Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Liderança em tempo de reformas



LIÇÃO 5 – 03 de Fevereiro de 2013

Liderança em tempo de reformas

TEXTO AUREO

“Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ne 2.20

VERDADE APLICADA

A obra de Deus precisa de líderes capazes, que tenham coragem e que não se acomodem ao caos, mas empreendam reformas para um novo recomeço.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Refletir sobre a importância de se fazer reformas sempre que necessário;
 Entender que num ambiente de reformas sempre haverá idéias contrárias e/ou antagônicas;
 Mostrar que Deus sempre precisa de líderes que possam efetuar reformas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ne 2.16 - E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma. Ne 2.17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio.
Ne 6.3 - E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

Introdução
A situação social e religiosa, que precedeu à reconstrução de Jerusalém, sob a liderança de Esdras, Zorobabel e Neemias, foi a de completo abandono. Com a expatriação das classes sociais mais influentes para a Babilônia em três etapas, a condição das terras de Judá e principalmente de Jerusalém foi à de desamparo e de extrema pobreza. Os que retornaram agora juntos com os nativos precisavam de uma liderança reformadora, o que coube a Zorobabel, Esdras e Neemias

1. A reconstrução do templo
Com tantos inimigos que habitavam na terra de Judá e especificamente em Jerusalém, a primeira vista parece estranho que a prioridade dos judeus fosse à reconstrução do templo e não o sistema de defesa. Porém, para que um povo seja forte, precisa, sobretudo ser unido, e um dos elementos mais agregadores de indivíduos é a religião. Por isso a primeira coisa que fizeram sob a liderança de Zorobabel e demais levitas foi à restauração do culto a Jeová. Não há dúvida que foram muito sábios, agora vejamos como procederam:

1.1. A construção de um altar (Ed 3.1-3)
A pressão dos inimigos era muito grande, pois não queriam que os judeus fossem restaurados como nação, visto que, dessa forma, eles assumiriam a influência e o controle sobre a região, que por herança pertencia a eles. Para reunir o povo e consolidá-los futuramente como nação, Zorobabel e demais levitas trataram de construir um altar. O altar é o centro do culto judaico, o canal de adoração e comunhão, um ponto indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus. Devemos aprender quão poderosa é a adoração! A comunhão com Deus nos propicia, em seu exercício diário, vitória sobre os nossos inimigos residentes em nós mesmos e externos: a carne, o mundo que nos assedia e o maligno que o controla. Nossa vitória consiste em ter um altar de pé.
A edificação do altar (3:1-3). O sétimo mês era tisri, equivalente a setembro-outu-bro, um mês bastante sagrado para o povo (Lv 23:33-44). Começava com a festa das trombetas; o dia da expiação era comemo­rado no décimo dia e, do décimo quinto ao vigésimo primeiro dia, comemorava-se a festa dos tabernáculos. Porém, a primeira coisa que o sumo sacerdote Josué fez foi restau­rar o altar, para que pudesse oferecer os sa­crifícios para o povo. Os judeus estavam com medo das nações poderosas a seu redor que não se mostraram satisfeitas com a volta dos judeus. Assim, o povo desejava ter certeza de que estava agradando ao Senhor. Mais uma vez, vemos um paralelo com Abraão, que edificou um altar assim que chegou à terra de Canaã (Gn 12:7). Esse é o retrato que o Antigo Testamento apresenta para aquilo que encontramos em Mateus 6:33. Josué também restabeleceu os diversos sacrifícios prescritos pela lei, que incluíam um holocausto a cada manhã e no final da tarde bem como ofertas adicionais para dias especiais. Não era necessário esperar que o templo estivesse pronto para oferecer sacrifícios a Deus. Desde que houvesse um altar santificado, era possível realizar os sacrifícios. Afinal, o maior interesse de Deus não é nos aparatos externos, mas sim no coração (1 Sm 15:22; SI 51:16, 17; Os 6:6; Mc 12:28-34).


1.2. Os alicerces do templo e a oposição
No ano seguinte após erigir o altar, Zorobabel, outros sacerdotes e os levitas lançaram os alicerces do novo templo, no mesmo lugar em que Salomão construíra o primeiro. Essa foi uma ocasião festiva, com danças e com os sacerdotes paramentados com instrumentos musicais, eles tornaram aquele momento inesquecível. Os mais velhos, que chegaram a ver a primeira casa choraram de emoção e os mais jovens gritaram de alegria de maneira que se confundiam os júbilos com os choros. Mas, quando os inimigos souberam do que aconteceu, falsamente se ofereceram para ajudar a construir o templo, mas Zorobabel e demais líderes rejeitaram a ajuda. Em seguida, escreveram uma maldosa carta ao rei Artaxerxes, acusando-os falsamente de insubordinação e má intenção na construção. O soberano ordenou a força que se parasse a obra e ela ficou parada durante 16 anos, até a sua retomada A oposição satânica ao verdadeiro culto acontecerá sempre, a fim de impedi-lo ou pelo menos atrapalhá-lo, mas o segredo da vitória está em resisti-lo firme e constantemente.




1.3. A conclusão do templo
Todos nós gostaríamos de que a obra de Deus se efetuasse sem oposições, mas aprendemos que devemos ser firmes, pacientes e constantes enquanto aqui estivermos. Com a oposição samaritana, passou-se o entusiasmo pueril dos judeus na construção do templo. As pessoas se voltaram para edificação de suas confortáveis casas, deixando o templo do Senhor para depois (Ag 1.2-6 Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado.). Se bem que inicialmente, não havia muito o que fazer. Depois de algum tempo levantou-se um movimento profético de reencorajamento à construção do novo templo, encabeçado por Ageu e Zacarias (Ed 5.1); e também dos anciãos do povo (Ed 5.5-8 Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta sobre isso. Cópia da carta que Tatenai, o governador daquém do rio, com Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estavam daquém do rio, enviaram ao rei Dario. Enviaram-lhe uma relação; e assim estava escrito nela: Toda a paz ao rei Dario. Seja notório ao rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, que se edifica com grandes pedras, e já a madeira se está pondo sobre as paredes; e essa obra apressuradamente se faz e se adianta em suas mãos.). E assim, reiniciaram a obra e conseguiram autorização oficial para sua conclusão, em que Tatenai, um governador dalém do rio, foi proibido de continuar a fazer qualquer tipo de oposição. Dessa forma a construção foi concluída em 516 a.C., ou seja, 21 anos depois do lançamento de seus alicerces (Ed 6.15 E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario.).
A apostasia dos judeus foi punida severamente até que eles entendessem quão amargo é afastar-se do Deus vivo. Num retorno a terra natal, quantas dificuldades para retornarem a uma adoração dinâmica e firmarem-se como nação. A oposição pode arrefecer o entusiasmo, fazer com que nos voltemos para nós mesmos e para nossas construções seculares que não são capazes de nos dar plena satisfação. Portanto, muito cuidado, Satanás é o deus desse século e cuida dos pensamentos que são meramente dos homens e não dos de Deus (Mt 16.23)

2. A reconstrução dos muros
Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando recebeu o relatório da situação de Jerusalém, interiormente se sentiu em pedaços, movendo-se de íntima compaixão pelos judeus que estavam na terra de Judá e por Jerusalém. Neemias intercede pelo povo, consegue autorização e dirige-se para Jerusalém, a fim de iniciar o seu trabalho de reformas. Ao chegar lá, prudentemente faz um levantamento pessoal da situação para poder dar início. O interesse e a generosidade de Neemias mostra que não devemos ser apáticos a obra de Deus e ao sofrimento alheio, precisamos nos arriscar, envolver-nos e assemelharmo-nos com o Filho Deus.

2.1. Neemias motiva (2.11-20)
Quando Neemias lá chegou, Esdras já estava. Sendo que Esdras se preocupa mais com a construção do templo e na organização de todos os registros sagrados. A Esdras se atribui a organização do Canon do Antigo Testamento. Já Neemias se preocupa inicialmente com a i reconstrução do muro, que era a ativação do sistema de defesa da cidade. Para isso, como excelente líder, reúne as autoridades de Jerusalém e traz uma palavra persuasiva de motivação a fim de que reconstruíssem os muros. Os magistrados aceitam prontamente o desafio e iniciam a obra. Agora cabe observarmos quão importante é uma palavra motivadora na obra de Deus, não basta ter planos é necessário encorajamento para reformar.
Quando Neemias houve considerado o assunto, disse aos judeus que Deus tinha colocado em seu coração edificar as muralhas de Jerusalém. Não começa a fazê-los sem eles. Estimulemo-nos a nós mesmos e os uns aos outros no que é bom, para fortalecer-nos mutuamente. Somos fracos em nosso dever quando somos frios e indiferentes.
A inimizade da semente da serpente contra a causa de Cristo não está limitada a uma época ou nação. A aplicação para nós é clara. A igreja de Deus pede nossa ajuda. Não está desolada e exposta a ataques? Causa-lhe tristeza considerar seu baixo estado? Que nenhum negócio, prazer ou apoio de um partido capture tanto sua atenção como para que Sião e seu bem-estar não lhe interessem.

2.2. Neemias zela pela consecução (Ne 4)
Quantas vezes o trabalho do Senhor é negligenciado por falta de iniciativa ou de zelo pela sua consecução. A oposição é natural que aconteça, mas é necessário suportar as contradições. A falta de reformas em Judá havia-se tornado um caso inescrupuloso de falta de iniciativa. Mas quando os magistrados são exortados a reconhecerem a miséria em que estavam eles foram humildes em reconhecer isso (Ne 2.17). Logo, prontamente se puseram a trabalhar com entusiasmo, porém os samaritanos que habitavam a terra começaram o seu antagonismo com deboches e ameaças (Ne 2.19; 4.1-2). Os trabalhadores, porém, armaram-se para continuar a obra, providenciaram trombetas para o toque de alerta caso a situação necessitasse, e, com esses cuidados, permaneceram até a conclusão do muro.
Mais de uma boa obra tem sido olhada com desdém por escarnecedores orgulhosos e altaneiros. Pessoas que discrepam entre si quase em tudo, se unem para a perseguição. Neemias não contestou aos néscios conforme a sua estultícia; antes recorrei a Deus em oração. Freqüentemente o povo de Deus tem sido desprezado, mas Ele ouve todos os dardos que lhe são lançados e é para consolo deles que assim o faça. Neemias tinha razão para pensar que os corações desses pecadores estavam completamente endurecidos, caso contrário não teria orado que seus pecados nunca fossem apagados. A boa obra continua avançando quando a gente se preocupa por ela. As repreensões dos inimigos deveriam alentar-nos em nosso dever, em lugar de afastar-nos dele.
Os homens malvados procuram obstruir a boa obra, e se prometem alcançar o êxito nisso, mas a boa obra é obra de Deus e prosperará. Deus tem muitas formas de levar a luz, e assim, reduzir à nada as estratagemas e desígnios dos inimigos de Sua igreja. Se nossos inimigos não podem assustar-nos para afastar-nos de nosso dever, nem enganar-nos para que pequemos, não podem prejudicar-nos. Neemias se colocou sob a proteção divina, ele mesmo e sua causa. Foi o método deste bom homem e deveria ser o nosso. Todas suas preocupações, todas suas penas, todos seus temores, os depositou diante de Deus. Antes de usar um meio, ele o apresentava em oração a Deus.
Tendo orado, pôs uma guarda contra o inimigo. Se pensarmos nos assegurar por meio da oração, sem vigiar e estarmos alertas, somos preguiçosos e tentamos a Deus; porém, vigiar alertas, sem orar, é sermos orgulhosos e insolentes com Deus: Deus qualquer forma, abandonamos Sua proteção. O cuidado que Deus tem de nossa seguridade deveria comprometer-nos e estimular-nos a continuar avançando com vigor cumprindo nosso dever. Tão logo como termine um perigo, regressemos à nossa obra e confiemos em Deus novamente.
Sempre devemos estar em guarda contra os inimigos espirituais, sem esperar que nossa guerra termine quando acabe nossa obra. A palavra de Deus é a espada do Espírito, a qual sempre devemos ter na mão, e nunca teremos que buscá-la em nossas tarefas e em nossos conflitos como cristãos. Todo cristão verdadeiro é trabalhador e soldado que opera com uma mão e luta com a outra. Provavelmente a boa obra siga adiante com êxito quando os que trabalham nela o façam com diligência. Satanás teme atacar o cristão alerta, porque, se for tentado, o Senhor peleja por ele. Assim, temos de esperar o fim da vida, sem tirar-nos a armadura até que terminem nossa obra e nossa guerra; então seremos recebidos no repouso e no gozo de nosso Senhor.

2.3. Celebrando a reconstrução (Ne 12.27-43)
A conclusão do muro com seus respectivos umbrais levaram 52 dias, assim estava acabada aquela obra que impôs respeito aos vizinhos antagônicos, pois reconheceram que Deus os ajudara naquela realização. A dedicação dos muros foi feita em celebração, todos os músicos levitas foram convocados especialmente e o evento foi de alegria geral. Apenas quando não nos acomodamos ao caos é que podemos transformar uma situação, depois da situação transformada a vergonha desaparece, o inimigo nos respeita e podemos celebrar definitivamente em Deus a nossa vitória.
Todas nossas cidades, todas nossas casas, devem ter escritas sobre elas: Santidade a Jeová. O crente nada deve empreender que não seja dedicado ao Senhor. Devemos preocupar-nos de lavar nossas mãos e de purificar-nos o coração, quando qualquer obra para Deus tiver de passar por eles. Os que sejam empregados para santificar os outros, devem santificar-se a si mesmos e separar-se para Deus. Para os santificados, todas as consolações como criaturas e os gozos são santos.
O povo se regozijou grandemente. Todos os que participam nas misericórdias públicas devem unir-se à ação de graças em público.

3. As reformas ético morais
Embora as reformas de natureza religiosa e de estruturação da defesa tivessem sido levadas a efeito, ainda precisavam continuar na sua diversificação para o bem estar daquela sociedade. Isto é, eles precisavam vivenciar o conjunto de regras e deveres para com o seus semelhantes que já estavam prescritas na Lei de Moisés. Logo os reformadores perceberam que precisavam combater duas frentes destrutivas, os inimigos externos que eram os samaritanos com os demais povos misturados, e os internos, que eram os próprios judeus que começaram a explorar a seus irmãos.

3.1 O bom exemplo de Neemias (Ne 5.13-21)
Neemias procurou mostrar o seu temor a Deus e respeito para com o próximo, em que jamais buscou tirar proveito para si, mesmo de suas funções. Ainda que outros tirassem pão, vinho e prata para si aproveitando da própria função, jamais Neemias e nem os que com ele estavam na administração se aproveitaram nos doze anos em que ali permaneceram. O temor de Deus impede o crente de utilizar-se de embustes que venham defraudar o semelhante, mesmo que sejam legais, mas perante a própria consciência e diante de Deus são reprováveis, imorais e antiéticos.
Os que verdadeiramente temem a Deus não se atrevem a fazer nada cruel ou injusto. Que os que estejam em cargos públicos se lembrem que estão ali para fazer o bem, não para enriquecer-se. Neemias faz menção disto a Deus, orando não como se ele tivesse merecido algum favor de parte de Deus, senão para mostrar que ele dependia somente de Deus para que compensasse o que tinha perdido e deixado por sua honra. Neemias falou e agiu evidentemente como quem se sabia pecador. Não pretendia reclamar um prêmio como se lhe for devido, senão da forma em que o Senhor recompensa um copo de água dado a um discípulo por amor a Ele. O temor e o amor de Deus no coração e o verdadeiro amor aos irmãos levarão a toda boa obra. Estas são evidências próprias da fé que justifica e nosso Deus reconciliado favorecerá as pessoas deste caráter, conforme a todo o que tenham feito por seu povo.

3.2. Medidas contra a exploração do próximo (Ne 5.1-12)
Os judeus estavam lutando para reestruturar-se como nação, mas, em época de carestia, logo começaram a oprimir os próprios compatriotas, obrigando-os a penhorar os seus bens em troca de dinheiro para a alimentação, inclusive os tributos. Houve absurdos até do ponto de vista deles mesmos, em que os filhos foram entregues como servos para que eles não morressem de fome. O povo, não tendo mais o que fazer, foi clamar a Neemias, que reuniu a todos e exigiu o perdão das dívidas e a restituição das terras, vinhas, olivais, os dízimos (ágio), trigo, etc. Neemias nem o que havia emprestado quis de volta, como medida exemplar. Que isso nos sirva de lição, pois há sempre quem procure tirar proveito das calamidades e tragédias alheias dando vazão a sua própria cobiça, esquecendo-se de que Deus julgará tais injustiças.

Os homens depredam seus congêneres: desprezando o pobre reprovam seu Criador. Tal conduta é uma desgraça para qualquer, mas quem pode aborrecê-la o suficiente quando a adotam os cristãos professantes? Com compaixão pelos oprimidos, devemos lamentar as penúrias sob as quais gemem muitos no mundo, pondo nossas almas no lugar das deles e lembrando em nossas orações e com nosso socorro aos que estão carregados. Mas deixemos que os que não demonstram misericórdia esperem juízo sem misericórdia.
Neemias sabia que ainda que edificasse as muralhas de Jerusalém muito altas, muito grossas ou muito fortes, a cidade não poderia estar a salvo enquanto houver abusos nela. A forma correta de reformar a vida dos homens é convencer de pecado suas consciências. Se você andar em temor de Deus não será cobiçoso de ganho mundano, nem será cruel com seus irmãos. Nada expõe a religião à repreensão mais que a mundanalidade e dureza de coração dos que a professam. Os que insistem rigorosamente em seus direitos tratam, com muita pouca graça, de convencer os outros de que cedam nos seus.
Quando se arrazoa com gente egoísta é bom comparar sua conduta com a dos que são generosos, mas é ainda melhor apontar o exemplo dAquele que se fez pobre por nós sendo rico, para que nós, por sua pobreza, fossemos enriquecidos (2 Co 8.9). Eles fizeram conforme com a promessa. As boas promessas são coisas boas, mas são melhores as boas obras.

3.3. Medidas contra o casamento misto (Ne 13.23-29)
O casamento misto não era uma situação isolada, mas tomou-se um grande mal, pois tal prática estava generalizada. É muito provável que as mulheres judias estivessem sendo negligenciadas pela escolha das mulheres estrangeiras, o perigo disso era que, em médio prazo, perderiam a identidade judaica e se enfraqueceriam como os das tribos do norte que, agora eram os samaritanos. Ali estava um remanescente que deveria se preparar para vinda do Messias, não se tratava de etnocentrismo, mas da promessa que fora direcionada a Judá e implicava que eles zelassem por isso também. Os maridos judeus, na ocasião, tiveram com lágrimas de dispensar suas esposas e filhos, foi algo bem doloroso. Hoje um crente não dispensa o seu cônjuge descrente, pois o crente santifica o outro (ICo 7.14; lFe3.1).
Se cada pai for ímpio e de natureza corrupta, inclinará os filhos a seguir seu mau exemplo; isto é uma forte razão pela qual os cristãos não devem unir-se em jugo desigual. Deve prestar-se sumo cuidado à educação dos filhos em quanto ao cuidado da língua para que não aprendam a linguagem de Asdode, nem a conversação impura ou ímpia, nem a comunicação corrompida.
Neemias mostrou o errado destes matrimônios. Alguns, mais obstinados que o resto foram açoitados, isto é, mandou que fossem açoitados pelos oficiais conforme com a lei (Dt 25.2-3).
Aqui estão as orações de Neemias nesta ocasião. Ele suplica: "Lembra-te deles, Deus meu". Senhor convence-os de pecado e converte-os; coloca em suas mentes o que devem ser e fazer. Os melhores serviços para o público têm sido esquecidos por aqueles para os que foram feitos e, portanto, Neemias se encomenda a Deus para que o recompense. Isto bem pode ser o resumo de nossas petições; não necessitamos mais que isto para fazer-nos felizes: "Lembra-te de mim, meu Deus, para bem". Podemos esperar humildemente, que o Senhor se lembre de nós e de nossos serviços, ainda que, depois de vidas de inesgotável atividade e utilidade, ainda veremos causa para aborrecer-nos e arrepender-nos com pó e cinzas, e clamar com Neemias: "Salva-me, Deus meu, conforme com a grandeza de Tua misericórdia!".
O cristão solteiro tem como padrão bíblico se comprometer com alguém que se compatibilize com a sua fé, para que vindo a se casar com as diferenças não venham fragilizar de tal modo que comprometa o próprio casamento e ou a criação dos filhos, gerando assim um lar dividido. Mas alguém que se converte nessa situação não deve dispensar o cônjuge por motivos religiosos, se ele consente em viver maritalmente. Repetimos, o crente santifica o cônjuge descrente.

Conclusão
Apesar dos grandes desafios, esse foi um tempo de prosperidade e de alegria para os judeus. Retornaram para as suas terras, reconstruíram o templo, os muros, a cidade, retomaram o comércio, etc. Todavia, não teriam conseguido sem líderes capazes como Esdras, Zorobabel, Neemias e vários outros reformadores. Realizar a obra de Deus é se mover, empreender reformas, é ter coragem para um recomeço na vontade d’Ele. Se assim é, mexa-se e faça a sua parte!

QUESTIONÁRIO

1. Qual a importância da construção do altar? Dê o motivo sócio-religioso:
R: O altar é um ponto indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus.
2. Que finalidade tem a oposição satânica contra o verdadeiro culto?
R: Ocorrerá sempre com a finalidade de impedi-lo ou atrapalhá-lo.
3. O que fizeram os judeus depois que a construção do templo foi embargada?
R: Voltaram-se para a edificação de suas confortáveis casas.
4. Que tipo de palavra Neemias dirigiu aos magistrados para que iniciassem o trabalho?
R: Trouxe uma palavra persuasiva de motivação.
5. Aponte uma reforma no campo ético-moral:
R: Medidas contra a exploração do próximo; e contra o casamento misto.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2013, ano 23 nº 86 – Jovens e Adultos – Vida Cristã Vitoriosa.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento 
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

João Batista, um homem resignado.


LIÇÃO 4 – 27 de Janeiro de 2013


TEXTO AUREO

“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele”. Mt 11.11

VERDADE APLICADA

João Batista é um gigante da fé que se resignou para preparar o caminho daquele que viria depois dele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar o ambiente familiar em que João se desenvolveu, e a importância de reproduzirmos tal ambiente;
 Revelar que Deus, antes de escolher João, escolheu e preparou uma família piedosa para o seu pleno desenvolvimento;
 Relembrar que não há evangelho e desempenho ministerial verdadeiro sem resignação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 11.10 - porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho.
Mt 11.11 - Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele.
Mt 11.12 - E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
Mt 11.13 - Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.

Introdução
João era de origem simples, como veremos a seguir, porém, de uma grandeza admirável. Apesar de ter hábito alimentar e vestuário heterodoxos dos seus contemporâneos, ele conseguia ser uma poderosa fonte de influência para eles, no que tangia a esperança do reino messiânico. É tanto, que as suas raízes, sua missão e sua autoresignação Fizeram dele uma estrela de primeira grandeza no cenário bíblico de sua época.

1. As raízes de João
João, o batizador, ocupa nas páginas do Novo Testamento um papel muito relevante, o de iniciar a transição de uma aliança antiga para outra nova proposta por Deus em Jesus Cristo. João veio trabalhar em favor do cumprim ento cabal das profecias soteriológicas, anunciando o mistério de Deus oculto de todos os séculos, de maneira que teve a honra de ser o pioneiro da própria pregação do arrependimento. Entretanto, para que pudesse por mãos à obra teve de esperar quase trinta anos, vejamos como isso começou.

1.1. Nascido em um lar piedoso (Lc 1.5-7 No tempo de Herodes, rei da Judéia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia ao grupo sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril; e ambos eram de idade avançada.)
Os pais de João eram Zacarias e Isabel, ambos são descritos como pessoas de elevado padrão espiritual, de profundo comprometimento com Deus e vida exemplar diante de seus contemporâneos. Entretanto Isabel era estéril, o que lhe dava um a condição extremamente humilhante em sua cultura (Lc 1.25 E ela dizia: “Isto é obra do Senhor! Agora ele olhou para mim favoravelmente, para desfazer a minha humilhação perante o povo”.). Zacarias foi sacerdote, da ordem de Abias, e é descrito por Lucas oferecendo incenso a Deus no templo, quando lhe apareceu o anjo e anunciou-lhe a resposta de suas orações, isto é, que sua esposa daria a luz um filho a quem deveria chamá-lo de João, que significa, “Jeová é um doador precioso”.
Um sacerdote fiel (vv. 5-7). Zacarias ("Jeová se lembrou") e Isabel ("Deus é meu juramento") era um casal piedoso. Ambos pertenciam à linhagem sacerdotal. Os sacerdotes eram divididos em 24 turnos (1Cr 24), e cada sacerdote servia no templo duas semanas por ano. Apesar da iniquidade a seu redor, Zacarias e Isabel obedeciam à Palavra de Deus fielmente e eram irrepreensíveis Sua única tristeza era não terem filhos. Pediam sempre a Deus que lhes concedesse uma família. Nem imaginavam que Deus responderia a suas orações e lhes daria não um sacerdote, mas um profeta! Seu filho não seria um simples profeta, pois proclamaria o Rei que estava porvir.


1.2. Nascido com propósito (Lc 1.17b E irá adiante do Senhor, no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais a seus filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, para deixar um povo preparado para o Senhor.)
Sempre se pensa em João Batista como alguém escolhido por Deus antes de seu nascimento para uma missão, e isso é verdade explícita nas Escrituras. O que, às vezes, não se dá conta é que seus pais é que foram escolhidos para prover-lhes uma educação piedosa primeiramente.
O primeiro ambiente, que oferece impressões indeléveis para um ser humano por toda a sua vida, é a família, daí a responsabilidade que os pais têm desde a formação da criança. O casal cristão, desde o início, deve se preparar para viver em plena dedicação ao ensino de seus filhos, mesmo antes do nascimento deles, afinal eles são herança do Todo Poderoso. Caso contrário, estaremos contra os propósitos eternos de Deus em permitir a ignorância, a pecaminosidade e a perdição eterna em nossa família e sociedade.



Acriança receberia o Espírito Santo antes de nascer (Lc 1:41) e seria um profeta de Deus, apresentando seu Filho ao povo de Israel (ver Jo 1:15-34). Conforme Isaías havia prometido, Deus usaria o ministério de João para conduzir muitas pessoas ao Senhor (Is40:1-5).
Muitos seriam arrancados da alienação de “Deus” e novamente reconduzidos a Deus pela via do arrependimento. A marca característica da atuação de João é, como outrora em Elias, “o poder”.

1.3. A mão do Senhor estava com ele (Lc 1.66 Todos os que ouviam falar disso se perguntavam: “O que vai ser este menino?” Pois a mão do Senhor estava com ele.)
A declaração acima, acerca de João, é um a reflexão de Lucas, aquele que pesquisou mais e dedicou-se em trazer detalhes que são omitidos nos outros evangelhos. O sentido de “a mão do Senhor” revela a orientação especial de Deus, e a presença do Espírito Santo conduzindo todo o processo que veio a culminar na vida adulta de João, tornando-se quem ele foi. Evidentemente, a chamada de João foi muito especial, mas o privilégio de ter a mão do Senhor sobre si é para todos. Um casal, mais especificamente a mulher gestante cheia do Espírito Santo fará com que o bebê, em seu ventre, já seja influenciado por essa virtude. Isso não eliminará os problemas próprios da infância, mas propiciará mais satisfação interior para pais e filhos.
Deus abençoou abundantemente Zacarias e Isabel. Conforme havia prometido, o Senhor lhes deu um menino, ao qual chamaram de João, como Deus havia instruído. Os judeus, com razão, consideravam os filhos dádivas de Deus e "herança do SENHOR "(Sl 127:3-5; 128:1-3), pois são isso mesmo. Israel não seguia a prática de seus vizinhos pagãos que abortavam ou abandonavam os filhos. Quando pensamos que um milhão e meio de bebês são abortados todos os anos só nos Estados Unidos, vemos como nos afastamos das leis de Deus. "As forças mais poderosas do mundo não são os terremotos e os raios", disse E.T. Sullivan. "As forças mais poderosas do mundo são os bebês." Era costume chamar o menino pela família, de modo que amigos e parentes ficaram espantados quando Isabel insistiu que o bebê deveria se chamar João. Zacarias escreveu numa tábua: "João é seu nome", e ponto final Naquele mesmo instante, Deus abriu aboca do sacerdote idoso.
Deus entregou aos crentes um projeto educacional através de Moisés, como vimos em lição anterior. Porém a realização dele pode ser acompanhada com ou sem a presença de Deus. Isso quer dizer, que a instrução no lar pode acontecer apenas como uma responsabilidade religiosa e social, o que, sem dúvida, é importante. Mas o mais importante, é que o Espírito Santo participe de todo processo como um óleo nas engrenagens, ou como uma chama no interior de todos os familiares, trazendo vida, dando um toque especial. Esse é um sublime projeto de Deus e de fé.

2. João, uma voz profética
Assim como Jesus, João, o Batista teve a sua vida oculta, a partir do seu nascimento. Na época em que foi escrito os evangelhos, as pessoas não se preocupavam em dar certos detalhes, como fazem os escritores modernos. Por isso, praticamente, quase nada temos desses momentos que antecederam o ministério profético de João. Entretanto, sabemos que ele depois de certo tempo se isolou por deliberação própria nos desertos, tudo indica que se acolheu entre os essênios e daí procede a prática do batismo empregada por ele. Isso sucedeu até que se manifestou publicamente como um a voz profética em meio a sua geração.

2.1. No Espírito de Elias
Em geral os judeus aguardavam a manifestação literal de Elias como um precursor do Rei ungido, que reinaria sobre Israel (Ml 4.5 Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR;). Ele viria em um tempo em que o amor paterno esfriara trazendo um reavivamento do amor no seio familiar. O Senhor Jesus corrigiu essa concepção, mostrando o cumprimento total em João (Mt 11.7-17 E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que se trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir ouça. Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.). O próprio anjo anunciou, “ele irá adiante do Senhor, no espírito e poder de Elias” (Lc 1.17). Isso quer dizer que João desenvolveria um ministério nos antigos moldes de autoridade de seu antecessor. Tal espírito e poder traria um impacto na nação inteira, o que de fato aconteceu, pois a sua fama e ministério profético se tomaram conhecidos em todos os termos de Israel.
O que Cristo disse acerca de João não somente foi para elogiá-lo, senão para proveito do povo. Os que ouvem a palavra serão chamados a dar conta de seu proveito. Pensamos que se termina o cuidado quando se termina o sermão? Não, então começa o maior dos cuidados.
João era um homem abnegado, morto para todas as pompas do mundo e os prazeres dos sentidos. Convém que a gente, em todas suas aparências, seja coerente com seu caráter e situação.
João era homem grande e bom, porém não perfeito; portanto, não alcançou a estatura dos santos glorificados. O menor no céu sabe mais, ama mais, e realiza mais louvando a Deus e recebe mais dEle que o maior deste mundo. Mas por Reino dos Céus, aqui deve entender-se melhor o reino da graça, a dispensação do evangelho em seu poder e pureza. Quanta razão temos para estarmos agradecidos que nossa sorte corra nos dias do Reino dos Céus, sob tais vantagens de luz e de amor! Existem multidões que foram trazidas pelo ministério de João e chegaram a ser discípulos dele. E houve os que lutaram por um lugar neste reino, que ninguém pensaria que tinham direito nem título por isso, e pareceram serem intrusos. Nos mostra quanto fervor e zelo se requer de todos. É necessário negar o eu; é mister mudar a inclinação, a disposição e o temperamento da mente. Os que tenham um interesse na salvação grandiosa, o terão a qualquer custo, e não pensarão que é difícil nem a deixarão ir sem uma bênção. As coisas de Deus são de preocupação grande e comum. Deus não requer mais de nós que o uso justo das faculdades que nos deu. A gente é ignorante porque não quer aprender.

2.2. Preparando o caminho
A missão de João consistia em ser o mensageiro por Deus antecipadamente preparado, a fim de preparar o caminho do Rei ungido que haveria de se manifestar. Ele foi, portanto, um reparador de veredas conforme Isaías 40.3. Essa função existia no Antigo Testamento em que um supervisor ia diante do seu rei reparando as estradas: aterrando, aplainando e nivelando os caminhos antes que ele passasse com a sua comitiva. Israel d aqueles dias entendia isso perfeitamente e de certa forma aguardava o seu cumprimento, eles sabiam que haveria alguém que os prepararia para receber o Messias, até que finalmente todos vissem a salvação procedente de Deus (Lc 3.5,6 Todo vale será aterrado e todas as montanhas e colinas, niveladas. As estradas tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplanados. E toda a humanidade verá a salvação de Deus.). Enfim, João preparou o caminho para aquele que viria depois ; tal princípio deve ser observado pelos líderes de hoje.
João Batista foi uma voz "que clama no deserto" (Lc 3:4; ver também Is 40:1-5e Jo 1:23). Fez o papel de arauto, indivíduo que ia adiante do cortejo real afim de se certificar de que as estradas estavam preparadas para o rei. Em termos espirituais, a nação de Israel vivia em um "deserto" de incredulidade, e os caminhos para a realidade espiritual eram tortuosos e praticamente intransitáveis. A corrupção do Sacerdócio (em vez de um sumo sacerdote, havia dois!) e a hipocrisia legalista dos escribas e fariseus haviam deixado a nação espiritualmente enfraquecida. O povo precisava encarecidamente ouvir uma voz proclamando a mensagem de Deus, e João foi essa voz fiel. Coube a João preparar a nação para o Messias e depois lhes apresentar esse Messias (Lc 1:16, 17, 76, 77; Jo 1:6-8, 15-34). Repreendeu os pecados do povo e anunciou a salvação de Deus, pois sem o convencimento do pecado não pode haver salvação. João também é comparado a um agricultor derrubando árvores improdutivas (Lc 3:9) e separando o trigo do restolho (Lc3:17). Como certos "pecadores religiosos" de hoje, alguns judeus acreditavam ter um lugar reservado no céu pelo simples fato de serem descendentes de Abraão (ver Jo 8:31-34; Rm 4: 12-1 7; Gl 3:26-29). João lembrou-os de que Deus vai até a raiz das questões e não se impressiona com confissões religiosas que não produzem frutos. No julgamento final, os que crêem de todo coração (trigo) serão juntados por Deus, enquanto os pecadores (restolho, palha) serão lançados ao fogo.

2.3. Pregando o reino de Deus e batizando
João tinha plena consciência de sua missão e, de acordo com ela, pregava para que as pessoas se arrependessem de seus pecados, abandonassem os seus caminhos sinuosos e voltassem-se completamente para Deus. Esse era o requisito necessário para a manifestação do Messias: um povo preparado, aguardando-o. Sua mensagem tinha um forte apelo moral: ele repreendia severamente e instruía a ser solidário com os necessitados: honestos em seus trabalhos, e a contentar-se exclusivamente com seus respectivos salários. A mensagem é atual, e como hoje se necessita, em nossa sociedade, de homens assim. Apesar da dureza de sua mensagem, do rigor com que repreendia e a austeridade de suas instruções, admiravelmente as multidões concorriam para por ele serem batizadas.
Vemos em João urna fé extraordinária ao pregar corri tanto vigor e rigor ético e mesmo assim, as multidões afluíam ao seu encontro. Ele era tremendamente cheio do Espírito Santo, as pessoas apenas manifestavam o quanto estavam sedentas por um encontro com Deus. João é um exemplo de mensageiro para nós hoje, e sua mensagem e ousadia, na visão de Jesus, são de um semeador que antecedeu aos seus discípulos (Jo 4.39-41).

3. João, um homem resignado
O ministério profético envolve aspectos de anunciar uma diferente percepção daquilo que Deus quer para aquele determinado momento, envolve denúncia de atitudes que não se conformam com a vontade de Deus, e também instrução pormenorizada e clara dessa mesma vontade d’Ele. Basta olharmos para a vida de João, conforme exposto nos evangelhos, e tudo isso constataremos que ele realizou completamente. O que envolveu um elevado grau de resignação, isto é, de renúncia pessoal e morte para si mesmo.

3.1 Resignado em seu estilo de vida
João Batista desenvolveu uma certa capacidade de imunidade às críticas e atirou-se numa direção oposta à tradicional de sua época, quer dizer, não teve medo de escapar do tradicional, nem temeu se passar por ridículo ou louco e grosseiro. Assim ele vivia como nazireu, entregou-se deliberadamente a viver nos desertos da Judéia, sem qualquer ostentação, alimentando-se de mel silvestre e gafanhotos. Ele viveu fora dos padrões convencionais de sua época, experimentou o contrário da liderança religiosa que era controlada por Roma, e por seus próprios apetites, indiferentes às necessidades do povo. João tinha um estilo de vida totalmente resignado, porque tinha em mente o cumprimento do seu ministério e foi orientado por Deus a ser assim (Lc 1.15 pois será grande aos olhos do Senhor. Ele nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo desde antes do seu nascimento.).
O posicionamento de elevada resignação de João Batista deve ser entendido como obediência pessoal dele para realização da vontade de Deus. Evidentemente, no que tange ao estilo por ele adotado, foi o que Deus usou para chocar toda uma geração positivamente, e que era uma censura à elite sacerdotal que vivia ostentosamente em Jerusalém. Já o Senhor Jesus se utilizou de um estilo mais usual na alimentação, nas vestes indo a todos os lugares e convivendo com todas as pessoas. Mesmo assim. Havia pessoas que maldiziam tanto aquele quanto este estilo, porque seus corações estavam sobremodo endurecidos (Mt 11.11-18).

3.2. A fé de João Batista
Em nenhum lugar do Novo Testamento, lê-se sobre a grandeza da fé de João, mas, em seus registros encontramos evidências indiscutíveis da enorme dimensão dela. Vejamos algumas: Primeira, ele tinha fé para viver nos desertos e adotar um estilo de vida diferente do usual; segunda, teve fé para ali iniciar o seu ministério longe de toda comodidade que a cidade oferecia; terceira, anunciou a vinda do reino de Deus e ordenava que os homens se arrependessem; quarta, declarou a messianidade do jovem galileu mediante revelação sobrenatural; quinta, teve fé suficiente para sofrer todas as angústias e consequências oriundas de seu ministério, que inclusive o levou à morte. João possuía o tipo de fé inspiradora que impacta gerações sucessivas à sua, inclusive à nossa.

3.3. O sofrimento de João Batista
A beleza do ministério profético é a capacidade de Deus falar aos corações e mover as atitudes em direção a vontade d’Ele. As pessoas em numerosas multidões afluíam a João Batista com sede de Deus, elas sabiam que ele era portador da Sua voz e muitas sinceramente queriam endireitar as suas veredas. Quando João censurou Herodes (Antipas), o tetrarca que governava a Galileia e Peréia, o fez muitas vezes por causa de seu comportamento escandaloso que era inaceitável aos judeus e proibido por lei (Lv 18.16 Não se envolva sexualmente com a mulher do seu irmão; isso desonraria seu irmão.). Embora João o denunciasse, buscando arrependimento de Herodes, este, no entanto tinha desconfiança política quanto a João e aproveitou para prendê-lo, tendo em vista a sua enorme popularidade. João teve uma morte trágica, mas teve de Jesus o máximo de louvor (Mt 11.11a Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista;).

Conclusão
Assumir uma posição profética em toda sua dimensão bíblica exige um elevado grau de maturidade, de fé e de muita resignação. Se nos poupamos do sofrimento, se agimos sempre “dando um jeitinho” e somos infantis assumindo uma posição dúbia (em cima do muro), Deus não pode contar conosco para o exercício profético. Apenas há vida multiplicada quando a semente morre (Jo 12.24).

QUESTIONÁRIO

1. Em que tipo de lar se prepara homens e mulheres para Deus?
R: Num lar piedoso; ou, numa família marcada pela oração, louvor, bom testemunho.
2. Para que a família cristã deve preparar os seus filhos desde o princípio?
R: Para viver em plena dedicação ao ensino deles.
3. Como um casal pode fazer com que seus filhos, desde o ventre, sejam influencia dos pelo Espírito?
R: Sendo eles cheios do Espírito.
4. O que buscava João ao denunciar o pecado de Herodes Antipas? Seria a morte, explique.
R: João buscava o arrependimento, este, porém, tinha desconfiança política quanto a João e aproveitou para prendê-lo.
5. Qual é o preço para a frutificação no reino de Deus?
R: À morte.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2013, ano 23 nº 86 – Jovens e Adultos – Vida Cristã Vitoriosa.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento 
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A ignorância de uma geração


LIÇÃO 3 – 20 de Janeiro de 2013

A ignorância de uma geração

TEXTO AUREO

“E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após e lesse levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”.  Jz 2.10

VERDADE APLICADA

Toda a geração que desprezar o ensino da vontade do Senhor estará escravizada por u m a sutil vã maneira de viver, ficando a mercê do servilismo alheio como aconteceu aos filhos de Israel.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Apontar que coisas trouxeram a vaidade pessoal e escravidão;
 Mostrar as terríveis consequências de se desprezar o ensino;
 Aplicar a necessidade d e nos preocuparmos em ensinara vontade de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jz 2.8 – Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, da idade de cento e dez anos.
Jz 2.9 – E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Heres, no monte de Efraim, para o norte do monte Gaás.
Jz 2.10 – E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel.
Jz 2.11 – Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins.

Introdução
Hoje estudaremos sobre os grandiosos feitos de Deus na geração de Josué. Como o povo de Israel desfrutou com intensidade, da prosperidade divina enquanto estiveram no caminho da obediência com Ele, usufruindo de uma vida de qualidade, muita chuva, terras férteis e abundantes colheitas. No entanto foram contaminados com os costumes dos pagãos e apostataram da fé. Mas vamos ver que a importância de um legado espiritual pode fazer toda a diferença para as gerações futuras.

1. Ageração de Josué
Deuteronômio é um resumo da Lei de Deus para os filhos de Israel que estavam prestes a entrar na terra prometida. Josué recebeu a incumbência de liderar as tribos na conquista da terra, substituindo Moisés, sem jamais deixar o livro da Lei. Evidente que coube a ele também se prover de mestres que ensinassem ao povo das tribos, esse foi um legado glorioso. Seu zelo está exemplificado quando circuncidou todos os homens e celebrou a páscoa, (Js 5.4-12). E foi esta a causa por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os varões, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho, depois que saíram do Egito. Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nenhum do povo que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do SENHOR, aos quais o SENHOR tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o SENHOR jurara a seus pais dar-nos, terra que mana leite e mel. Porém, em seu lugar, pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho. E aconteceu que, acabando de circuncidar toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. Disse mais o SENHOR a Josué: Hoje, revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal, até ao dia de hoje. Estando, pois, os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. E comeram do trigo da terra, do ano antecedente, ao outro dia depois da Páscoa; pães asmos e espigas tostadas comeram no mesmo dia. E cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra, do ano antecedente, e os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano, comeram das novidades da terra de Canaã.

1.1. Os grandiosos feitos de Deus, (Jz 2.7 E serviu o povo ao SENHOR todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande obra do SENHOR, a qual ele fizera a Israel.)
Josué e os demais líderes (anciãos) de Israel, viveram muito tempo e desfrutaram muito da presença de Deus e dos grandiosos feitos divinos. Quer dizer, eles vivenciaram o poder de Deus que os ajudou a conquistar Canaã. Assim puderam testemunhar a ajuda divina a nova geração que ia surgindo logo após, essa geração também continuou dependendo de Deus para continuar as suas conquistas (Jz 1.2-4 E disse o SENHOR: Judá subirá; eis que lhe dei esta terra na sua mão. Então, disse Judá a Simeão, seu irmão: Sobe comigo à herdade que me caiu por sorte, e pelejemos contra os cananeus, e também eu contigo subirei à tua, que te caiu por sorte. E Simeão partiu com ele. E subiu Judá, e o SENHOR lhe deu na sua mão os cananeus e os ferezeus; e feriram deles em Bezeque a dez mil homens.). Até aí tudo bem, mas algo imperceptível ia acontecendo, um arrependimento do zelo em ensinar e um esfriamento espiritual que ia se propagando.
Nesse ponto da história de Israel, Josué estava lado a lado com Moisés como grande herói e, no entan­to, a nova geração não reconheceu quem ele era nem o que havia feito. Em seu co­nhecido romance 1984, George Orwell es­creveu: "Aquele que controla o passado controla o futuro; aquele que controla o pre­sente controla o passado". Uma vez que as­sumiram o controle do presente, tanto Hitler quanto Stalin reescreveram a história, ou seja, o passado, a fim de que pudessem contro­lar os acontecimentos futuros, e, por algum tempo, foram bem-sucedidos. Como é im­portante as novas gerações reconhecerem e valorizarem os grandes homens e mulhe­res que ajudaram a construir e a proteger sua nação! E terrível quando historiadores "revisionistas" ridicularizam heróis e heroí­nas do passado a ponto de transformá-los quase em criminosos.

1.2. A vontade de Deus para o povo

Para Josué foi importante transferir o seu legado espiritual, social e econômico a sua família. Ele, diante do povo, disse: “Eu e a minha casa servirem os ao Senhor” (Js 24.15 Se, porém, não lhes agrada servir ao SENHOR, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao SENHOR ”.). No fundo, a fé que Josué tinha em relação à vontade de Deus era uma resposta a Ele. Foi uma disposição para um compromisso integral com Sua vontade. Josué desejou a vontade de Deus, escolheu ser obediente a Deus que é o elemento essencial à fé cristã.

Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.
Este versículo com toda a razão tem-se tornado famoso, sobre­tudo em lares evangélicos. Incontáveis sermões têm sido pregados a respeito dessa declaração de Josué. A vida consiste em uma continua confrontação com escolhas a serem feitas. Os pais e os lideres precisam apresentar uma boa orientação para que os filhos e os liderados possam tomar decisões baseadas em boas informações.
Este versículo enfatiza o dever que os país têm de ajudar seus familiares a fazer escolhas acertadas. Um pai deve três coisas a seus filhos: exemplo; exemplo; exem­plo. Josué deu exemplo aos seus familiares e também a todo o povo de Israel, que estava debaixo de suas ordens. Josué tinha acabado de fazer a revisão dos podero­sos atos de Deus em favor do povo de Israel. Ele tinha estabelecido razões para que os hebreus obedecessem a Yahweh. Deus se havia exibido por meio dos acontecimentos históricos. Deus é que tinha brandido o Seu poder e tinha feito tudo. Ver I Reis 18.21. Josué, pois, não achara a menor dificuldade em fazer a sua escolha.
Um verdadeiro mestre afeta a eternidade.
Jamais poderá dizer onde cessa a sua influência.
(Henry Adams)
As crianças têm maior necessidade de modelos do que de críticos.
(Joseph Joubert)

1.3. As conquistas das terras
As terras de Canaã estavam distribuídas entre muitos reinos pequenos, mas bem resguardados. Deus havia prometido a Abraão dar aquela terra a sua descendência, assim, nos dias de Josué, o povo havia amadurecido o suficiente para herdar a promessa. O povo que habitava nela usufruía de uma vida com qualidade, muita chuva, terras férteis, abundantes colheitas, todavia viviam no mais completo paganismo antagônico à vontade de Deus. As maldades daqueles povos cheiravam mal às narinas de Deus, o que foi completando, à medida da paciência divina. Enquanto isso, no deserto, os filhos de Israel iam sendo provados e treinados à obediência. Daí, quando chegou o tempo certo, eles finalmente puderam conquistar tudo aquilo que Deus havia prometido (Ec 3.1-8 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.).
Moisés, Josué e demais líderes marcaram profundamente aquelas gerações, entretanto era necessário que todo aquele legado passasse de geração em geração através do ensino. Aqueles líderes foram homens que não estavam preocupados em gerar um império para si, mas um exemplo de aplicação da Palavra de Deus em suas vidas que impactaria as sucessivas gerações por vir.

2. A importância de um legado
As tribos de Israel se encaminhavam para ser uma grande nação, já era um grande povo, mas precisava continuar as suas conquistas. Entretanto, com o passar do tempo, à medida que foram avançando, com eçaram a interessar-se pelo paganismo cananeu, deixaram-se seduzir pelos encantos dos seus rituais de fertilidade, que eram acompanhados com danças sensuais, prostituição e, depois, o aniquilamento de muitos bebês, que desse relacionamento impudico, nasciam. A morte desses inocentes trazia muito desgosto a Deus e, por tudo isso, Ele resolveu dar a terra um povo que fizesse a sua vontade, mas não foi isso que aconteceu, os filhos de Israel acabaram por anexar a sua vida tais práticas. Vejamos como isso foi possível.

2.1. Ignorância de uma geração (Jz 2.10 Depois que toda aquela geração foi reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração que não conhecia o SENHOR e o que ele havia feito por Israel.)
A medida que os filhos de Israel foram tomando e conhecendo a terra, a geração de Josué e de seus filhos passaram, e a terceira geração tomou posse dos lugares em que habitavam. No entanto conquistavam e cresciam fragilizados pela sedução dos cultos a Baal e Astarote. E passaram a rejeitar os valores de seus antepassados. Consequentemente não tinham o zelo de ensinar os caminhos do Senhor aos seus filhos, e assim se levantou uma geração que não conhecia o Senhor, uma geração que não tinha a experiência de seus avós e bisavós com Deus, com a Sua vontade e Seus milagres.
A espiritualidade morreu juntamente com a geração mais antiga. Todas as testemunhas oculares já haviam morrido Não havia restado ninguém que pudesse dizer "eu vi". À nova geração restava ler livros e ouvir histórias. A lei do amor também não havia sido implanta­da no coração deles. As populações pagãs ao redor tinham-nos infectado com a doença da idolatria. Não conheciam, pois, a Deus; nem tinham contemplado Suas obras admiráveis. Eles eram espiritualmente estéreis. O fato de não conhe­cerem a Deus significava que também "não O reconheciam" (ver Pro. 3.S). No coração deles predominava a incredulidade acerca de todos os relatos sobre o passado glorioso de Israel. Não demoraria nada para que a idolatria substituísse a Yahweh, e o monoteísmo yahwista estava prestes a sofrer tremenda derrota. A geração antiga estava morta e sepultada; a espiritualidade da nova geração esta­va morta e sepultada.
"A experiência religiosa vital da antiga geração não pode ser facilmente comunicada à nova geração. Cada geração precisa encontrar Deus por si mesma. A fé de nossos pais é valiosa não quando é reverenciada por seus próprios méritos, mas quando se torna o estímulo para que cheguemos a uma fé seme­lhante. Muitos homens que se mostram sentimentais quando relembram a piedade de seus pais nao senlem nenhuma necessidade ou obrigação de exibir devo­ção idêntica" (Phillips P. Elliott, in loc.).

2.2. Abandono das raízes (Jz 2.11 Então os israelitas fizeram o que o SENHOR reprova e prestaram culto aos baalins.)
Os dilemas são diferentes em cada geração. Os valores são substituídos, à medida que o tempo passa. No entanto, para o cristão, ainda que os costumes e tradições passem, os princípios fundamentais da Palavra de Deus devem continuar a nortear as suas vidas. A Bíblia diz que: “Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e encurvaram-se a eles, e provocaram o Senhor à ira” (Jz 2.11-12 Então os israelitas fizeram o que o SENHOR reprova e prestaram culto aos baalins. Abandonaram o SENHOR, o Deus dos seus antepassados, que os havia tirado do Egito, e seguiram e adoraram vários deuses dos povos ao seu redor, provocando a ira do SENHOR.). Foi preocupado com o desvio da sã doutrina, que, antes de eles entrarem na terra prometida, o Senhor disse a eles: “Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança, que possuíres na terra, que te dá o Senhor, teu Deus, para a possuíres” (Dt 19.14 Não mudem os marcos de divisa da propriedade do seu vizinho, que os seus antecessores colocaram na herança que vocês receberão na terra que o SENHOR, o seu Deus, lhes dá para que dela tomem posse.).
Então fizeram os filhos de Israel o que era mau. Temos aí a expressão introdutória padrão, uma espécie de fórmula-chave para introduzir algum fracasso lamentável. A apostasia sob a forma de idolatria também foi a principal queixa do autor sagrado, sempre que iniciou uma seção com essa fórmula.
"Eles caíram precisamente na idolatria contra a qual tinham sido tão enfatica­mente advertidos (Deu. 4.19)" (Ellicott, in loc.).
Serviram aos Baalins. Baal e Astarote (vs. 13) eram os deuses masculino e feminino dos cananeus. A forma plural, bálanos, aqui usada, evidentemente refere-se aos muitos cultos locais da adoração ao deus Baal. Usualmente, Baal era apresentado como uma deidade cósmica. O versículo 13 deste capítulo dá a forma singular do nome. O baalismo original, ao que tudo indica, teve origem fenícia, embora possam ser encontrados traços por todo o mundo cananeu.

2.3. A apostasia (Jz 2.12 Abandonaram o SENHOR, o Deus dos seus antepassados, que os havia tirado do Egito, e seguiram e adoraram vários deuses dos povos ao seu redor, provocando a ira do SENHOR.)
Por que será que eles abandonaram a instrução, os mandamentos e o próprio Deus? Há várias respostas para essas questões, além da crise da terceira geração. As artes, os costumes, e os rituais que contrariavam os ensinos das Escrituras, constituíram-se lhes uma isca irresistível, que os encaminhou a apostasia. Do ponto de vista humano, havia muitos valores, muitas riquezas e coisas que não deveriam ser desprezadas naquela terra. A cultura de uma nação não cristã, não está toda demonizada. No entanto é preciso ter discernimento. Os encantos deste tempo presente, o “deus” deste século, a tecnologia e outros mais arrastam muitos incautos para a apostasia e escravidão.
Abandonaram o que o Senhor havia dito (vv. 11-13). Se tivessem se lembrado de Josué, teriam conhecimento de seus "dis­cursos de despedida" aos líderes e ao povo de Israel (Js 23 - 24). Se conhecessem tais discursos, saberiam da lei de Moisés, pois em seu último pronunciamento, Josué enfatizou a aliança que Deus havia feito com Israel e a responsabilidade que a nação ti­nha de guardá-la. Quando nos esquecemos da Palavra de Deus, corremos o risco de deixar o Deus da Palavra, o que explica por que Israel voltou-se para a adoração despre­zível e depravada de Baal.
A palavra apostasia vem do grego “afastamento” Aponta para o abandono deliberado da crença na fé cristã, por alguém; que dizia seguir essa fé. No Novo Testamento (2 Ts 2.3), é uma dissolução séria com Deus e com Cristo paralelamente à rebeldia e à hostilidade para com esses veículos. Do ponto de vista cristão, a apostasia envolve mais do que mudanças de ideias sobre doutrinas reveladas. A princípio, é a outorga da alma a alguma causa maligna, e não o mero abandono daquilo que antes  era professado. (Enciclopédia de Teologia e Filosofia Vol. 01).

3. Sofrimentos de uma nação apóstata
À medida que os filhos de Israel avançavam em seu relacionamento com o paganismo cananeu, iam dando as costas para Deus. Um comportamento tresloucado, que traria amargo sofrimento e que deixaria profundas marcas na história dos hebreus.

3.1. O ardor da ira divina (Jz 2.14 A ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos de invasores que os saquearam. Ele os entregou aos inimigos ao seu redor, aos quais já não conseguiam resistir.)
Todas as bênçãos de Israel era fruto de sua obediência a Deus. Porém ao se envolverem com os pecados da terra de Canaã, suas vidas se tornaram alvo da ira divina. No entanto a ira divina é de categoria totalmente diferente da ira humana, pois a humana envolve paixão e perda de calma, tais emoções não se devem levar em conta ao considerarmos a ira de Deus, por isso a diferença não seria apenas na sua intensidade, mas está ligada à necessidade de redenção da humanidade. Além do mais, se não houvesse a ira de Deus, não haveria salvação. Em síntese, a ira de Deus seria parte necessária do caráter moral dEle, que aborrece o mal e ama o bem.
Perderam o direito de desfrutar o que o Senhor havia prometido (w. 14, 15). Quan­do saíram a combater os inimigos, os israe­litas foram derrotados, pois o Senhor não estava com seu povo. Moisés avisou que isso aconteceria (Dt 28:25, 26). Mas não foi só: os inimigos de Israel acabaram tornando-se seus senhores! Deus permitiu que uma nação após a outra invadisse a Terra Prometida e escravizasse o povo, tornando a vida dos israelitas tão sofrida a ponto de suplicarem por ajuda. Se o povo de Israel tivesse obe­decido ao Senhor, seus exércitos teriam sido vitoriosos; mas quando lutaram com as pró­prias forças, foram derrotados e humilhados.

3.2. O crescimento impedido (Jz 2.15 Sempre que os israelitas saíam para a batalha, a mão do SENHOR era contra eles para derrotá-los, conforme lhes havia advertido e jurado. Grande angústia os dominava.)
O escritor sacro mostra como o ardor da ira divina foi revelado às tribos hebreias. Como aquela sociedade entrou na contramão da vontade de Deus e “a mão do Senhor era contra eles para seu mal”. Não demorou muito, eles se encontraram “em grande aperto”. Quer dizer, estavam numa situação angustiante, sem saídas, pois simplesmente tudo o que faziam dava errado: não conseguindo o crescimento financeiro que até então vinham tendo. Logicamente, que, quando os filhos de Israel se apostataram do Deus vivo, ele se incumbiu de fechar as torneiras da prosperidade. Perm itiu as tribos hebraicas o sofrim ento para que não lhes fizesse com o fizera aos cananeus, até que finalmente eles viessem a clamar pelo livramento de Deus (Jz 2.18 Sempre que o SENHOR lhes levantava um juiz, ele estava com o juiz e os salvava das mãos de seus inimigos enquanto o juiz vivia; pois o SENHOR tinha misericórdia por causa dos gemidos deles diante daqueles que os oprimiam e os afligiam.).
"Eles não prosperavam em nenhum empreendimento em que se metessem ou em que pusessem a mão, em nenhuma expedição que fizessem, ou quando saíam à guerra”, conforme Kirnchi, Ben Melech e Abaitínel. A batalha sempre lhes era desfavorável, pois Deus era contra eles (John Gi, n loc.). Deus, porém, tinha avisado sobre os temíveis resultados da queda na idolatria (ver Deu. 29.12-29; ver também Deu. 28.25 e Lev. 26.17-46).
"O mesmo poder que, anteriormente, os havia protegido, quando se mostra­vam obedientes, agora se voltava contra eles, porque se tinham tornado desobe­dientes. Não somente eles não dispunham da presença de Deus, mas também O tinham contra eles" (Adam Clarke, in toe.).

3.3. Nas mãos dos inimigos (Jz 14,16 Então a mulher de Sansão implorou-lhe aos prantos: “Você me odeia! Você não me ama! Você deu ao meu povo um enigma, mas não me contou a resposta!” “Nem a meu pai nem à minha mãe expliquei o enigma”, respondeu ele. “Por que deveria explicá-lo a você?”)
Após o assentamento das tribos nas terras de Canaã, com o não conseguiram expelir todos os nativos de lá, a sua situação espiritual, social e financeira começou a degradar-se. A s tribos dos filhos de Israel eram vítimas de inimigos os quais nem se quer conseguiam resistir. Esses inimigos espoliavam e saqueavam os seus bens de maneira que tudo quanto produziam eram-lhes tomado. É claro que isso chegava a tal ponto de empobrecimento que as famílias chegavam ao desespero. Muitos passaram a viver em cavernas, deixaram de plantar e perderam a expectativa de dias melhores.
Na lição anterior, pudemos apresentar um padrão elaborado por Deus para educação religiosa de seu povo baseado em Dt 6. As promessas contidas eram de bênçãos, caso se esmerasse pelo caminho do aprendizado e obediência de geração a geração. O que de fato começou a suceder aos filhos de Israel, conforme expusemos acima. Mas havia promessas de maldição, caso desonrassem o compromisso da condição imposta. Como eles deixaram de obedecer, acabaram mergulhados sob essas maldições e em sofrimento vão. Observem como o conhecimento das Escrituras é tão necessário para que os filhos de Deus sejam bem sucedidos, a ignorância e a rebelião têm um preço amargo e elevado que não compensa.

Conclusão
Embora o cristão como qualquer outra pessoa aprenda com seus próprios erros e sofrimentos, a maioria deles são desnecessários, uma vez que tudo quanto foi registrado nas Escrituras é destinado para o nosso ensino, consolação e esperança (Rm 15.4 Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.). Não é necessário, por exemplo, que Deus cerre as janelas e as portas do céu contra o nosso crescimento financeiro, mas, às vezes, fá-lo para nos conduzir de volta a sua presença, caso contrário, o prosperar, sem Ele, poder-nos-ia levar a uma derrota total e eterna.

QUESTIONÁRIO

1. O que representa o livro de Deuteronômio?
R: O resumo da Lei de Deus
2. De que maneira os filhos de Israel se fragilizaram?
R: Pela sedução dos cultos a Baal e á Astaroie.
3. Com o que Deus se antecipou para impedir a apostasia em Israel?
R: Com uma mensagem para que não mudassem os marcos antigos.
4. Defina a ira divina:
R: A ira de Deus seria parte necessária do caráter moral Dele, que aborrece o mal e ama o bem.
5. Segundo a lição, com qual finalidade a Escritura foi registrada?
R: Para nosso ensino, consolação e esperança.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2013, ano 23 nº 86 – Jovens e Adultos – Vida Cristã Vitoriosa.
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento 
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade