LIÇÃO 10 – 08 de junho de 2014
Superando o complexo de
inferioridade
TEXTO AUREO
“E ele lhe
disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a
mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.” Jz 6.15
VERDADE APLICADA
O complexo
de inferioridade nos torna incapazes de perceber nosso verdadeiro potencial.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Definir o que é complexo de inferioridade;
► Explicar os perigos dessa enfermidade;
► Apresentar o caminho para a cura.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jz 6.11 - Então, o Anjo do Senhor veio e assentou-se debaixo do carvalho que
está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava
malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas.
Jz 6.12 - Então, o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é
contigo, varão valoroso.
Jz 6.13 - Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco,
por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que
nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém,
agora, o Senhor nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas.
Jz 6.14 - Então, o Senhor olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e
livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu?
Jz 6.15 - E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis
que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu
pai.
Introdução
A
enfermidade que vamos tratar nesta lição é o complexo de inferioridade, tal complexo
está diretamente relacionado à imagem que fazemos de nós mesmos, quem sofre
deste complexo geralmente tem uma imagem distorcida de si e é levado a
desenvolver o mesmo tipo de imagem em relação aos outros, em relação a sua vida
e também em relação ao Criador, isto é, passa a ver tudo e todos
distorcidamente.
OBJETIVO
► Definir o que é complexo de inferioridade;
1. O que
provoca o complexo de inferioridade
Gideão se
revelou um grande general da história do povo de Israel. Com seu pequeno
exército, derrotou seus inimigos forte e poderosamente armados. Foi um feito
militar inigualável até os dias atuais. Ele desconhecia sua própria capacidade,
mas Deus sabia do seu valor. O Senhor acreditava em seu servo, e quando ele
passou a acreditar em si mesmo, tudo começou a mudar.
As pessoas
que vivem mergulhadas na reclamação, na auto piedade, e no sentimento de
inferioridade, enterram seus talentos e escondem sua personalidade.
Contentam-se em viver uma vida de lamentações, enquanto Cristo morreu para
dar-lhes uma vida de abundância (Jo 10.10b).
1.1. Os
principais sintomas do complexo de inferioridade
O
indivíduo que sofre de complexo de inferioridade, em muitos casos, sofre
constantemente com diversos sintomas, o sentimento de culpa, a depressão, a
irritabilidade e ainda as confusões quanto a sua existência acabam por torná-lo
extremamente instável emocionalmente, esta instabilidade pode provocar um comportamento
agressivo que irá funcionar como mecanismo de defesa, pois leva o indivíduo a
desenvolver uma posição desdenhosa em relação ao resto do mundo, esta posição,
na realidade, é apenas um meio encontrado por ele para proteger-se.
1.2. Complexo
de inferioridade na Igreja
Não é
difícil encontrarmos na Igreja pessoas com claros sintomas que podem ser
diagnosticados como complexo de inferioridade. Muitos de nossos irmãos se
sentem incapazes para fazer algo mais na obra do Senhor por não se verem como
competentes. Em alguns casos, o indivíduo que sofre de complexo de
inferioridade tende a apresentar-se pessimista diante da vida. O pessimista tem
sempre uma visão embaçada dos acontecimentos cotidianos como se vivesse
constantemente em dias nublados (Jz 6.15).
1.3. Como
se comporta quem sofre desta enfermidade
Quem vive
o passado vive triste, quem vive o futuro vive ansioso, o ideal é viver o
presente. Pessoas com sintomas de complexo de inferioridade, na maioria das
vezes, apresentam um intenso desinteresse por projetos atuais, ficam sempre
presos a acontecimentos do passado nos quais obtiveram sucesso, ou então
focando insistentemente em sonhos e projetos futuros. No caso de indivíduos que
não valorizam o presente, é normal que desenvolvam um imenso vazio existencial
que acabará por levá-los a um processo de queda emocional ocasionando um quadro
depressivo.
Um dos
sintomas da depressão é a prostração, o indivíduo entra em um processo chamado
de melancolia que pode levar até a morte por falta de alimentação, pois, nesse
caso, a pessoa perde todo o desejo de alimentar-se. O complexo de inferioridade
pode, em alguns casos, levar o indivíduo até este ponto. Sendo assim, é
importante que observemos, na igreja, irmãos que estejam afastados por muito
tempo da comunhão, e buscar fazer algo para reinseri-lo ao grupo, evitando
assim, maiores traumas.
OBJETIVO
► Explicar os perigos dessa enfermidade;
2. Gideão
e o Anjo do Senhor
O diálogo
de Gideão com o Anjo do Senhor nos mostra o quanto se considerava incapaz.
Gideão se apresenta como o menor entre os menores (Jz 6.15), deixando claro a
impressão acerca de si. O fato de o povo de Israel estar sofrendo há sete anos
nas mãos dos Midianitas (Jz 6.1) era preponderante na visão que Gideão fazia do
povo de Deus. Essa visão se refletia no complexo de inferioridade desenvolvido
por ele (Pv 27.19) que surgia a partir do momento em que se via como integrante
de um povo que não tinha como se defender de seus algozes.
Podemos
pensar que Gideão era muito humilde (uma atitude muito elogiada na Bíblia).
Porém, era uma falsa humildade, ele estava insatisfeito com que era e culpava
Deus por isso! (Jz 6.13), evidenciando seu complexo de inferioridade.
2.1.
Sentimento de negatividade
Ao fazerem
o que era mal aos olhos do Senhor, o povo de Israel perdeu a proteção divina
vindo sobre eles a perseguição dos Midianitas, Amalequitas e de outros povos do
Oriente (Jz 6.3). O povo de Israel acomodou-se preferindo construir covas e
cavernas para se esconderem a enfrentarem seus opressores (Jz 6.2). Podemos
observar que se abateu sobre eles um sentimento de negatividade natural em
pessoas que sofrem com o complexo de inferioridade, declarações como: “não vamos
conseguir vencer”, “sabia que isso ia acontecer”, “não temos condições de
enfrentar esta situação”, são algumas das posições tomadas por pessoas que
sofrem deste mal.
A forma
natural dos indivíduos que sofrem do complexo de inferioridade se relacionarem
com o seus sentimentos em relação as lutas diárias, servirá para identificar o
grau de gravidade em que se encontram. Em alguns casos, os acometidos por este
mal conseguem, com muito esforço, vencer a inércia e seguir adiante em busca de
um objetivo, ao alcançarem o que esperavam, muitos conseguem passar a verem a
vida de outra maneira, aprendendo que podem ser capazes se tentarem.
2.2.
Sentimento de impotência
Ao se verem
empobrecidos (Jz 6.6) os filhos de Israel se sentiam cada vez mais inferiores e
entravam assim em uma roda viva de negatividade. O complexo de inferioridade
leva a um sentimento de impotência em relação às adversidades da vida, sempre
que se depara com uma dificuldade a tendência de quem sofre desse mal é mudar o
curso de sua trajetória para não ter de enfrentar os possíveis percalços que
poderão surgir em seu caminho. O complexo de inferioridade age oprimindo o
indivíduo, tirando as forças; impedindo-o de superar uma condição que lhe é
imposta por uma determinada circunstância. No caso de Israel, as constantes
investidas dos povos inimigos era o agente opressor que os impedia de reagir.
Explique
aos alunos que desprezar-se é uma atitude anticristã e o fazê-lo é um grave
sintoma de complexo de inferioridade. Tentar sensibilizar a Deus como fez
Gideão, dizendo: “ai meu Deus!” não leva a nada, pois o Senhor não se deixa
influenciar com tal atitude, ele não sente pena de nós, o que Ele sente é amor.
2.3. A
ação da Graça sobre o complexo de inferioridade
Gideão,
embora estivesse contaminado pelo complexo desenvolvido pelo povo, mantinha a
sua esperança. Ao sair todos os dias para malhar o trigo (Jz 6.11), deixava
claro que, apesar de todo o sentimento negativo que impregnava os seus irmãos,
ele podia obter êxito, este fato foi decisivo para que fosse o escolhido por
Deus em busca de uma solução em relação aos perseguidores de Israel. Já
observamos que, quando Gideão foi confrontado pelo Anjo do Senhor, a sua primeira
fala foi de impotência diante dos fatos, no entanto vemos que havia algo nele
que podia ser utilizado por Jeová em favor do seu povo. Quando o Senhor nos
observa, assim como fez com Gideão embaixo do carvalho, Ele sempre está nos
proporcionando a oportunidade de experimentar a ação integral de sua Graça, que
nos regenera, isto é, nos faz nascer de novo, nos renova fazendo de nós novas
criaturas e restaura-nos devolvendo à comunhão com Deus.
Em alguns
momentos, todo e qualquer indivíduo pode desenvolver um ou outro sintoma de
complexo de inferioridade, há casos em que nos deparamos com situações as quais
pensamos que estão acima de nossa capacidade. seja física, emocional ou
financeira: no entanto, a Graça de Deus é, indubitavelmente, suficiente para
nos fortalecer a ponto de nos tornar capazes de enfrentar todas as lutas.
OBJETIVO
► Apresentar o caminho para a cura.
3. O
caminho para curar-se do complexo de inferioridade
Assim como
outras enfermidades da alma, o complexo de inferioridade também pode não
desaparecer com a conversão ao evangelho. No entanto a busca pela presença de
Deus pode se tornar uma arma poderosa associada a tratamentos terapêuticos em
direção à cura. Ao experimentar a Graça, passa-se por processo total de limpeza
que abrange o espírito a alma e o corpo.
3.1. Como
se vê o indivíduo que sofre com esse problema
Gideão se
colocou como inapto para realização do grande projeto que Jeová tinha para
Israel. Primeiramente apresentou a sua condição social, menor dentre a família
mais pobre da tribo de Manasses (Jz 6.15), em seguida, exigiu que o Anjo do
Senhor lhe desse sinais de que era realmente quem dizia ser (Jz 6.17). Pessoas
com complexo de inferioridade tendem a desconfiar de tudo e de todos, diante de
suas incapacidades, forjam uma imagem distorcida em relação aos outros,
semelhante a que forma de si próprio. “Como imaginou a sua alma assim é” (Pv
23.7).
3.2. Ação
do complexo de inferioridade na personalidade
A atitude
de Gideão em relação ao Anjo do Senhor pondo-o a prova deixa claro a falha
produzida pelo complexo de inferioridade em sua personalidade. Alfred Adler
apresenta em seus estudos o termo arrogância compensatória que leva o indivíduo
a desconfiar da capacidade de outros em realizarem determinadas tarefas que
eles não podem realizar. Diante de todos os seus pedidos atendidos, Gideão
partiu para a nova etapa do projeto de Deus, a escolha de seu exército. O fato
de sofrer por anos pela perseguição dos inimigos, mais uma vez, leva Gideão a
crer que seria necessário um grande número de homens para que pudesse vencer. O
complexo de inferioridade produz o que Adler chama de “o protesto masculino”
que é uma luta interior para combater a dependência emocional, construir
autonomia e obter a superioridade. Ao reunir um grande número de homens, Gideão
creu que seria superior aos seus inimigos.
3.3. Como
Deus age nos casos de complexo de inferioridade
Na
história de Gideão vemos que Deus queria não só livrar o povo da opressão dos
povos vizinhos, mas mostrar também que, com Ele no comando, não existe complexo
de inferioridade que possa derrotar os seus servos, visto que o maior inimigo
que o homem pode ter é ele mesmo, sendo assim, provou que, com apenas trezentos
homens, pode-se vencer uma multidão. Certa vez, ouvi alguém dizer “um mais Deus
é sempre a maioria”. Quando alguém se acha incapaz para realizar algo grandioso
na obra de Deus e acha Graça aos seus olhos, o Senhor o capacita jogando por
terra todo complexo que possa servir de impedimento para realização do seu
projeto.
Conclusão
O menor no
povo de Deus é o maior (Lc 7.28c); o Senhor, quando nos olha, não vê o que
somos, mas o que podemos vir a ser. O complexo de inferioridade não é e nunca
será suficientemente grande diante da grandiosidade do poder de Deus na vida de
seu servo, logo podemos concluir que, mesmo que pensemos que não alcançaremos
êxitos em nossos projetos ou nos projetos de Deus para nós, o Espírito do
Senhor nos levará a vitória (2Co 12.10).
QUESTIONÁRIO
1. Como o
pessimista vê a vida?
R.
Embaçada, como se estivesse sempre em dias nublados.
2. O que
acontece com indivíduos que não valorizam o presente?
R.
Desenvolvem um imenso vazio existencial.
3. Por que
Gideão se considerava incapaz?
R. Porque
se achava o menor entre os menores (Jz 6.15).
4. O que
fazia com que o povo de Israel se sentisse inferior?
R. O
empobrecimento pela opressão dos inimigos (Jz 6.6).
5. No
complexo de inferioridade, qual é o maior inimigo do homem?
R. Ele
mesmo.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora
Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens e Adultos - “Dominical”
Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os distúrbios emocionais e
confrontando-os com soluções divinas e bíblicas.
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