LIÇÃO 2 – 13 de outubro de 2013
Comentarista: Pastor Dr. Abner de
Cássio Ferreira
Davi é
ungido rei de Israel
TEXTO AUREO
“Achei a Davi, meu servo; com santo
óleo o ungi”. Sl 89.20
VERDADE APLICADA
A unção é a capacitação para o serviço,
ninguém recebe unção para benefício próprio, e sim, para servir.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Ensinar o que significa a unção de Deus na vida de uma pessoa;
► Apresentar quais são as implicações de ser ungido;
► Mostrar que mesmo sendo ungido Davi buscou orientação de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 78.65 - Então o Senhor despertou
como quem acaba de dormir, como um valente que se alegra com o vinho.
Sl 78.66 - E feriu os seus adversários
por detrás e pô-los em perpétuo desprezo.
Sl 78.67 - Além disto, recusou o
tabernáculo de José e não elegeu a tribo de Efraim.
Sl 78.68 - Antes elegeu a tribo de
Judá; o monte Sião, que ele amava.
Sl 78.69 - E edificou o seu santuário
como altos palácios, como a terra, que fundou para sempre.
Sl 78.70 - Também elegeu a Davi seu
servo e o tirou dos apriscos das ovelhas;
Introdução
Os propósitos da unção vêm desde o AT,
em que sacerdotes e reis eram ungidos com óleo, para indicar a presença
permanente do Espírito Santo em suas vidas e, assim, exercerem suas funções (Jz
9; ISm 9.16). Mas, em relação aos profetas, a unção era diretamente dada por
Deus (lRs 19.16; Is 61.1). Essa ideia é a base da unção no NT, tanto de Cristo,
quanto dos cristãos. Na lição de hoje, veremos a unção literal e espiritual na
vida de Davi.
1. A unção de Davi
UNÇÃO. O ato de ungir; utilizado para o resultado da presença do Espírito
Santo no crente (lJo 2.20,27).
Em termos práticos, a unção é a
capacitação dada por Deus para executar o serviço ou a vocação dada por Ele. A unção (capacitação) é sempre muito pessoal, variando de
pessoa a pessoa, pois nem todos possuem um mesmochamado. Em algumas
pessoas, Deus usa mais tempo e mais circunstâncias para que o
aprendizado torne maduro o possuidor da unção. Porém, todos são lapidados
como Deus desejar.
Maturidade (Dic. Aurélio). Estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento.
/ Período de vida compreendido entre a juventude e a velhice.
Davi era um simples adolescente que
apascentava o rebanho de seu pai. Mas Deus tinha uma necessidade nacional e
eterna, e a vida desse jovem seenquadrou perfeitamente com
os projetos divinos. Conta-nos Flávio Josefo, o historiador, que
naquele dia, na casa do pai de Davi, diante dos irmãos dele, enquanto o óleo
escorria pelo seu cabelo e pescoço, uma voz sussurrou em seu ouvido a dizer: “Você
será o próximo rei de Israel”. Com a unção ele seria rei, mas, por
que não foi logo para o palácio reinar? Simplesmente porque ainda era um
menino e necessitava tornar-se maduro, Deus não podia contar com o
menino; Deus conta com homens. Isso significa que podemos ter a
evidência do chamado, mas pode não ser chegado o tempo, que ainda estamos sendo provados
para crescer. Já imaginou Jesus, aos 12 anos, passando pelos
enfermos, vendo os problemas da nação, não podendo fazer nada, porque ainda não
era sua hora? Se, para Jesus se apresentar, foi necessário um tempo, seria
conosco diferente?
Quando a unção chega a nossa
vida, é sinal de que nada mais será como antes. Podemos observar que a vida de Davi sofreu diversas modificações.Ele
amadureceu através das provações, das situações de riscos, de seus atos heroicos e da perseguição. O que mais nos
anima em seu heroísmo é que ele nunca desistiu,
jamais retrocedeu e sempre confiou no Senhor mesmo quando tudo
parecia não ter sentido em sua vida.
1.2. Samuel ungiu a Davi
Enquanto Samuel orava pedindo por Saul
e sua restauração decadente, o Senhor tinha planos diferentes: ordenou que
Samuel interrompesse a intercessão e fosse a casa de
Davi ungi-lo rei de Israel. Houve um impacto no mundo da época quando Davi foi
ungido rei. Ao mesmo tempo em que o Espírito de Deus se apoderou dele, saiu
de Saul (ISm 16.13,14 Samuel
apanhou ochifre cheio de óleo e o ungiu na presença de seus irmãos, e, a partir daquele
dia, o Espírito do SENHOR apoderou-se de Davi. E Samuel voltou para Ramá. 14 O
Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do
SENHOR, o atormentava.). Na primeira vez, foi Deus que trouxe
o rei até Samuel (ISm 9.16 “Amanhã,
por volta desta hora, enviarei a você um homem da terra de Benjamim. Unja-o
como líder sobre Israel, o meu povo; ele libertará o meu povo das mãos dos
filisteus. Atentei para o meu povo, pois o seu clamor chegou a mim”.), mas desta vez o profeta teria que sair a procura de Davi.
Assim, aprendemos que o Senhor nem sempre usa o mesmo método, por isso,
precisamos estar atentos as diferentes instruções para etapas novas em nosso
ministério. Observe que Saul foi ungido com um “vaso” de azeite. O
vaso é feito por mãos humanas e simbolizava a vontade do povo. Todavia,
quando lemos em ISamuel 16.13 RA vemos a diferença. Samuel usou um “chifre e
não um “vaso”. E o chifre é feito pelas mãos de Deus, que cresce na
cabeça de um animal sem interferência humana. E, nesse dia, “o Espírito do
Senhor se apoderou de Davi” (ISm 16.13).
1.3. As peregrinações e perseverança de
Davi
Podemos dizer que Davi primeiro passou
pela aflição para depois chegar à promoção. Durante 12
anos, ele viveu como fugitivo, enfrentou os desânimos que a vocação provoca
e a solidão de uma nova fase em sua vida. Ele enfrentou os altos e
baixos. De pastor bem sucedido a herói nacional após abater o gigante
Golias; de herói a músico libertador quando tocava para
que Saul se acalmasse. No palácio, tornou-se genro de Saul e comandante das
tropas, onde seu nome foi aclamado suscitando a inveja de Saul
(ISm 18.5-10). Num dia, estava no auge; noutro dia, na caverna; num
dia, era o comandante geral do exército israelita, noutro dia, pedia
exílio nas terras inimigas para escapar da morte. Existem fases em nossas
vidas que nada faz sentido, pois a vocação nos revela surpresas. Fiquemos
atentos, pois podemos ser levados por caminhos que jamais pensamos ter que
passar.
Davi sempre foi um homem de muita perseverança.
Ele compreendia muito bem o que significava aquele ritual na casa de seu pai, ele
sabia que seu dia chegaria. Muitas pessoas desistem nas primeiras
etapas probatórias, outras perdem o
foco, e outras como Esaú trocam as coisas eternas
pelas passageiras. A graça de Deus sempre trabalha, sempre nos impulsariam para
o que fomos chamados a fazer. Devemos compreender que, após recebê-la, jamais
teremos vidas normais outra vez.
2. Davi perseguido como vilão
Algo que deveríamos compreender em
nossas vidas é que jamais agradaremos a todas as pessoas, e que nossos maiores inimigos podem ser aqueles que amamos e
por quem arriscaríamos qualquer coisa para agradar-lhes. Davi,
mesmo de posse da unção de rei, sempre se submeteu, honrou e respeitou Saul.
Se não fosse plano de Deus, e se Saul não o invejasse, ele tranquilamente
continuaria como comandante do exército. Ele era simples, humilde e íntegro. Mas
o problema não era ele, mas as perseguições por causa de sua vocação.
2.1. As etapas de um vocacionado
Se você tem um chamado, pense nisto.
Por que Davi foi ungido para ser rei? Por que Saul foi reprovado? E por que
Davi ainda teve que ir ao palácio para sofrer? O que você acha que Deus tinha
em mente quando tirou Davi do pasto para introduzi-lo no palácio real?
Acreditamos que: ou Deus queria mostrar para Davi como funciona a monarquia e
como jamais um monarca deve agir, ou estava lhe treinando em cada departamento
para que, ao ser rei, soubesse como cada um deles funciona. Como você acha que
Davi convivia com essa situação em sua mente? As vezes, não há como entender
aonde Deus quer chegar com sua trajetória tão estranha (Is 28.21 O Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará, como no vale de
Gibeom, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato,
o seu estranho ato.). Todavia, Davi nos ensina uma grande
lição. Que mesmo tendo uma grande promessa, cumpria com maestria as etapas de
sua vida, e sabia estar contente em todas as situações.
Que teste profundo é saber
que o trono que nos pertence em
ocupado por um tirano e nada poder fazer, parque Deus ainda não sinalizou. Davi terá aprendido que Deus é quem exalta e abate, quem promove e
rebaixa; e quem faz oque bem entende na hora que achar que deve agir.
Infelizmente, encontramos pessoas totalmente contrárias a Davi. Que
nada têm, mas acham que devem reinar; que jamais esperam o sinal verde, e
semelhantes a Saul, vivem a infernizar a vida do povo com seu péssimo governo.
2.2. Invejado por causa do chamado
Quantas pessoas você conhece que, ao destacarem-se,
começam a ser perseguidas, criticadas e invejadas? Não pense que o chamado
trazia problemas somente nos dias de Davi, ainda hoje acontece o mesmo em
muitos lugares. O problema não está no que realizamos, mas naquilo que
nos capacita a realizar o que está incidindo sobre nós. Todas as pessoas
que possuem um chamado passarão por incompreensões. Se até Jesus
chamaram de endemoninhado, o que não falarão de nós? (Mt 12.24). Na
verdade, ninguém poderá apagar o brilho de quem Deus escolheu para cumprir sua
vontade (Mt 5.14-16). Infelizmente, muitas pessoas não compreendem que
deveriam se alegrar ao ver Deus levantar alguém para fazer a diferença,
tais pessoas, em vez de combatê-las, deveriam unir-se às erguidas por Ele. Já
imaginou se Saul e Davi fossem unidos?
2.3. A fuga de Davi
A vida no palácio se finda para Davi, e
tudo o que leva em sua fuga é a lembrança de Mical, de seu exército, do profeta
que o ungiu, e do amigo Jonatas. Em apenas um dia, Davi perde tudo e, para
não morrer, vai buscar socorro na tetra de Aquis, o rei de Gate (ISm
19.9,10; 21.10-13). Para não ser morto na terra inimiga, Davi finge estar louco
e espumando pela boca, arranhando portas, e deixando a baba escorrer através de
sua barba, eleconvence Aquis de que está louco, por isso parte dali para
a caverna de Adulão, um lugar escuro, sombrio, e solitário. Contudo
Davi não perde a esperança em Deus e deixa registrado para nós o que sentiu em
Adulão: “Até que saiba o que Deus há de fazer de mim” (ISm 22.3b).
Podemos dizer que aquele dia de derrotas
foi também o dia em que Deus redirecionou a vida de Davi para que se
desenvolvesse nele outras habilidades especiais resultantes da unção que estava
sobre sua vida. Ele não encontrou vida pacífica no palácio, e ter unção é
sinônimo de sofrimento por parte dos poderosos. Saul
não queria que sua imagem diante do povo fosse ofuscada pelo vitorioso Davi, e
vendo que Davi somente crescia, sua única saída seria matá-lo. Esse,
infelizmente, é um clássico pensamento de nossos dias, onde muitos não sabem
por que a glória de Deus resplandece em seus ungidos.
3. Davi é ungido rei de Israel
Após a morte de Saul e seu filho
Jônatas, Davi lamentou com profunda tristeza o sofrimento de Israel. Mas a sua
ascensão ao trono só aconteceu depois. Primeiro: como rei de Judá e, só mais
tarde, veio a tornar-se rei de todo o Israel.
3.1. Davi buscou a orientação de Deus
Diferente de Saul, Davi sempre buscou a
orientação de Deus. Prova disso, é que, em 2Samuel 2.1-4, vemos que ele
pergunta ao Senhor para onde iria naquele momento. Não há detalhes específicos
de como recebera a orientação, mas, provavelmente, pode ter sido por meio do Urim
e Tumim - pedras guardadas na estola sacerdotal que Abiatar levava
(ISm 23.6 Ora, Abiatar, filho de Aimeleque,
tinha levado o colete sacerdotal quando fugiu para se juntar a Davi, em Queila.). Conforme a posição em que elas se encontrassem, indicaria a resposta
do Senhor: “sim”, ou “não”. Davi nos ensina que buscar a orientação de
Deus é sempre a melhor opção. Infelizmente, não é o que acontece em nossos
dias, em que pessoas buscam a vontade de Deus em práticas questionáveis. É
surpreendente, o número de “profetas”, especialistas em dizer a
vontade de Deus para qualquer área da vida. Por isso, há inúmeras histórias de
lares destruídos, ministérios enfraquecidos e muita gente desiludida, porque
alguns desses falsos profetas despejam ladainhas incompreensíveis, alegando
falsas determinações de Deus. No entanto, é evidente que o Senhor fala
diretamente com o seu povo de várias maneiras (At 8.26; 9.10-16; ICo 12.8),
sem, contudo, contrariar as Escrituras que expressa a boa e perfeita vontade de
Deus.
3.2. Primeiro Hebrom, depois Jerusalém
A unção da vida de Davi crescia junto
com ele. Vemos sua vida em escalas crescentes e decrescentes, e, por onde
passa, deixa marcas indeléveis na história. Davi tinha 30 anos quando Saul morreu,
mas não reinou em Jerusalém, havia a necessidade de conquistar toda a nação.
Ele foi para Hebrom seguindo ordens divinas, reinando
limitadamente sobre Judá por sete anos e meio (2Sm 2.11). Esse tempo
foi preciso para que Deus enfraquecesse o antigo reinado e lhe entregasse toda
a nação fortalecida. Ou seja, ele era rei, mas não era o tempo de reinar sobre
tudo. Será que isso também não nos lembra de Jesus, o qual já
reina, mas, no devido tempo, dominará sobre todas as nações? O que essa
história nos ensina? Que Deus tem escalas e degraus nos quais o tempo precisa
ser apreciado para não saltarmos as etapas da vida e desistirmos.
Isbosete (filho de Saul) era rei de
Israel.
3.3. Lições práticas acerca do chamado
na vida de Davi
Poucos monarcas conheceram tanto poder
e prestígio quanto Davi. As bênçãos demoraram, mas, quando chegaram fizeram sua
taça transbordar. Vendo que Deus estava com ele, unificou a nação tendo Deus
como base, despertando o interesse nacional pelos assuntos espirituais, elevou
o sacerdócio de modo que o judaísmo pudesse operar de forma aberta e livre na
terra; destruiu os altares dos ídolos; foi brilhante, organizador e
estrategista, expandindo as fronteiras de 24.000 quilômetros para
240.000. Davi cresceu muito, mas foi nesse período que colecionou
esposas, teve filhos com várias mulheres, resultando mais tarde em tragédia
para sua vida. Precisamos aprender que o poder pode ser perigoso se
administramos para nossas vontades; que os tempos de prosperidade são também
tempos perigosos e não simples bênçãos.
Se Davi hoje estivesse
conosco, seu conselho seria: “tome cuidado, o inimigo não respeita unção,
ele está sempre à espreita, procurando nos destruir com as coisas mais simples
da vida, até mesmo com o sucesso”. A unção nos levará ao
objetivo de Deus, e Ele honram nossos esforços. Mas Deus não escolhe por
nós, por isso devemos ser sábios e sempre buscar Sua orientação.
Conclusão
Davi compreendeu muito bem o que
significa ter sobre a vida uma capacitação especial, o que significa ser
encontrado por Deus. Nós já observamos esse processo na vida de pessoas como
Moisés, Jacó, José, Paulo e até mesmo Jesus. Sabemos que a unção vai mexer
conosco, vai nos conduzir a situações adversas. Por fim, a única coisa que
devemos ter em mente é que Deus não erra em suas escolhas, e, se nos escolheu,
chegaremos ao destino final, portanto não esmoreçamos na fé.
QUESTIONÁRIO
1. Como podemos definir unção?
R. Como a capacidade dada por Deus
para a execução do serviço pelo qual ele nos chamou.
2. O Que aprendemos com a ida de Samuel
a casa de Jessé?
R. Que o Senhor nem sempre
usa o mesmo método.
3. Porque Davi não assumiu
imediatamente o reinado?
R. Livre.
4. Qual a diferença marcante
entre Saul e Davi?
R. Davi sempre buscava orientação de
Deus.
5. Qual era a base de Davi?
R. O próprio Deus.
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre de 2013,
ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de
Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus
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