LIÇÃO 1 – 06 de abril de 2014
Cura para enfermidades da alma
Comentarista: Pr. Israel Maia
TEXTO ÁUREO
“E percorria Jesus todas as
cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do
Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” Mt
9.35
VERDADE APLICADA
O Senhor sabe quem
verdadeiramente somos e conhece todas as nossas dificuldades.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Explicar
o que é cura interior;
► Definir
os sintomas da enfermidade da alma;
► Mostrar
o processo da cura.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 5.2 - Ora,
em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu
Betesda, o qual tem cinco alpendres.
Jo 5.3 - Nestes
jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o
movimento das águas.
Jo 5.4 - Porquanto
um anjo descia em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que ali
descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que
tivesse.
Jo 5.5 - E
estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
Jo 5.6 - E
Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo,
disse-lhe: Queres ficar são?
INTRODUÇÃO
Todas as
pessoas, ao longo de sua existência, sofrem traumas emocionais. Isso acontece
quando somos feridos pelos acontecimentos da vida ou por indivíduos, próximos a
nós ou não. Os traumas podem deixar feridas profundas na alma. Sua dor é
intensificada pelo senso de impotência. Sem o devido tratamento, a pessoa se
fecha para o mundo, protege-se por uma muralha construída de amargura, desejo
de vingança, auto piedade, medo e desconfiança. Portanto, vamos aprender como
restabelecer o equilíbrio entre corpo e a mente, à luz das Escrituras, para
vivermos com mais qualidade de vida (Jo 10.10b).
OBJETIVO
► Explicar o que é cura interior;
1. IDENTIFICANDO OS DISTÚRBIOS
EMOCIONAIS
Acontecimentos
ruins podem acometer qualquer cristão e deixá-lo triste, amargo e até
revoltado. O fato de sermos servos de Deus não nos torna imunes ao sofrimento
(2Co 6.4,5); não nos isenta de dores, doenças, acidentes, contrariedades,
traições, perdas, separações, injustiças, decepções e tantos outros reveses que
fazem parte da existência humana. Existem certas áreas da vida humana que
precisam de um toque especial do Espírito Santo, porque nem sempre a conversão
do indivíduo traz cura imediata a todas as enfermidades, como acontece com os
males emocionais.
1.1. A MATURIDADE PARA
IDENTIFICAR O PROBLEMA
Compreendendo
a necessidade de uma transformação em certas áreas de nossa vida, evitaremos
atitudes extremas que são comuns em muitos lugares e situações como por
exemplo, irmãos que veem a ação de Satanás em situações que não possuem
respostas concretas. É preciso ter cautela ao afirmar que o diabo está ou não
agindo em alguém. Pois, pela falta de discernimento de alguns líderes, muitas
pessoas se sentem feridas e desiludidas, precisando de restauração,
simplesmente, porque um crente espiritualmente imaturo cismou em expulsar
demônios que julgava estar atuando nas pessoas. Como denuncia o profeta, é o
pecado da ignorância (Os 4.6). Nem todos os comportamentos que desconhecemos
têm a ver com manifestação de espíritos malignos. Não são todas as pessoas que
precisam de libertação de demônios. Algumas precisam de tratamento terapêutico,
ou até medicamentoso (lTm 5.23). Temos que aceitar a ciência como uma bênção divina,
e não uma inimiga do Evangelho (Mt 9.12). A boa ciência tem contribuído e muito
para a saúde integral dos homens há muito tempo.
1.2. SOLUÇÕES BÍBLICAS PARA
PROBLEMAS MÉDICOS
Ter mais fé,
orar mais e ler mais a Bíblia são orientações comuns para solucionar os
problemas de traumas, depressão e outras enfermidades da alma. Mas essas
respostas são simplistas demais e denota ausência de conhecimento e
sensibilidade para situações de grande complexidade. Na verdade, a pessoa que
recebe essa orientação, pode acumular mais pressão sobre si, uma vez que seus
problemas são de origem emocional. A sua forte sensação de culpa aumenta e
redobra o seu desespero. Alguns irmãos precisam de uma orientação terapêutica
na área das emoções, um psicólogo ou até mesmo um psiquiatra. Assim como um
leigo não pode prescrever remédio a um paciente com problemas patológicos,
também é necessária a capacitação específica para cuidar de pessoas com
problemas emocionais, uma vez que esses podem gerar doenças psicossomáticas.
1.3. QUAIS SÃO OS DISTÚRBIOS
(DOENÇAS) EMOCIONAIS?
1. É comum as
pessoas serem dominadas por complexos (inferioridade, incapacidade e ansiedade,
lPe 5.7), alimentando a ideia de que nunca serão alguma coisa, que tudo dará
errado e que ninguém gosta dela.
2. O complexo
de perfeccionismo também é uma doença gravíssima, e a pessoa tem um sentimento
interior de insatisfação (Fp 2.14); pensa que nunca faz nada direito e não
satisfaz aos outros, a si mesma e nem a Deus; carrega uma sensação de culpa,
sempre impulsionada pelo que sente ser seu dever.
3. Outro trauma
é a suscetibilidade, pessoa supersensível e que já padeceu com muitas mágoas
(Jo 21.17). São pessoas que exigem muito agrado, no entanto, por mais que seja
feito algo para alegrá-las, nunca é o suficiente.
4. Também há os
que são dominados por temores. Pessoas que temem demasiadamente o fracasso, e
possuem tanto medo de perder no jogo da vida que nunca entram na partida (Mt
25.25). Assistem na plateia sem se comprometerem.
Paulo, escrevendo aos
Coríntios, tratou de problemas humanos possíveis e inimagináveis. Disputas,
divisões, contendas, Ceia do Senhor, dons de línguas, e tantos outros assuntos.
E uma quantidade considerável de sua carta era relacionada a assuntos de ordem
sexual: pré-conjugal, conjugal, extraconjugal. Esse tempo que vivemos se iguala
àquela época. Por isso, não podemos tratar esses assuntos melindrosos apenas
com a famosa receita: oração, leitura das Escrituras e jejum.
OBJETIVO
► Definir os sintomas da enfermidade da alma;
2. PASSOS IMPORTANTES PARA A
RESTAURAÇÃO
“Também o
Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza” (Rm 8.26) Essa
declaração do Apóstolo Paulo lembra qual é a ação do Espírito Santo na vida do
cristão. Ele assiste, ou seja, acompanha em conjunto, passo a passo todo o
processo de restauração de cada um. O Espírito Santo se torna companheiro,
trabalhando ao lado de quem sofre, participando de todo o processo de cura (At
15.28). Ele é o terapeuta espiritual e eficaz que nos auxilia, orientando
naquilo que é preciso fazer (Jo 14.16,26).
2.1. TER CORAGEM PARA FALAR DO
PROBLEMA
Por mais
difícil que possa parecer, é fundamental encarar o problema de frente. Admitir
e falar do assunto com outra pessoa fazem parte do processo de cura. Existem
problemas que nunca poderão ser solucionados enquanto não falarmos deles. As
confissões possuem poder terapêutico, pois a Bíblia orienta: “Confessai, pois,
os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados”
(Tg5.16), então devemos reconhecer de forma consciente nossos problemas e
procurar alguém idôneo para ajudar-nos.
2.2. HUMILDADE E
QUEBRANTAMENTO ALIADOS À RESTAURAÇÃO
De certa
forma, o mundo é composto de dois tipos de pessoas: os que se sentem
suficientes e não sentem fraquezas emocionais e espirituais, e os que
reconhecem suas limitações. Para efeito didático, chamaremos o primeiro grupo
de independentes, e o segundo grupo de dependentes. As pessoas que compõem
ambos os grupos se encontram em todos os níveis da sociedade, inclusive na
igreja de Cristo. Há crentes que se portam de maneira independente e insensível
quanto à graça de Deus, e outros que admitem sua total dependência do Senhor.
Humildade e quebrantamento são passos importantes na restauração das feridas
emocionais (Pv 18.12-14). É admitir nossas fragilidades humanas e limitações
para viver como Cristo viveu. Reconhecer nossa incapacidade e permitir que Ele
viva em nós, essa impossibilidade transforma-se em realidade: Cristo em nós é a
esperança da glória (Cl 1.27).
2.3. SABER SE QUEREMOS SER
CURADOS
Foi
exatamente essa a pergunta que o Senhor Jesus fez ao paralítico que esperava
ser curado há trinta e oito anos (Jo 5.6). Há pessoas que só querem conversar
sobre suas mazelas, e não querem a cura, Só falam para despertar a compaixão
nos outros e se utilizam dos ouvintes como uma muleta. O paralítico respondeu a
Jesus: “Mas, Senhor, ninguém me põe na água. Eu bem que tento, mas todos chegam
antes de mim.” Aquele homem esperou tanto tempo que já estava emocionalmente
abalado. Sabe-se que, mesmo fisicamente, não se pode curar uma pessoa sem que
haja, por parte da mesma, uma íntima vontade e desejo de ser curado. Os médicos
fazem a parte que lhes cabe, mas o maior trabalho fica por conta da própria
pessoa. Ninguém pode fazer por nós o que não desejamos nós mesmos. Por isso
Jesus pergunta: “Queres ficar são?” (Jo 5.6; Lc 18.41).
Não é possível mudar o
passado, mas é possível controlar seus efeitos em nossa vida. Diante dos
traumas emocionais, existem duas atitudes possíveis: a de ressentimento e a de
perdão, e mais nenhuma outra.
OBJETIVO
► Mostrar o processo da cura.
3. CURA E RESTAURAÇÃO
DIVINAS PARA OS ENFERMOS DE ALMA
Se
analisarmos um exemplo bíblico de um coração ferido, descobriremos José. Foi
atitude de perdão que salvou José de tornar-se prisioneiro do seu passado, pois
não abrigou, em seu coração, desejos de vingança (Gn 45.5). De uma maneira
maravilhosa, os sofrimentos que José experimentou foram usados por Deus, os
dias difíceis haviam-se passado e José soube deixá-los para trás.
3.1. NÃO PERMITIR O
RESSENTIMENTO
O
ressentimento, muitas vezes, apresenta-se como um empecilho à obra restauradora
de Deus e do seu Santo Espírito. O Senhor quer nos curar, mas nós recusamos a
esquecer o passado e resistimos olhar para frente. Não podemos ser escravos do
que nos aconteceu, nem de nossa história. O sofrimento, associado ao
ressentimento resulta em escravidão (Jó 5.2; Gl 5.1). É como se estivéssemos
condenados a caminhar arrastando pedras enormes amarradas aos pés. Acrescentar
ressentimento às lembranças dolorosas é criar uma mistura ácida que corrói o
coração.
Só há um meio de apagar
essas cicatrizes que se abrem com frequência: entregar, inteiramente, nossos
males nas mãos dAquele que “verdadeiramente tomou sobre si todas as nossas
dores” (Isaías 53.4).
3.2. PERMITIR A INTERVENÇÃO DE
DEUS
Todos nós
precisamos de cura e crescimento emocional. Trata-se de uma atitude de
humildade e reconhecimento de que necessitamos de Deus da cura do Senhor.
Quando temos uma ferida, colocamos um curativo e tapamos a ferida, mas ela
continua lá, e, quando esbarramos em algo, sentimos dor novamente. Assim é a
ferida emocional, também, tapamos fingindo que não está lá, mas de lá ela não
saiu. E, quando acontece alguma coisa que mexe com o nosso emocional, sentimos
novamente aquela dor. Para sermos curados, é necessário tirarmos o curativo
para que Deus derrame seu bálsamo curador.
Há pessoas que não
conseguem se apropriar da cura de Deus para os traumas emocionais. E Deus,
paciente e cuidadosamente, inicia o tratamento do nosso coração. Mas, quando
ele já está quase curado, o ferimentos começa a coçar. A pessoa diz: “Não, eu
não posso esquecer; não vou deixar isso barato”.
3.3. SOLTAR AS AMARRAS EMOCIONAIS
COM O PERDÃO
Frequentemente
há ódio, raiva e ressentimento em nossa alma, associados às lembranças
dolorosas. Na realidade, são esses sentimentos (e não o fato em si) que nos
machucam, perseguem e causam tristeza. Diariamente tais sentimentos trazem, à
tona, a dor que um dia sofremos. Quando nos ressentimos (tornar a sentir;
sentir muito), remoemos a mágoa, relembramos a ofensa, revivemos a dor e
reforçamos o sofrimento. Autorizamos àquele que nos feriu no passado o poder de
fazê-lo no presente e continuar nos ferindo no futuro. As amarras emocionais só
podem ser rompidas com o perdão. O ressentimento nos torna marionetes nas mãos
de Satanás, ficamos amarrados, controlados, escravizados, fazendo exatamente o
que ele quer (2Co 2.10,11).
CONCLUSÃO
Feridas na
alma são, aquelas que doem, mesmo quando já não vemos mais o machucado; ou
aquele que causou a ferida não está mais presente e, ainda assim, de vez em
quando, elas voltam e incomodam. Às vezes, causam insônia, falta de apetite e
tristezas. E doem muito, dói o peito, doem os olhos, dói o coração. Mas,
principalmente doem na alma.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as soluções bíblicas que
alguns irmãos apresentam para a cura de traumas emocionais?
R: Ter mais fé, orar mais e ler
mais a Bíblia.
2. Cite o exemplo de um
personagem bíblico com o coração ferido.
R: José.
3. O que pode soltar as amarras
emocionais?
R: O perdão.
4. Cite um distúrbio dos traumas
emocionais.
R: Complexo de inferioridade,
5. O que pode se tornar um
empecilho à obra restauradora de Deus?
R:O ressentimento.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de
2014, ano 24 nº 91 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA
ALMA Identificando os distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções
divinas e bíblicas
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