LIÇÃO 5 – 03 de
Fevereiro de 2013
Liderança em tempo de reformas
TEXTO AUREO
“Então, lhes respondi e disse: O Deus
dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e
edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ne
2.20
VERDADE APLICADA
A obra de Deus precisa de líderes
capazes, que tenham coragem e que não se acomodem ao caos, mas empreendam
reformas para um novo recomeço.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Refletir
sobre a importância de se fazer reformas sempre que necessário;
► Entender
que num ambiente de reformas sempre haverá idéias contrárias e/ou antagônicas;
► Mostrar
que Deus sempre precisa de líderes que possam efetuar reformas.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ne 2.16 - E
não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até
então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que
faziam a obra tinha declarado coisa alguma. Ne
2.17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em
que estamos que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido
queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos
mais em opróbrio.
Ne 6.3 - E
enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não
poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter
convosco?
Introdução
A situação social e religiosa, que
precedeu à reconstrução de Jerusalém, sob a liderança de Esdras, Zorobabel e
Neemias, foi a de completo abandono. Com a expatriação das classes sociais mais
influentes para a Babilônia em três etapas, a condição das terras de Judá e
principalmente de Jerusalém foi à de desamparo e de extrema pobreza. Os que
retornaram agora juntos com os nativos precisavam de uma liderança reformadora,
o que coube a Zorobabel, Esdras e Neemias
Com tantos inimigos que habitavam na
terra de Judá e especificamente em Jerusalém, a primeira vista parece estranho
que a prioridade dos judeus fosse à reconstrução do templo e não o sistema de
defesa. Porém, para que um povo seja forte, precisa, sobretudo ser unido, e um
dos elementos mais agregadores de indivíduos é a religião. Por isso a primeira
coisa que fizeram sob a liderança de Zorobabel e demais levitas foi à
restauração do culto a Jeová. Não há dúvida que foram muito sábios, agora
vejamos como procederam:
1.1. A construção de um altar (Ed
3.1-3)
A pressão dos inimigos era muito
grande, pois não queriam que os judeus fossem restaurados como nação, visto
que, dessa forma, eles assumiriam a influência e o controle sobre a região, que
por herança pertencia a eles. Para reunir o povo e consolidá-los futuramente
como nação, Zorobabel e demais levitas trataram de construir um altar. O
altar é o centro do culto judaico, o canal de adoração e comunhão, um ponto
indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus. Devemos
aprender quão poderosa é a adoração! A comunhão com Deus nos propicia, em seu
exercício diário, vitória sobre os nossos inimigos residentes em nós mesmos e
externos: a carne, o mundo que nos assedia e o maligno que o controla. Nossa
vitória consiste em ter um altar de pé.
A edificação do altar (3:1-3). O sétimo mês era tisri, equivalente a setembro-outu-bro,
um mês bastante sagrado para o povo (Lv 23:33-44). Começava com a festa das
trombetas; o dia da expiação era comemorado no décimo dia e, do décimo quinto
ao vigésimo primeiro dia, comemorava-se a festa dos tabernáculos. Porém, a
primeira coisa que o sumo sacerdote Josué fez foi restaurar o altar, para que
pudesse oferecer os sacrifícios para o povo. Os judeus estavam com medo das
nações poderosas a seu redor que não se mostraram satisfeitas com a volta dos
judeus. Assim, o povo desejava ter certeza de que estava agradando ao Senhor.
Mais uma vez, vemos um paralelo com Abraão, que edificou um altar assim que
chegou à terra de Canaã (Gn 12:7). Esse é o retrato que o Antigo Testamento
apresenta para aquilo que encontramos em Mateus 6:33. Josué também restabeleceu
os diversos sacrifícios prescritos pela lei, que incluíam um holocausto a cada
manhã e no final da tarde bem como ofertas adicionais para dias especiais. Não
era necessário esperar que o templo estivesse pronto para oferecer sacrifícios
a Deus. Desde que houvesse um altar santificado, era possível realizar os
sacrifícios. Afinal, o maior interesse de Deus não é nos aparatos externos, mas
sim no coração (1 Sm 15:22; SI 51:16, 17; Os 6:6; Mc 12:28-34).
1.2. Os alicerces do templo e a
oposição
No ano seguinte após erigir o altar,
Zorobabel, outros sacerdotes e os levitas lançaram os alicerces do novo templo,
no mesmo lugar em que Salomão construíra o primeiro. Essa foi uma ocasião festiva,
com danças e com os sacerdotes paramentados com instrumentos musicais, eles
tornaram aquele momento inesquecível. Os mais velhos, que chegaram a ver a
primeira casa choraram de emoção e os mais jovens gritaram de alegria de
maneira que se confundiam os júbilos com os choros. Mas, quando os inimigos
souberam do que aconteceu, falsamente se ofereceram para ajudar a construir o
templo, mas Zorobabel e demais líderes rejeitaram a ajuda. Em seguida,
escreveram uma maldosa carta ao rei Artaxerxes, acusando-os falsamente de
insubordinação e má intenção na construção. O soberano ordenou a força que se
parasse a obra e ela ficou parada durante 16 anos, até a sua retomada A
oposição satânica ao verdadeiro culto acontecerá sempre, a fim de impedi-lo ou
pelo menos atrapalhá-lo, mas o segredo da vitória está em resisti-lo firme
e constantemente.
1.3. A conclusão do templo
Todos nós gostaríamos de que a obra de
Deus se efetuasse sem oposições, mas aprendemos que devemos ser firmes,
pacientes e constantes enquanto aqui estivermos. Com a oposição samaritana,
passou-se o entusiasmo pueril dos judeus na construção do templo. As
pessoas se voltaram para edificação de suas confortáveis casas, deixando o
templo do Senhor para depois (Ag 1.2-6 Assim
fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o
tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do
SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de
habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora,
pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos
caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis,
mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário
recebe salário num saquitel furado.). Se
bem que inicialmente, não havia muito o que fazer. Depois de algum tempo
levantou-se um movimento profético de reencorajamento à construção do novo
templo, encabeçado por Ageu e Zacarias (Ed 5.1); e também dos anciãos do povo
(Ed 5.5-8 Porém os olhos de Deus estavam sobre
os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e,
então, responderam por carta sobre isso. Cópia da carta que Tatenai, o
governador daquém do rio, com Setar-Bozenai e os seus companheiros, os
afarsaquitas, que estavam daquém do rio, enviaram ao rei Dario. Enviaram-lhe
uma relação; e assim estava escrito nela: Toda a paz ao rei Dario. Seja notório
ao rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, que se edifica
com grandes pedras, e já a madeira se está pondo sobre as paredes; e essa obra
apressuradamente se faz e se adianta em suas mãos.).
E assim, reiniciaram a obra e conseguiram autorização oficial para sua
conclusão, em que Tatenai, um governador dalém do rio, foi proibido de
continuar a fazer qualquer tipo de oposição. Dessa forma a construção foi
concluída em 516 a.C., ou seja, 21 anos depois do lançamento de seus alicerces
(Ed 6.15 E acabou-se esta casa no dia terceiro
do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario.).
A apostasia dos judeus foi punida
severamente até que eles entendessem quão amargo é afastar-se do Deus vivo. Num
retorno a terra natal, quantas dificuldades para retornarem a uma adoração
dinâmica e firmarem-se como nação. A oposição pode arrefecer o entusiasmo,
fazer com que nos voltemos para nós mesmos e para nossas construções seculares
que não são capazes de nos dar plena satisfação. Portanto, muito cuidado,
Satanás é o deus desse século e cuida dos pensamentos que são meramente dos
homens e não dos de Deus (Mt 16.23)
2. A reconstrução dos muros
Neemias era copeiro do rei Artaxerxes
quando recebeu o relatório da situação de Jerusalém, interiormente se sentiu em
pedaços, movendo-se de íntima compaixão pelos judeus que estavam na terra de
Judá e por Jerusalém. Neemias intercede pelo povo, consegue autorização e
dirige-se para Jerusalém, a fim de iniciar o seu trabalho de reformas. Ao
chegar lá, prudentemente faz um levantamento pessoal da situação para poder dar
início. O interesse e a generosidade de Neemias mostra que não devemos ser
apáticos a obra de Deus e ao sofrimento alheio, precisamos nos arriscar,
envolver-nos e assemelharmo-nos com o Filho Deus.
Quando Neemias lá chegou, Esdras já estava.
Sendo que Esdras se preocupa mais com a construção do templo e na organização
de todos os registros sagrados. A Esdras se atribui a organização do Canon do
Antigo Testamento. Já Neemias se preocupa inicialmente com a i reconstrução do
muro, que era a ativação do sistema de defesa da cidade. Para isso,
como excelente líder, reúne as autoridades de Jerusalém e traz uma palavra
persuasiva de motivação a fim de que reconstruíssem os muros. Os
magistrados aceitam prontamente o desafio e iniciam a obra. Agora cabe
observarmos quão importante é uma palavra motivadora na obra de Deus, não basta
ter planos é necessário encorajamento para reformar.
Quando Neemias houve considerado o
assunto, disse aos judeus que Deus tinha colocado em seu coração edificar as
muralhas de Jerusalém. Não começa a fazê-los sem eles. Estimulemo-nos a nós
mesmos e os uns aos outros no que é bom, para fortalecer-nos mutuamente. Somos
fracos em nosso dever quando somos frios e indiferentes.
A inimizade da semente da serpente
contra a causa de Cristo não está limitada a uma época ou nação. A aplicação
para nós é clara. A igreja de Deus pede nossa ajuda. Não está desolada e
exposta a ataques? Causa-lhe tristeza considerar seu baixo estado? Que nenhum
negócio, prazer ou apoio de um partido capture tanto sua atenção como para que
Sião e seu bem-estar não lhe interessem.
2.2. Neemias zela pela consecução (Ne
4)
Quantas vezes o trabalho do Senhor é
negligenciado por falta de iniciativa ou de zelo pela sua consecução. A
oposição é natural que aconteça, mas é necessário suportar as contradições. A
falta de reformas em Judá havia-se tornado um caso inescrupuloso de falta de
iniciativa. Mas quando os magistrados são exortados a reconhecerem a miséria em
que estavam eles foram humildes em reconhecer isso (Ne 2.17). Logo, prontamente
se puseram a trabalhar com entusiasmo, porém os samaritanos que habitavam a
terra começaram o seu antagonismo com deboches e ameaças (Ne 2.19; 4.1-2). Os
trabalhadores, porém, armaram-se para continuar a obra, providenciaram
trombetas para o toque de alerta caso a situação necessitasse, e, com esses
cuidados, permaneceram até a conclusão do muro.
Mais de uma boa obra tem sido olhada
com desdém por escarnecedores orgulhosos e altaneiros. Pessoas que discrepam
entre si quase em tudo, se unem para a perseguição. Neemias não contestou aos
néscios conforme a sua estultícia; antes recorrei a Deus em oração.
Freqüentemente o povo de Deus tem sido desprezado, mas Ele ouve todos os dardos
que lhe são lançados e é para consolo deles que assim o faça. Neemias tinha
razão para pensar que os corações desses pecadores estavam completamente
endurecidos, caso contrário não teria orado que seus pecados nunca fossem
apagados. A boa obra continua avançando quando a gente se preocupa por ela. As
repreensões dos inimigos deveriam alentar-nos em nosso dever, em lugar de
afastar-nos dele.
Os homens malvados procuram obstruir
a boa obra, e se prometem alcançar o êxito nisso, mas a boa obra é obra de Deus
e prosperará. Deus tem muitas formas de levar a luz, e assim, reduzir à nada as
estratagemas e desígnios dos inimigos de Sua igreja. Se nossos inimigos não
podem assustar-nos para afastar-nos de nosso dever, nem enganar-nos para que
pequemos, não podem prejudicar-nos. Neemias se colocou sob a proteção divina,
ele mesmo e sua causa. Foi o método deste bom homem e deveria ser o nosso.
Todas suas preocupações, todas suas penas, todos seus temores, os depositou
diante de Deus. Antes de usar um meio, ele o apresentava em oração a Deus.
Tendo orado, pôs uma guarda contra o
inimigo. Se pensarmos nos assegurar por meio da oração, sem vigiar e estarmos
alertas, somos preguiçosos e tentamos a Deus; porém, vigiar alertas, sem orar,
é sermos orgulhosos e insolentes com Deus: Deus qualquer forma, abandonamos Sua
proteção. O cuidado que Deus tem de nossa seguridade deveria comprometer-nos e
estimular-nos a continuar avançando com vigor cumprindo nosso dever. Tão logo
como termine um perigo, regressemos à nossa obra e confiemos em Deus novamente.
Sempre devemos estar em guarda contra
os inimigos espirituais, sem esperar que nossa guerra termine quando acabe
nossa obra. A palavra de Deus é a espada do Espírito, a qual sempre devemos ter
na mão, e nunca teremos que buscá-la em nossas tarefas e em nossos conflitos
como cristãos. Todo cristão verdadeiro é trabalhador e soldado que opera com
uma mão e luta com a outra. Provavelmente a boa obra siga adiante com êxito
quando os que trabalham nela o façam com diligência. Satanás teme atacar o
cristão alerta, porque, se for tentado, o Senhor peleja por ele. Assim, temos
de esperar o fim da vida, sem tirar-nos a armadura até que terminem nossa obra
e nossa guerra; então seremos recebidos no repouso e no gozo de nosso Senhor.
2.3. Celebrando a reconstrução (Ne
12.27-43)
A conclusão do muro com seus
respectivos umbrais levaram 52 dias, assim estava acabada aquela obra que impôs
respeito aos vizinhos antagônicos, pois reconheceram que Deus os ajudara
naquela realização. A dedicação dos muros foi feita em celebração, todos os
músicos levitas foram convocados especialmente e o evento foi de alegria geral.
Apenas quando não nos acomodamos ao caos é que podemos transformar uma
situação, depois da situação transformada a vergonha desaparece, o inimigo nos
respeita e podemos celebrar definitivamente em Deus a nossa vitória.
Todas nossas cidades, todas nossas
casas, devem ter escritas sobre elas: Santidade a Jeová. O crente nada deve
empreender que não seja dedicado ao Senhor. Devemos preocupar-nos de lavar
nossas mãos e de purificar-nos o coração, quando qualquer obra para Deus tiver
de passar por eles. Os que sejam empregados para santificar os outros, devem
santificar-se a si mesmos e separar-se para Deus. Para os santificados, todas
as consolações como criaturas e os gozos são santos.
O povo se regozijou grandemente.
Todos os que participam nas misericórdias públicas devem unir-se à ação de
graças em público.
Embora as reformas de natureza
religiosa e de estruturação da defesa tivessem sido levadas a efeito, ainda
precisavam continuar na sua diversificação para o bem estar daquela sociedade.
Isto é, eles precisavam vivenciar o conjunto de regras e deveres para com o
seus semelhantes que já estavam prescritas na Lei de Moisés. Logo os
reformadores perceberam que precisavam combater duas frentes destrutivas, os
inimigos externos que eram os samaritanos com os demais povos misturados, e os
internos, que eram os próprios judeus que começaram a explorar a seus irmãos.
3.1 O bom exemplo de Neemias (Ne
5.13-21)
Neemias procurou mostrar o seu temor a
Deus e respeito para com o próximo, em que jamais buscou tirar proveito para
si, mesmo de suas funções. Ainda que outros tirassem pão, vinho e prata para si
aproveitando da própria função, jamais Neemias e nem os que com ele estavam na
administração se aproveitaram nos doze anos em que ali permaneceram. O temor de
Deus impede o crente de utilizar-se de embustes que venham defraudar o semelhante,
mesmo que sejam legais, mas perante a própria consciência e diante de Deus são
reprováveis, imorais e antiéticos.
Os que verdadeiramente temem a Deus
não se atrevem a fazer nada cruel ou injusto. Que os que estejam em cargos
públicos se lembrem que estão ali para fazer o bem, não para enriquecer-se.
Neemias faz menção disto a Deus, orando não como se ele tivesse merecido algum
favor de parte de Deus, senão para mostrar que ele dependia somente de Deus
para que compensasse o que tinha perdido e deixado por sua honra. Neemias falou
e agiu evidentemente como quem se sabia pecador. Não pretendia reclamar um
prêmio como se lhe for devido, senão da forma em que o Senhor recompensa um
copo de água dado a um discípulo por amor a Ele. O temor e o amor de Deus no
coração e o verdadeiro amor aos irmãos levarão a toda boa obra. Estas são
evidências próprias da fé que justifica e nosso Deus reconciliado favorecerá as
pessoas deste caráter, conforme a todo o que tenham feito por seu povo.
3.2. Medidas contra a exploração
do próximo (Ne 5.1-12)
Os judeus estavam lutando para
reestruturar-se como nação, mas, em época de carestia, logo começaram a oprimir
os próprios compatriotas, obrigando-os a penhorar os seus bens em troca de
dinheiro para a alimentação, inclusive os tributos. Houve absurdos até do ponto
de vista deles mesmos, em que os filhos foram entregues como servos para que
eles não morressem de fome. O povo, não tendo mais o que fazer, foi clamar a
Neemias, que reuniu a todos e exigiu o perdão das dívidas e a restituição das
terras, vinhas, olivais, os dízimos (ágio), trigo, etc. Neemias nem o que havia
emprestado quis de volta, como medida exemplar. Que isso nos sirva de lição,
pois há sempre quem procure tirar proveito das calamidades e tragédias alheias
dando vazão a sua própria cobiça, esquecendo-se de que Deus julgará tais
injustiças.
Os homens depredam seus congêneres:
desprezando o pobre reprovam seu Criador. Tal conduta é uma desgraça para
qualquer, mas quem pode aborrecê-la o suficiente quando a adotam os cristãos
professantes? Com compaixão pelos oprimidos, devemos lamentar as penúrias sob
as quais gemem muitos no mundo, pondo nossas almas no lugar das deles e
lembrando em nossas orações e com nosso socorro aos que estão carregados. Mas
deixemos que os que não demonstram misericórdia esperem juízo sem misericórdia.
Neemias sabia que ainda que
edificasse as muralhas de Jerusalém muito altas, muito grossas ou muito fortes,
a cidade não poderia estar a salvo enquanto houver abusos nela. A forma correta
de reformar a vida dos homens é convencer de pecado suas consciências. Se você
andar em temor de Deus não será cobiçoso de ganho mundano, nem será cruel com
seus irmãos. Nada expõe a religião à repreensão mais que a mundanalidade e
dureza de coração dos que a professam. Os que insistem rigorosamente em seus
direitos tratam, com muita pouca graça, de convencer os outros de que cedam nos
seus.
Quando se arrazoa com gente egoísta é
bom comparar sua conduta com a dos que são generosos, mas é ainda melhor
apontar o exemplo dAquele que se fez pobre por nós sendo rico, para que nós,
por sua pobreza, fossemos enriquecidos (2 Co 8.9). Eles fizeram conforme com a
promessa. As boas promessas são coisas boas, mas são melhores as boas obras.
3.3. Medidas contra o casamento
misto (Ne 13.23-29)
O casamento misto não era uma situação
isolada, mas tomou-se um grande mal, pois tal prática estava generalizada. É
muito provável que as mulheres judias estivessem sendo negligenciadas pela
escolha das mulheres estrangeiras, o perigo disso era que, em médio prazo,
perderiam a identidade judaica e se enfraqueceriam como os das tribos do norte
que, agora eram os samaritanos. Ali estava um remanescente que deveria se
preparar para vinda do Messias, não se tratava de etnocentrismo, mas da
promessa que fora direcionada a Judá e implicava que eles zelassem por isso
também. Os maridos judeus, na ocasião, tiveram com lágrimas de dispensar suas
esposas e filhos, foi algo bem doloroso. Hoje um crente não dispensa o seu
cônjuge descrente, pois o crente santifica o outro (ICo 7.14; lFe3.1).
Se cada pai for ímpio e de natureza
corrupta, inclinará os filhos a seguir seu mau exemplo; isto é uma forte razão
pela qual os cristãos não devem unir-se em jugo desigual. Deve prestar-se sumo
cuidado à educação dos filhos em quanto ao cuidado da língua para que não
aprendam a linguagem de Asdode, nem a conversação impura ou ímpia, nem a
comunicação corrompida.
Neemias mostrou o errado destes
matrimônios. Alguns, mais obstinados que o resto foram açoitados, isto é,
mandou que fossem açoitados pelos oficiais conforme com a lei (Dt 25.2-3).
Aqui estão as orações de Neemias
nesta ocasião. Ele suplica: "Lembra-te deles, Deus meu". Senhor
convence-os de pecado e converte-os; coloca em suas mentes o que devem ser e
fazer. Os melhores serviços para o público têm sido esquecidos por aqueles para
os que foram feitos e, portanto, Neemias se encomenda a Deus para que o
recompense. Isto bem pode ser o resumo de nossas petições; não necessitamos
mais que isto para fazer-nos felizes: "Lembra-te de mim, meu Deus, para
bem". Podemos esperar humildemente, que o Senhor se lembre de nós e de
nossos serviços, ainda que, depois de vidas de inesgotável atividade e
utilidade, ainda veremos causa para aborrecer-nos e arrepender-nos com pó e
cinzas, e clamar com Neemias: "Salva-me, Deus meu, conforme com a grandeza
de Tua misericórdia!".
O cristão solteiro tem como padrão
bíblico se comprometer com alguém que se compatibilize com a sua fé, para que
vindo a se casar com as diferenças não venham fragilizar de tal modo que
comprometa o próprio casamento e ou a criação dos filhos, gerando assim um lar
dividido. Mas alguém que se converte nessa situação não deve dispensar o
cônjuge por motivos religiosos, se ele consente em viver maritalmente.
Repetimos, o crente santifica o cônjuge descrente.
Conclusão
Apesar dos grandes desafios, esse foi
um tempo de prosperidade e de alegria para os judeus. Retornaram para as suas
terras, reconstruíram o templo, os muros, a cidade, retomaram o comércio, etc.
Todavia, não teriam conseguido sem líderes capazes como Esdras, Zorobabel,
Neemias e vários outros reformadores. Realizar a obra de Deus é se mover,
empreender reformas, é ter coragem para um recomeço na vontade d’Ele. Se assim
é, mexa-se e faça a sua parte!
QUESTIONÁRIO
1. Qual a importância da construção do
altar? Dê o motivo sócio-religioso:
R: O altar é um ponto indispensável
de convergência e fortalecimento do povo de Deus.
2. Que finalidade tem a oposição
satânica contra o verdadeiro culto?
R: Ocorrerá sempre com a finalidade
de impedi-lo ou atrapalhá-lo.
3. O que fizeram os judeus depois
que a construção do templo foi embargada?
R: Voltaram-se para a edificação de
suas confortáveis casas.
4. Que tipo de palavra Neemias
dirigiu aos magistrados para que iniciassem o trabalho?
R: Trouxe uma palavra persuasiva de
motivação.
5. Aponte uma reforma no campo
ético-moral:
R: Medidas contra a exploração do
próximo; e contra o casamento misto.
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º Trimestre de 2013,
ano 23 nº 86 – Jovens e Adultos – Vida Cristã Vitoriosa.
Comentário Bíblico Expositivo –
Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado
Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo
Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry -
Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B. Meyer
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista
e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD
- Claudionor Corrêa de Andrade