LIÇÃO 7 – 18 de Agosto de 2013
Fugindo do
método farisaico de educação
TEXTO AUREO
“Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; devei s, porém, fazer essas coisas e não omitir
aquelas”. Mt 23.23
VERDADE APLICADA
O Lar
Cristão é um lugar onde vivem filhos de Deus que devem criar e formar outros
filhos de Deus e para Deus, portanto, os métodos disciplinares devem ser
aplicados com justiça, misericórdia e fé.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Insistir na necessidade de haver no lar coerência entre
discurso e prática;
► Alertar sobre
os riscos e perigos de sobrecarregar o cônjuge e os filhos com exigências
excessivas;
► Ensinar que
qualquer pessoa, inclusive as criancinhas, precisam receber a Cristo como
Salvador e Senhor para poderem viver como filhos de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mt 23.1 - Então, falou Jesus à multidão e
aos seus discípulos,
Mt 23.2 - dizendo: Na cadeira de Moisés,
estão assentados os escribas e fariseus.
Mt 23.3 - Observai, pois, e praticai tudo o
que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque
dizem e não praticam.
Mt 23.4 - Pois atam fardos pesados e
difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem
com o dedo querem movê-los.
Mt 23.5 - E fazem todas as obras a fim de
serem vistos pelos homens, pois trazem largos fiiactérios, e alargam as franjas
das suas vestes,
Introdução
Quando
entrevistamos adolescentes e jovens que se desviaram da igreja, que se envolveram
com drogas ou com a criminalidade, que apresentam graves distúrbios
comportamentais, descobrimos que um percentual muito alto deles foi criado no
método farisaico de educação ou foram empurrados da Igreja porta afora por
algum obreiro que utiliza esse mesmo método. Por isso, parece útil apresentar
nesta lição, de forma resumida, os aspectos mais utilizados desse processo,
para que os pais (ou candidatos a pais), possam reconhecê-lo e evitá-lo de
pronto.
1. Os
usuários do método farisaico
Nenhum
crente quer ser identificado como membro ou aluno da Escola farisaica. Chamar
um crente de fariseu é uma ofensa inominável. O perfil dos fariseus é descrito
por Jesus e muito falado e criticado nas Igrejas. Somos constantemente
exortados a que sejamos diferentes deles. Entretanto, muitos de nós, pais,
educamos nossos filhos no método educacional farisaico e nem nos damos conta
disto.
1.1. A
posição e a doutrina dos pais no método farisaico
Neste
sistema de educação, os pais ocupam uma posição de superioridade em relação ao
cônjuge e aos filhos (Mt 23. 2). Usam Efésios 5.22,23 e 6.1 para impor a eles
suas exigências. São inflexíveis: não têm nada mais a aprender e nada a
modificar em seus posicionamentos (Mt 23.2) e, se tiverem, o cônjuge e os
filhos não podem saber disso. Nunca devem admitir um erro para que a autoridade
deles não fique abalada. Ensinam corretamente as Escrituras (Mt 23.3), mas o
fazem pelo motivo errado (Mt 23.5). Observam costumes antigos nos mínimos
detalhes. São justos aos seus próprios olhos, são dizimistas e ensinam os
filhos a sê-lo também (Lc 11.42; 18.11,12), jejuam muitas vezes (Mt 9.14), são
zelosos e dotados de qualidades especiais (Mt 23. 27,29) e guardam as tradições
antigas (Mc 7.3). Fazem, porém, tudo isso sem misericórdia e fé (Mt 12.7;
23.23).
1.2. Em que
se baseia o método farisaico na educação de filhos
Este método
disciplinar é marcado pela literalidade das regras bíblicas
acrescentadas de muitas outras regras e costumes extra bíblicos. Baseia-se em
“fazer e não fazer”. Em recompensas e punições. Não é baseado na necessidade de
conversão, tampouco em princípios, valores e fé.
No Antigo
Testamento foi colocado um pesado véu, que servia de parede para separar o Lugar Santíssimo dos
demais compartimentos da Tenda da Congregação, visto que se alguém ousasse
entrar e olhar para dentro da Área sem estar preparado era
fulminado. Desse modo, somente o sumo sacerdote, uma vez por ano
entrava no Santíssimo.
A carta
aos Hebreus diz que aquele véu era o próprio Deus/Filho, cuja santidade se
interpunha entre o pecador e Deus/Pai, que consentiu em se fazer homem, e pela
sua carne rasgada qual véu, vencer o pecado e inaugurar em Si
mesmo o novo e vivo Caminho (Hb 10.19, 20). Este sacrifício de Deus, em Jesus,
dar a todos quantos o recebem um coração novo, purificado pelo Seu
sangue (Hb 8.10,11.). Porém, quando colocamos a rigidez das regras
acima da graça de Deus e quando criamos nossos filhos para
fazerem ou deitarem de fazer coisas como se tivessem um novo coração, sem
que de fato o tenham, nós os estamos privando da Maravilhosa
Graça. Conduzamos, pois nossos filhos a receberem a
Cristo como Salvador e peçamos que Ele faça transbordar em nós a Sua graça,
para agirmos com nossos filhos e cônjuge do modo que Ele mesmo age com
os pecadores (Hb 8.12).
1.3. A vida
doméstica e o discurso do método farisaico de educação
Neste
método, o discurso e a prática nem sempre significam a mesma coisa. Falta
coerência entre o que se manda que os filhos façam e o que os
pais fazem a respeito dos mesmos assuntos. Por esse critério os pais estão
liberados para dizerem uma coisa e fazerem outra. Portanto, os filhos precisam
ouvir e obedecer ao que eles dizem e fazer de conta que não veem o que eles
fazem (Mt 23.3).
2. Indicações
do método farisaico para a vida religiosa
O perfil que
o método farisaico de educação propõe para a vida religiosa dos pais é bem
interessante e tentador. É relativamente fácil e confortável, por isso muitos
pais o utilizam equivocadamente, como se fosse o melhor método que existe para
desenvolver a “vida espiritual” da família.
2.1. O
método farisaico promete primazia
Os fariseus
criaram um método pelo qual poderiam ocupar definitivamente os lugares de honra
na sinagoga: o culto individual realizado em público, desde dizimar até orar e
jejuar, tudo era feito do modo mais chamativo possível. Este método, quando
aplicado à disciplina da família, consiste em fazer com que todos os membros
dela se apresentem no templo e na comunidade, a fim de que pareçam ser a
família mais espiritual da Igreja. Assim podem ocupar posições de destaque na
Igreja ou pelo menos receberem reconhecimento público pela excelente forma de
conduzir a família. O método é bastante utilizado, porque promete primazia a
quem o pratica. Carece de ensinar a viver em particular aquilo que se exibe em
público.
Nas
sinagogas da Palestina havia uma cadeira especial, conhecida como cadeira de
Moisés, Assentava-se
nela o homem de maior reputação entre os judeus. Além da cadeira de
Moises, havia outros assentos reservados às pessoas importantes.
2.2. Os
usuários do método farisaico buscam visibilidade
Quanto mais
desejarmos visibilidade social e eclesiástica, mais propensão teremos para
aplicar o referido método na educação da nossa família. Veja o que Jesus
declarou acerca dos mestres e alunos da escola farisaica: "... fazem todas
as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e
alargam as franjas das suas vestes” (Mt 23.5).
2.3. O
método farisaico acena para a possibilidade de reconhecimento e popularidade
Este método
cumula de elogios, de recompensas e de prêmios quem cumpre as regras ou se sai
bem na escola e/ou nos esportes e humilha a quem as descumpre e não consegue se
sair tão bem naquelas atividades. Há pais, usuários do método farisaico, que
premiam todos os acertos e vitórias dos primeiros com broches de estrelas e os
últimos recebem bonés de orelhas de burro para todos os seus erros e fracassos.
Tal ensinamento recomenda que os pais declarem seu amor pelos filhos mais
regrados e obedientes e o silenciem para os demais, que façam comparação entre
um filho e outro, que ressaltem as faltas dos menos favorecidos diante dos
demais membros da família, que apliquem punições severas para servir de exemplo
aos outros filhos, e que neguem carinho ou um abraço afetuoso àquele que acabou
de ser corrigido por infringir uma regra.
3. Falhas, riscos e perigos do modelo
farisaico de educar
Por ser um
método baseado em fazer e não fazer coisas, o farisaico é de fácil aplicação e
por isto mesmo muito utilizado, inclusive por cristãos sinceros que criticam os
fariseus dos tempos bíblicos, mas nem sempre reconhecem que existem nos tempos
modernos também, Entretanto, é um método que apresenta falhas graves e oferece
riscos e perigos aos educados por meio dele.
3.1. A falha
A maior e a
mais grave falha do método farisaico consiste no esquecimento do “ser” da
criança por priorizar o fazer e o ter. Os pequenos são ensinados como e quando
devem fazer o que lhes é mandado, e são informados das recompensas por
obedecerem e dos castigos por desobedecerem, porém, não são orientados acerca
dos princípios, dos valores que precisam. Por exemplo, não lhes é exigido que
sejam honestos, apenas que ajam com honestidade.
Assim, as
crianças farão algo para obter coisas, privilégios, e tentarão
parecer com aquilo que não são para ganhar aprovação e
aceitação: o filho obedecerá não conscientemente, mas porque
ganhará alguma coisa de que se agrade, ou será poupado daquilo que
o desagrada.
3.2. Os
riscos
Por carecer
de valores importantes e fundamentais como convicções próprias, fé, segurança,
equilíbrio emocional e certeza do amor dos pais (Mt 23.23), não raro, quando
obtêm um pouco de liberdade, filhos educados no método farisaico se desviam da
disciplina paterna e da Igreja também. Se alguém perguntar a uma adolescente,
educada pelo método farisaico, porque ela conserva sua virgindade,
provavelmente responderá que precisa fazê-lo porque se não o fizer, seus pais a
expulsam de casa. Se perguntarem a um estudante, educado nesse mesmo sistema,
porque ele não cola naquela prova tão difícil, responderá que não o faz porque,
se for apanhado colando, sua prova será recolhida e ele vai ficar sem nota
nenhuma: como explicará isto aos pais?
3.3. Os
perigos
Pelos
motivos expostos no tópico anterior, é grande o perigo de, surgindo a oportunidade,
filhos educados no método farisaico se envolverem com drogas e outros vícios,
se tornarem presas fáceis para pessoas mal intencionadas e de fazerem todo o
tipo de esforço e concessões para não serem punidos e obterem reconhecimento,
aceitação e popularidade. Mas há um perigo mais grave ainda, pois é de natureza
eterna: pais que optam pelo método farisaico de criar filhos, podem criá-los
para o inferno ao invés de criá-los para o Céu (Mt 23.15). O perigo existe,
porque neste método, o excesso de regras e mandamentos sobrecarrega os filhos
de tal forma que, para se livrar do peso deles, também
abrem mão de Deus e da Salvação, pois os associam ao fardo insuportável que
carregam desde pequeninos (Mt 23,4). Eles raciocinam: “Se isto é ser salvo,
prefiro não sê-lo”.
Conclusão
Fujamos,
pois, do trágico erro dos fariseus, o qual faz com que criemos nossos filhos
para parecerem que são filhos de Deus, sem de fato o serem, que desenhemos na
mente deles a imagem de um deus tirano e legalista, do qual estão sempre com
medo (Rm 8.15). Tal imagem os conduz para longe do Bom Deus e os impede de se
deleitarem na herança da graça, misericórdia e amor, como fazem os filhos
amados (Rm 8.17). O Apóstolo Paulo alerta: “Se, pois, estai mortos com Cristo
quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como
se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem
pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma
aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina
do corpo, mas não têm valor algum contra a sensualidade.” (Cl 2.20-23)
QUESTIONÁRIO
1. Qual a
posição dos pais no sistema farisaico de educação?
R: Os pais
ocupam uma posição de superioridade em relação ao cônjuge e aos filhos.
2. Qual a
base do método farisaico de educação dos filhos?
R: Pela
literalidade das regras bíblicas, acrescentadas de muitas outras regras e
costumes extra bíblicos. Baseia-se em fazer e não fazer. Em recompensas e
punições.
3. Que tipo
de primazia promete o método fariseu?
R:
Visibilidade e notoriedade, abolindo a vida particular com Deus:
4. A quem o
método farisaico recomenda declaração de amor?
R: Aos filhos mais
regrados e obedientes.
5. Quais os
riscos do método farisaico?
R: Podem
levar os filhos u se desviarem da disciplina paterna e da Igreja também.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2013, ano 23 nº 88 – Jovens e Adultos -
“Dominical” Professor - Família
cristã resgatando os valores Cristãos na era dos relacionamentos
descartáveis.
Comentário
Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
Comentário
Bíblico Expositivo Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman
Champlin
Comentário
Esperança - Novo Testamento
Comentário
Bíblico Expositivo - William Barclay
Comentário
Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Bíblia –
THOMPSON (Digital)
Bíblia de
Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário
Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes
Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
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