Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Saul e Davi, dois reis e dois caminhos diferentes


LIÇÃO 5 – 03 de novembro de 2013 

Saul e Davi, dois reis e dois caminhos diferentes
Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira


TEXTO AUREO

“E temia Saul a Davi, porque o Senhor era com ele e se tinha retirado de Saul”. ISm 18.12

VERDADE APLICADA

Os maiores gigantes, que enfrentamos na caminhada cristã, não estão à nossa frente nos desafiando. Eles estão nos recantos mais escuros da alma humana.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Ensinar que nossas atitudes e concessões são responsáveis por nosso fracasso ou sucesso;
 Tornar compreensível que Deus tem um tempo para executar sua obra em nossas vidas;
 Mostrar que perdoar o inimigo, em vez de vingar-se, revela o quanto nossa mente está governada por Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 18.7 - E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares.
ISm 18.8 - Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino?
ISm 18.10 - E aconteceu no outro dia, que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tocava a harpa com a sua mão, como nos outros dias; Saul, porém, tinha na mão uma lança.
ISm 18.11 - E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes.


Introdução
A vida está repleta de degraus. Alguns precisamos subir, outros somos obrigados a descer, não porque desejamos, mas porque somos impulsionados pelas circunstâncias. Em cada um deles, aprendemos lições com as quais a vida se torna mais clara, mais preciosa, e com mais sentido. Por que Davi não foi governar se já era o rei de Israel? Por que teve de submeter-se a Saul, um homem sanguinário, que, em vez de ser seu modelo e mentor, quase põe fim a sua vida? Talvez o maior gigante que Davi devesse enfrentar não fosse Golias ou Saul, talvez fosse ele mesmo.

OBJETIVO
 Ensinar que nossas atitudes e concessões são responsáveis por nosso fracasso ou sucesso;

1. Saul, um rei segundo seu próprio coração
As flechas atiradas por Saul indicavam que a convivência no palácio não era mais possível. Deus usou um momento para fazer de Davi um herói nacional, e os lábios do povo para torná-lo em vilão. Em pouco tempo, Davi viu todos os alicerces de sua vida sucumbirem. A inveja de Saul se agravou, e sua vida corria perigo. Davi enfrentou uma família incompreensiva, um leão, um urso, um gigante, e agora, Deus o prepara para viver o pior momento de sua vida, a injustiça de alguém a quem era leal.

1.1. Saul, reprovado pela impaciência
Deve ter sido muito triste para Saul ouvir a reprovação de seu reinado por parte do próprio profeta que o ungiu em nome do Senhor. Saul não esperou, agiu prematuramente quando ofereceu holocausto em lugar de Samuel. Samuel o chamou de tolo e disse que seu reino seria confirmado naquele dia. Por questões de segundos, Saul perdeu para sempre seu reinado. O profeta lhe diz que o Senhor já havia encontrado um substituto para o reino por causa de sua inconstância (SI 89.20: At 13.22; Tg 1.5-8). Enquanto Davi sabia viver com a unção como se nada tivesse, Saul sempre queria o prestígio do povo. Ele aprendeu a dura lição de que agir por vontade própria frustra o propósito de Deus, e põe em movimento pedras que jamais poderão ser retiradas de nossos caminhos. Muitas vezes, pensamos que Deus é vagaroso, esquecido, ou que está atrasado em relação ao tempo marcado. Não sejamos como Saul, Deus sabe o momento certo para agir (ISm 13.8-14).
Havia uma diferença grandiosa entre Saul e Davi. No momento em que se viu acossado pela crise, Saul passou a agir como se nunca tivesse conhecido a Deus. Já Davi, ao ser perseguido, em vez de se queixar contra Deus, dizia: “Deus sabe que eu mereço isso”, e, quando teve que se esconder numa caverna, também dizia: “Ficarei aqui até saber o que Deus há de fazer de mim". Davi associava todos os eventos de sua vida a uma atuação divina. A vida de Saul foi marcada por uma série de coisas erradas, que. por fim, levaram-no à morte. Saul chutou a graça, abandonou uma carreira preciosa, simplesmente porque tomava decisões erradas, uma atrás da outra.

1.2. Saul, reprovado pela obediência parcial.
Quando Deus manda que nos livremos de alguma coisa, é porque conhece muito bem os males que pode nos causar futuramente. Com Saul não foi diferente. Muitos anos haviam-se passado entre a reprovação de Saul e este episódio. O reino havia-se fortalecido e prosperado, e parecia que a sentença proferida por Samuel havia sido esquecida. Amaleque foi mais um ponto negativo na vida Saul. Suas ordens eram simples. “Exterminar todos os amalequitas, inclusive os animais” (ISm 15.1-3). Mas Saul cumpriu apenas meia ordem e, por vontade própria, perdoou ao rei Agague e ao melhor do seu gado (At 5.29; Hb 11.8). Depois, tentou maquiar a situação, simulando que as ovelhas eram para sacrificar ao Senhor, o que trouxe tristeza ao coração de Deus por tê-lo ungido rei em Israel (ISm 15.9-15). No primeiro deslize, Saul ouviu que fora reprovado, agora ouve que foi rejeitado, e que seu reino foi rasgado, e dado a alguém melhor que ele (ISm 15.26-28). A triste ironia é que foi justamente um amalequita que afirmou tê-lo matado no campo de Gilboa (2Sm 1.10). Se pouparmos o que Deus nos mandou destruir, isso pode, depois, destruir-nos.

1.3. Saul, reprovado por erguer um monumento a si mesmo (ISm 15.12)
Enquanto Davi objetivou construir um monumento ao Deus Altíssimo, e esse monumento era o templo, Saul levantou para si um monumento. Essa ação retrata perfeitamente quem era Saul. Uma pessoa que pensava apenas em seu prestígio diante das pessoas e nação. Ele não sabia que líderes são substituíveis, que líderes passam, mas a visão segue avante. O maior erro de um líder é se achar dono de um povo e de uma posição, é não compreender que unção recebida para ser líder não é para benefício próprio, para enriquecer ou tornar-se dono da casa de Deus (Jo 10.11; 1 Pe 5.2-4).
O pecado da obediência parcial nos revela alguns pontos importantes. Saul foi à guerra, matou todos os amalequitas e incendiou a cidade deles, faltou apenas um detalhe, arrasar tudo. Não cabia a Saul decidir o que iria e o que não iria fazer. Deus não lhe pedira que fizesse uma avaliação pessoal do serviço, nem uma reinterpretação própria das ordens dEle. Pedira que obedecesse. Deus chamou essa obediência parcial de “rebelião”. Sul havia distorcido a Palavra de Deus, para benefício próprio, encaixando-a em suas ideias.

OBJETIVO
 Tornar compreensível que Deus tem um tempo para executar sua obra em nossas vidas;

2. Davi e as lições do palácio
Conduzir Davi para o palácio e fazê-lo servo de Saul era um propósito divino para temperar o caráter do futuro rei de Israel. Davi começou como pastor; tornou-se um herói matador de gigantes; foi transformado em músico; foi nomeado comandante dos exércitos, e depois fugitivo, mentiroso, maluco e foragido. Ele, por muitas vezes, teve Saul em suas mãos, mas jamais interpretou Saul como uma desgraça, e sim, como um ungido do Senhor. Em todos esses pontos Deus lhe ensinava como agir e tornar-se sensível. Que seminário notável Deus utilizou na vida do seu ungido.

2.1. Servir e reinar
O que mais nos intriga em Deus também nos maravilha. Ele sempre sabe o que faz, e, por mais absurdo que pareça, suas lições são sempre inspiradoras. Davi é rei, mas não reina, não senta no trono, não governa. Todavia, é levado ao palácio para tocar e para acalmar Saul das investidas do espírito maligno que o próprio Senhor enviou. Ou seja, Deus levou Davi ao palácio para ser provado (Tg 1.12) e não há outra maneira de se explicar esse momento da vida de Davi (ISm 16.15). Do mesmo modo que Deus colocou Samuel para crescer ao lado do reprovado sacerdote Eli para substituí-lo quando crescesse, o fez com Saul. Nesse período Davi aprendeu que a unção é para reinar, mas o princípio é servir.

2.2. Ser como se não fosse
A vontade de Deus era que Davi reinasse e não Saul. Mas Davi é ungido e volta para as ovelhas como se nada tivesse acontecido. Então, através do problema espiritual da vida de Saul, Deus criou um meio para que Davi se familiarizasse com o palácio, convivesse ao lado de um rei, aprendesse passo a passo os caminhos reais, para que, depois, viesse a ser coroado. Davi correspondeu bem e viveu em simplicidade em cada fase de sua vida. Ele foi capaz de submeter-se a Saul e ver o trono sem cobiçá-lo mesmo sabendo que já era seu por eleição. Nesse período, Davi aprendeu que Deus tem um tempo para executar todo seu intento em nossas vidas.

2.3. Reinando sem título
Muitas vezes nos perguntamos: por que Deus nos prova tanto? Será que tentamos imaginar como eram os pensamentos de Davi? Ele talvez se perguntasse por que havia recebido aquela unção. Será que já tentamos imaginar o que era para Davi estar diante de Saul calado, sem poder jamais dizer que era o sucessor de seu trono? Se Saul queria o matar, porque era bem sucedido nas batalhas, e porque conquistava a nação com seus sucessos; como seria se soubesse que Deus o reprovara para dar seu trono ao menino que tocava para acalmá-lo? Saul era invejoso, covarde, inescrupuloso e falso. Davi era gentil, dócil e capaz de grandes proezas, seu segredo estava na raiz do coração. O que Davi aprendeu nesse outro estágio? Que o título não faz o rei, mas o rei faz o título. Não era preciso ser nomeado a nada para ser o que era. Que lição! Hoje os títulos valem mais que o caráter - não ter títulos é não ser ninguém - que falta faz a unção (SI 24.3,4). Saul era o rei, mas Davi governava claramente, porque Deus era com ele.
Davi soube administrar, sem cobiça, cada momento de sua vida. Observando Saul, ele aprendeu como um rei deve ou não proceder. Sua vida sofreu muitas escalas até que estivesse pronto para assumir a coroa. Ele soube ser pastor, soube conviver com a fama de herói de forma natural, e quando foi levado ao palácio soube esperar o tempo de Deus, sabia que estaria ali para apenas tocar e não para reinar. Soube viver em comunhão com Saul, soube abandonar a harpa e guerrear com exércitos, e soube ser fiel a Saul mesmo sendo injustiçado. A cada dia. Deus acrescentava a Davi as qualidades do rei que o povo necessitava. Seus salmos apresentam as inúmeras tristezas que viveu, no entanto não são queixas, mas orações sempre dirigidas Deus. Deus era seu refúgio, seu escudo, e sua fortaleza, seu socorro na hora da angústia.

OBJETIVO
 Mostrar que perdoar o inimigo, em vez de vingar-se, revela o quanto nossa mente está governada por Deus.

3. A maneira correta de enfrentar crises e perseguições
Se existir um Davi, deverá surgir um Saul. Este será a ferramenta que Deus usará para polir, dar qualidade, e aperfeiçoar o ungido para que utilize bem a unção. Os perseguidores trazem consigo uma revelação da parte de Deus para nós. Saul tinha um espírito maligno que o inspirava a destruir o futuro rei, Davi tinha Jonatas que lhe dava as coordenadas dos ataques de Saul e intercedia por ele quando necessário. Nós também temos quem intercede por nós e nos avisa, instrui-nos, e nos repassa suas armas.

3.1.  Davi não enfrentou Saul, recorreu a Deus
O ciúme, o ódio, e o desenfreado desejo de Saul em exterminar Davi, trouxeram ao jovem pastor muitos momentos de tristeza e melancolia, mas jamais uma revanche. Quando Saul estava na caverna, Davi poderia resolver a questão, mas não o fez. Ele enfrentou Saul como enfrentou Golias, colocando-se diante de Deus. Quando os soldados o instigaram a matar Saul, veja o que disse Davi: “Que o Senhor me livre de fazer tal coisa a meu senhor, de erguer a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” (ISm 24.6).    Depois reiterou sua convicção (ISm 24.10). Embora Saul fosse um crápula, em sua mente, Davi não via Saul como inimigo, mas como o ungido. Enquanto Saul o queria matar, Davi poupava sua vida. Davi, assim, revelou o que é uma mente cheia de Deus.
No fundo da caverna, os homens de Davi não podiam acreditar no que seu líder fez. Contudo, seus sentimentos não refletiam os de seus homens. Davi sentiu bater-lhe o coração de remorso par ter cortado uma ponta do manto de Saul (ISm 24.5.6).    Perdão não é loucura. Perdão é, em sua essência, optar por ver o ofensor com olhos diferentes. Perdoar é seguir em frente, não pensar mais na ofensa, é ver nossos inimigos como filhos de Deus e a vingança como algo que cabe somente a Ele e não a nós.

3.2. A atitude de Davi faz Saul reconhecer sua insanidade
Um simples golpe da espada acabaria com o sofrimento de Davi e colocaria um fim em toda tirania de Saul. Davi não teria mais de viver como fugitivo, finalmente reinaria. Mas Davi faz sinal para que seus homens se contivessem; Saul reconhece que Davi o poupou e confessa: “eis que procedi loucamente, e errei grandissimamente” (ISm 26.21b). Louco: essa palavra descreve muito bem quem foi Saul; um homem que foi ungido, teve o favor do Senhor a seu lado, mas viveu como se Deus nunca existisse. Saul ignorou Samuel, perseguiu Davi, maltratou Jônatas, prejudicou a nação e a si próprio. Seu final poderia ter sido muito diferente (SI 107.17). Descrevendo a loucura de Saul, John Sidlow Baxter faz a seguinte afirmação: “o homem procede como louco quando tenta persuadir a si mesmo de que está fazendo a vontade de Deus... Quando tenta esconder a sua desobediência diante de Deus com desculpas religiosas... Quando conscientemente luta contra Deus para salvar as aparências”.

3.3. Dois reis, dois caminhos diferentes
Saul e Davi receberam privilégios iguais, as mesmas oportunidades; ambos receberam as bênçãos grandiosas da parte do Senhor. Porém, tiveram destinos diferentes (Js 1.7). Um deles alcançou as alturas, recebeu honras jamais igualadas, enquanto o outro agiu insensatamente e caiu nos abismos do esquecimento. O que determinou a diferença no destino final desses dois homens foram suas decisões (SI 25.12; 119.30). Não foi o ambiente em que viveram. Não foram seus pais, nem a criação que tiveram. Foram as decisões que fizeram em momentos críticos. Cuidemos para que as nossas decisões não abortem a carreira que Deus nos proporcionou.

Conclusão
Existe um estudo de contrastes muito interessante entre a morte de Saul e a elevação de Davi ao trono de Israel. A morte de Saul trouxe uma impressão de triunfo para os inimigos, que desfilaram com sua cabeça como se fora um troféu. Quando tudo parecia terminado, surge Davi, o rei escolhido de Deus. Esse fato contrasta com Jesus, que, na cruz, parecia derrotado, mas a morte revelou o messias, a esperança da humanidade. O que era humano cedeu lugar ao que era divino. Assim, também, Saul representa o que é humano, carnal e falho. Como a velha aliança.

QUESTIONÁRIO

1. Quais os três pontos principais da reprovação de Saul?
R. A impaciência, a obediência parcial, e um monumento a si próprio.
2. Por que Saul foi rejeitado por Deus?
R. Porque agiu por vontade própria, cumprindo apenas meia ordem (ISm 15. 1-28).
3. Por que Davi foi levado ao palácio?
R. Para aprender e ter seu caráter temperado por Deus.
4. De que maneira Davi interpretava Saul em sua mente?
R. Como um ungido do Senhor.
5. Em que se contrastam a morte de Saul e a ascensão de Davi?
R. A morte e ressurreição de Cristo.


REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


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