Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O modelo bíblico para as relações familiares


LIÇÃO 10 – 08 de setembro de 2013 - BETEL

O modelo bíblico para as relações familiares

TEXTO AUREO

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Ef 4.13

VERDADE APLICADA

Para os filhos de Deus, a doutrina bíblica da autoridade e submissão continua atual e praticá-la do modo bíblico é o único meio de salvaguardar a família e conduzi-la com êxito no cumprimento de sua missão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Contribuir para que os alunos da EBD obtenham maior proveito do estudo bíblico;
 Ajudar a família cristã a alcançar a unidade através do modelo de relacionamento familiar proposto pela Bíblia;
 Promover, entre os alunos, o combate ao espírito de rebelião que se tem instalado no seio das Igrejas por conta de pessoas contaminadas por ideias machistas ou feministas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ef 5.22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;
Ef 5.23 - porque o marido é a cabeça da mulher como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
Ef 5.24 - De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
Ef 5.25 - Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.

Introdução
Todo casal cristão, com um pouco de conhecimento bíblico,  sabe de  cor os deveres dos pais e dos filhos, listados em  Efésios 5.22-24 e  6.1-4.  Porém,  a maioria, ou  talvez  todos,  encontra grande dificuldade  em viver o modelo de relacionamento  familiar  proposto pelo Apóstolo Paulo. Ao que parece,  o problema reside em  não  conseguirem,  entender e aplicar o princípio que rege a doutrina paulina destinada a  “regulamentar” as relações domésticas. A constatação desta dificuldade é que fez surgir a lição que estudaremos agora.


1. Entendendo o modelo bíblico para as relações familiares
A Bíblia é um  livro escrito por várias  pessoas,  algumas  separadas  por  período milenar de tempo;  possui  grande  diversidade de conteúdo,  porém, nela não há nenhuma  informação  casual  ou isolada (2Pe  1.20 Acima de tudo, lembrai-vos de que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.).  Tudo na  Bíblia está  inter-relacionado:  uma  informação leva a outra, um ensino remete a um princípio, que por sua vez faz parte de um conjunto de preceitos fundamentados no tema central das Escrituras Sagradas. Para localizarmos o princípio que rege ou embasa qualquer doutrina, devemos conhecer o tema central e identificar o secundário, procurar a palavra chave, que é aquela capaz de traduzir o sentido global do texto que apresenta a doutrina, e remetê-lo aos seus contextos imediatos e remotos. Estes procedimentos clareiam o texto e o tornam plenamente compreensível Vamos fazer isto agora com Efésios 5,22 Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor. - 6.1-4?

1.1. O  tema central da Bíblia
Cristo está presente em todos os livros da Bíblia, mesmo no Livro de Ester, que sequer faz menção a Deus. Ali podemos ver Mardoqueu preparar Ester para interceder pelos judeus e anunciar-lhes o dia e o modo da salvação preparada para eles. Isto prefigura um dos aspectos do ministério de Jesus: Edificar a sua Igreja e capacitá-la a anunciar o Evangelho da Salvação aos que estão sentenciados à morte. Cada um dos Evangelhos apresenta Jesus por um ângulo específico. Em Mateus vemos a realeza de Jesus; em Marcos, Sua humilhação à forma de servo; em Lucas, Sua humanidade e, em João, Sua divindade. Tudo na Bíblia converge para Cristo. Isto faz dEle o tema central da Escritura e o constitui modelo para todos os aspectos da vida de seus discípulos.
A Bíblia Sagrada foi dividida em capítulos no século XIII (entre 1234 e 1242) pelo teólogo Stephen Langhton, então Bispo de Canterbury, na Inglaterra, e professora da Universidade de Paris, na França. A divisão do Antigo Testamento em versículos foi estabelecida por estudiosos judeus das Escrituras Sagradas, chamadas de massoretas. Com hábitos monásticos e ascéticos, os massoretas dedicavam suas vidas a recitação e cópia das Escrituras, bem coma à formulação da gramática hebraica e técnicas didáticas de ensino do texto bíblico. Foram eles que, entre os séculos IX e X, primeiro dividiram o texto hebraica (do Antigo Testamento) em versículos, influenciado pelo trabalho dos massoretas no Antigo Testamento, um impressor francês chamado Robert d' Etiénne. dividiu o Novo Testamento em versículos no ano de 1551. D' Etiénne morava então em Gênova, na Itália.

1.2. O princípio regente e a palavra chave
Os sub-temas centrais e secundários dos capítulos 4.6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. - 6.1-4 são regidos pelo princípio da Autoridade de Deus. A porta que dá acesso ao princípio se encontra em Ef 4.6. É por causa dessa autoridade sobre tudo e todos e de Sua paternidade doada, gratuita e igualitariamente a todos os membros do corpo de Cristo, que deve haver unidade entre os membros da Igreja, pois em Cristo são todos filhos de Deus e, portanto, iguais. Para que a unidade do Corpo, subordinada à autoridade e paternidade de Deus se concretize, como no céu, são dadas instruções aos crentes quanto à vida deles nas sociedades terrenas. A palavra “como” rege essas instruções. Ela aparece 22 vezes de modo direto e uma vez no equivalente “no” Senhor (6.1). Das 23 aparições de "como” e seu equivalente, 13 estão relacionadas à autoridade de Deus e de Cristo. As demais se dividem em declarações, comparações negativas e positivas entre o como eram, como são, como não podem ser e como devem ser os crentes, para que a Unidade pretendida seja alcançada. Portanto, como é a chave que abre a porta à compreensão do nosso texto e se constitui o elemento aferidor das relações sociais dos cristãos.

1.3. O contexto
Para estudar o contexto, isolaremos os dezesseis versículos que tratam diretamente da Doutrina da Família Cristã. Eles serão nosso texto principal para esta lição. Vão de 5.22 a 6.1-4. O contexto remoto se apresente no capitulo 4, onde encontramos ensinamentos gerais sobre o procedimento dos crentes e em outras referencias bíblicas relacionadas, onde o objetivo principal a ser alcançado através de modo de proceder proposto por Paulo é "que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida de estatura completa de Cristo" (4.13) O contexto imediato vai de 5.1 ate o versículo 22, onde vemos que o principal motivo para que a família cristã se comporte da maneira descrita no texto é que todos os seus membros são filhos amados de Deus (5.1), logo são semelhantes a Deus e a Cristo e, por isso é que devem sujeitar-se uns aos outros em amor, como ao Senhor (5.21).


2. Autoridade e submissão no sistema celestial
Embora as comparações das coisas celestiais com as terrenas sejam terrenas, elas servem para nos ajudar a entender as doutrinas bíblicas. Portanto, pense no céu como o sistema governado pelo Deus Trino. O Pai, o Filho e o Espírito Santo em perfeita sintonia submetem-se voluntariamente e cooperam para que todas as partes que compõem o sistema celestial funcionem perfeitamente e cumpram a sua missão. Pense na Igreja como uma grande organização, um subsistema, pertencente ao sistema celestial, da qual Cristo é a cabeça. Pense na família cristã como a unidade representativa básica da organização (Igreja). Embora possuam esferas de atuação diferentes, os subsistemas e as unidades representativas possuem valor igual para o sistema e têm a mesma missão. Os sucessos e fracassos de qualquer dos dois refletem um no outro e no cumprimento da missão.
Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos inter-relacionados que interagem no desempenho de uma função. Todo sistema possui um objetivo geral a ser alcançado. A este objetivo damos o nome de missão. Esta é comum a todos os componentes do sistema, aos quais chamamos subsistemas e unidades representativas. Por exemplo: O Ministério da Saúde (MS) é um órgão federal. Sua missão é "definir a política nacional de saúde, exercer as correspondentes funções normativas e promover a respectiva execução e avaliar os resultados (Decreto Lei, nº 212/2006, art. 1°)”. As secretarias de saúde são subsistemas do MS e, portanto, possuem a mesma missão nas esferas estaduais e municipais. Todas os profissionais e empresas ligados à saúde também são subordinados ao MS e por ele são avaliados e fiscalizados, direta ou indiretamente, a fim de que cumpram a Política Nacional de Saúde. Todo o sistema celestial e o  universo inteiro tem por missão declarar a glória de Deus e anunciar a obra da Suas mãos (Sl 19.1; ICo 10.31;  1.5,6).

2.1. Como  são  definidas as autoridades no sistema celestial?
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo formam um único ser divino. Entretanto, diz a Escritura: Deus é a cabeça de Cristo (ICo 11.3 Mas quero que saibais que Cristo é o cabeça de todo o homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus o cabeça de Cristo.). Este é o enviado de Deus (Lc 4.43 Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus, porque para isso fui enviado.; Jo 3.17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.) e o Espírito Santo é o enviado de Cristo (Jo 15.26 Quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos enviarei, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.). Mas, o próprio Jesus diz que o Espírito Santo o ungiu e enviou (Lc 4,18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos,). Assim, vemos Cristo ora enviando, ora sendo enviado. Ora liderando, ora sendo liderado. Logo, entendemos que o critério aplicado é o da igualdade.

2.2. Como a autoridade é exercida no sistema celestial?
Não é como nos sistemas autoritários terrenos, em que os governantes e detentores de cargos os exercem como um direito. Exigem o serviço dos governados e agem como se toda a comunidade existisse para promover o bem deles. Olham para o povo de cima para baixo, como se este fosse composto de seres inferiores e incapazes. No sistema celestial, entretanto, o exercício da autoridade é visto como um dever. Os detentores de autoridade são considerados servos (Lc 22.26 Pois vos digo que não mais a comerei até que ela se cumpra no reino de Deus.). A autoridade é exercida como um serviço de amor (Jo 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.). Exige renúncia, humildade e obediência. Jesus, sendo Deus e Senhor do sistema, cabeça (poder, autoridade e liderança) da Igreja e autoridade suprema do Universo, veio a este mundo para servir e não para ser servido, para dar e não para receber (Mt 20.28 tal como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.; Mc 10.45; F12.5-8).

2.3. Como se dá a submissão no sistema celestial
Ela ocorre num ambiente de igualdade. Deus não escolhe quem deve se submeter baseado no critério de superioridade x inferioridade. Ele os escolhe em uma correspondência perfeita entre as partes de um todo. Assim, o sistema inteiro obedece a uma hierarquia pre–determinada por Deus, de modo que tudo e todos obedeçam e sejam obedecidos. Todos os filhos de Deus têm valor igual para Ele. A todos, em algum momento, é dada a oportunidade de liderarem e serem liderados. Por exemplo, o filho que hoje é submisso aos pais e por eles é servido, amanhã servirá aos próprios filhos e estes lhe serão submissos. Todos, liderados e líderes, são importantes e indispensáveis à boa ordem e funcionamento do sistema celestial. Nos sistemas e subsistemas terrenos, mesmo naqueles instituídos por Deus, como a família, liderados se sentem inferiores e injustiçados porque os relacionamentos foram contaminados pelo pecado, as funções são mal definidas e os papéis de cada um têm sido mal interpretados. Porém, quanto maior for o grau de conversão das pessoas a Cristo, tanto maior será a liberdade e a honra que perceberão haver na submissão cristã.


3. Aplicando os princípios celestiais à família
Em meio à onda de feminismo que varre as sociedades atuais, a doutrina bíblica da autoridade e submissão parece ser, no entender de muitos, polêmica e ultrapassada. Porém, para os filhos de Deus, ela continua atual. Sua prática, subordinada ao elemento aferidor das relações familiares com o padrão utilizado no sistema celestial, é o único meio de salvaguardar a família e conduzi-la com êxito no cumprimento de sua missão. Segundo Paulo, o elemento aferidor é a palavra “como”, o padrão de autoridade é Cristo e o de submissão é a Igreja.

3.1. Como o marido deve exercer sua autoridade
Como já vimos no tópico 2, a família cristã não é uma unidade social isolada e independente, pelo contrário, faz parte de um sistema do qual Jesus é a cabeça. Como tal, para que cumpra bem o seu papel, o marido deve seguir o molde que lhe foi proposto por seu líder maior: Jesus. Ora, como é que Cristo exerce Sua autoridade sobre a Igreja? Não a impõe pela força, mas é conquistada pelo amor. Amor que se dá, que entrega a própria vida pelo bem de sua amada (Ef 5.25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,). A autoridade de Cristo sobre a Igreja é o coroamento da encarnação (Mt 28.18 Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.).
O marido deve perguntar: Como Cristo ama a Igreja? Amo minha mulher desse mesmo modo? Por que Cristo se sacrificou pela Igreja? Sacrifico-me por minha mulher por esses mesmos motivos? Amo, trato, cuido e educo meus filhos como Deus faz aos Seus?

3.2. De que modo a esposa deve submeter-se ao marido
Em primeiro lugar, precisamos considerar que a submissão da esposa ao marido não significa servidão nem inferioridade, mas uma incumbência, um direito que precisa ser exercido para o bom funcionamento da família como célula básica do Reino de Deus. A esposa cristã não deve agir como empregada do marido, mas como sua companheira, que faz tudo em acordo com ele e procura agradá-lo, como a Igreja age para com o Senhor. Ela sabe que a unidade da Igreja depende de famílias edificá-las e cimentadas no amor de Cristo e na comunhão do Espírito Santo.

3.3. Como os filhos devem se comportar nesta cadeia hierárquica
Praticando o mesmo princípio e padrão que os casais devem observar. Enquanto o marido deve cumprir seu papel em casa como Cristo o faz para com a Igreja, a esposa deve cumprir o seu papel no casamento como a Igreja o faz para com Cristo, os filhos devem honrar, obedecer e considerar os pais como ao próprio Deus, aprender com eles como quem aprende com o próprio Deus e receber deles amor, sustento, educação, disciplina como quem recebe do próprio Deus. Eles precisam: servir e submeter-se uns aos outras em amor (Ef 5,21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.; G1 5.13Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, porém, a liberdade para dar ocasião à carne; mas servi-vos uns aos outros pelo amor.); considerar, amar e cuidar uns dos outros (Jo 13.34 Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros.; Rm 12.10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.).

Conclusão
Portanto, a autoridade e a submissão no corpo social, chamado  Família  Cristã, serão  aplicadas  de  modo correto  e  eficaz  quando foram regidas pelo mesmo princípio que rege a igreja: a autoridade pertence a Deus e Ele “colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” (1Co 12.15). É fundamental entendermos que Deus mesmo deu os maridos para liderar o lar; as esposas para cooperarem e em concordância com o marido e esposa possam juntos exercitar a liderança e o aperfeiçoamento da família ao padrão que nos foi dado.


QUESTIONÁRIO

1. Como é composta a Bíblia?
R: Tudo na Bíblia esta inter-relacionado: uma informação leva a outra, um ensino remete a um principio, que por sua vez faz parte de um conjunto de princípios fundamentados no lema central das Escrituras Sagradas.
2.  Qual  é  o  tema  central  da Bíblia?
R: Jesus Cristo
3. Para que servem as comparações celestiais com as terrenas?
R: Para nos ajudar a entender as doutrinas bíblicas.
4.  Como são definidas  as autoridades no sistema celestial?
R: O  critério  usado é o da igualdade.
5.  Como  deve  ser  exercida  a autoridade do marido?
R: Imitando a  Jesus Cristo,  não imposta pela força, mas conquistada pelo amor.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2013, ano 23 nº 88 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Família cristã resgatando os valores Cristãos na era dos relacionamentos descartáveis.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento 
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade


Nenhum comentário:

Postar um comentário