Paulo e sua missão
entre os gentios
LIÇÃO 07 – 18 de Novembro de 2012
TEXTO AUREO
“Para o que (digo a verdade em Cristo,
não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e
na verdade”. lTm 2.7
VERDADE APLICADA
O anunciador das boas novas deve estar
preparado para ser uma luz na vida daqueles que ainda estão em trevas.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
At 26.20 - Antes anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em
Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se
convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
At 26.21 - Por causa disto os judeus lançaram mão de mim no templo, e
procuraram matar-me.
At 26.22 - Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje
permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada
mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,
At 26.23 - Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da
ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.
Introdução
A chamada de Paulo para pregar aos
gentios não começa em Antioquia da Síria junto com Barnabé, na verdade, começa
com a visão celestial, em Damasco, que o conduziu por toda a sua vida. A epifania experimentada,
no caminho de Damasco, por Paulo foi para ele uma aparição tão real do Senhor
que ele se considerava tão apóstolo de Jesus Cristo, quanto os que com Ele
conviveram.
EPIFANIA – (Do grego epipháneia, mostrar,
aparecer) Manifestação da divindade. Referência ao aparecimento de Cristo para
executar o plano redentivo de Deus em sua primeira vinda. Sua segunda vinda é
assim também cognominada.
1. Pregador e apóstolo
A autoridade de Paulo repousa sobre sua
chamada na aparição do Senhor Jesus no caminho de Damasco. É muito interessante
que ele não se permitia diminuir visto que entendia a operação da graça em seu
favor para a honra do apostolado, a fim de no serviço do Senhor, conduzir as
pessoas do mundo gentílico a crer em Cristo, e a Ele se tornar obedientes (Rm
1.5).
1.1. Apóstolo, um ministro de Cristo
Paulo se considerava um apóstolo e
ministro de Cristo, com base na visão que teve do Senhor, no seu volume de
trabalho e sofrimento por causa dos escolhidos, como ele mesmo disse: “tudo
sofro por amor aos escolhidos”. Apóstolo significa apenas “enviado”, mas com
missão específica. Embora, na língua portuguesa, ministro tenha uma conotação
de honra, significa em grego, “diákonos”, um servo. Ou seja, Paulo era enviado
como um servo distinto de Cristo aos gentios. Fica uma pergunta: enviado para
quê? “Para que eles também alcancem a salvação” (2Tm 2.10).
2 Timóteo 2.10 - Por este motivo,
tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que
está em Cristo Jesus com glória eterna.
O amor suporta tudo. Paulo não está
amargurado nem desesperado. Está sofrendo, porém seu sofrimento ocorre “em
Cristo”, acontece por causa do evangelho, por amor daqueles que Deus escolheu,
amou e santificou em Cristo. Paulo sabe do sofrimento vicário em prol da igreja
dos eleitos. Assim ele descarta qualquer ideia de mérito. Os eleitos não
alcançam a salvação nele ou por causa dos sofrimentos dele, mas em Jesus e por
meio da morte dele na cruz. Só Jesus traz a salvação aos pecadores e com ela a
glória eterna, que forma um nítido contraste com os padecimentos temporais. Sem
dúvida existe para os eleitos o perigo de não permanecerem na graça, de, pelo
contrário, vacilarem nas tribulações e caírem. Por meio de seu sofrimento, ou
melhor, por meio de seu comportamento no sofrimento (ação de graças, paciência,
testemunho ousado, amor ao inimigo, intercessão) Paulo visa contribuir para que
alcancem a salvação, assim como ele mesmo tem a certeza de que terá participação
na salvação.
1.2. Pregador da Palavra de Cristo
Para alcançar a salvação, um direito da
humanidade herdado através do sacrifício de Jesus de Nazaré, é necessário
conhecer esse direito e como tomar posse dele. Isso se dá pela pregação do
Evangelho. Ora, Paulo foi constituído anunciador desse direito aos gentios. A
exposição desse direito é feita minuciosamente na Carta aos Romanos, em tom
jurídico que agradava aos cidadãos de Roma, tornando assim a mensagem muito
clara para eles. Na verdade essa Carta tem impactado gerações e gerações por
onde ela tem sido lida e estudada através dos séculos.
1.3. A Palavra de Cristo nele fez a
diferença
Paulo tinha uma convicção da
importância do seu papel no anúncio da salvação entre os gentios. Mas de onde
vinha essa convicção? Bem, de certa forma já falamos sobre isso, porém devemos
entender o quanto esse tema se reveste de importância. A convicção vinha da
própria palavra de Cristo a ele e da sua visão espiritual que eram traduzidas
em atitudes. Na sinagoga de Antioquia da Psídia, ele revelou isso de maneira
surpreendente quando disse: “Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para
luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra” (At
13.47). É muito importante conhecer o nosso papel no reino de Deus, pois é
muito triste desperdiçar a vida e não conhecer para o que fomos chamados.
Atos 13.47 - Pois assim o Senhor nos
ordenou: “Eu fiz de você luz para os gentios, para que você leve a salvação até
aos confins da terra”.
Essa é a incumbência já dada, em Isaías
49.6, ao “servo de Deus”: “Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que
sejas para salvação até aos confins da terra”! De forma ousada Paulo relaciona
essa palavra, dita ao “servo de Deus”, a
seu próprio serviço de mensageiro. Isto é possível porque o
Senhor entra pessoalmente em cena por
meio do enviado. Em toda a evangelização o verdadeiro evangelista é o próprio
Jesus. Sendo ele a “luz dos gentios”, é também por meio de seus mensageiros
que ele gera “salvação até aos confins da
terra”.
Em audiência com o Rei Agripa, quando estava preso em Cesaréia, Paulo pôde expor os motivos
que o levavam a anunciar a sua mensagem aos gentios e ser preso por causa
disso. Nessa audiência, ele fez questão de dizer ao Rei: “pelo que não fui
desobediente à visão celestial. É conveniente lembrarmos que estamos vivendo
dias em que nossa atenção é desviada facilmente desse foco soteriológico para
as questões políticas. Devemos amarrar nossa atenção na visão evangelizadora
comprometida com a Palavra, visto que é a maneira mais eficaz de contribuir com
a redenção da nossa geração.
2. Doutor na fé
A expressão “doutor dos gentios na fé”
significa instrutor ou “mestre” como é traduzida na Bíblia ARC (Almeida Revista
e Corrigida). Paulo em lTm 2.7 considera-se um mestre na fé e não na crença.
Embora pareça ser a mesma coisa, não é. Pois a prática da crença religiosa não
envolve necessariamente uma fé viva, capaz de salvar o indivíduo, nem tampouco
toda crença religiosa se ocupa com a salvação da alma das pessoas; a fé faz
parte da espiritualidade; a crença faz parte da religiosidade. Todavia, a
Palavra de Cristo promove a fé, salvando a pessoa do seu pecado, do seu vazio,
e da falta da comunhão com Deus, aperfeiçoando-o nas boas obras.
1 Timóteo 2.7 - Para isso fui
designado pregador e apóstolo (digo-lhes a verdade, não minto.), mestre da
verdadeira fé aos gentios.
Cristo morreu
por "todos os homens", e Deus deseja que "todos os homens sejam
salvos". De que maneira essa boa-nova pode chegar ao mundo pecador? Deus
chama e ordena mensageiros para levar o evangelho aos pecadores perdidos. Paulo
era um desses mensageiros: era pregador (arauto do Rei),apóstolo (enviado
com uma comissão especial) e mestre. O mesmo Deus que determina o fim (a
salvação dos perdidos), também determina os meios para alcançar esse fim: a
oração e a pregação da Palavra. Essa boa-nova não é apenas para os judeus, mas
também para os gentios.
Se a base para
a oração é a obra sacrificial de Jesus Cristo na cruz, a oração é uma atividade
extremamente importante na igreja. Deixar de orar é o mesmo que desprezar a
cruz! Orar apenas por si mesmo é negar o alcance mundial da cuz. Ignorar as
almas perdidas é ignorar a cruz. "Todos os homens (pessoas)": esse é
o conceito-chave do parágrafo: oramos por "todos", pois Cristo morreu
por "todos" e Deus deseja que "todos" sejam salvos. Devemos
nos entregar a Deus a fim de ser parte deste plano
mundial para alcançar os perdidos antes que seja tarde demais.
2.1. Paulo, um especialista na fé
salvadora
Muitos estudiosos judeus reconheciam
que os sacrifícios oferecidos no templo eram insuficientes para executar a
salvação no indivíduo. Isso é demonstrado em algumas partes do A.T. Pois, mesmo
Abraão não alcançou a justiça de Deus somente pelas obras, mas pelo exercício
da fé. Desse assunto, Paulo entendeu e ensinou bastante, visto que havia o
pensamento de que as esmolas, as boas obras, jejuns e orações eram elementos
que conduziriam a salvação da alma.
Esse assunto é importantíssimo, e
nós, cristãos, deveríamos dominá-lo com excelência. Mas, para. isso, precisamos
de obreiros que vivam essa realidade e sejam especialistas na fé objetiva, quer dizer, bíblica somente. Assim como os
judeus, a igreja cristã caiu nessa mesma areia movediça das boas obras, não que
elas devem deixar de ser feitas. Claro que não. Lembremos-nos de Lutero, que,
ao estudar a Carta aos Romanos, foi impactado pela declaração paulina que diz:
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé” (Rm 1.17).
2.2. Paulo expõe a fé com base firme
No mundo helénico, as pessoas davam
muito valor a coisas racionais, lógicas, e cheias de estética. Noutras
palavras, uma bela argumentação. Porém, dessa maneira as pessoas podiam ficar
facilmente reféns daquele que, com muita arte, expressava-se bem, mesmo que
fosse com sofismas. Ainda que, na correspondência paulina; haja citações de
pensadores gregos, mas o seu pensamento base repousa sobre a obra salvadora
efetuada na cruz de Cristo, uma loucura para os gregos e escândalo para os
judeus.
2.3. Paulo explica a razão
de seu método
O ser humano costuma ter uma inclinação
doentia em crenças religiosas que não conduzem à paz com Deus e uma alegria de
vida. Facilmente pode ser levado por um discurso filosófico bonito, mas incapaz
de produzir salvação. Quando Paulo se dirigia aos gregos e demais pagãos de seu
tempo, levava apenas a simples palavra de Cristo para que a fé de seus ouvintes
se apoiasse não na sabedoria humana, a fim de que eles não viessem a se
vangloriar: “Como está escrito: aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (ICo
1.30,31), mas na sabedoria de Deus. Aos nossos irmãos convém uma nota
importante aqui, que Paulo não prega contra a filosofia, nem incentiva a
ignorância, mas se utiliza de alguns elementos gregos para a comunicação da sua
mensagem, quando entendia ser necessário, mui especialmente quando se tratava
de uma comunidade helénica de crentes, ou crentes em potencial.
1 Coríntios 1.30,31 - É, porém, por
iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de
Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está
escrito: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor”.
Uma vez que todo aquele que crê está "em Cristo" e tem tudo de que
necessita, por que competir entre si ou se comparar uns com os outros? Foi o
Senhor quem fez tudo! "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Co 1:31, uma citação de
Jr 9:24, repetida em 2 Co 10:17).
As bênçãos
espirituais de que precisamos não são abstrações que escapam por entre nossos
dedos; antes, se encontram todas na Pessoa de Jesus Cristo. Ele é nossa sabedoria
(Cl 2:3), nossa justiça (2 Co
5:21),nossa santificação (Jo 17:19) e nossa redenção (Rm 3:24).
Na
verdade, a ênfase dessa passagem é que Deus mostra sua sabedoria por meio da
justiça, da santificação e da redenção que temos em Cristo. Cada um desses
termos teológicos tem um significa especial para os cristãos. A justiça refere-se
a nossa posição diante de Deus. Fomos justificados: Deus nos declarou justos em
Jesus Cristo. No entanto, também somos santificados, separados para
pertencer a Deus e lhe servir. A redenção enfatiza o fato de que somos livres porque
Jesus Cristo pagou o preço por nós na cruz. Quando Cristo voltar, todos os que
creram experimentarão a redenção plena.
Assim, em
certo sentido, temos aqui os três tempos da salvação: fomos salvos do
castigo do pecado (justiça); estamos sendo salvos do poder do pecado
(santificação) e seremos salvos da presença do pecado (redenção).
Cada cristão tem todas essas bênçãos em Jesus Cristo!
Assim, por
que se gloriar em homens? O que Paulo tem que nós não temos? Pedro tem mais de
Jesus Cristo do que nós? Devemos nos gloriar no Senhor, não em nós mesmos ou
em nossos líderes espirituais.
Ao
relembrar este capítulo, podemos ver quais eram os erros que os coríntios cometiam
e que contribuíam para criar problemas na igreja. Em vez de viverem à altura de
seu santo chamado, seguiam os padrões do mundo. Ignoravam o fato de que eram
chamados para ter maravilhosa comunhão espiritual com o Senhor e uns com os
outros. Antes, se identificavam com líderes humanos e criavam divisões na
igreja. Em vez de glorificar a Deus e à graça, agradavam a si mesmos e se
gabavam de homens. Eram um igreja depravada, dividida e desonrada!
Antes,
porém, de julgar os coríntios, devemos examinar nossas igrejas e nossa vida. Fomos
chamados para ser santos, para ter comunhão e para glorificar a Deus. Vivemos à
altura desse chamado?
O fato de Paulo se considerar um
mestre da fé, em relação ao mundo gentílico, não significava que ele se
utilizasse de palavras que soam como bajulação de seus ouvintes, ou que
despertam admiração para si, ou ainda em tom imprecatório, isto é, de
condenação como muitos fazem. Paulo era um especialista da fé que, na simplicidade
de Cristo, procurava ser entendido
para ganhar as almas de seus ouvintes. Assim como ele, insistimos que
precisamos de especialistas em Deus, mas que sejam especializados na
comunicação da Palavra da fé. Chega de enrolação, meninices, e perda de tempo
no púlpito, e fora dele.
3. Doutor na verdade
Devemos lembrar que os líderes de
sinagogas e fariseus eram muito proselitistas entre os gentios, tendo pessoas
que frequentavam a sinagoga, mas que não aderiam ao judaísmo por causa da
dolorosa circuncisão que era requerida. Quando nossos campeões pregaram a
palavra da fé, não tocaram nesse assunto, logo, estava implícito que
desobrigaram aqueles, dentre os gentios, que se convertiam a Cristo, ao ato da
circuncisão. Com isso eles ficaram felizes! Era esse o público alvo de Paulo,
mas dentre eles, vinham muitos judeus também.
O termo "Prosélito" provém
do koiné, presente na Septuaginta, estrangeiros e forasteiros em Israel um "peregrino na terra", e
no Novo Testamento significa convertidos
ao Judaísmo de outras
religiões.
3.1. Advogados dos gentios
Não se sabe a mando de quem, mas
subiram da Judéia alguns indivíduos que começaram a ensinar paralelamente a
necessidade da circuncisão em Antioquia (At 15.1). Todavia Paulo e Barnabé
começaram a rechaçar tais argumentos com veemência, de forma que virou uma contenda
séria contra tais indivíduos, os quais Lucas omite dizer quem eram. Paulo e
Barnabé entendiam que se não dessem um basta naquele fermento, todo o trabalho
de anos que estavam desempenhando em Antioquia e no restante do mundo helénico
donde acabaram de chegar, perder-se-ia. Se não defendermos a obra que Deus nos
confiou a fazer, quem a defenderá? Devemos vigiar as raposas e raposinhas em
nossa vinha (At 15.2).
Atos 15.1 e 2 - Alguns homens
desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos:
“Se vocês não forem circuncidados
conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos”.
Isso levou Paulo e Barnabé a uma
grande contenda e discussão com eles. Assim, Paulo e Barnabé foram designados,
junto com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e
com os presbíteros.
Tudo
começou quando alguns mestres judeus legalistas chegaram a Antioquia e ensinaram
que, a fim de ser salvos, os gentios deveriam receber a circuncisão e obedecer
à Lei de Moisés. Esses homens eram ligados à congregação de Jerusalém, mas não
eram autorizados por ela (At 15:24). Identificados com os fariseus (At 15:5),
esses "falsos irmãos" desejavam privar tanto cristãos judeus quanto
gentios da liberdade em Cristo (Cl 2:1-10; 5:1).
Não causa
grande surpresa saber que havia pessoas na igreja de Jerusalém defendendo
energicamente a Lei de Moisés sem conhecer a relação entre a Lei e a graça.
Eram judeus ensinados a respeitar e a obedecer à Lei de Moisés, e, afinal de
contas, as epístolas aos Romanos, Gálatas e Hebreus ainda não haviam sido
escritas! Havia um grande grupo de sacerdotes na congregação de Jerusalém (At 6:7), bem como de pessoas que
ainda seguiam algumas das práticas do Antigo Testamento (ver At 21:20-26). Era
um período de transição, e tempos assim são sempre difíceis.
O que
esses legalistas faziam e por que eram tão perigosos? Tentavam misturar a Lei e
a graça e colocar vinho novo em odres velhos e frágeis (Lc 5:36-39). Costuravam
o véu rasgado do santuário (Lc 23:45) e colocavam obstáculos no caminho novo e
vivo para Deus aberto por Jesus ao morrer na cruz (Hb 10:19-25). Reconstruíam o
muro de separação entre judeus e gentios que Jesus derrubara no Calvário (Ef
2:14-16). Colocavam o jugo pesado do judaísmo sobre os ombros dos gentios (At 15:10; Gl 5:1) e pediam que a
igreja saísse da luz e fosse para as sombras (Cl 2:16, 17; Hb 10:1).
3.2. A primeira assembleia
Em função do problema da circuncisão, a
igreja de Jerusalém, os apóstolos e presbíteros se reuniram para discutir o
problema (ano de 51 d.C.). Onde foram apresentados os indivíduos que estavam
tentando impor a observância da lei cerimonial nos crentes gentios (At 15.5).
Na reunião, Barnabé e Paulo trouxeram um relatório do trabalho entre os gentios
com vivacidade, mas o clima da reunião não permitiu uma alegria maior. Pedro
deu uma nota a favor do trabalho entre os gentios sem as obrigações
cerimoniais, e foi de grande peso, e Tiago que presidia a reunião deu os
arremates finais, concordando com Pedro, Barnabé e Paulo, mas com ressalvas da
Lei. De qualquer forma, o que ficou decidido, ficou a contento.
Atos 15.5 - Então se levantaram
alguns do partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: “É
necessário circuncidá-los e exigir deles que obedeçam à Lei de Moisés”.
Após esse relato intervêm “alguns” e
dizem: “É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de
Moisés.” Agora são informados mais detalhes sobre esses “alguns”, de modo que
os possamos compreender melhor. Eram cristãos “do partido dos fariseus que
haviam crido”.
Esses homens não haviam sido
quebrantados pelo encontro com Jesus até a essência de seu ser, como Paulo (cf.
At 9.3). Sua justiça própria ainda não havia sido destroçada completamente.
Continuavam
sendo “fariseus”, devotos severos,
apegados à lei, que somente “haviam crido” quando reconheceram
em Jesus o prometido Messias de
Israel. Para eles era algo totalmente inconcebível que agora gentios
pudessem vir ao Messias Jesus e ser
salvos sem pertencer ao povo eleito de Deus pela circuncisão e pela aceitação
da lei.
3.3. Anunciando uma nova disposição
De certa forma, o cristianismo, na
mentalidade de muitos, ainda não tinha vida própria, ele mais parecia uma cisão
no judaísmo. Em parte, isso é verdade, visto que a igreja saiu da sinagoga,
principalmente onde Paulo e Barnabé evangelizaram. Nesse tempo, ainda era muito
o número de judeus que compunham a igreja, entretanto, com o passar dos tempos,
a igreja foi se esparramando mais entre os gentios. Por outro lado, a vinda de
Jesus Cristo eliminou toda pompa ritual de sacrifícios, de vestes paramentais,
suntuosidade do templo, e até a circuncisão. Era então um novo tempo, uma nova
era que, em verdade, o concílio apenas estava ratificando, mas que precisava
ser anunciada como um antídoto contra os judaizantes.
Ao longo do tempo, Paulo teve que continuar defendendo a causa dos
gentios contra as imposições dos judaizantes. Ele, ao escrever acerca da
circuncisão, disse aos coríntios: “A circuncisão, em si, não é nada”; disse aos
gálatas, “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm
virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura" (Gl 6.15); e aos
filipenses escreveu: “Nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no
Espírito” (Fp 3.3). Se Paulo não fosse um douto rui verdade cristã não teria,
entendido esse novo tempo.
Conclusão
O propósito de Paulo entre os gentios
foi ensinar sobre a salvação sem a necessidade dos adereços da Lei. Com preparo
teológico relevante, o apóstolo ensinou eficientemente ao seu público alvo,
inspirando uma fé contagiante e inteligente entre os gentios. Suas pregações e
cartas conseguiram apresentar a Jesus Cristo como Filho de Deus, poder de Deus
e sabedoria de Deus a humanidade. Graças a Deus pelo empenho e dedicação desse
apóstolo que foi uni instrumento poderoso nas mãos do Senhor.
QUESTIONÁRIO
1. Geograficamente, onde começou a
chamada de Paulo para o mundo helénico?
R. Damasco.
2. Para
que Paulo foi enviado aos gentios?
R. Para que eles alcançassem a
salvação.
3. A salvação é um direito herdado
através de quê?
R. Do sacrifício de Jesus de Nazaré.
4. O Senhor pôs Paulo para luz dos
gentios, com que propósito?
R. Afim de que fosse para salvação
até os confins da terra.
5. O que significa doutor dos
gentios na fé?
R. Mestre na fé e não na crença.
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre de 2012,
ano 22 nº 85 – Jovens e Adultos – Apóstolo Paulo.
Comentário Bíblico Expositivo –
Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado
Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo
Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry -
Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista
e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD
- Claudionor Corrêa de Andrade
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