Lição 13 - Culto doméstico: como realizar com sucesso
LIÇÃO 13 – 29 de setembro de 2013
Culto doméstico: como realizar com sucesso
TEXTO AUREO
“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Dt 6.6,7
VERDADE APLICADA
O sucesso do Culto Doméstico depende em grande parte das aplicações práticas para a vida de cada membro da família, de modo a que se atenda a recomendação apostólica: “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra, e não somente ouvintes".
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Exibir a simplicidade e a facilidade para a execução do Culto Doméstico;
► Mostrar os vícios e os erros que podem comprometer os resultados do Culto Doméstico;
► Oferecer sugestões práticas àqueles que desejam implantar o Culto Doméstico.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Dt 6.1 - Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir;
Dt 6.2 - para que temas ao Senhor, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.
Dt 6.3 - Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor, Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.
Introdução
Na lição anterior pudemos ver e entender a importância do Culto Doméstico. É possível que muitos o tenham implantado no dia seguinte à lição, outros talvez tenham ficado interessados em realizá-lo, mas não sabem como propor o Culto ao cônjuge ou aos filhos crescidos. Há os que querem, mas não têm ideia do que fazer ou de como começar. E há os que sempre o praticaram, conhecem os excelentes resultados desse hábito abençoado e abençoados mas desejam renová-lo. Portanto, nesta lição serão oferecidas sugestões práticas referentes ao Culto Doméstico.
1. Fatores importantes para o sucesso do culto doméstico
Como já foi dito, o Culto Doméstico é uma ferramenta simples, poderosa e de fácil utilização. Os resultados de sua prática são excelentes e duradouros, porém, seu sucesso depende de alguns fatores, tais como:
1.1. A escolha da hora
O melhor horário para a realização do culto doméstico é aquele em que a família está toda em casa. Seja pela manhã, no horário das refeições ou à noite. Porém, os teóricos do aprendizado insistem em que os últimos pensamentos da noite costumam ser os primeiros da manhã e que os primeiros pensamentos da manhã permanecem na mente durante o restante do dia. Portanto, quando for possível, o culto doméstico deve ser realizado à noite, antes das crianças dormirem. O horário do culto pode ser alternado, por exemplo: nos dias em que a família vai aos cultos noturnos da Igreja, deve ser realizado durante o dia, exceto no domingo, pois a prioridade é para a Escola Dominical. Nos demais dias, à noite. Mas, qualquer que seja o horário escolhido, é importante que seja mantido por tempo suficiente para formar o hábito (1 Co 14.40). Havendo necessidade de mudança de horário, faça-a, mas não permita a extinção do Culto Doméstico.
1.2. A escolha do lugar
O culto doméstico pode ser realizado em qualquer parte da casa, desde que seja o mais agradável, confortável, iluminado e ventilado. Pode ser realizado na sala, sentados nos sofás ou no chão, na cozinha, na varanda, no jardim, enfim, onde a família puder se reunir o mais prazerosamente que for possível. Também pode ser realizado cada dia numa parte da casa, atendendo aos desejos e sugestões dos membros da família (1 Co 14.26).
A instrução não deve ficar limitada a um devocional após o café da manhã ou uma história antes de dormir. Até mesmo os momentos mais rotineiros da vida — “quando você se assenta em casa e quando anda pelo caminho” — oferecem ocasiões para reflexão teológica espontânea e criativa. Por exemplo, as formigas que carregam suas migalhas podem estimular uma discussão sobre a diligência (Pv.6:6-8). A descoberto de um cãozinho perdido pode ser oportunidade para uma conversa sobre a alegria que Deus sente pela salvação de pecadores perdidos (Lc 15). Deus pede para Si estes momentos do dia especialmente apropriados para o treinamento formal e informal. Os pais que querem combater a amnésia espiritual devem iniciar e terminar cada dia falando do Senhor além de fazerem todo esforço para preencherem o dia com reflexão espontânea sobre a Sua Palavra.
1.3. A duração do culto
Esta vai depender de como o culto é realizado. Se for uma reunião sem atrativos, monótona e sem a participação das crianças, uns poucos minutos parecerão uma eternidade, mas se for feita de modo criativo e envolvente, os participantes mirins, adolescentes, jovens e adultos nem perceberão o passar do tempo (Ef 5.19). Outro fator que deve ser levado em conta quanto a duração do Culto Doméstico é a disponibilidade de cada um. Melhor é que a família se reúna para cultuar a Deus quinze minutos todos os dias do que deixar de fazê-lo (SI 92.1,2). De qualquer modo, o tempo gasto neste Culto não pode ser tão longo que desestimule sua prática, principalmente nas crianças e adolescentes.
2. O que deve ser evitado no culto doméstico
Alguns casais não o realizam por imaginarem que sua família já participa de cultos suficientes na Igreja. Porém, o Culto Doméstico não deve ser uma miniatura do culto público.
2.1. Evite formalidades
A adoração familiar deve ser viva, espontânea e natural. Um culto onde as criancinhas falam com Deus do mesmo modo que falam com o “papai” e com a “mamãe”. Uma reunião de estudo da palavra, onde todos podem perguntar e procurar respostas na Bíblia com tranquilidade, onde os pequenos podem rir quando algo lhes parecer engraçado, e onde não há sermões. O Culto Doméstico deve possuir os elementos principais do culto público: leitura bíblica, oração e cânticos, mas estes são executados sem formalidade e de modo a atender a todos os participantes, ainda que na mesma reunião haja bebês, crianças, pré-adoleseentes, adolescentes, jovens e adultos (At 2.44). Pode começar na sala e terminar na cozinha.
2.2. Evite transformar a oração em alfinetes e em sermões rebuscados
Alguns cônjuges e filhos torcem o nariz quando são chamados para orar em família porque recebem alfinetadas disparadas contra eles através da oração. Trata-se do marido ou esposa, do pai ou mãe aproveitarem a oração para criticar o comportamento dos membros da família ou repreendê-los de forma indireta. Alguns chegam ao extremo de estabelecer comparações entre um filho e outro na oração. Quando termina o culto, ao invés de comunhão, o que se conseguiu foram raiva, constrangimento, insegurança e desunião (1 Co 11.17). Qualquer fraqueza, defeito, pecado ou falha dos nossos filhos ou cônjuges, devem ser levados a Deus em nossas orações particulares, e não como queixas contra eles, mas como súplicas, para que Deus lhes conceda tempo e oportunidade para aperfeiçoamento ou arrependimento (Fl 4.6). Outros oram como se tivessem pregando um sermão cheio de palavras rebuscadas, como se estivessem a dar uma aula de Teologia à família ou ao próprio Deus. Tais práticas devem ser evitadas, não somente no Culto Doméstico, mas em qualquer momento de oração, pois estas não são as finalidades para as quais Deus nos deu a oração (Mt 6.6-13; F1 1.4).
2.3. Não use o culto e seus elementos como punição, castigo ou penalidade
O Culto Doméstico deve ser algo prazeroso, pelo qual os membros da família esperam ansiosamente (SI 92,1; 96.1). Portanto, seus elementos: leitura bíblica e explanação, oração e cânticos, não podem ser associados a castigos e penalidades. Por exemplo, o menino que foi apanhado numa mentira não deve ser posto a ler a Bíblia e a orar de joelhos como punição por sua prática delituosa. Tanto a oração quanto a leitura da Palavra devem ser utilizados para disciplinar a criança, mas o modo correto é o pai ou a mãe ou ambos chamarem o transgressor, mostrando-lhe a natureza e as consequências do seu erro e perdoá-lo e só depois, para confirmar o que foi dito, ler com e para ele a porção bíblica indicada para a situação e em seguida orar pedindo a Deus que o purifique. Também não se deve aumentar o tempo do culto ou acrescentar a ele elementos e atividades com a finalidade de castigar as crianças, qualquer que seja o motivo.
3. A dinâmica do Culto Doméstico
Dinâmica é o conjunto de forças que visam o desenvolvimento ou o progresso de algo. Estas forças são utilizadas para impulsionar um corpo, uma ferramenta, um projeto, a fim de que mantenha o vigor, a velocidade ou a ação para que alcance o objetivo esperado ou simplesmente para mantê-la vivo. A dinâmica também serve para bloquear e combater forças contrárias.
O culto Doméstico constitui um corpo, pois é nele que a família se reúne e se unifica. É também uma ferramenta para ser utilizada pela família e é um projeto a ser implantado e levado a efeito. Portanto, exige dinamismo na proporção, na velocidade e na direção certa. Sugerimos que a dinâmica do Culto Doméstico observe ao menos o seguinte:
3.1. Criatividade e flexibilidade
Quando o casal ainda não tem filhos, o culto doméstico pode consistir em leitura bíblica, cântico, colocação dos problemas relacionais e dos planos e projetos diante de Deus e oração conjunta. Com bebês, os elementos e a forma do culto podem continuar os mesmos, exceto pelos cânticos, que poderão conter hinos infantis, e pela inclusão do nenê nos motivos de oração. Com crianças que já andam e falam, a leitura bíblica precisa ser mais curta: Um Salmo, uma porção dos Evangelhos ou das Epístolas, acompanhada de uma história da Bíblia de temática correspondente à leitura feita. É importante que durante a semana o tema seja o mesmo e que se escolha um versículo para memorizar (SI 119.11).
3.2. Envolvimento e participação
Envolva todos os membros da família com o Culto Doméstico. Crianças a partir de três anos podem e devem ter participação no culto, cantando e fazendo a própria oração. Às que já sabem ler deve ser concedida a oportunidade de participarem da leitura do dia, lerem a história bíblica ou a história que ajudará na compreensão da porção bíblica lida aos irmãos menores, etc. Adolescentes e jovens podem explicar a Palavra, os que souberem tocar algum instrumento devem fazê-lo. A medida que as crianças forem crescendo, temas bíblicos que geram alguma polêmica devem ser introduzidos no culto para estimular a curiosidade; deste modo terão oportunidade de interrogar os pais a respeito do assunto e assim, além de aprenderem, passarão o maior tempo possível ocupadas e envolvidas com a Palavra de Deus (Pv 9.9). A família precisa estar tão envolvida com Deus que os pensamentos e conversas se voltem naturalmente para Ele durante o dia inteiro (Fl 4.8).
3.3. Praticidade
O Culto Doméstico precisa funcionar como uma aula prática. Os ensinamentos dados devem ser simples e aplicáveis à vida diária da família. Devem ser baseados em princípios bíblicos para os quais se deve apontar o máximo possível de situações práticas. Por exemplo: Você escolheu estudar com sua família sobre o Amor. Logo, tudo que tratar durante a semana terá que apontar uma ou mais situações em que sua família possa vivenciar o amor Por exemplo: um irmão não deve agredir o outro, porque a agressão não cabe no pacote do amor (Tg 1.20) e quem faz isso fica de fora daquele “pacotão maravilhoso”; orar pelos amigos que estão passando por dificuldades é manifestação de amor, por isto hoje oraremos por fulano; alimentar os famintos faz parte do “trenzinho do amor”, então na primeira oportunidade que tivermos vamos viajar nesse trem repartindo com os necessitados os alimentos que Deus nos deu amorosamente... As informações bíblicas que a família obtém nos Cultos Domésticos são muito importantes, mas não devem constituir o único objetivo do Culto. O estudo bíblico realizado no devocional do lar deve atingir o coração e promover mudança de vida. O sucesso do Culto Doméstico depende, em grande parte, das aplicações práticas para a vida de cada membro da família, de modo que se atenda a recomendação apostólica: “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra, e não somente ouvintes”, (Tg 1.22).
Certo casal, que pratica o Culto Doméstico, estava passando por graves dificuldades financeiras. Acabada toda a provisão, restavam na despensa apenas dois litros de leite que seriam dosados cuidadosamente para servir de alimento à filha de menos de quatro anos. Pela manhã, enquanto a mulher estava no quintal a cuidar da horta, bateram palmas. A menina, correu para a tender e eis que era uma pedinte com um bebê nos braços. A garotinha não teve dúvida, foi à prateleira e pegou um litro de leite e deu à mulher. Quando sua mãesoube do ocorrido, ponderou; aqueles dois litros de leite eram tudo o que tínhamos para você se alimentar e não sei quando o papai vai conseguir dinheiro para comprar mais. A menina respondeu prontamente: “Mamãe, foi a senhora quem me ensinou que só amamos a Deus de verdade quando dividimos nosso alimento com quem precisa e eu quero amar a Deus de verdade".
Conclusão
Nunca será demais lembrar que o sucesso do culto doméstico, dependerá em grande parte da forma como será executado e do comprometimento dos seus integrantes. No mais, o Senhor dará o crescimento. Se você tiver, alguma dúvida, converse com o pastor de sua igreja e peça a ele orientações complementares e não se esqueça que o culto doméstico não substitui os cultos semanais na igreja. Deus abençoe a todos.
QUESTIONÁRIO
1. Qual é o melhor horário para o culto doméstico?
R: O melhor horário para a realização do culto doméstico é aquele em que a família está toda em casa.
2. Em que lugar o culto pode ser realizado?
R: Em qualquer parte da casa , desde que seja. agradável, confortável , iluminado e ventilado.
3. O que deve ser evitado no culto doméstico?
R: Devem ser evitadas formalidades, oração em alfinetadas, sermões rebuscados, e não usá-lo como meio de punição , castigo ou penalidades.
4. Qual participação podem ter as crianças a partir de 3 anos?
R: Podem e devem ter participação no Culto, como cantar e fazer a própria oração.
5. Em suas palavras, como dever ser o Culto Doméstico?
R: Livre
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