Assembléia de Deus de Bom Jesus de Goiás

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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O pecado de Davi com Bate-Seba

LIÇÃO 9 – 01 de dezembro de 2013
O pecado de Davi com Bate-Seba

TEXTO AUREO


“Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve”. Sl 51.7

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

VERDADE APLICADA

Os períodos difíceis da vida geram pessoas humildes e dependentes de Deus. O perigo reside quando todas as coisas fluem perfeitamente bem.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Esclarecer que pecado não respeita nossa idade ou posição, ele simplesmente nos espreita, e, se dermos ocasião a ele, ele nos vencerá;
Mostrar que uma noite de alegria pode representar muitos anos de sofrimento;
Ensinar que Deus é poderoso para perdoar pecados, mas as consequências do pecado sempre seguirão a vida de quem o comete.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2 Sm 11.2 - E aconteceu que numa tarde Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.
2 Sm 11.3 - E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu?
2 Sm 11.4 - Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); então voltou ela para sua casa.
2 Sm 11.5 - E a mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou grávida.


Introdução
Quando nos aprofundamos na história de Davi, vemos quantas facetas viveu, e como uma pessoa, mesmo sendo segundo o coração de Deus, não está isenta de ser tão obscura. O que mais nos maravilha na Escritura é que ela jamais omite os erros de seus heróis. Ela é sempre realista na historicidade daquele j: que dela participou, não omitindo virtude ou fraqueza, pintando o quadro exatamente como é.

OBJETIVO
Esclarecer que pecado não respeita nossa idade ou posição, ele simplesmente nos espreita, e, se dermos ocasião a ele, ele nos vencerá;

1. A ociosidade e suas armadilhas
“E aconteceu que no tempo em que os reis saem à guerra... Davi ficou em Jerusalém” (2Sm 11.1). Davi já havia se tornado rei, estava no auge do sucesso, financeiramente bem, tinha muitas esposas, porém, sempre foi um homem infeliz na área sentimental. Bate-Seba era muito formosa, Davi muito carente, os olhares se encontraram, e o pecado brotou em seu coração. As setas inimigas o alvejaram exatamente quando estava descansando e não pelejando.

1.1. Examinando o pecado de Davi
Em toda história, após o pecado de Adão e Eva, não houve caso mais comentado que o pecado de Davi. Mas qual seria a diferença entre o pecado de Davi e o nosso? Primeiro o pecado dele não é maior nem menor que os nossos; segundo, o dele foi registrado para que todos pudessem ler e tornar como exemplo, o nosso não. Seu pecado foi reconhecidamente intensificado por ser quem era e pelo modo como agiu. Não precisamos defender Davi, porque isso Deus o fez, e, se Deus mais tarde o justificou, quem somos nós para colocar vírgulas onde Deus já pôs um ponto final (Rm 8.1-2). Talvez nosso maior problema, quanto aos pecados, seja o de também excluirmos quem peca, e não somente o pecado. Não temos graça suficiente para resgatar um irmão que afundou no lamaçal.

1.2. Examinando o histórico e vida de Davi
Nessa época Davi tinha cerca de cinquenta anos de idade, já reinava aproximadamente por vinte anos, e havia-se distinguido como um líder de sucesso e de grande compaixão. Davi não era um homem pervertido, era um símbolo de adoração a Deus. Mas, o pecado não respeita nossa idade ou posição, ele simplesmente nos espreita, e, se dermos ocasião a ele, ele nos vencerá. Existe, em cada ser humano, uma inclinação latente para o desejo, a qual desperta súbita e ardentemente, com um poder tão irresistível que pode dominar a carne por completo (Mc 7.21-23). Este pode surgir como: um desejo sexual, ambição, vaidade, desejo de vingança, amor pela fama, poder, ou dinheiro. Quando isso acontece, a cobiça invade a mente e a vontade do homem na mais completa escuridão, os poderes da discriminação e das decisões claras desaparecem, Deus se toma irreal, e os avisos são ignorados. Nessa hora, tudo o que se fez, e o que se é tornam-se esquecidos. Hoje entendemos porque José correu! A Bíblia manda fugir, não existem fortes nessa hora (ICo 6.16,18; lTm 6.11; 2Tm 2.22).

1.3. Examinando a cena
Davi é sucesso nacional, não tem que prestar contas a ninguém, e está descansando quando deveria estar juntamente com seu exército. As grandes batalhas que travamos às vezes surgem em momentos de descontração, lazer e ociosidade. Ao chegar ao terraço e ver Bate-Seba, Davi foi alvejado tão mortalmente por um desejo de cobiça, que esqueceu até mesmo quem era e a quem servia. Ele ignorou sua responsabilidade para com a nação, sua amizade com Deus, e o aviso de que aquela mulher tinha um dono e não poderia ser sua (2Sm 11.3). Se, por um lado Davi foi atraído, pela beleza de Bate-Sabe, por outro, ela foi descuidada em tomar banho num lugar onde sabia que poderia ser vista. Se Davi fosse à guerra não teria pecado, se Bate-Seba tivesse outra atitude não seria pedra de tropeço para Davi (Rm 14. 12.13).
Precisamos compreender que o pecado é um mal que atinge a todos, e, que nem mesmo Davi esteve isento de suas teias, muito menos qualquer de nós está. Um olhar, como no caso de Eva, abriu a porta para o inimigo. Por maiores que sejam nossos triunfos e por mais elevada que seja a nossa posição, estamos todos sujeitos a ataques e fracassos. A Bíblia nos dá um só mandamento para tal situação: “fugir”. Fugir das paixões, fugir da sensualidade, fugir da fornicação, fugir da idolatria. Não podemos confiar em nossa própria força, pois, se nela fiarmos, o fracasso será inevitável. Se Davi não estivesse ali nada teria acontecido.

OBJETIVO
Mostrar que uma noite de alegria pode representar muitos anos de sofrimento;

2. Tentando se livrar das consequências
O adultério de Davi não foi um pecado isolado. Havia já algum tempo, que o coração de Davi estava sendo minado pelo afastamento de Deus. Para que uma forte árvore caia por terra basta apenas que um pequeno parasita venha corroê-la. O pecado trouxe consequências, como sempre traz, e Davi tentando omitir seu erro elabora um plano que o leva a um erro ainda maior.

2.1. A consequência da cobiça
Davi ficou descontrolado a ver tamanha beleza e sensualidade. Sua atitude ignorou completamente ao que deveria ter dito sim, e disse sim ao que deveria ter negado. Estava cego, possuído de desejo, incontrolável. Ambos tiveram um encontro de grande satisfação, porque Davi também não a forçou a nada. O grande problema do pecado é que ele somente apresenta o lado satisfatório, ele nunca revela que a estrada é sem saída, que o caminho é sem volta, e que as consequências são amargas. A notícia chega: “E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pejada estou” (2Sm 11.5). Para disfarçar o pecado, Davi embebeda Urias, mas este não vai para casa. Davi sóbrio agiu de forma pior que Urias bêbado. O autocontrole do soldado deu ao pecado do rei um destaque terrível e vergonhoso (2Sm 11.6-13).

2.2. A carta de morte
O plano de Davi era que Urias fosse para casa e coabitasse com Bate-Seba, assim, quando nascesse a criança, não haveria vestígios de que ele seria o pai. Mas seu plano falhou, porque o fiel Urias rejeita a noite de gala com sua esposa para ser fiel ao rei traidor (2Sm 11.11). Vendo que nada dava certo, Davi perde a cabeça e comete o maior erro de sua vida. Ele escreve uma carta de morte para Urias, e pede ao próprio Urias que entregue essa carta a Joabe para que a ordem seja executada (2Sm 11.14.15). Em um só momento, Davi se torna adúltero e assassino. Joabe cumpre seu dever e, num mesmo instante, Davi destrói uma família e mancha sua reputação, o que lamentaria para o resto de sua vida as consequências da insana atitude.

2.3. Vivendo com fantasmas
Na hora da tentação, tudo pode ser maravilhoso, mas, depois do acontecido, aquele que um dia realmente teve um encontro com o Senhor não conseguirá viver em paz, pois sua alma será uma completa sequidão. Davi passou a viver nas sombras, ficou reduzido a algo que nunca foi destinado, viveu um doloroso silêncio, pois sabia que não podia mais aproximar-se de Deus como antes. Os pecados ocultos da carne trazem consigo silêncio e pesar (SI 32. 3.4). O que antes era um prazer, tornara-se uma morte lenta e vagarosa. Esses acontecimentos foram registrados para que se possa observar onde o pecado leva e quais são as suas consequências. Quando Davi olhava para Bate-Seba, não via outra coisa a não ser o fantasma de Urias.
Davi passou a viver noites de insônia, doença física, febre, lembranças tristesmiséria espiritual e rima sensação de estar tremendamente só. Um momento de fraqueza o deixou a centenas de quilômetros de Deus. Davi soube o que era viver na impiedade e disse: “o ímpio tem muitas dores” (Sl 32.10); depois, deu um conselho que, muito antes, deveria ter aprendido: “pelo que todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar” (Sl 32.6). Durante um ano Davi foi massacrado por um sentimento total de derrota.

OBJETIVO
Ensinar que Deus é poderoso para perdoar pecados, mas as consequências do pecado sempre seguirão a vida de quem o comete.

3. Despertando a consciência de um pecador
Já havia passado um ano, mas Davi não deu sinal algum de arrependimento. Ele descreve sua condição durante esse terrível período no Salmos 32.3,4. A consciência o açoitava incessantemente e, como não se voltava para Deus, Natã foi enviado com uma parábola que o fez despertar e arrepender-se diante de Deus (2Sm 12.1-14).

3.1. Tu és o homem
Durante muito tempo, Davi viveu num mundo repleto de segredo e muita cautela, ele só não passou despercebido por uma pessoa, Deus. “Porém, essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor” (2Sm 11.27). Davi sabia que deveria prestar contas com Deus, até que, para seu bem, e o da nação, Deus envia Natã, um amigo destemido e cuidadoso. Mas, como comunicar o pecado a um homem da posição de Davi? A parábola de Natã foi o espelho pelo qual o rei enxergou a enormidade do seu pecado, ele foi condenado, e se condenou. Pela manifestação da verdade, Natã se impôs à consciência do rei, à vista de Deus. E, por fim, veio o golpe final. “Tu és este homem” (2Sm 12.7). Davi confessou e, de pronto, reconheceu que havia pecado contra Deus. Sua confissão foi ouvida com a pronta garantia do perdão: “Também o Senhor te perdoou o teu pecado” (2Sm 12.13).

3.2. Aceitando o castigo do Senhor
Quando Natã saiu, Davi extravasou sua breve confissão no Salmo 51. Ele sabia que estava limpo, porque fora purgado com hissopo (Êx 12.22); estava mais alvo do que a neve, porque a mão do Senhor o havia tocado, e a alegria da salvação de Deus lhe havia sido restaurada. Agora, ele se deveria curvar diante da série de más consequências que adviriam. O pecado pode ser perdoado, mas o Pai precisa castigar o filho. A criança morreu, e sentimos muito quando crianças inocentes sofrem por causa dos erros de seus pais. As consequências sofridas por Davi foram muito trágicas. Ele viu no delito de Amnon os traços de sua própria paixão, e na vingança de Absalão, seu próprio pendor para o derramamento de sangue. Uma noite de alegria pode representar muitos anos de sofrimento quando ignoramos os avisos e aquele que nos avisou. Como diz a Palavra: “não existe nada oculto que não venha a ser revelado” (Mt 10.26).

3.3. A dor que produz cura imediata
O pecado trouxe muitas dores a Davi. Ele se tornou um líder fraco e um compositor sem canções (Sl 51.3). Mas se existe uma coisa que Deus sabe, é agir no tempo certo. Deus esperou que a alegria de Davi se esgotasse para, em seguida, entrar em cena (Sl 51.12). Então, surge Natã. Por conta própria? Não. “E o Senhor enviou Natã a Davi” (2 Sm 12.1). Natã não foi enviado depois do adultério; não foi enviado quando Bate-Seba engravidou: não foi enviado quando Davi assassinou Urias; não foi enviado quando a criança nasceu. Deus esperou o tempo certo e enviou a pessoa certa. Embora tenhamos milhares de coisas a acrescentar aos atos de Davi, Deus lhe acrescentou uma que talvez não fôssemos capazes jamais, o perdão e a restituição. Como um cirurgião, Deus usa a ferramenta certa para expurgar o tumor da alma de seu ungido.
Deus não enviou alguém religioso demais para tratar de Davi, enviou um amigo. Natã. Que comia a sua mesa, participava de sua vida, e se importava com o reino e com o Deus que o regia. Com muita graça Natã colocou as palavras certas e teve uma atitude impecavelmente graciosa. Sua sabedoria fez com que Davi despertasse e visse a gravidade de seu erro. Natã não usou de críticasmas ilustrou o fato de modo tão admirável que Davi não teve alternativa, a não ser dobrar os joelhos e agradecer a Deus por tal repreensão. Natã foi o médico, e ao mesmo tempo, o instrumento cirúrgico da operação. Isso é o que Deus espera de nós; que, em vez de críticas que nada resolvem, possamos curar com a palavra de sabedoria a nossa geração.

Conclusão
Para todo grande pecador, existe um grande salvador. Não existe mal que o Senhor não possa reverter. Vimos, na figura de Davi, que o pecado não respeita posições, idade, ou, se temos um coração segundo o de Deus. Ele sempre nos espreita e, nos momentos mais ociosos da vida em que estamos vulneráveis, ele se aproxima. O que está de pé deve cuidar para não cair.

QUESTIONÁRIO

1. O que fez Davi no tempo da guerra?
R. Ficou no palácio
2. O que viu Davi ao passear pelo terraço?
R. Bate-Seba a banhar-se.
3. De quem era esposa Bate-Seba?
R. Do soldado Urias.
4. Por que Davi mandou matar Urias?
R. Para esconder a gravidez de Bate-Seba.
5. Quem confrontou Davi com palavras sábias?
R. Natã, o profeta.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lição 7 - A sabedoria de Abigail e a justiça de Deus

LIÇÃO 6 – 17 de novembro de 2013

A sabedoria de Abigail e a justiça de Deus

Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira


TEXTO AUREO

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Rm 12.21

VERDADE APLICADA

O poder contagiante da gentileza aliado a força de um coração bondoso pode desarmar o mais perverso dos homens.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Ensinar que a ira pode nos tornar insanos, e nos levar a uma ação descontrolada e covarde;
 Explicar que fazer justiça com as próprias mãos é uma atitude anticristã;
 Mostrar que Deus ainda usa pessoas cheias de Sua graça para nos falar ao coração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 25.10 - E Nabal respondeu aos criados de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, que fogem ao seu senhor.
ISm 25.11 - Tornaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vêm?
ISm 25.12 - Então os moços de Davi puseram-se a caminho e voltaram, e chegando, lhe anunciaram tudo conforme a todas estas palavras.
ISm 25.13 - Por isso disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.


Introdução
Davi é informado que Nabal estava tosquiando as ovelhas, isso significava que uma parte do lucro seria dividida entre aqueles que protegiam seu campo. Ele envia dez de seus moços a falar em seu nome com Nabal, que o ignora e se omite em recompensá-lo. Davi é informado e vem para matá-lo, mas é contido por Abigail, mulher de Nabal. Nesta lição, analisaremos essa nova fase da vida de Davi, e como ele é impedido de sujar as mãos de sangue inocente pela sabedoria de Abigail.


1. Davi, o protetor de Nabal
Ainda fugitivo, todavia, já com um exército de proscritos treinados em uma caverna, Davi se torna uma espécie de segurança patrimonial juntamente com seus homens. Saul ainda era rei, e Davi junto a seus homens lutavam contra as várias tribos no deserto de Parã. Nesse tempo, Davi estava por trás das cenas, e, em troca de alimento, ele e seu bando protegia os pastores dos ataques selvagens contra seus rebanhos e suas aldeias. Veiamos como era naquele tempo.

1.1. Protegendo rebanhos
“Aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e nada nos faltou em todos os dias que convivemos com eles quando estavam no campo. De muro em ledor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas” (ISm 25. 15.16). Segundo o costume da época, quando havia uma tosquia de ovelhas, era comum que o proprietário dos animais separasse uma parte do lucro e repassasse para os protetores de seu rebanho. Era um modo de mostrar gratidão e reconhecimento, embora não houvesse nada formalizado que obrigasse o pagamento. Davi e seus homens davam proteção aos pastores de Nabal, homem muito rico, contudo a mesquinhez de Nabal não o deixava pagar pela proteção. Ele era avaro e a avareza é considerada uma idolatria, é o desejo demasiado de adquirir e acumular riquezas (Cl 3.5; Ef 5.3-5).
Nosso mundo está cheio de pessoas da estirpe de Nabal. Pessoas que vive plenamente a lei da selva, onde cada um deve se virar e lutar pelo que é seu. Pessoas que consideram proprietárias de tudo: “minha, carreira, meus sonhos, minhas coisas'’; pessoas que acreditam que tudo tem que ser de seu jeito, de seu agrado e de acordo com sua agenda. Nabal em aquele tipo de pessoa que jamais evitou que alguém se irritasse com ele, que conseguia estragar qualquer relacionamento, que, embora, muito rico e abastado, viveu para justificar seu nome, que em hebraico significa: “tolo”. Para Nabal a pior coisa que existia, era ter que dividir algo com alguém, mesmo que esse alguém merecesse.

1.2. A grosseria de um homem rico
Embora fosse descendente de Calebe, Nabal nada tinha do espírito daquele herói. Ele possuía grande riqueza, mas tinha pouco juízo. Ele simplesmente ignorou o trabalho de Davi e seus homens, e não ficava bem que o rico criador de ovelhas obtivesse todas as vantagens e deixasse de fazer retribuição e, pior que isso, rematasse a injustiça com um gesto tão grosseiro. Até mesmo seus pastores foram muito claros quanto ao benefício que Davi e seus homens lhes haviam feito (ISm 25.7,15,16). Sua grosseria e atitudes de menosprezo justificaram a opinião que a respeito dele tinham todos aqueles que o conheciam mais de perto. Em resposta, Davi toma a espada para vingar o insulto, uma atitude totalmente aquém daquele que foi chamado para empunhar a espada cm defesa dos fracos. Devemos ter o cuidado de não sermos contagiados pela ira. Ela pode nos tomar insanos, e nos levar a uma ação descontrolada e covarde. Por um momento, Davi esqueceu a unção e deu lugar a ira. Cuidemos para não cair no laço da ira!(Mt 5.22).

1.3. Justiça com as próprias mãos
Davi é informado por seus mensageiros que Nabal ridiculariza seus préstimos e, ainda por cima, ignora-o, fingindo que nunca ouviu falar dele, comparando seus homens com escravos fugidos e vagabundos. He não precisou ouvir duas vezes. Juntou quatrocentos homens e partiu ao encontro de Nabal dizendo: “Assim faça Deus aos inimigos de Davi, e outro tanto, se eu deixar até amanhã de tudo o que tem, até mesmo um menino”, (ISm 25.22). Davi perdeu o controle, ele tem quatrocentos homens para acabar com apenas um, e ainda sentenciar todos os outros inocentes que por lá estão. Aquele modelo magistral de paciência, que se recusava a revidar e contra-atacar Saul, desapareceu de repente. Davi estava cego, louco e totalmente fora de controle (Pv 14.17; 7.8,9). Amados! Não estamos falando de uma pessoa qualquer, estamos falando de Davi. Precisamos compreender que, mesmo com unção e um coração segundo Deus, ainda somos falíveis. Precisamos pensar antes de agir, e jamais permitir que o ódio governe nossos corações.


2. Alimentando a ira de um rei ferido
É importante salientar como somos tão oscilantes em determinadas etapas de nossas vidas. Aquele mesmo Davi que nos ensina a preciosa lição de não revidar ao ataque inimigo, de deixar que Deus execute a justiça e que aprendeu a esperar no Senhor, agora está com quatrocentos homens armados de espada para matar um homem armado apenas com a insensatez (Pv 14.7a). Afinal, quem era realmente o insensato?

2.1. Abigail, uma pérola em meio ao deserto
Nabal foi um homem que jamais se importou com o que estava a sua volta, ele vivia para agradar a si mesmo, o que proporcionava aos seus ter de viver tapando as brechas de sua insensatez. Porém sua esposa Abgail era o oposto. Nabal era duro e maligno em suas atitudes, Abigail era bela e inteligente, de decisões sensatas (ISm 25.3). Eles possuíam temperamentos e comportamentos totalmente avessos. Abigail não possuía somente beleza, tinha cérebro. A maior fortuna de Nabal não era suas posses, mas Abigail, uma pérola rara que brilhava em meio ao lamaçal da péssima índole do marido (Pv 18.22). Abigail não era uma pessoa governada por suas emoções, mas por pensamentos lógicos, uma mulher que sabia a hora de agir e a maneira correta de agir, que conhecia muito bem seu marido, e também sua posição como mulher.

2.2. A atitude de uma mulher Sábia
Quem era o líder da casa? Nabal. Mas a quem os servos buscam para solucionar o conflito, a quem recorrem? Abigail. E por quê? Porque Nabal era inacessível. Ela conhece bem seu marido, sabe de suas limitações e fraquezas, porém, com muita graça não o critica, e ainda o protege. Que mulher sábia! Ela se apressa, sabe que os minutos são preciosos. Seu lado prático de sabedoria já lhe diz o que fazer e o que dizer, ela toma consigo um banquete e ao chegar diante de Davi se prostra dizendo: “Ah! Meu senhor, caia a culpa sobre mim... não vi os moços de meu senhor que enviaste” (ISm 25.24a; 25b). Abigail, além de não omitir as atitudes de seu marido, porque todos o conheciam, tomou sobre si o peso de sua insensatez. Em um tempo em que as pessoas se divorciam por incompatibilidades, e por nada se desfaz um matrimônio, eis uma lição de graça e sabedoria.

2.3. Para cada Davi, existe uma Abigail
Todo o desconforto gerado entre Nabal e Davi ocorreu por causa de alimento. Era o dia do banquete; Davi e seus homens estão famintos, mas são tratados como pessoas sem qualquer vínculo com o rico fazendeiro. Abigail sabe muito bem que a única coisa que faz mais barulho que a cavalgadura dos soldados de Davi, é o estômago deles. Então, o que ela porta consigo além de beleza? Sabedoria e humildade. Ao prostrar-se diante de Davi ela chama a si mesma de serva seis vezes, e oito vezes chamou a Davi de “meu senhor” (ISm 25.24-31). Davi tem uma espada desembainhada, está prestes a sujar as mãos de sangue inocente, mas Abigail sabiamente o impede e ainda o recorda que futuramente será o rei de Israel (ISm 25.31). Essa é uma bela revelação sobre os instrumentos que Deus usa para nos livrar dos maus caminhos, que entram em nossas vidas, exercendo ministérios influenciados pelo Espírito Santo para nos frear. Falando ao nosso coração, detendo-nos da corrida louca do egoísmo.
Como Deus tem caminhos tão avessos aos nossos! De onde ninguém esperava, surge rima mulher com uma mensagem profética exatamente na hora em que Davi colocaria tudo a perder, manchando suas mãos com sangue inocente. Se Abigail não estivesse ali, Davi certamente teria exterminado não somente Nabal, mas todo seu povo. Que maravilha saber que Deus envia pessoas tão inesperadas com uma mensagem do alto para redirecionar nossas vidas e nos impedir de errar.


3. Lições que devemos aprender
Abigail defendeu bravamente seu marido, colocando-se entre ele e a morte. Resolveu o problema sem que ele soubesse, pois o insensato estava tão bêbedo que ela não lhe pôde contar o que aconteceu. Mas, pela manhã, quando sóbrio, ao saber do ocorrido, teve literalmente um derrame, e aproximadamente dez dias depois, o Senhor o feriu (ISm 25. 36-38). Vejamos algumas lições desse epsódio.

3.1.  Davi aprendeu que a vingança pertence a Deus
Por mais que sejamos afrontados, não é uma atitude cristã tomar a espada e vingar o insulto. Despertado pelas sábias palavras de Abigail, Davi compreende que Deus o está livrando de ser tão insensato quanto Nabal (ISm 25. 32-34). E logo após a morte de Nabal, pôde afirmar: “Bendito seja o Senhor, que pleiteou o pleito da minha afronta da mão de Nabal, e deteve a seu servo do mal, fazendo o Senhor tornai' o mal sobre a sua cabeça.” (ISm 25.39). Davi aprendeu que Deus sabe fazer justiça a seus escolhidos, e nós aprendemos que uma decisão baseada na ira poderá manchar para sempre a linda história que Deus está escrevendo sobre nós.

3.2. Aprendendo com Abigail
O que mais nos lastima é a ausência de atitude de algumas pessoas em relação aos conflitos que lhes surgem. Abigail nos ensina que, antes de tomar qualquer atitude, devemos observar o quadro da situação por inteiro. Ela examinou os dois lados, compreendeu a insensatez de seu marido e foi capaz de conter a ira de Davi. Ela foi direto ao alvo. Eles estavam com fome, não adiantava argumentar, chorar ou orar. Então ela levou comida. Ela tinha que resolver, não podia esperar pelo marido, então agiu. O que Deus espera de nós em momentos como esse? Apenas uma atitude e nada mais (Ec 11.4).

3.3. Davi se casa com Abigail
O que parecia uma tragédia terminou de forma feliz tanto para Davi quanto para Abigail. Nabal morreu de um ataque apoplético, provocado por sua devassidão e ira. Desse modo, Davi manda buscar a Abigail e a toma como esposa, reconhecendo não somente seus feitos e suas qualidades, mas acima de tudo grato a quem tanto devia. E, ela, graciosa e humilde, aceitou, declarando-se indigna. O versículo 35 é a resposta do Senhor a todos os que nEle se refugiam, e assim cada um se casa com Ele, depois que o primeiro marido morre. Em um momento Abigail simboliza o Espírito Santo, que desce até nós para nos impedir de tomar atitudes drásticas. Em outro, Abigail representa a vida do pecador casado com insensatez.
A intercessão de Abigail por Nabal diante do rei, muito nos lembra o que fez nosso Senhor por nós. Ele enfrentou a morte por nós, e alcançou para cada um de nós o favor do Pai Abigail não implora por justiça, mas par perdão, aceitando uma culpa que nunca foi sua. As palavras de Abigail derretem o gelado coração de Davi, e quem mais teria palavras capazes de fazer o nosso coração falando conosco pelo caminho? (Lc 24.32b). Do mesmo modo que Abigail se ofereceu para ser punida pelos pecados de Nabal, Cristo o fez por nós. Abigail desviou a ira de Davi, e Cristo não fez o mesmo por nós, desviando a ira de Deus?

Conclusão
É muito confortante saber que, mesmo em momentos como este, o mal domina as nossas mentes como dominou a de Davi, Deus é capaz de enviar alguém da qualidade e sabedoria de Abigail para falar ao nosso coração como fez com seu ungido. Abigail nos lembra muito ao Senhor a quem servimos. Pois quem seria capaz de assumir a culpa por algo que não fez, arriscar a vida por alguém que jamais reconheceu seu valor? Quem, senão Cristo?

QUESTIONÁRIO

1. Por que Davi resolve exterminar Nabal?
R. Por causa de sua insensatez e injustiça para com ele e seus homens.
2. O que significa o nome Nabal?
R. Insensato, tolo.
3. Como se chamava a mulher de Nabal?
R. Abigail.
4. Que tipo de lição aprendemos com Abigail?
R. Que devemos nos tomar pessoas de atitudes.
5. A quem Abigail se assemelha em suas atitudes?
R. Ao Senhor Jesus.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sinais Eminentes da Volta de Jesus


Lição 6 - Cavernas: campo de treinamento de Deus para forjar campeões

LIÇÃO 6 – 10 de novembro de 2013 

Cavernas: campo de treinamento de Deus para forjar campeões
Comentarista: Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira

TEXTO AUREO

“Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus”. Is 50.10

VERDADE APLICADA

A escola do aperfeiçoamento divino pode nos conduzir a cavernas escuras, mas elas não são o fim da nossa história, são o redirecionamento de nossas vidas.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que a remoção das muletas que nos sustentam é para que possamos aprender a confiar plenamente em Deus;
 Ensinar que Deus usa nossos momentos de sofrimentos para ajudar a outros que passam pelo mesmo problema;
 Explicar que Deus usa determinados momentos para que possamos saber de quão grandes coisas somos capazes de realizar.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 22.1 - Então Davi se retirou dali, e escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai, e desceram ali para ter com ele.
ISm 22.2 - E ajuntou-se a ele todo o homem que se achava em aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espírito desgostoso, e ele se fez capitão deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
ISm 22.3 - E foi Davi dali a Mizpá dos moabitas, e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim.

OBJETIVO
 Mostrar que a remoção das muletas que nos sustentam é para que possamos aprender a confiar plenamente em Deus;
 Ensinar que Deus usa nossos momentos de sofrimentos para ajudar a outros que passam pelo mesmo problema;
 Explicar que Deus usa determinados momentos para que possamos saber de quão grandes coisas somos capazes de realizar.


Introdução
Após várias tentativas frustradas, Saul resolve declarar-se inimigo mortal de Davi, que fugindo para escapar ileso, finge-se de louco diante de Aquis, rei de Gate, e encontra abrigo na caverna de Adulão, um lugar escuro e solitário, onde outros quatrocentos homens, em situação igual ou pior que a sua, encontram-lhe.

1. Removendo os alicerces
Adulão significa: “Lugar da antiguidade”. É exatamente nesse lugar que Deus vai trabalhar um pouco mais em Davi, usando seu sofrimento para polir a vida de outros quatrocentos, torná-los amigos e irmãos, e fazer daquele bando de gente sofrida, um exército leal ao futuro rei. Vejamos como Davi chegou a Adulão, e como reagiu a mais uma etapa de provações em sua vida.

1.1. Removendo as muletas
“E temia Saul a Davi” (1 Sm 18.12). Ao ver que Davi lograva sucesso em tudo o que fazia, e que o Senhor era com ele, Saul tentou matá-lo duas vezes com uma lança, e não conseguindo, decretou a sua morte (1 Sm 18.11; 19. 8-12). Davi fora para Saul um modelo de humildade e integridade, nada havia feito de errado para merecer tal injustiça. Porém os caminhos de Deus outra vez o impulsionaram para uma direção que jamais pensou. Em um só momento, ele perdeu sequencialmente o cargo de oficial do exército, perdeu a esposa e perdeu o amigo Jônatas, para o qual fez juramento e não mais o viu; também perdeu o profeta, e tudo que lhe restou foi a escuridão de uma caverna solitária: Adulão. Agora Davi não tem nada, apenas a unção de rei. Mas na caverna faz a seguinte afirmação: “até que saiba o que Deus há de fazer de mim” (ISm 22.3b). Ele perdeu tudo, menos a confiança em Deus.
A partir desse momento, a palavra “fugir” se toma constante nessa nova etapa da vida de Davi. Todas as coisas que havia conquistado com trabalho, honestidade, e heroísmo sucumbiram ao sibilar de uma lança. Imagine o que significa perder em um só tempo o emprego, a família, os amigos, e o principal conselheiro de sua vida, que era Samuel. Mas são, nas cavernas escuras, que Deus realiza as maiores obras de nossa v ida. Os alicerces humanos de Davi fora m retirados para que adquirisse mais confiança no Senhor.

1.2. A um passo da morte
“Há apenas um passo entre mim e a morte” (ISm 20.3). A escola do aperfeiçoamento divino pode alternar grandes momentos em nossas vidas. Em certa altura, Davi pôde ver seu nome aclamado por toda a nação e viveu dias de herói nacional, depois experimentava exatamente o oposto, era um fugitivo, e quem lhe desse guarida podia pagar com a própria vida. Naquela circunstância, Davi estava numa encruzilhada, cercado por todos os lados e desesperado. Após o juramento e a proteção de Jônatas, Davi fugindo da morte, parte em direção à terra dos seus inimigos. Por incrível que pareça, Davi encontrou mais abrigo na terra dos inimigos do que no lugar onde foi fiel e honesto.

1.3. A ironia de uma caverna
Em nossos momentos de grande desespero, vemos Deus realizar coisas interessantes e hilárias em nossas vidas (Sl 90.1-2). Davi está só, perdeu tudo, está com medo. Esse foi o pior momento de sua vida (compare com Salmos 142). Ele não tinha segurança, alimento, amigos para conversar, promessa a qual se apegar e esperança de mudança naquele momento. Você já esteve assim? Tudo o que faz é não perder Deus de vista e clamar por seu auxílio, em resposta, Deus envia quatrocentas pessoas piores do que ele. Deus faz assim. Em momentos de grandes provações, Ele envia pessoas para que possamos ajudá-las quando somos nós quem precisamos de ajuda. E que irônico! Davi se fez chefe daquele bando.

2. Antes do trono, uma caverna
Todos nós sofreremos perdas. Até Jesus teve de perder (Fp 2.5-9). Todavia, o mais importante é compreender o motivo pelo qual devemos sofrer determinadas derrotas, e o envolvimento de Deus nesses motivos. Quando Deus faz conosco o que fez com Davi, reduzindo-nos a cinzas, não faz para nos destruir, mas sim para redirecionar a nossa vida.

2.1. Davi e as cinzas
Embora Davi estivesse se sentindo um nada e aquela caverna fosse o seu lugar de refúgio, Deus resolveu enviar para lá as pessoas que Davi jamais pensou encontrar. Primeiro, sua família. Será que já observamos que em momentos de grande provação a família pode ser nossa única fonte de ajuda? Depois, os quatrocentos mais indesejados e sofridos da nação. Aquela era, sem dúvida, a caverna dos injustiçados. Davi chegou a Adulão reduzido a cinzas. A perspectiva humana neste ponto é capaz de mostrar: “acabe com sua vida, você não tem mais nada”. Mas Deus diz: “estar em uma caverna é motivo para não mais viver, para não ver o final que projetei para sua vida?" Não. A caverna não significa o fim das coisas, mas um tempo em que Deus começa a redirecionar a vida de quem nela está (SI 91.1-2). Deus fez isso com Davi, faz com cada um de nós. Deus sempre sopra as cinzas para que o fogo do Espírito possa renascer outra vez.

2.2. Davi e os que estavam em aperto
“E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso” (ISm 22.2). Três grupos de pessoas se destacam aqui: 1) Os que se achavam em aperto. O termo hebreu aqui não significa apenas “em aperto (dificuldade)”, mas “sob pressão, debaixo de estresse”. Centenas de pessoas estavam assim ao lado de Davi; 2) “todo homem endividado” foi para lá. O termo hebraico usado aqui é “nashah”, que significa: “tomar dinheiro emprestado a juros, ter vários credores”. Eram pessoas que não tinham condições de quitar suas dívidas; 3) “todos os amargurados de espírito”. O termo usado aqui é “maar nephesh”, que significa: “estar com a alma atormentada, receber maus-tratos”. Os sentimentos dessas pessoas ilustram perfeitamente como o povo sofria com o governo de Saul e sua administração. Esse grupo de derrotados se tornou mais tarde um grupo de heróis valentes. Deus os uniu num tempo escuro da vida não para reclamar, mas para um ajudar o outro.

2.3. Deus prepara reis e exércitos na caverna
Davi se sente injustiçado, não sabe por que, de repente, tudo ruiu, essa é a razão de estar na caverna (SI 82.2). Mas Deus está trabalhando e vai soprando para lá seu projeto de reinado sem que Davi possa ainda compreender. A notícia correu e quatrocentos homens chegam até lá. A caverna que antes era um refúgio, agora se transforma em um campo de treinamento, para aqueles que, mais tarde, seriam reconhecidos como “os valentes de Davi”. Isso mesmo, aquele bando de gente renegada se transformaria em seus poderosos homens de guerra e, mais tarde, ao assumir o trono, eles se tomariam seus ministros de gabinete. íbi exatamente no momento da desgraça que Deus abriu os olhos de Davi para que visse algo além das lentes oculares. Numa caverna escura e sem esperança, Deus preparava um rei e um exército poderoso (J13.10).
Onde ninguém pode imaginar, nas piores decepções. Deus tem sempre um “trunfo na manga", uma saída para nós. Esse foi o ponto crucial da vida de Davi, em que ele tomou a decisão de não voltar atrás, onde aceitou sua condição presente e fez o melhor naquele momento de angústia. As crises virão, o dia mim é uma realidade, mais cedo ou mais tarde ela virá e nada poderá impedir que venha (Ef 6.13). mais importante nisso tudo é como vamos reagir diante das tragédias. Se vamos baixar a cabeça e parar, ou levantar, sacudir a poeira, e seguir adiante. Pense nisto!

3. As lições da caverna
Sempre quando passamos por momentos de grandes dificuldades, damos mais atenção à dor e ao sofrimento do que ao potencial que existe dentro de cada um de nós. Davi se superou naquela caverna, lá ele conquistou um grupo de pessoas que se tornaram os amigos mais fiéis que já teve, após ter conhecido Jônatas.

3.1.  Davi soube aceitar a caverna
Todo sofrimento, ao princípio, não permite visualizar a finalidade divina. Faz tempo que nosso cristianismo está sem cruz, sem renúncia, sem angústias. Parece que os dias atuais estão marcados por mensagens como modelos, receitas e passos para sermos felizes, onde a cruz foi trocada por bens conquistados na terra. Precisamos realmente de uma caverna. Ao chegar à caverna, Davi está arrasado, mas não desistiu da vida, fez o que era correto, clamou ao Senhor (SI 34, 57, 142). Como resposta, Deus não lhe envia socorro, mas pessoas iguais a ele, em tristezas. Pessoas que não precisavam de críticos, de culpa ou aflição, pessoas que precisavam de encorajamento. O que fez Davi? Aceitou a caverna, usou suas habilidades e os treinou. Davi transformou aqueles homens, acrescentando às suas vidas ordem, disciplina, caráter e direção.

3.2. A vida cristã inclui uma caverna escura
Caverna nunca foi novidade na vida de quem Deus tem grandes projetos a realizar. Davi, Gideão, Elias, Jesus, e muitos outros tiveram que experimentá-la. A questão crucial de nossas vidas não é estar em uma caverna, mas o que faremos quando nela entrarmos. Davi era um grande general e não usou sua língua para murmurar, usou suas habilidades para treinar aqueles homens (Pv 24.10). Ficamos sabendo mais tarde que os homens de Davi se tomaram exímios no uso da espada e do arco e flecha, aprenderam a se comportar na batalha e a manter a disciplina nas fileiras. Davi os transformou de derrotados em heróis. Onde eles praticaram? Gideão usou uma caverna para malhar trigo e de lá saiu herói, Elias fugindo para a caverna encontrou-se com Deus, comeu pão, e depois caminhou quarenta dias. Jesus ficou três dias numa caverna (Mt 28.59-60), mas ressuscitou de lá para reinar. E você o que fará?

3.3. Da caverna para o trono
Os grandes homens de Deus tiveram de aprender a dura e sublime lição de confiar apenas no Senhor, e para isso, o Senhor utilizou o método da caverna, das perdas e da solidão. Com Davi, Deus retirou todas as muletas que o poderiam amparar, conduzindo-o ao fundo do poço, onde somente havia duas opções, voltar, ou aceitar e seguir adiante. O que Davi perdeu? Tudo. Mas o que conquistou naquela caverna? Uma nova fase de vida. Ele jamais poderia imaginar que Deus o colocou no ponto mais baixo de sua vida para que de lá emergisse com um grupo de heróis, tomando-se deles seu líder e rei. Foi nesse ponto escuro da vida, que Deus redirecionou a vida de Davi. Não nos lamentemos por estar em uma caverna, quem sabe, Deus não está nos preparando para reinar?
É trágico vivermos de caverna em caverna e nunca aprendermos as lições que Deus está nos ensinando. Não importa que seja uma caverna, o que importa é que possamos transformá-la. Davi viu aquela caverna como um campo de treinamento, e o que vemos em nossas cavernas? Deus sempre vai nos colocar em situações adversas para que possamos expor o potencial que existe em nós e que ainda, nos é desconhecido. Ele usou a tempestade para que Pedro pudesse caminhar sobre as águas, levou João a Patmos para lhe revelar o futuro, descortinar-lhe o mundo espiritual, e nos leva onde for preciso para que vejamos de e eterno poder.

Conclusão
Se até mesmo Jesus teve de passar pela solidão, obscuridade, anonimato, espera, e caverna, quem somos nós para murmurar diante daquilo que ainda nos é obscuro? Deus tem seus momentos e seus lugares específicos para depurar nossas almas e nos colocar na posição que Ele deseja. Deixemos que trabalhe e estejamos atentos aos acontecimentos.

QUESTIONÁRIO

1. O que significa o nome Adulão?
R. “Lugar da antiguidade"
2.    Davi perdeu tudo antes de chegar a Adulão, o que lhe restou?
R. A confiança em Deus.
3.    Por que Deus levou Davi para uma caverna?
R. Para redirecionar sua vida.
4.    Em que se transformaram aqueles quatrocentos que viviam em aperto?
R. Em seu exército pessoal, sua guarda de honra.
5. O que Deus preparava naquela caverna?
R. Treinava um rei e um exército.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



Editora Betel 4º Trimestre de 2013, ano 23 nº 89 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Davi, a lâmpada de Israel - A incrível história de um rei segundo o coração de Deus