R.
Treinava um rei e um exército.
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre de 2013,
ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de
Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário