O Apóstolo Paulo e
o Espírito Santo - Lição 08 – 25 de Novembro de 2012
LIÇÃO 08 – 25 de
Novembro de 2012
O Apóstolo Paulo e o Espírito Santo
TEXTO AUREO
“O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não
da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. 2Co
3.6
VERDADE APLICADA
Paulo, como ministro de Cristo, deseja
que seus leitores entendam a nova dispensação do Espírito que chega até os
nossos dias.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ef
3.1 - Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por
vós, os gentios;
Ef
3.2 - Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para
convosco me foi dada;
Ef
3.3 - Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes
um pouco vos escrevi;
Ef
3.4 - Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do
mistério de Cristo,
Ef
3.5 - O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens,
como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e
profetas;
Ef
3.6 - A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e
participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;
Introdução
Não se sabe exatamente quando, mas se
sabe que, após a conversão de Paulo, ele entendeu que se tratava de uma nova
dispensação divina que estava presenciando. E, como tal, ele deveria pregar o
evangelho ciente do agir de Deus, diferenciado para essa nova época, que se
despontava no horizonte da história. Vejamos alguns principais ensinamentos de
Paulo acerca do Espírito Santo nesta lição.
1. Antiga e Nova aliança
Aos seus leitores de Corinto, Paulo se
autodenomina como um dos ministros de Deus de uma Nova Aliança (2Co 3.6). Tal
pensamento divide a história religiosa do ponto de vista de um judeu convertido
em duas seções: Antiga e Nova Aliança. Foi dessa expressão de Paulo que se
nominou as duas grandes divisões principais da Bíblia de Antigo e Novo Testamento.
Essa Nova Aliança é iniciada com a vinda de Jesus, mais especificamente depois
de sua morte e ressurreição. Porém é o “Espírito do Deus vivente” que entra em
cena atuando no interior dos crentes em Jesus, transformando-os positivamente.
2 Coríntios 3.6 - Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova
aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito
vivifica. Ao ler este capítulo, observam-se as designações
diferentes que Paulo usa para a antiga e para a nova aliança ao contrastá-las.
Em 2 Coríntios 3:6, "a letra" refere-se à Lei da antiga aliança,
enquanto "o espírito" refere-se à mensagem de graça da nova aliança.
Paulo não contrasta duas abordagens à Bíblia, uma "interpretação literal”
e outra "espiritual". Lembra seus leitores de que a Lei da antiga
aliança não é capaz de dar vida; é um ministério de morte (Gl 3:21). O
evangelho dá vida aos que crêem por causa da obra de Jesus Cristo na cruz.
Paulo não sugere que a Lei foi um erro; ou que seu ministério não era
importante. Pelo contrário! O apóstolo sabia que o pecador precisa ser
condenado pela Lei e conscientizado de seu total desamparo antes de ser salvo
pela graça de Deus. João Batista proclamou uma mensagem de julgamento,
preparando o caminho para Jesus e para sua mensagem de graça salvadora. Um
ministério legalista traz morte. Os pregadores que se especializam em
regras e em regulamentos mantêm sua congregação sob uma nuvem escura de culpa,
que acaba com sua alegria e poder e também com a eficácia de seu testemunho
para Cristo. Os cristãos que estão sempre se medindo, comparando
"resultados" e competindo uns com os outros logo descobrem que se
tornaram dependentes da carne, não do poder do Espírito. Jamais existiu qual quer
norma ou preceito capaz de transformar a vida de uma pessoa; nem mesmo os
Dez Mandamentos têm esse poder. Somente a graça de Deus, ministrada pelo
Espírito de Deus, pode transformar pecadores em epístolas vivas que glorificam
Jesus Cristo. A Lei da antiga aliança, com sua ênfase sobre a obediência
exterior, foi uma preparação para a mensagem da graça da nova aliança, com sua ênfase sobre a
transformação interior do coração.
1.1. O Espírito como escritor (2 Co 3.2-6)
É curiosa a maneira como o Espírito
Santo age nesse novo tempo. Ele atua através de seus ministros escrevendo as
leis de Deus no coração de carne dos crentes em Cristo. De sorte que eles se
tornam a carta de Cristo lida por todos os homens. Note que essa nova realidade
espiritual se contrapõe ã velha, que era de “coração de pedra” (Ez 11.19-20).
Mas que Deus havia prometido transformar os corações no Antigo Testamento, e
agora estava cumprindo a sua Palavra através do Espírito Santo. Nos dias de
Moisés, ele subiu em Horebe e de lá trouxe as tábuas da lei de Deus, os homens
deveriam cumpri-las, porém, eles não conseguiam resistir à sedução da adoração
pagã e seus próprios impulsos. No entanto, os crentes em Jesus Cristo contavam
com um recurso adicional para obedecerem a Deus: a pessoa do Espírito Santo, ao
escritor da própria lei.
2 Co 3.2-6 - Os judaizantes gabavam-se de ter "cartas de
recomendação" (2 Co 3:1) de pessoas importantes da igreja de Jerusalém e
chamavam a atenção do povo para o fato de que Paulo não tinha credenciais
desse tipo. É triste quando uma pessoa mede seu valor por aquilo que outros
dizem a seu respeito, não por aquilo que Deus sabe sobre ela. Paulo não
precisava de qualquer credencial dos líderes da igreja: sua vida e seu ministério
eram as únicas credenciais necessárias. Quando Deus deu a Lei, escreveu-a em
tábuas de pedra colocadas dentro da arca da aliança. Mesmo que os israelitas
pudessem ler as duas tábuas, essa experiência não transformaria a vida deles.
A Lei é algo exterior, e as pessoas precisam de poder interior para que sua
vida seja transformada. O legalista pode nos admoestar com suas injunções,
"Faça isso!" ou "Não faça aquilo!", mas não é capaz de nos
dar poder para obedecer. Se obedecemos, muitas vezes não o fazemos de coração
e acabamos em uma situação pior do que antes! O ministério da graça transforma
o coração. O Espírito de Deus usa a Palavra de Deus e a escreve no coração. Os
coríntios eram pecadores perversos quando Paulo os encontrou pela primeira vez,
mas seu ministério do evangelho da graça de Deus havia transformado a vida
deles completamente (1 Co 6:9-11). Sua experiência da graça de Deus certamente
significava muito mais para eles do que as cartas de recomendação que os
falsos mestres portavam. Os cristãos de Corinto estavam gravados, em amor, no
coração de Paulo, e o Espírito de Deus escrevera a verdade no coração dos coríntios,
transformando-os em epístolas vivas de Cristo. A prova de um ministério
bem-sucedido não são as estatísticas ou o que a imprensa diz, mas sim as vidas
transformadas. É muito mais fácil um legalista gabar-se, pois pode
"medir"' seu ministério por parâmetros exteriores.
1.2. O Espírito como ministro (2Co 3.8)
Ao escrever, no interior dos cristãos,
a vontade de Deus, tal ministério do Espírito vem acompanhado de uma glória
sobre-excelente. Se Moisés, ao receber as tábuas da Lei, estava todo envolto da
glória de Deus, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a sua face,
fica uma exclamação, “como não será de maior glória o ministério do Espírito!”
(2Co 3.8). A glória na face de Moisés foi forte o suficiente para que usasse um
lenço, mas com o tempo ela desvaneceu; a glória, porém, da nova aliança, cujo
Espírito é seu ministro direto operando um ministério de vida, é muito maior
glória nos fiéis. Observemos que a igreja fiel tem glória divina, justiça divina,
maior glória, e glória permanente. Todos esses dons são concedidos mediante o
operar do Espírito Santo segundo a multiforme sabedoria de Deus!
2 Coríntios 3.8 - Não será o ministério do Espírito ainda muito mais
glorioso?
Quando Moisés desceu do monte, depois de conversar com Deus, seu rosto
resplandecia com a glória de Deus. Essa foi uma parte da glória revelada na
transmissão da Lei, e certamente tal manifestação impressionou o povo. Em
seguida, Paulo argumenta do menor para o maior: se houve glória na transmissão
da Lei que trazia morte, quanto não deve haver em um ministério que traz vida!
Legalistas como os judaizantes gostam de engrandecer a glória da Lei e
de minimizar suas limitações. Em sua epístola às igrejas da Galácia, Paulo
ressalta as deficiências da Lei; ela não é capaz de justificar o pecador (Gl
2:16), não tem poder de conceder o Espírito Santo (Gl 3:2), de dar uma herança
(Gl 3:18), de dar vida (Gl 3:21) nem de dar liberdade (Gl 4:8-10). A glória da
Lei é, na verdade, a glória de um ministério de morte.
1.3. Transformados pelo Espírito (2Co 3.12-18)
Antes como servos do pecado, o ser
humano estava coberto de vergonha e muitos nem percebia isso, outros já estavam
acomodados à situação. Mas agora libertos do pecado pelo sangue remidor de
Jesus Cristo, todos foram transformados em servos de Deus. Não precisamos mais
ter vergonha, podemos pelos méritos de Cristo desfrutar de liberdade, pois o
Espírito do Senhor está no homem. Diferentemente de Moisés que como ministro de
um concerto glorioso, mas transitório, percebia o seu desvanecer, escondendo
assim o rosto debaixo de um véu, porém, à medida que o tempo passa, como servos
de Jesus Cristo, o homem se mantém em comunhão com Ele, e, com o rosto
descoberto, há a transformação subindo a diferentes degraus de glória.
2 Coríntios 3.12-18 - Quando fazemos parte de um ministério de
glória crescente, podemos ser ousados em nossas declarações, e Paulo não
disfarça o seu destemor. Ao contrário de Moisés, Paulo não tem o que esconder.
Quando Moisés desceu do monte onde havia estado em comunhão íntima com
Deus, seu rosto brilhava com um reflexo da glória divina. Enquanto Moisés
falava com o povo, os israelitas podiam ver essa glória em seu rosto e se
impressionavam com ela. No entanto, Moisés sabia que a glória desvaneceria, de
modo que, ao terminar de instruir o povo, cobriu o rosto com um véu. Com isso,
evitou que vissem a glória desaparecer, pois, afinal, quem deseja seguir um líder
cuja glória está sumindo?
O termo traduzido por "terminação”, em 2 Coríntios 3:13, tem dois
sentidos: "propósito" e "final". O véu evitou que o povo
visse o "final" da glória enquanto esta desvanecia. No entanto,
também os impediu de entender o "propósito" por trás dessa glória
desvanecedora. A Lei havia acabado de ser instituída, e o povo ainda não estava
preparado para descobrir que esse sistema glorioso era apenas temporário.
Ainda não lhes havia sido revelado que a Lei era uma preparação para algo
maior.
Paulo nutria especial amor por Israel e um desejo ardente de ver a
salvação de seu povo (Rm 9:1-3). Por que o povo judeu rejeitou seu Cristo? Como
missionário aos gentios, Paulo vira muitos gentios crerem no Senhor, mas os
judeus seu próprio povo, rejeitavam a verdade e perseguiam Paulo e a igreja.
O motivo dessa rejeição era a presença de um "véu espiritual"
sobre a mente e o coração dos judeus. Seus "olhos espirituais" haviam
sido cegados, de modo que, ao ler as Escrituras do Antigo Testamento, não conseguiam
enxergar a verdade sobre seu Messias. Apesar de as Escrituras serem lidas
sistematicamente nas sinagogas, o povo judeu não compreendia a mensagem
espiritual que Deus havia lhes dado. A causa dessa cegueira era a própria
religião judaica.
Existe alguma esperança para os filhos perdidos de Israel? Sem dúvida!
"Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor “crendo em Jesus
Cristo”, o véu lhe é retirado" (2 Co 3:16).
O véu é removido pelo Espírito de Deus, e os que crêem recebem visão
espiritual. Nenhum pecador seja ele judeu ou gentio pode se entregar a Cristo
sem o ministério do Espírito de Deus. "Ora, o Senhor é o Espírito"
(2 Co 3:17). Trata-se de uma declaração arrojada da divindade do Espírito
Santo: ele é Deus. Os judaizantes que invadiram a igreja em Corinto dependiam
da Lei para transformar a vida das pessoas, mas somente o Espírito de Deus tem
o poder de realizar uma transformação espiritual. A Lei só traz escravidão, mas
o Espírito nos dá uma vida de liberdade. "Porque não recebestes o espírito
de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito
de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8:15). Como nação, o
Israel de hoje é espiritualmente cego; mas isso não significa que judeus, como
indivíduos, não possam ser salvos. A Igreja de hoje precisa recuperar seu senso
de responsabilidade com os judeus. Somos devedores ao povo de Israel, pois por
meio dele recebemos todas as nossas bênçãos espirituais. "Porque a
salvação vem dos judeus" (Jo 4:22). A única maneira de
"quitarmos" essa dívida é compartilhando o evangelho com esse povo e
orando por sua salvação (Rm 10:1).
Podemos observar que Paulo trabalhou com figuras contrastantes para que
ficasse bem nítido o que ele queria transmitir. Por exemplo, tábuas de pedra e
corações de carne transformados pelo Espírito; glória transitória por meio da
lei mosaica e glória sobre-excelente e permanente pelo Espírito em seus
ministros; antes servos do pecado e cheios de vergonha, mas agora somos
transformados como que pelo Espírito de glória em glória.
2. Andando na carne ou no Espírito
Aos seus leitores de Roma, Paulo
ousadamente se inclui no rol dos carentes do agir sobrenatural do Espírito
Santo. Ao tratar do relacionamento dos crentes com a Lei mosaica, a comunidade
cristã romana mista de judeus e gentios, Paulo procura mostrar que, em Cristo,
todos estão livres do conflito que a lei normalmente gera, como uma mulher que,
agora viúva, fica livre para casar-se novamente sem impedimento algum.
Semelhante ao tópico anterior, Paulo descreve a luta no interior para obedecer
à lei, assim se considera um homem carnal, escravo do pecado, um miserável, mas
que finalmente, descobriu uma maneira vitoriosa de viver através de Cristo e de
acordo com o Espírito Santo (Rm 7.14,24,25).
2.1. A lei libertadora do Espírito (Rm 7.25; 8.2)
A agonia do neófito na fé, ou do
ignorante quanto a sua nova realidade espiritual foi descrita de três maneiras
diferentes: “carnal, escravo e miserável”. Em Cristo, este homem tem recursos
para abandonar essa vida desgraçada sob o controle do pecado, isto é, uma lei
interior que lhe dominava impiedosamente, para viver agora sem condenação
alguma, livre do poder do pecado, vitoriosamente e cantando um cântico de
vitória (Rm 8.31-39). Ao estar em Cristo, o cristão esclarecido, passa a andar segundo
o Espírito. Andar segundo o Espírito é um contraponto de andar na carne, que é
inimizade contra Deus e gera morte.
Romanos 7.25 - Graças (seja) a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De
maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas,
segundo a carne, da lei do pecado.
Nesse momento brota do cristão Paulo um “graças!” a Deus: Graças (seja)
a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Para ele há salvação à vista, pois Rm
8.1-4 já está em seus pensamentos.
Depois dessa exclamação interposta, continua falando o eu de Rm 7, dando
o arremate na sua miséria. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou
escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Essa sentença
de lamentação encontra em Gl 2.20 um contraste de júbilo. Lá um “eu” diferente
confessa: Cristo vive em mim, e eu vivo com toda a minha constituição de
criatura (“na carne”) para esse Cristo! Aqui, porém, ouvimos: Nada de bom vive
em mim, sou dominado tenazmente pela lei do pecado. A boa lei de Deus é mera
letra para mim (v. 6). Ela se estende até o meu querer, mas não até o realizar.
Sua fraqueza é flagrante.
Romanos 8.2 - Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te
livrou da lei do pecado e da morte.
Fomos libertos da lei do pecado e da morte. Temos vida no Espírito. Em
Cristo, passamos para uma esfera de existência completamente distinta. Paulo
descreve a "lei do pecado e da morte" em Romanos 7:7-25 e a "lei
do Espírito da vida" em Romanos 8: A Lei não tem mais jurisdição sobre
nós; estamos mortos para a Lei (Rm 7:4) e livres da Lei (Rm 8:2).
2.2. A nova posição em Espírito: “Filhos de Deus” (Rm 8.12-17)
O crente não precisa viver em temor,
com medo de seu antigo senhorio cruel e seu jagunço escravizador, o pecado.
Satanás e o pecado foram depostos de nossa vida e agora nos tomamos filhos de
Deus. De que maneira? Quando o Espírito Santo veio habitar em nós, Ele é o
Espírito de Adoção, “pelo qual clamamos: Aba, Pai”. É bom relembrar que a
justificação em Cristo, é o ato em que o homem é declarado justo pela obra
redentora de Jesus de Nazaré na cruz do Calvário. O ato da justificação é
aplicado ao indivíduo que crê, confessa a Cristo arrependido de seus pecados.
Romanos 8.12-17 - Não basta ter o Espírito, é preciso pertencer ao
Espírito! Só então, ele compartilhará conosco a vida abundante a nosso dispor
em Cristo. Não devemos coisa alguma à carne, pois a carne só causou problemas
em nossa vida. Temos obrigação com o Espírito Santo, pois foi ele que nos
convenceu de nosso pecado, relevou Cristo a nós e nos concedeu vida eterna,
quando cremos em Jesus. Por isso, ele é "Espírito de vida", capaz de
nos conceder o poder de que precisamos para obedecer a Cristo e de nos
capacitar a ser mais semelhantes a Cristo.
Mas também é Espírito de morte, pois nos capacita a
"mortificar" os atos pecaminosos do corpo. Ao entregar os membros do
corpo ao Espírito (Rm 6:12-17), ele aplicará em nós a morte e a ressurreição de
Cristo. Mortificará as coisas da carne e reproduzirá as coisas do Espírito.
O Espírito Santo também é "Espírito de adoção" (Rm 8:14-17).
No Novo Testamento, o termo adoção significa "ser aceito na família
como um filho adulto". Quando chegamos a Deus, passamos a fazer parte de
sua família pelo novo nascimento. Mas, no instante em que nascemos para
a família de Deus, ele nos adota e nos confere a posição de filho adulto. Um
bebê não sabe andar, falar, tomar decisões nem usar os bens da família. Mas o
cristão pode fazer todas essas coisas, a partir do momento em que nasce de
novo. Pode andar e ser "guiado pelo Espírito" (Rm 8:14). Nesse
caso, o verbo significa "ser voluntariamente conduzido". Quando nos
entregamos ao Espírito, ele nos guia por meio de sua Palavra cada dia. Não
estamos sob a escravidão da Lei e não temos medo de agir. Temos a liberdade do
Espírito e seguimos a Cristo. O cristão também pode dizer: "Aba,
Pai" (Rm 8:15). Não seria espantoso se um bebê recém-nascido olhasse
para seu pai e o cumprimentasse? Primeiro, o Espírito diz: "Aba,
Pai" a nós (Gl 4:6), então nós dizemos as mesmas palavras a Deus
("Aba" significa "papai", uma forma carinhosa de
tratamento). Um bebê não é capaz de assinar cheques, mas, pela fé, o
filho de Deus pode lançar mão de suas riquezas espirituais, pois é
herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8:17). O Espírito nos ensina
pela Palavra, e, então, recebemos a riqueza de Deus pela fé. Que grande emoção
termos o "Espírito de adoção" operando em nossa vida!
O cristão não precisa ser derrotado. Pode entregar o corpo ao Espírito
e, pela fé, vencer a velha natureza. O Espírito de vida lhe dá poder para
isso. O Espírito de morte permite que o cristão vença a carne, e o Espírito de
adoção o enriquece e o conduz dentro da vontade de Deus.
2.3. Ministérios do Espírito para hoje: “esperança e
intercessão” (Rm 8.23-27)
Todo cristão genuíno pode celebrar:
“adeus senhorio cruel, adeus pecado escravizador, adeus temor para sempre”. As
dificuldades naturais acontecerão normalmente, os problemas e angústias
continuarão. Estas são as nossas fraquezas próprias dessa vida. Com o pecado
resolvido em Cristo e segundo o novo andar pelo Espírito, mesmo experimentando
essas fraquezas contamos com a intercessão do Consolador. Essa nova realidade espiritual
nos traz uma suprema esperança, a redenção do nosso corpo mediante a
ressurreição ou transformação na vinda de Jesus (Rm 8.23). Estes são os dois
ministérios do Espírito Santo hoje junto ao crente: gerar uma viva esperança
pela sua presença e interceder por ele em suas fraquezas.
Romanos 8.23-27 - O
motivo pelo qual gememos é o fato de termos experimentado "as primícias
do Espírito", um antegozo da glória vindoura. Assim como a nação de
Israel provou as primícias da terra de Canaã quando os espias voltaram (Nm
13:23-27), também nós, cristãos, provamos as bênçãos do céu por intermédio do
ministério do Espírito. Isso desperta em nós servir para sempre. Aguardamos a "adoção", que é a redenção do
corpo quando Cristo voltar (Fp 3:20,21). Esse é o ponto culminante da
"adoção" que acontece no momento da conversão, quando o
"Espírito de adoção" nos insere na família de Deus como filhos
adultos. Quando Cristo voltar, participaremos plenamente de sua herança.
Enquanto isso, aguardamos com esperança. "Porque, na esperança,
fomos salvos" (Rm 8:24). Que esperança? "A bendita esperança e a
manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tt
2:13). O melhor ainda está por vir! O cristão não se frustra ao ver e
experimentar o sofrimento e a dor neste mundo. Sabemos que o sofrimento é
temporário e, um dia, dará lugar à glória eterna.
Deus se preocupa com as provações de seu povo. Quando ministrava na
Terra, Jesus gemeu ao ver o que o pecado fazia com a humanidade (Mc 7:34; Jo
11:33, 38). Hoje, o Espírito continua a gemer conosco e sente o peso de nossas
fraquezas e sofrimentos. Mas o Espírito não se atém a gemer. Ele ora por nós
por meio desses gemidos, a fim de que sejamos conduzidos para a vontade de
Deus. Nem sempre sabemos qual é a vontade de Deus. Nem sempre sabemos orar,
mas o Espírito intercede por nós para que vivamos dentro da vontade de Deus,
apesar do sofrimento. O Espírito "nos assiste em nossa fraqueza".
O cristão não precisa desanimar em momentos de sofrimento e de provação,
pois sabe que Deus trabalha no mundo (Rm 8:28) e que o Senhor tem um plano
perfeito (Rm 8:29). Seu plano tem dois objetivos: nosso bem e sua glória.
Aqui possivelmente surgirão algumas dúvidas quanto ao conceito de
fraqueza. Este é entendido hoje como a tendência e a própria prática
pecaminosa. O que não deixa de ser. Mas Paulo conceitua isso como viver carnal,
pois o indivíduo ainda conseguiu estabilidade na fé e na prática. No
entanto fraqueza, de acordo com a ótica de Paulo, é apresentada como: a
tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada
que os cristãos estão sujeitos aqui (Rm 8.35; 2Co
12.10). Ensinar o crente a evitar o pecado é eficiente, mas há outro nível a
ser aprendido, que é tornar-se inimigo do pecado e odiá-lo. Melhor
ainda seria, ensinar o cristão a viver segundo o Espírito, ou seja, a estar
acima de um viver carnal.
Quer aceitemos ou não, estamos envolvidos na maior guerra cósmica da luz
contra as trevas; do bem contra o mal. Ao entrarmos na fragata da salvação,
estamos em guerra, não existe zona neutra, mas importa que aprendamos a
guerrear segundo Deus.
3.1. Não entristeçais o Espírito (Ef 4.30)
O primeiro aspecto a ser considerado é quem somos em Cristo hoje, a
nossa identidade espiritual de agora. Se estamos em Cristo, fomos selados com o
Espírito e por Ele temos acesso ao Pai (Ef 1.13; 2.18). Logo, está claro que
devemos andar segundo o código do Reino de Deus, que, em submissão à Palavra do
Rei, Ele nos transmitirá a direção do Caminho, que é Cristo, e esse Caminho nos
levará para longe do lugar onde estávamos conectados, fazendo-nos conhecer a
nova natureza herdada e como agradar àquele que agora nos ilumina. Note como
Paulo escreve: “não deis lugar ao diabo”; e também diz: “não entristeçais o
Espírito” que nos marcou para a vitória final. Uma vida sem vigilância,
irresponsável, nos colocaria sob o domínio do reino das trevas de outra vez. É preciso
romper com toda a vida passada, a vida pecaminosa (Ef 4.25-32).
Efésios 4.30 - E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção.
Este versículo adverte sobre vários pecados de atitude e desenvolvem um
pouco mais aquilo que Paulo escreveu sobre a ira. A amargura refere-se a uma
hostilidade arraigada que corrompe o ser interior. Alguém faz algo que nos
contraria, e nutrimos uma disposição negativa para com essa pessoa. ''Maridos,
amai vossa esposa e não a trateis com amargura" (Cl 3:19). A amargura
conduz à cólera, que é a manifestação exterior e explosiva de sentimentos
interiores. A raiva e a ira com frequência levam ao tumulto ("gritaria")
e à maledicência ("blasfémia"). O primeiro caso envolve um conflito
corporal, e o segundo, um conflito verbal. É difícil crer que um cristão possa
agir dessa maneira, mas isso acontece e, por esse motivo, o salmista nos
adverte: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!" (SI
133:1).
A amargura e ira, muitas vezes decorrentes de situações triviais, são
capazes de destruir lares, igrejas e amizades.
Paulo apresenta três motivos pelos quais devemos evitar a amargura. Em
primeiro lugar, ela entristece o Espírito Santo. Ele habita dentro do
cristão, e, quando o coração está cheio de amargura e de ira, o Espírito se
entristece. Os que são pais têm uma ideia desse sentimento quando vêem os
filhos brigando em casa. O Espírito Santo encontra sua maior alegria em um
ambiente de amor, alegria e paz, pois esses são o "fruto do Espírito"
que ele produz em nossa vida quando lhe obedecemos. O Espírito Santo não pode
nos deixar, pois nos selou até o dia em que Cristo voltará para nos levar para
nosso lar. Não perdemos a salvação por causa de nossas atitudes pecaminosas,
mas, sem dúvida alguma, perdemos a alegria da salvação e a plenitude das
bênçãos do Espírito.
Em segundo lugar, nosso pecado entristece a Deus o Filho, que morreu por
nós. Em terceiro lugar, entristece a Deus o Pai, que nos perdoou quando
aceitamos a Cristo. Aqui, Paulo identifica, de maneira específica, a causa
fundamental da atitude amargurada: nossa incapacidade de perdoar. Um espírito
rancoroso dá espaço ao trabalho do diabo e se torna um campo de batalha para os
cristãos. Se alguém nos magoa, intencionalmente ou não, e não perdoamos essa
pessoa, começamos a desenvolver uma amargura que endurece nosso coração.
Devemos ter um coração terno e bondoso, mas, em vez disso, ficamos com o
coração empedernido e amargurado. Na verdade, não estamos magoando a pessoa que
nos feriu, mas apenas a nós mesmos. A amargura no coração nos faz tratar os
outros da mesma forma que Satanás os trata, quando deveríamos tratá-los como
Deus nos tratou. Em sua graça e bondade, ele nos perdoou, e devemos perdoar os
outros. Não perdoamos para nosso próprio bem (apesar de sermos abençoados nesse
processo), nem para o bem dos outros, mas sim por amor a Jesus Cristo. Aprender
a perdoar e a esquecer é um dos segredos da vida cristã feliz.
Assim, devemos andar de modo puro, porque somos membros uns dos outros;
Satanás quer espaço para agir em nossa vida; devemos compartilhar com os
outros; devemos edificar uns aos outros; e não devemos entristecer a Deus. Afinal,
fomos ressuscitados dentre os mortos... então por que ainda usar vestes de
mortos? Jesus nos diz o mesmo que falou sobre Lázaro: "Desatai-o e
deixai-o ir".
3.2. Ante a embriaguez, enchei-vos do Espírito (Ef 5.18)
Nenhum soldado entra numa guerra embriagado, isso é suicídio. Qual será
o comandante que permitiria um soldado bêbado guerrear? A não ser que quisesse
a morte do tal soldado. Atualmente, dirigir sob o efeito do álcool é crime,
imagine ir para uma batalha? A embriaguez gera dissolução, isto é, gera uma
vida dissoluta, descontrolada e pródiga. Por causa da embriaguez, seja pelo
álcool, uso de drogas, ou outro prazer viciante, vai se dissolvendo a vida do
indivíduo: ele perde suas economias, perde o respeito da família, oportunidades
profissionais, etc. Oposto ao prazer viciante, está proposto o encher-se do
Espírito, que é encher-se da presença de Cristo.
Efésios 5.18 - E não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão,
mas enchei-vos do Espírito, Neste versículo Paulo cita um comportamento que não está em sintonia com
a vontade do Senhor: “Não vos embriagueis com vinho.” Ele cita a tradução grega
de Pv 23.31, onde consta: “Não vos embriagueis com vinho, mas falai com pessoas
justas e falai ao andar.” Todo o trecho descreve as consequências inebriantes e
humilhantes do consumo desmesurado de bebida alcoólica. Em Ef 5.11 já houve uma
alusão a Rm 13.12s por meio do tema de “dia e noite”, mas isso é agora
reforçado pela menção da vida desregrada (“comilança e bebedeiras”).
O vinho traz em seu bojo um perigo: quando se ultrapassa a medida
recomendada ao beber, o resultado é “dissolução”, desleixo. Além de Tt 1.6 e
1Pe 4.4, também a “parábola do filho pródigo” (Lc 15.13) usa esta palavra. Por
isso ela também pode referir-se ao conjunto de “condutas de farras e
esbanjamento” que transcende a esfera da comida e bebida.
Em lugar de encher-se com vinho Paulo exorta para encher-se com o
Espírito. Os cristãos não devem ser marcados pela insensatez e dissolução. Pelo
contrário, o Espírito Santo deve capacitar os crentes para a sabedoria e
sobriedade.
"Enchei-vos do Espírito" é a ordem de Deus, e ele espera que
obedeçamos. Trata-se de um imperativo no plural, de modo que se aplica a todos
os cristãos, não apenas a uns poucos escolhidos. O verbo é usado no tempo
presente "continuem enchendo-vos" referindo-se, portanto, a uma
experiência que devemos desfrutar constantemente, não apenas em ocasiões
especiais. O verbo também é passivo. Não enchemos a nós mesmos; antes,
permitimos que o Espírito nos encha. Nesse contexto, o verbo "encher"
não tem relação alguma com quantidade ou conteúdo, como se fôssemos
receptáculos vazios que precisam de certa quantia de combustível espiritual
para prosseguir. Na Bíblia, encher significa "ser controlado por".
"Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira" (Lc
4:28), ou seja, "se deixaram controlar pela ira" e, por isso,
tentaram matar Jesus. "Mas os judeus, vendo as multidões, tomaram-se de
inveja" (At 13:45), isto é, controlados pela inveja, os judeus opuseram-se
ao ministério de Paulo e Barnabé. Ser "cheio do Espírito" é ser controlado
todo o tempo pelo Espírito em nossa mente, em nossas emoções e na vontade.
Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador, é batizada
imediatamente peio Espírito e passa a fazer parte do corpo de Cristo (1 Co
12:13). Em momento algum, o Novo Testamento ordena que sejamos batizados pelo
Espírito, pois essa é uma experiência definitiva que ocorre na conversão. Em
Pentecostes, os cristãos foram batizados pelo Espírito quando este desceu sobre
eles, formando, desse modo, o corpo de Cristo (At 1:4, 5). Mas também
"ficaram cheios do Espírito Santo" (At 2:4), e foi esse preenchimento
que lhes deu o poder de que precisavam para testemunhar de Cristo (At 1:8). Em
Atos 2, os cristãos judeus foram balizados pelo Espírito, e em Atos 10, os
cristãos gentios experimentaram o mesmo batismo (At 10:44-48; 11:15-17). Assim,
o corpo de Cristo formou-se com judeus e gentios (Ef 2:11-22). Esse batismo
histórico, em dois estágios, nunca mais se repetiu, assim como também não houve
outro Calvário. No entanto, esse batismo torna-se pessoal quando o pecador
aceita a Cristo e o Espírito passa a habitar dentro dele, inserindo-o no corpo
de Cristo. O batismo do Espírito significa que passamos a pertencer ao corpo
de Cristo, enquanto o preenchimento com o Espírito significa que meu corpo pertence
a Cristo.
Costumamos pensar no poder do Espírito como o elemento necessário para
pregar e testemunhar, o que é uma ideia correta (ver At 4:8, 31; 6:3, 5;
7:55; 13:9; os apóstolos foram cheios do Espírito repetidamente
depois da experiência inicial em Pentecostes). Mas Paulo escreve que a
plenitude do Espírito também é necessária no lar. A fim de que nosso
lar seja um pedaço do céu na Terra, devemos ser controlados pelo
Espírito Santo. Mas como uma pessoa pode saber se está cheia ou não
do Espírito? Paulo afirma que há três evidências da plenitude do Espírito na
vida do cristão: ele é alegre (Ef 5:19), agradecido (Ef 5:20) e
submisso (Ef 5:21-33). Paulo não menciona milagres, línguas ou manifestações
especiais. Afirma que o lar pode ser um pedaço do céu na Terra, se todos
os membros da família forem consolados pelo Espírito e forem alegres,
agradecidos e submissos.
3.3. Guerreando no Espírito: “Espada e oração” (Ef 6.17.18)
As armas da nossa guerra não são carnais, só se pode lutar com as armas
e com os recursos que Deus oferece pelo Espírito Santo. É necessário fortalecer
pela adoração, enchendo-nos do Espírito, como é visto no tópico acima. Mas
precisamos nos revestir de Cristo, a nossa armadura espiritual. Nosso inimigo
não são os homens, pois estes são fantoches de Satanás e seus asseclas (Ef
6.11-12). O Espírito Santo aplica em nós a armadura através da oração fervorosa,
perseverante e abrangente (Ef 6.18). Temos recursos de defesa e ataque que, ao
nos revestirmos deles e por meio da atenção cuidadosa e da ousadia no batalhar,
garantiremos a nossa sobrevivência e vitória diária.
Efésios 6.17.18 - A solicitação “tomai o capacete” aponta para o
começo da luta, visto que durante a marcha essa proteção pesada não era usada
na cabeça. A expressão “capacete da salvação” igualmente é oriunda de Is 59.17,
referindo-se ali a Jeová. Aqui trata-se mais uma vez da salvação em Jesus
Cristo, pela qual o crente é envolvido, da mesma forma como o v. 14 falava
acerca da “couraça da justiça”. Em 1Ts 5.8 Paulo combina couraça com fé e amor
e capacete com esperança.
O final da lista é formado pela única arma de ataque, a espada curta. Is
49.2 fala da boca do servo de Deus, que Deus fez “como uma espada afiada”. Os
6.5 diz a este respeito: “Por isso, os abato por meio dos profetas; mato-os
pela palavra da minha boca; para que meu direito saia como a luz” (cf. também
Jr 23.29). Isso já prefigura a interpretação de Paulo: a palavra de Deus age
como uma espada afiada, visto que não é falatório vazio, mas palavra do
Espírito. Essa qualidade do falar divino, ao contrário da palavra humana, é
atestada de múltiplas maneiras nas Sagradas Escrituras. Começando pela poderosa
palavra de Deus na criação (Sl 33.9), passando por Jesus Cristo, “o Verbo” (Jo
1.14), cujas palavras são Espírito e vida (Jo 6.63), que se distingue
fundamentalmente de todas as demais pregações (Mt 7.28s; Jo 7.46), chegando até
as testemunhas de Jesus Cristo, que em seu serviço experimentam constantemente
a qualidade arguidora e divisora da palavra de Deus: Em todos os lugares
torna-se perceptível a poderosa característica espiritual da palavra de Deus.
Quando analisamos o conjunto da descrição dessa armadura, vemos que
descrições como “lutador de Deus”, “militante de Deus” ou “soldado de Cristo”,
que se originaram dessa passagem ao longo da história da igreja, não são
apropriadas. Aqui não se fala do herói audacioso, que marcha para a batalha em
defesa de seu Deus. Pelo contrário, trata-se da proteção abrangente de Cristo,
que ele concede a seus seguidores que do contrário estariam irremediavelmente
abandonados. Tudo o que os equipa e capacita para resistir ou atacar é obra do próprio
Cristo, que ele conquistou e propiciou aos seus, como Senhor crucificado e
ressuscitado. Unicamente pela confiança exclusiva nele os cristãos são
preservados em todos os conflitos; somente assim seu ministério é frutífero,
visto que unicamente a espada do Espírito faz com que estrangeiros se tornem
filhos (Ef 2.12s). Por isso a descrição da “armadura plena” é seguida
diretamente pela exortação para que intercedam e sejam vigilantes.
Gramaticalmente sem dúvida é possível relacionar a formulação “com toda
oração e súplica” com o particípio traduzido por “orando”. Contudo é mais
plausível a ligação estreita com o trecho precedente e, portanto, a dependência
do imperativo do v. 14: “Firmai o pé… com toda a oração e súplica.” No conteúdo
as expressões “o ração” e “súplica” estão muito próximas entre si. Diversas
passagens sugerem tão somente uma diferença entre uma definição genérica da
oração (como Cornélio, no sentido da “conduta devota”: At 10.31) e a intenção
concretamente mencionada da intercessão (em Zacarias na prece por um filho: Lc
1.13).
A intensidade da convocação para a oração é fortemente realçada pelas
quatro repetições de “toda” neste versículo: “com toda oração”; “em todo
tempo”; “com toda perseverança”; “por todos os santos”.
Aquilo que Paulo diz a respeito de si mesmo em vista de suas
congregações, agora é solicitado aos destinatários da carta. Na ligação com
Deus pela oração constante por meio de Jesus Cristo os cristãos são preparados
e aprovados para a luta. Como membro da igreja de Jesus Cristo, porém, o
cristão nunca pode pensar somente em si mesmo, mas sempre dirigirá seu foco à
ligação universal entre os crentes: “todos os santos”. O NT incute inúmeras
vezes que a oração deve ser praticada sem cessar. Tal oração acontece “no
Espírito”. Na verdade ela é viabilizada somente pelo fato de que os cristãos
receberam o Espírito de Deus. Por intermédio deste, eles têm condições de
invocar a Deus como Pai (Mt 6.9), como Abba (Rm 8.15). Ao mesmo tempo é o
Espírito Santo que representa os que oram pessoalmente perante Deus, porque
eles muitas vezes não conseguem reconhecer com clareza o conteúdo e objetivo de
sua oração (Rm 8.26s).
A convocação para orar é seguida da exortação à vigilância na
intercessão persistente (cf. At 1.14; 2.42; Rm 12.12; Cl 4.2). A combinação de
“orar” e “vigiar” originam-se das palavras de Jesus aos discípulos (Lc 21.36;
Mt 26.41; Mc 14.38). Grundmann ressalta a importância da oração vigilante para
toda a igreja, ao sintetizar: “A oração fecha um laço firme em torno da igreja
que luta, enraizando-a no poder de Deus.” Para que o laço não se rompa, mas
seja atado com firmeza cada vez maior, e para que as raízes penetrem cada vez
mais fundo na esfera da força e vontade de Deus, são necessárias persistência e
constância… A oração não é apenas uma prática devota, mas um trabalho sério,
uma parte da luta e da condição de batalha espiritual”.
Que Paulo se considerava um soldado da cruz de Cristo, a combater o bom
combate da fé contra o reino das trevas e sira capital espiritual “Roma-babilônica”, isso sabemos. Sua
estratégia era levantar; ao longo do Império Romano, frentes
de batalha nas cidades que viessem a sufocar o paganismo reinante, a política
opressora e a corrupção que levaram o mesmo Império lentamente a cair. Essas
frentes eram pequenas assembleias cristãs espalhadas, cujos adeptos procuravam
viver em santidade e pregando Jesus Cristo. Os pagãos e as autoridades romanas
entenderam a declaração de guerra, por isso, trataram de
perseguir e eliminar os crentes o máximo que puderam ocasionalmente.
Conclusão
O Espírito Santo é quem cuida de fazer a nossa inserção no Reino de
Deus, convencendo-nos das nossas injustiças e conduzindo-nos a Cristo Jesus
para receber sua justiça. Que faz parte da proposta divina através da Nova
Aliança, que nos faz triunfar em Cristo, com seu bom cheiro de vitória.
QUESTIONÁRIO
1. Como escritor, o Espírito Santo escreve o quê?
R. As leis de Deus no coração dos crentes em
Cristo.
2. O Espírito Santo como ministro opera o quê?
R. Opera um ministério de vida e muito maior glória nos fiéis.
3. A lei libertadora do Espírito nos livra de quê?
R. Do poder do pecado.
4. Qual a nova posição do indivíduo através do Espírito de Adoção?
R. Filho de Deus.
5. De que maneira nos revestimos da armadura espiritual?
R. Através da oração fervorosa, perseverante e abrangente.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre de 2012, ano 22 nº 85 – Jovens e Adultos –
Apóstolo Paulo.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman
Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento
Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de
Andrade
Read more: http://www.revistaebd.com/p/o-apostolo-paulo-e-o-espirito-santo.html#ixzz2ChvBpv8U
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