LIÇÃO 4 – 28 de Julho de 2013
O modelo divino de
comunicação
TEXTO AUREO
“E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Jo 1.14
VERDADE APLICADA
O ser humano foi criado à imagem e semelhança
de Deus para receber a revelação divina e para viver uma comunhão de amor com
Ele e com os semelhantes.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Mostrar que a encarnação do Verbo é
único modelo confiável de comunicação;
► Ensinar que, ao se fazer homem, Deus se
tornou imitável por todos os seguidores de Cristo;
► Produzir desejo ardente e profundo de
imitar a Cristo nas relações familiares.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 1.1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.
Jo 1.2 - Ele estava no princípio com Deus.
Jo 1.3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez.
Jo 1.4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
Jo 1.5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Jo 1.14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como
a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Introdução
Deus sempre procura relacionar-se com a
humanidade. Tem sido assim desde o Éden (Gn 3.8, 9). Mas, como é possível ao
Imortal relacionar-se com o mortal, o Eterno com o efêmero, o Santo com o
profano, o Incorruptível com o corruptível, o Justo com o injusto, o Pai das
Luzes (Tg 1.17) com os que se assentam na escuridão? Os Evangelhos respondem a
todas estas indagações, apresentam o clímax relacional do divino com o humano e
se constituem o único modelo eficiente e confiável de comunicação que deveria
ser imitado em todos os relacionamentos humano. É o que estudaremos nesta
lição. Na próxima, aplicaremos os princípios aqui apresentados nas relações
familiares.
1. Definindo a comunicação
Comunicação é assunto atual. Acha-se
presente nos vestibulares, no treinamento do pessoal de Recursos Humanos das empresas,
nas campanhas políticas, nos livros e seminários de evangelismo pessoal e de
massas, entre outros. Há uma variedade enorme de cursos para líderes,
vendedores, professores, etc. Todos destacam a importância de uma boa
comunicação. Os temas mais discutidos nos encontros de pais e de casais são os
que se relacionam à comunicação. Então, o que é comunicar?
1.1. Comunicar é a chave para o sucesso
Comunicar não é apenas a arte de falar
e escrever clara e corretamente, de expressar bem nossas ideias, pensamentos e
emoções. Se fosse, os escritores, poetas e romancistas em geral nunca
fracassariam no casamento, na criação e educação dos filhos, nem
experimentariam derrotas diante de qualquer outro problema relacional, pois a
comunicação é a chave para o sucesso em qualquer relacionamento (Pv 15.22).
1.2. O que não é comunicação?
Comunicar não é simplesmente saber
utilizar os inumeráveis recursos que a tecnologia da informação nos oferece
para dar e receber notícias e informações a respeito do que ocorre ao redor do
mundo e/ou entrar em contato com uma pessoa em questão de segundos, mesmo que
ela esteja no polo oposto ao nosso. A prova disto, é que a “era das
comunicações” também é a era dos divórcios, das famílias separadas, das babas
eletrônicas, das amizades desfeitas, das pessoas confusas, dos relacionamentos que
nunca passam do virtual. Comunicar é, principalmente, tornar comum, fazer
saber.
1.3. Comunicar é principalmente tornar
comum
É a arte e a disposição que uma pessoa
apresenta de se colocar em pé de igualdade com a outra, para que possa
entendê-la e fazer-se entendida por ela (Jo 4.1-26). É buscar um ponto em comum
com o outro, e, se necessário, abrir mão de algo acrescentando a si mesmo e ao
seu modo de ser; pensar e agir, aquilo que possibilitará o estabelecimento do
diálogo, do relacionamento, da comunhão. É a determinação de se fazer pertencer
ao universo do outro, ao mesmo tempo em que oferecemos condições favoráveis
para que ele se sinta pertencente ao nosso universo.
Comunicar é dar-se ao outro e receber
a dádiva que o outro faz de si mesmo a nós. Comunicar; no sentido mais aprofundado
e cristão, é encarnar-se no universo do outro e deixar que ele se
encarne no nosso universo, cedendo lugar a uma unidade perfeita. “Para
que todos sejam um, como tu, o Pai, o és em mim. e eu, em ti; que
também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
envias-te.”' (Jo 17.21).
2. Deus
comunicou-se com a humanidade pela encarnação
O ser humano foi criado à imagem e
semelhança de Deus para receber a revelação divina e para viver uma comunhão de
amor com Ele e com os semelhantes. O pecado alterou esta capacidade de
relacionamento, quer no nível vertical ou horizontal (Rm 3.23). Para tentar
resolver os problemas relacionais entre seus pares, os homens inventaram (e
continuam inventando), vários meios e recursos de comunicação, quase sempre
ineficientes. Para tentar reatar a relação com Deus, desenvolveram várias
modalidades de manifestação religiosa. Mas para restaurar a harmonia entre o
homem e seu Criador, somente são úteis, eficazes e aceitáveis o meio criado,
utilizado e oferecido pelo próprio Deus. Assim, Deus fez-se carne para
comunicar-nos a Sua salvação e perfeição (Mt 1.16,20; Lc 1.31).
No Verbo
feito carne, o acontecimento comunicativo assume o seu máximo poder de
salvação: assim, é
oferecida ao homem, através do Espírito Santo, a capacidade de receber a
salvação e de anunciá-la e testemunhar aos irmãos. Neste caso,
a comunicação entre Deus e a humanidade alcanço a sua
perfeição no Verbo feito homem. O ato de amor através do qual Deus
se revela, juntamente com a resposta de fé da humanidade, gera um diálogo
fecundo. Precisamente por isso, podemos fazer nosso o pedido
dos discípulos; “Ensina-nos a orar” (Lc 1L 1).
2.1. A Encarnação foi o recurso
completo utilizado por Deus
A partir da queda, para que a
humanidade pecadora não fosse destruída pela presença terrivelmente santa de
Deus. Este passou a comunicar-se com ela à distância: Mandou juízos, livramentos,
profetas, escritos... Como à criatura caída era impossível responder
positivamente aos apelos do Criador, Este decidiu encurtar a distância, remover
os obstáculos, desfazer as diferenças, fazendo, de si mesmo, a ponte, o
caminho, a escada, o conduto por onde a comunicação entre o divino e o humano
pudesse fluir livremente de novo. E como Ele fez isto? “João responde: o Verbo
se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.14).
2.2. Na Encarnação Deus comunicou vida,
exemplo e ensino.
Ao fazer-se carne igual a qualquer ser
humano (Fl 2.5-8). Deus trouxe até e para nós Sua própria vida e natureza. Ao
encarnar, Ele agiu diante de nossos olhos do modo como nós mesmos deveríamos
agir, mas só poderíamos fazê-lo depois de O receber e participar de Sua perfeição.
Ao sujeitar-se a todas as fraquezas e tentações humanas (Hb 4.15), ao ser
provado no mais alto grau que um ser humano, nascido de novo, pode suportar e
vencer; Deus se fez nosso exemplo. Imitando a Jesus, o Verbo feito homem, nos
tornamos mais que vencedores. Seus ensinos têm autoridade sobre nossas vidas,
porque sabemos que não se trata somente de um “Façam o que Eu mandei”, mas,
também, de um “Imitem-Me”.
2.3. A comunicação feita através da
encarnação transformou a Palavra de Deus em fato histórico
Deus se utilizou de várias formas, meios e modulações da comunicação. O
escritor da carta aos Hebreus resume, de forma reveladora e graciosa, a
história e o ápice das providências comunicativas de Deus em direção à
humanidade (Hb 1.1). Por meio da encarnação pudemos ouvi-lo e entendê-lo,
porque Deus e Sua Palavra se tornaram, para nós, fato histórico, realidade
palpável, verdade tangível. É Deus feito homem, falando-nos em Seu próprio
Nome, e na linguagem que podemos entender.
3. Para efetuar a salvação do mundo Deus se fez homem
Deus necessitava encarnar-se para
redimir a humanidade? ELe não poderia resgatá-la de outro modo? Se poderia
salvá-la de outro modo, por que não o fez? Entre as respostas teológicas para a
encarnação do Verbo, destacaremos apenas as que se relacionam com as
providências divinas essenciais à comunicação:
3.1. A necessidade da encarnação para
salvar a humanidade
Deus é perfeito. Ele não tem
necessidade alguma. Ele é o Todo Poderoso (Gn 17.1). Certamente poderia lançar
mão de uma infinidade de meios para salvar a Sua criação. Mas, Ele se fez homem
por amor ao homem (Jo 3.16). Visto que a ofensa cometida contra o Deus santo e
infinito tem consequências eternas, uma reparação satisfatória só poderia ser
oferecida por um homem igualmente santo e infinito. Porém, na Terra não havia
quem preenchesse esses requisitos. Então, foi necessário que Deus encarnasse.
Ao reunir em um único ser o divino e o humano, Deus proveu, em Jesus, um
resgate eficaz. Assim, podemos dizer com alegria e segurança, que Deus se
tornou carne para comunicar-se com a humanidade, revelar-se a ela, salvá-la e
santificá-la (Jo 17.17-19).
3.2. A encarnação era necessária para a
transculturação do Verbo entre nós
Podemos definir como transculturação a
manifestação social em que uma cultura se insere em outra, podendo ambas
existirem, serem mútua ou uni lateralmente influenciadas, fazendo surgir um
novo modelo cultural. Através da encarnação, Deus se inseriu na cultura humana,
mais precisamente, na judaica. Ele fez isto de forma tão plena, que ficou
conhecido como o Nazareno, o filho do carpinteiro. Por causa deste perfeito ato
de se comunicar através da transculturação, Ele (o Verbo) alcançou legitimidade
para confrontar os declínios morais, sociais, espirituais, éticos e religiosos
dos judeus (Mt 7.29; Lc 4.32; Jo 7,46), e propor-lhes um novo nascimento (Jo
3.3). A encarnação do divino no humano possibilitou o nascimento do humano no
divino. Fez surgir novas criaturas, com nova mentalidade, nova natureza e vida,
passando a constituir um novo povo, com um novo propósito e modo de viver, e um
novo destino: a Igreja,
3.3. A encarnação foi necessária para
que Deus nos demonstrasse sua solidariedade
O homem se distanciou tanto do Criador,
que só conseguiria corresponder ao amor de Deus se tal amor fosse provado pela
solidariedade, comprovada pelo nascer entre os homens, vivenciar os sentimentos
deles, sofrer suas dores, ser tentado do modo como são tentados, morrer como eles
morrem... A fim de arrancar-nos da sepultura do pecado e nos fazer ressurgir
com Ele. Deus consentiu provar o Seu grande amor para conosco (Rm 5.8). E,
motivado, o escritor
aos Hebreus convida: “Cheguemos com confiança ao trono da graça...” (Hb 4.16,15).
Deus não
precisava tornar-se homem para se compadecer do sofrimento humano, para que
pudesse ser misericordioso com os pecadores nem para ter piedade dos pobres e
desvalidos deste mundo. O próprio Deus declara que é misericordioso, benigno,
justo, sofredor, que conhece as dores humanas (Êx 3.7; 22.27; Jr3A2; Is 54.8).
Entretanto, era necessário que a humanidade, assentada na região da sombra da
morte, percebesse que Deus lhe era solidário. A solidariedade demonstrada até
as últimas consequências na encarnação e paixão do Verbo, é capaz de iluminar,
libertar e
enriquecer
os que estão amedrontados e em grandes trevas e misérias, fazendo-os
semelhantes Àquele que lhes foi solidário (Cl 1.13; Rm 6.4; IPe 2,24; He 2.9,
10, 14, 25). Isto faz da solidariedade um dos mais excelentes recursos de
comunicação.
Conclusão
Hoje aprendemos que comunicar, no
sentido mais aprofundado do cristianismo, é entender a doutrina da
encarnação, aceitando-a, vivendo-a e testemunhando acerca dela. Assim podemos
dizer que o modelo divino para a comunicação com a humanidade é a encarnação.
QUESTIONÁRIO
1.
Dê uma definição de comunicação a partir da lição de hoje:
R: É a
arte e a disposição que uma pessoa apresenta de se colocar em pé de igualdade
com a outra...
2. O que alterou a
capacidade de relacionamento do homem com Deus?
R: O pecado.
3.
Qual o recurso mais sublime que Deus utilizou para
comunicar-se com a humanidade?
R: A
encarnação.
4.
Porque os ensinos de Jesus têm autoridade sobre nós?
R: Porque não
se trata somente
de um "Façam o que Eu mandei mas, também, de um “Imitem-Me''.
5.
Quais os 3 benefícios apontados da encarnação para a
humanidade?
R: Revelar-se a ela, salvá-la e
santificá-la.
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2013, ano 23 nº 88 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor
- Família cristã resgatando os valores
Cristãos na era dos relacionamentos descartáveis.
Comentário Bíblico Expositivo –
Warrem W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo
Testamento
Comentário Bíblico Expositivo -
William Barclay
Comentário Bíblico Matthew Henry -
Novo Testamento
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento
Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de
Andrade